UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADEDE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL ANÁLISE ECONÔMICA DO CULTIVO DA SOJA EM ÁREA DE REFORMA DE CANAVIAL EM JABOTICABAL/SP WILLIAM KENJI OYAMA TOCIO JABOTICABAL– SP 2º Semestre/2022 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL Análise econômica do cultivo da soja em área de reforma de canavial no município de Jaboticabal/SP William Kenji Oyama Tocio Orientador: Dr. Carlos Eduardo Angeli Furlani Coorientador: Me. Jean Lucas Pereira Oliveira Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para graduação em Engenharia Agronômica. Jaboticabal - SP 2º Semestre/2022 III T631a Tocio, William Kenji Oyam Análise econômica do cultivo da soja em área de reforma de canavial em Jaboticabal-SP / William Kenji Oyama Tocio. -- Jaboticabal, 2023 / William Kenji Oyam Tocio. -- Jaboticabal, 2023 31 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado - Engenharia Agronômica) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal Orientador: Carlos Eduardo Angelim Furlani Coorientador: Jean Lucas Pereira Oliveira 1. 1.Soja.. 2. 2. Análise Econômica na soja.. 3. 3. Reforma de canavial.. 4.4. Custos de produção de soja.. 5. 5. Soja em reforma de canavial.. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. DEDICO Aos meus pais Aos meus queridos e amados pais Valdir Oyama Tocio e Rosemeire Ogata Tocio Aos meus irmãos Flávio e Luiz Eduardo A minha namorada e companheira de vida Lívia Ao meu orientador Prof. Dr. Carlos Eduardo Angeli Furlani V AGRADECIMENTOS A gratidão é o sentimento de reconhecer, aqueles que foram pilares responsáveis, por uma trajetória ou escolha de vida. Ser grato, é reconhecer, que como seres humanos, o nosso crescimento profissional e pessoal, está diretamente ligado as conexões que fazemos ao longo deste ciclo e o aprendizado adquiridos daqueles que confiam na realização dos nossos próprios sonhos. Eu não imaginava que o meu sonho estivesse aqui e que através da Engenharia Agrônomica, eu aprenderia e me moldaria, resultando na pessoa que sou hoje. Então para finalizar mais uma etapa deste sonho, nada mais justo do que agradecer aqueles que estiveram ao meu lado e contribuíram de forma positiva pra que eu chegasse até aqui! Primeiramente agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Carlos Eduardo Angeli Furlani, pelo importante papel em demostrar amor em tudo o que faz; pela dedicação, conhecimento e carinho; por ser exemplo de força, sabedoria e amor; obrigado por me inspirar e por ser esse profissional a qual me espelho. Ao meu coorientador, Me. Jean Lucas Pereira Oliveira, que me guiou nessa trajetória tão importante para minha formação acadêmica, ao desenvolver a pesquisa e deter os dados necessários para a realização do trabalho. Aos meus pais Valdir Oyama Tocio e Rosemeire Ogata Tocio, principalmente pela paciência e confiança; por me apoiarem durante a graduação e por sempre estarem ao meu lado, apesar das minhas escolhas; por serem exemplo de força, luta, amor e fé. Amo vocês! Obrigado aos amigos da República Alambique, aos meus irmãos Flávio e Luiz Eduardo, a minha namorada e companheira de vida Livia, familiares, professores e todos aqueles que aceitaram embarcar nessa aventura comigo! Sumário 1. Introdução ........................................................................................................... 9 2. Objetivo ............................................................................................................. 12 3. Revisão de literatura ......................................................................................... 13 3.1. Cultivo da soja........................................................................................................... 13 3.2 Custos operacionais ................................................................................................... 14 3.3 Reforma de canavial .................................................................................................. 15 3.4 Análise econômica dos cultivos agrícolas e tipos de custos ....................................... 16 4. Material e metodos ........................................................................................... 19 4.1 Região de análise ...................................................................................................... 19 4.2 Caracterização da área experimental ......................................................................... 20 4.3 Operações agrícolas .................................................................................................. 21 4.4 Mão de obra ............................................................................................................... 23 5. Resultados e discussão .................................................................................... 24 5.1. Insumos .................................................................................................................. 24 5.2 Máquinas .................................................................................................................... 30 5.3 Mão de obra ............................................................................................................... 31 5.4 Produtividade ............................................................................................................. 31 5.5 Custos e receita .......................................................................................................... 32 6 Conclusões ......................................................................................................... 32 7. Referências bibliográficas ................................................................................. 33 IV VI RESUMO O presente trabalho teve como objetivo, analisar de forma econômica o cultivo de soja em área reforma de canavial, no município de Jaboticabal/SP, em área produtiva de 20,2 ha de cana-de-açúcar. Nesta área foram coletados os dados referentes custos de produção e receita, posteriormente foi realizado uma análise descritiva e diagnóstica em comparativo com os dados obtidos na literatura. A região selecionada para realizar a análise econômica, foi o município brasileiro do estado de São Paulo, localizado na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, e possui uma participação de 8,5% no produto interno bruto da região. O município é formado pela sede e pelos distritos de Córrego Rico e Lusitânia. Podemos afirmar que é necessário estudo e conhecimento sobre a área e região para determinar qual cultivo ideal para a reforma do canavial. Por se tratar de um processo de alto investimento, é de extrema importância que todas as etapas da reforma do canavial sejam bem planejadas, para obtenção de resultados com alta produtividade. Palavras-chave: Análise econômica, reforma de canavial, soja. ABSTRACT The objective of the present work was to economically analyze the cultivation of soybeans in a sugarcane reform area in the municipality of Jaboticabal/SP, in a productive area of 20.2 ha of sugarcane. In this area the data referring to production costs and revenue were collected, and later a descriptive and diagnostic analysis was performed in comparison with the data obtained in the literature. The region selected to perform the economic analysis was the Brazilian municipality of the state of São Paulo, located in the Metropolitan Region of Ribeirão Preto, and has a participation of 8.5% in the gross domestic product of the region. The municipality is formed by the headquarters and the districts of Córrego Rico and Lusitânia. We can affirm that it is necessary to study and know the area and region in order to determine the ideal crop for sugarcane reform. Because it is a process of high investment, it is extremely important that all the stages of the sugarcane reform are well planned in order to obtain results with high productivity. Keywords: Economic analysis, sugarcane field reform, soybean 9 1. INTRODUÇÃO A soja (Glycine max (L.) Merrill) é um grão originário da China, que tem sido cultivado por cerca de 5.000 anos (HYMOWITZ, 1970). A soja é uma das culturas mais importantes do mundo, principalmente como fonte de proteína (cujo teor varia entre 30% e 53%) e de óleo vegetal. Suas utilizações são variadas, óleo extraído é utilizado na alimentação humana, na produção de biodiesel, como desinfetante e lubrificante. Já o farelo de soja é a base para fabricação de produtos para a alimentação humana e animal (SILVA, 2022). No contexto nacional, segundo relato histórico, a soja esteve restrita ao Rio Grande do Sul até os anos 60. Após esse período inicial, a cultura se expandiu para o Sudeste, Norte e Nordeste. A partir da déc. de 70 em decorrência do aquecimento do mercado internacional e da cosolidação da soja na região do Cerrado, devido a políticas público-privadas de ampliação da fronteira agrícola, o Brasil torna-se o segundo maior produtor mundial da cultura, perdendom apenas para os Estados Unidos (TSUNECHIRO et al., 2014; SILVA, 2022 ). Atualmente a produção brasileira concentra-se na Regiões Sul e Centro-Oeste, sobretudo os Estados do Norte e do Nordeste se mostram promissores para seu cultivo. Nas regiões Sul e Sudeste, a cultura compete com outras de grande interesse econômico (SILVA, 2022). O Brasil, na safra 2020/21, ocupa o posto de maior produtor mundial do grão de soja, ao ocupar cerca de 38,50 milhões de hectares, com produção total de 135,409 milhões de toneladas (GONÇALVES et al., 2021). De forma semelhante a soja, o Brasil, destaca-se como o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, com produção de 654,5 milhões de toneladas destinados à produção de 41,2 milhões de toneladas de açúcar e 29,7 bilhões de litros de etanol. 10 Das áreas ocupadas pela cultura da cana-de-açúcar no território nacional , destacase a Região Sudeste, com 62,41%. Sendo que apenas no estado de São Paulo, concentram-se cerca de 55% do total das áreas plantadas no país, que atingiram uma produtividade média de 79 t ha-1 (CONAB, 2021). Segundo Borba e Bazzo (2009), além da produtividade, outra característica de interesse é a longevidade do canavial, que depende de vários fatores, como: características biológicas, condições edafoclimáticas, local onde está implantado, tratos culturais e o tipo de manejo adotado. Para Ribeiro (2016), a alta variabilidade climática e má distribuição de chuvas pode ser um fator limitante para a longevidade de um canavial. Os reflexos desses fatores são observáveis na produtividade da lavoura, que é um indicador muito usado para definir tomadas de decisão, como no momento da reforma. Segundo Gomes (2017), verifica-se a possibilidade de tomada de decisão de reforma do 6º para o 7º corte, ao passo que, paralelamente ocorre o aumento na taxa de juros (%) e redução do preço da tonelada de cana (R$ t ha-1). O mesmo ocorre quando é aplicada redução no custo desembolsável de tratos culturais (R$ ha-1) e queda na expectativa de produtividade inicial do canavial (t ha-1), justificando a prática da reforma. A existência de novas abordagens na produção e cultivo das culturas afetam diretamente sobre a produtividade do produto, além de refletir no setor econômico e na geração de emprego, diante disto, é importante salientar a existência de técnicas de recuperação de solo e reaproveitamento de áreas com baixa produtividade (BUENO et al., 2012). Embora o estado de São Paulo não seja um grande produtor de soja, a utilização da leguminosa em áreas de reforma de canavial pode ser uma estratégia de aumento de produção e produtividade da cultura nesse estado (PAVÃO, 11 2015). Sabendo-se desse potencial, segundo Veiga Filho (2002), se vê necessário o uso da contabilidade agrícola e de estimativas de custos, que visam oferecer instrumentos racionais de decisão para realizar ou não a reforma do canavial. Nesse sentido e a partir da importância econômica dessas duas culturas agrícolas, a obtenção de sistemas de produção mais eficientes e baseada numa agricultura mais sustentável deve considerar tecnologias e manejos capazes de suprir as demandas econômicas, sendo socialmente justas e com o mínimo de impactos ao ambiente. 12 2. OBJETIVO O presente trabalho teve como objetivo verificar a viabilidade econômica do cultivo de soja em área reforma de canavial, no município de Jaboticabal/SP. 13 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1. Cultivo da soja O complexo de soja, considerada o principal produto do agronegócio brasileiro da atualidade, constitui uma das principais commodities, composto por farelo, grãos e óleo de soja, podendo ser negociada na Bolsa de Valores, visando contratos de mercado futuro (CAGNIN, 2022). Cagnin (2022) ainda destaca que o crescimento contínuo da importância mundial da soja se dá por muitos fatores, dentre eles: seu alto teor nutricional e baixo custo; ser a base da composição da maioria das formulações de rações animais na atualidade e possibilidade de produção em grande escala. De acordo com Souza (2022), tais fatores ajudam a credenciar o Brasil como sendo o maior produtor e exportador do bem no planeta, com quase 50% de tudo que é exportado no mundo. Segundo dados disponíveis no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a soja representou 52,4% da produção total de grãos do País na safra 2017/2018 e segundo Hirakuri et al., (2020) com o cultivo concentrado nas regiões Sul e Centro-Oeste, que possuem os cinco estados maiores produtores nacionais da cultura, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em relação a taxas de crescimento observa-se aumento produtivo sobre a sojicultura nas regiões norte e nordeste, devido a implementação do MATOPIBA, região formada por áreas predominantemente de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, locais onde agricultura teve o seu maior foco de crescimento nos anos 1980 (NOGUEIRA, 2004; Hirakuri et al., 2020). Segundo Hirakuri et al., (2018), isso ocorreu que devido a presença de áreas significativas com condições 14 favoráveis à expansão da fronteira agrícola, notadamente em áreas de pastagens degradadas. Figura 1- Distribuição espacial da soja no Brasil – safra 2016/2017. Fonte: IBGE (2018) Atualmente o cultivo de soja é a principal fonte de renda do país e dos produtores rurais (PELLEGRINA, 2022); nos últimos anos a cultura vem ganhando ainda mais espaço e visibilidade em todos os setores de produção e exportação do mundo 3.2 Custos operacionais Para a safra de 2020/2021, na região centro-sul de Mato Grosso do Sul, segundo Richetti (2020), o custo total de implantação da cultura da soja é estimado em média R$ 3.657,74 por hectare. Ao considerar apenas o custo variável, que corresponde ao dispêndio com insumos, operações agrícolas e custos administrativos na condução da atividade, este, corresponde a cerca de 75% do custo total com a soja, cerca de R$2.743,30 por hectare. Ao se tratar dos insumos, para o custo total, Richetti (2020) destaca os fertilizantes, as sementes, os fungicidas e os inseticidas, que representaram respectivamente: 19,73%; 8,75%; 7,01% e 6,48%, totalizando em 41,97% do custo 15 total, enquanto as operações agrícolas, que englobam a manutenção das máquinas e dos equipamentos, o combustível e a mão de obra, correspondem, em média, a 9,04% do custo total. De acordo com os dados da Conab (2021), para a cidade de Assis-SP, também para a safra 2020/2021, o custo total de implantação da cultura da soja foi de R$3.148,20 por hectare. Em relação aos custos variáveis, o total foi de R$ 2.416,10, dos quais os fertilizantes, as sementes, e agrotóxicos em geral, representaram respectivamente: 17,59%; 8,75% e 20,20%, totalizando 46,54% do custo total. Em 2020 diversas atividades foram prejudicadas devido a pandemia de COVID 19, inclusive o de fertilizantes, gerando riscos para o agronegocio brasileiro (FARIAS et al., 2020). Com a diminuição das exportações e o aumento nos preços do fertilizantes isso repercutiu no setor agropecuario, aumentando o custo operacional relativo ao uso de fertilizantes (PINHEIRO et al., 2022; NOGUEIRA et al., 2023). Isso pode ter contribuido para a varaição no preço da saca de soja, onde nos primeiro meses de pandemia estava em torno de R$ 109/saca chegando até R$ 160/saca posteriormente (OLIVEIRA, 2022; SOUZA, 2021).Contudo, Mallory (2020) indica que as variações sazonais da exportação de soja em periodo pandemico não teve diferença significativa comparados ao ano anterior. 3.3 Reforma de canavial A reforma de canavial é um processo natural de descanso do solo e deve ser vista como uma oportunidade de potencializar a produção de matéria-prima, adaptando e regulando a demanda quantitativa e qualitativa da indústria e reduzindo indiretamente o custo de produção (SANTIAGO; ROSSETTO, 1999). Baseia-se em 16 um sistema que adota rotação e diversificação de cultura, e promove vários benefícios tanto no solo, quanto na qualidade de outras culturas (SOARES et al., 2013). De acordo com Silva (2019), ao observar a relação de produtividade e idade do canavial, ao passo que o canavial envelhece, a produtividade tem um declínio médio de 12,29 t ha-1 ano, assim, entende-se que o rendimento agrícola da cana decai conforme são realizados os cortes, porém, entre a 3ª e 5ª soca, ou 48 e 72 meses de idade, expõe-se uma leve estabilidade na produção do canavial. Sabendo-se disso, a soja é um potencial alternativa para esse sistema, pois proporciona um cenário de maior controle de plantas daninhas, pragas e doenças, possibilita o fornecimento de nitrogênio, por meio da simbiose com bactérias fixadoras de N atmosférico, sendo um processo orgânico favorável à própria renovação do canavial (OLIVEIRA et al., 2008; LUZ et al., 2003). Especialmente considerando a possibilidade de novas cultivares de soja com ciclos menores, que seriam mais favoráveis a reforma de canavial (GODOY ALEXANDRINO et al., 2023) 3.4 Análise econômica dos cultivos agrícolas e tipos de custos A análise econômica dentro da produção agrícola, consiste em uma ferramenta utilizada com a finalidade de verificar a viabilidade, do ponto de vista econômico, se aquela atividade vai gerar lucro, através da maximização de produção e investimento sobre determinada técnica de cultivo (CALLADO, 2005). Segundo Leone (1987), a contabilidade de custos conceitua-se como o ramo da função financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos produtos, dos estoques, dos componentes da organização, dos planos operacionais e das atividades de distribuição para determinar o lucro, para ter controle das operações e par auxiliar o administrador no processo de tomada de decisões e de planejamento. 17 Alguns autores, determinam que para chegar ao custo produtivo de determinada cultura é necessário conhecimento sobre a escolha da cultura, criações e práticas a serem utilizados a curto e longo prazo, e desta forma ter subsídios para determinar a formulação de políticas agrícolas no que se refere a análise econômica (RIBEIRO, 2004). Especificamente, é de extrema importância conhecer os métodos de custeio, que, para Beuren (1993), não se limitam apenas à avaliação dos estoques, mas constituem-se em ferramentas que fornecem subsídio importantes à avaliação de desempenho dos gestores. Para Padoveze (2003), a definição do método a ser utilizado deve estar ligada ao sistema de decisão da empresa. Deste modo, a correta utilização do método de custeio está diretamente relacionada a diferenciação de despesas, custos e gastos, e desta forma todos os demais valores gastos, sejam com matéria prima, mão de obra, reforma do canavial, despesas administrativas, financeiras, ficam de fora dessa organização (CONAB, 2007). Segundo Martins (2001), no método custeio variável a incorporação dos custos fixos na produção não se mostra útil para avaliações gerenciais e tomada de decisões. O autor identifica três problemas: os custos fixos existem independentes da produção; são distribuídos aos bens e serviços baseados no critério de rateio; a apropriação é majoritariamente feita em função de fatores que, na verdade não estão efetivamente vinculados à produção e o valor do custo fixo é dependente do volume de produção. Como parte da metodologia para avaliação econômica de culturas agrícolas, Hirakuri (2015), divide o custo de produção em variável, fixo e operacional, em que o custo variável (CV) envolve componentes do processo produtivo, ou seja, aqueles que ocorrem somente se houver produção. Incluídos no CV, têm-se as despesas com insumos, mão-de-obra, combustíveis, lubrificantes, taxas, juros e serviços 18 contratados. O custo fixo (CF) compõe gastos que o produtor rural adquire independente da produção. Além disso os custos fixos e variaveis podem ser considerados como custos diretos quando atribuidos ao produto final (MARION, 1996) O custo operacional (COP), é representado pelos somados custos variável e fixo. 19 4. Material e métodos 4.1 Região de análise A região selecionada para realizar a análise econômica, foi o município de Jaboticabal. do estado de São Paulo, Região Metropolitana de Ribeirão Preto: O município é formado pela sede e pelos distritos de Córrego Rico e Lusitânia. Localizado em uma das mais ricas regiões do estado, e tem uma participação de aproximadamente 8,5% no seu produto interno bruto (PIB). De forma detalhada, na atualidade, o setor primário é composto por mais de duzentas indústrias, que atuam em diversos ramos: desde cana-de-açúcar à produção de refrigerantes e a região agrega mais de 1600 unidades comerciais de ramos diversos (BELLINGIER, 2012). A soja contribuiu com cerca de 34 mil reais, o que representa 4.8% do total relacionado a produção agricola na cidade (IBGE, 2020) Além do alto potencial no setor sucroalcooleiro, Jaboticabal é responsável pela maior produtividade de amendoim do Brasil, o que reflete diretamente sobre a realidade nacional e consequentemente sobre o quadro econômico local, classificando a mesma como região de alta produção agrícola (CONAB, 2012). Contudo devido a caracteristicas de ciclo, novas cultivares de soja podem ter um periodo de desenvolvimento menor comparado ao amendoim, o que seria favoravel para áreas de reforma de canavial (GODOY ALEXANDRINO et al., 2023). 20 Figura 2- Localização do município de Jaboticabal. 4.2 Caracterização da área experimental O experimento foi desenvolvido em área produtiva de cana-de-açúcar, em uma área total de 20,2 ha, localizada em uma propriedade de produção comercial de canade-açúcar, com as coordenadas 21°18'35.21"S e 48°21'32.35 O" (Figura 3). Figura 3- Localização da área de estudo. (Google Earth Pro, 2022) 21 De acordo com dados disponíveis no Instituto Nacional de Meteorologia, referentes ao período de 1980 a 2000, a menor temperatura registrada em Jaboticabal foi de 0,1 °C no ano de 1994, e a máxima histórica atingiu 38,5 °C em 1988 e 1997. Sobre o recorde de precipitação em 24 horas é de 125,4 milímetros em 1983 (MAPA, 2022). O solo da área experimental foi classificado como LATOSSOLO VERMELHO Autotrófico, textura argilosa, A moderado, caulinítico – oxídico (Lvef) (ANDRIOLI; CENTURION, 1999) com distribuição de partículas (areia, 200 g kg-1; silte, 290 g kg-1 e argila, 510 g kg-1 ). Tabela 1- Classificação Climática para Jaboticabal, SP, para os períodos: 1971-1980; 1981-1990;1991-2000;2001-2013 e 1971-2013 (normal climatológica). Em que, ETP: evapotranspiração potencial, DEF: deficiência hídrica; EXC: excedente hídrica; Ia: Índice de aridez; Im: índice de umidade. Thornth: classificação de Koppen-Geiger. Fonte: Nucleus, v.12, n.2, out.2015. ANO ETP DEF EXC Ia Im Thornth. Koppen 1971-1980 1126,7 73,6 349,9 6,532 27,136 B1rB’ 4 Aw 1981-1990 1155,6 96,8 424,2 8,377 31,682 B1rA’ Aw 1991-2000 1167,0 120,4 341,7 10,317 23,090 “ Aw 2001-2013 1184,2 132,5 371,7 11,189 24,675 “ Aw 1971-2013 116,0 101,3 365,6 9,077 27,314 B1rB’ 4 Aw 4.3 Operações agrícolas Para a área de cultivo da soja foram realizadas 11 operações com máquinas e implementos, sendo elas: eliminação de soqueira (Valtra BH 194); distribuição de calcário (Valtra BM 125i com distribuidor TATU dcco/v 7500); duas subsolagens (Valtra BH 194 com subsolador de 5 hastes e BH 180 com subsolador de 7 hastes); duas gradagens( Valtra BH 180 com grade de 28 discos de 28’ e BM 125i com grade 22 niveladora de 42 discos de 22’); semeadura (Semeadora Tatu de 7 linhas, 0,45m de espaçamento e Trator Valtra BM 125i) e quatro pulverizações (Valtra BM 110 com pulverizador de 21m, 4L). Em relação à metodologia para mensurar o gasto de combustível em tratores e equipamentos de vários tamanhos, segundo Fiorese (2015) e Lopes et al. (2003) a melhor maneira é através do consumo específico, pois ele considera no seu cálculo a massa e a potência produzida, sendo possível de obter por leitura direta dos instrumentos de mensuração que são expressas em termos ponderais (kg h-1) ou volumétrico (L h-1). O cálculo de consumo de combustível foi realizado a partir da fórmula que Pacheco (2000) descreveu, envolvendo a potência da máquina utilizada, seu fator de potência e a quantidade média de combustível gasta proporcional a potência, então temos: 𝐶 = 𝑃 × 𝐹𝑃 × 0,15 Onde: C= Consumo (litros/hora) P= Potência do trator FP= Fator de potência 0,15 é o consumo médio em litros cv-1 h-1 A partir dessa fórmula, o consumo de combustível de cada operação, em horas, foi mensurado. Em seguida foi necessário o cálculo de horas trabalhadas em cada operação, para enfim realizar o cálculo total de combustível. Para isso, foi utilizado a medida dos implementos e a velocidade de trabalho. O valor utilizado para o óleo diesel foi de R$ 3,73/l de acordo com a nota oficial do Ministério de Minas e Energia (2021). 23 4.4 Mão de obra A mão de obra direta engloba os custos gerais com salários, encargos sociais e benefícios do pessoal empregados diretamente na produção. Na mão de obra indireta estão os custos do departamento empregado indiretamente à produção e outros encargos que serão imputados mediante o rateio (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2008). Para o cálculo de mão de obra, Pacheco (2000), calcula o salário mensal do operador por: 𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 𝑀𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 = 1,5 × 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑣𝑖𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 + 20% 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑐𝑎𝑟𝑔𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 Em que: 𝑀𝑂 = (𝑆𝑀 × 13 ÷ ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑛𝑜) SM= Salário Mensal; MO= Custo total de Mão de Obra De acordo com os dados oficiais divulgados em 2022 do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web pela Secretaria da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, o salário vigente para o cargo de Tratorista Agrícola CBO 6410-15 utilizado para os devidos cálculos é de R$ 1.802,89. No presente estudo, foram considerados o custo de produção de soja em local de reforma canavial, realizando um levantamento dos produtos necessários durante o cultivo nos meses de novembro e dezembro de 2020 a janeiro de 2022. A análise econômica foi realizada somando custos desde o preparo de solo até a colheita da soja, incluindo todos os manejos como adubação, gasto com defensivos e fertilizantes, combustível e mão de obra. Para melhor entendimento, o trabalho foi balizado nos dados da literatura, com o objetivo de situar e comparar todos os dados coletados, estabelecendo um padrão para obter uma conclusão plausível. 24 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Insumos Para os gastos relativos à produção do cultivo de soja do trabalho em estudo, da safra de 2020/2021 se evidenciam os insumos, mão-de-obra, combustível, manutenção das máquinas e equipamentos. No que se refere aos insumos agrícolas, têm-se os adubos, sementes, fertilizantes, entre outros, sendo o principal item do custo variável na cultura da soja. Esses custos de semeadura foram apurados de acordo com os registros do livro caixa durante o período de preparo, plantio e manutenção da cultura. De acordo com a Tabela 2, entre os insumos, foram utilizados dois tipos de Herbicidas (Dual Gold ® e ZethaMaxx®). O Dual Gold® e o ZethaMaxx® são herbicidas pré-emergentes, ou seja, produtos utilizados para controlar plantas espontâneas antes da emergência das mesmas sobre o solo, porém o ZethaMaxx® tem como diferencial a sua ação residual, que garante sua maior permanência no solo, e tem seu efeito prolongado. Tabela 2- Insumos utilizados no período do cultivo na área produtiva na safra de 2020 e 2021 e impacto nos gastos. Fonte: O autor (2022). DATA PRODUTO DOSE FUNÇÃO VALOR Dose/Valor unit. TOTAL 20/11/2020 BS SEMENTES FPS 1867 IPRO 71,25 kg ha-1 - R$ 10,86 R$ 1.439,25 R$ 15.630,25 MOSAIC 0,265 L ton -1 FERTILIZANTE R$ 1.300 R$ 344,50 R$ 6.958,90 MASTERFIX PREMIER 7 INOCULANTE R$ 7,00 R$ 7,00 R$ 141,40 GRAMINEA 1 INOCULANTE R$ 54,00 R$ 54,00 R$ 1.090,80 ZETAMAX 0,5 L ha -1 HERBICIDA R$ 180,00 R$ 90,00 R$ 1.818,00 DUAL GOLD 1 L ha -1 HERBICIDA R$ 45,00 R$ 45,00 R$ 909,00 15/12/2020 AMPLIGO 0,12 L ha -1 INSETICIDA R$ 375,00 R$ 45,00 R$ 909,00 25 CO-MO PLATINUM 0,15 L ha -1 FERTILIZANTE R$140,00 R$ 21,00 R$ 424,20 OXIATIVO 0,03 L ha -1 FERTILIZANTE R$ 71,00 R$ 2,13 R$ 43,03 16/12/2020 CLORETO DE POTÁSSIO 0,1 ton ha -1 FERTILIZANTE R$ 4.560,00 R$ 456,00 R$ 9.211,20 04/01/2021 ASSIST 0,5 L ha -1 ADJUVANTE R$ 19,00 R$ 9,50 R$ 191,90 DIFERE 0,5 L ha -1 BACTERICIDA R$ 52,00 R$ 26,00 R$ 525,20 AMPLIGO 0,12 L ha-1 INSETICIDA R$ 389,00 R$ 46,68 R$ 942,94 HOLD 0,5 L ha -1 FERTILIZANTE R$ 54,00 R$ 27,00 R$ 545,40 PERITO 1 kg ha -1 INSETICIDA R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 1.414,00 STIMULATE 0,25 L ha -1 REG.CRESCIMENTO R$ 143,00 R$ 35,75 R$ 722,15 ORKESTRA 0,3 L ha -1 FUNGICIDA R$ 355,00 R$ 106,50 R$ 2.151,30 19/02/2021 PERITO 1 kg ha -1 INSETICIDA R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 1.414,00 28/01/2022 AMPLIGO 0,15 L ha -1 INSETICIDA R$ 375,00 R$ 56,25 R$ 1.136,25 ASSIST 0,5 L ha -1 ADJUVANTE R$ 19,00 R$ 9,50 R$ 191,90 CELLERON 0,5 L ha -1 FERTILIZANTE R$54,00 R$ 27,00 R$ 545,40 APROACH 0,3 L ha -1 FUNGICIDA R$ 179,00 R$ 53,70 R$ 1.084,74 PREVINIL 1 kg ha -1 FUNGICIDA R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 1.414,00 ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// R$ 49.414,95 No caso estudado, houve um custo total com herbicidas de R$ 2.727,00 ou R$135,00 ha-1. Segundo Rodigheri (2021), para a safra de soja de 2020/ 2021, em sua pesquisa, os custos com herbicidas atingiram um montante de R$ 1470,00 ou R$ 81,65 ha-1. Para a mesma safra, Silva e Dobashi (2022), em um estudo em Campo Grande-MS, totalizaram o custo com herbicidas em R$ 273,59 ha-1. Para os resultados de Santos (2021), o custo com herbicidas foi de R$143,16 ha-1, em um cenário produção de soja em áreas de renovação de canavial, no município de Jaboticabal-SP. Podemos analisar os dados e entender que os herbicidas são custos que são facilmente ligados à produção de determinado produto, por isso são denominados 26 custo direto e influenciam diretamente no planejamento de uma reforma canavial e o valor a ser gasto com investimento em produção e mão de obra. Foram utilizados cinco tipos de fertilizantes ou adubos, dentre eles o fertilizante da marca MOSAIC®, que é um produto que garante uma maturação mais uniforme e um balanço nutricional adequado para a lavoura, devido a sua composição de três nutrientes altamente solúveis em água: magnésio enxofre e potássio. Além de proporcionar lavouras homogêneas e sadias, K-Mag® assegura o enchimento de grãos e o desenvolvimento de frutos e colmos. Outro fertilizante utilizado foi o CoMo Platinum®, que é um fertilizante líquido com alta eficiência de absorção pelas plantas, que contém concentrações superiores de cobalto e molibdênio, conjuntamente com o fertilizante Oxiativo® que é um produto multifuncional que visa proporcionar melhorias no processo de pulverização, o Hold®, que é uma solução fisiológica que aumenta a produtividade das plantas através da diminuição dos efeitos causados por estresses e Cloreto de Potássio. Dentre os produtos que foram utilizados com função fertilizante, ou seja, substância aplicada ao solo ou tecidos vegetais para prover um ou mais nutrientes essenciais ao crescimento das plantas, foi gasto um total de R$ 17728,13, ou R$ 877,63 ha-1. Ao passo que Silva e Dobashi (2022) estimam os custos com fertilizantes em R$ 1.227,24 ha-1. Para Santos (2021), o custo com fertilizantes foi de R$771,48 ha-1, em um caso semelhante, em um cenário produção de soja em áreas de renovação de canavial, no município de Jaboticabal-SP. De acordo com Trevisol (2022) o alto custo nas despesas do semeadura correspondente a adubação está relacionada a antecipação nas compras de insumos para as safras de 2021/22 e 2022/23.Nos tratos da fazenda foram utilizados dois tipos de inoculantes: o Masterfix premier® que contém a bactéria Azospirillum brasilense, 27 que fixa o nitrogênio do ar (N2) e libera amônio (NH4) às raízes das gramíneas e o Masterfix Gramíneas®, que também tem a mesma função e composição, porém apresentações diferentes, líquida e turfosa, com um investimento de R$ 1232,20 ou R$ 61,00 ha-1, em comparação, Silva e Dobashi (2022) estimam o custo de produção em R$37,45 ha-1. Sobre o uso de inseticidas, os mesmos foram utilizados exclusivamente nos meses de dezembro de 2020 e janeiro de 2021; sendo que o Ampligo®, um inseticida de contato, foi utilizado em ambos os meses, no total de duas vezes com intervalo de 30 dias. No mês de dezembro de 2020 foi utilizado apenas este inseticida e no mês de janeiro de 2021, a aplicação se deu conjuntamente com o inseticida Perito®, que é inseticida sistêmico com ação de contato e ingestão, pertencente ao grupo 1B dos inibidores da acetilcolinesterase., totalizando um investimento de R$ 5.816,19 ou R$ 287,93 ha-1. De acordo com Silva e Dobashi (2022), o custo médio com inseticidas no estado de Mato Grosso do Sul foi de R$ 253,52 ha-1, considerando a média dos preços e receitas no estado em 2020 . A produção de soja também tem atualmente como um dos principais custos a aplicação de fungicidas, principalmente para o controle da ferrugem asiática, que a cada ano que passa necessita de novos produtos para seu controle. No presente trabalho, os custos totais com fungicidas foram de R$4650,04, ou seja R$ 230,20 ha - 1. As descrições detalhadas dos custos com insumos encontram-se na Tabela 2, totalizando um investimento de R$ 49.414,95 em insumos. De acordo com o Figura 4, os maiores gastos com insumos no período de novembro de 2020 a janeiro de 2022, foram com fertilizantes (R$ 877,63 ha-1) e sementes (R$ 773,77 ha-1) que representam respectivamente 35,9% e 31,6% do investimento com insumos. 28 Figura 4- Relação entre gastos com insumos no período do cultivo na área produtiva na safra de 2020 e 2021. Os gastos com defensivos resultaram em um total de R$ 2446,29 ha-1, e representaram um total de 27,8% desse tipo de custo, que engloba: fungicidas (R$ 230,20 ha-1); bactericida (R$26,00 ha-1); inseticidas (R$287,93 ha-1) e herbicidas (R$135,00 ha-1), representando respectivamente: 9,4%, 1,1%, 11,8% e 5,5% do investimento com insumos. Os dispêndios com defensivos no trabalho se diferem dos resultados obtidos por Costa e Gelain (2014), que, em seu estudo de custos de produção no cultivo da soja, descreveram os diferentes dispêndios com insumos e apontaram os defensivos como principais gastos no sistema de produção, em que os fungicidas utilizados no controle da ferrugem asiática da soja e demais doenças tiveram um custo de R$ 184,02 ha-1. Em relação aos custos com inseticidas, o dispêndio foi de R$ 99,92 ha-1. Já as despesas com herbicidas foram de R$ 148,50 ha-1, que, de acordo com a Figura 5 representam respectivamente 19,2%, 10,4% e 15,5% dos custos com insumos. 29 Em contrapartida, mais recentemente, Gomes (2019) e Richetti (2020) reportaram resultados similares aos apresentados neste estudo. Onde o custo com fertilizantes foi maior do que com produtos fitossanitarios, representando aproximadamente 40% e 20%’ repectivamente, do custo total. Isso se deve a alta nos preços de fertilizantes e na queda de importações, especialmente durante a pandemia de COVID-19 (PINHEIRO et al., 2022), o que pode levar a repercusão até mesmo nos preço dos produtos agropecuários (NOGUEIRA et al., 2023). Essas mudanças no cenario nacional e internacional explicam o por que nossos resultados diferem de Costa e Gelain (2014). Além disso, o conflito armado entre Russia e Ucrania gera mais instabilidade para o setor (NASCIMENTO, 2022), contudo isso ainda não foi totalmente entendido, muito menos implicações advindas dele, portanto estudos futuros são necessarios para quantizar esse impacto. Figura 5- Relação entre gastos com insumos no estudo de Costa e Gelain (2014) no período da safra de 2014 e 2015. 30 5.2 Máquinas Os custos relativos ao combustível utilizado nas operações agrícolas totalizaram R$3.896,02, valor equivalente a R$192,87 ha-1 (Tabela 3), A eliminação de soqueiras de cana representa os maiores custos com maquinário, com o custo total de R$ 1.019,65, o equivalente a R$ 50,47 ha-1. Tabela 3- Operações e relação entre consumo e total gasto com combustível. Fonte: O autor (2022). OPERAÇÃO CONSUMO/ HORA (l/h) TEMPO DE TRABALHO (h) TOTAL GASTO (l) PREÇO DE AQUISIÇÃO DO COMBUSTÍVEL (R$) CUSTO FINAL (R$) Eliminação de soqueira 16,00 17,08 273,36 3,73 1.019,65 Distribuição de calcário 10,89 4,14 45,08 3,73 168,15 1ª Subsolagem 16,08 16,4 263,71 3,73 983,64 1ª Gradagem 13,44 9,6 129,02 3,73 481,24 2ª Gradagem 10,89 3,05 33,21 3,73 123,87 31 2ª Subsolagem 13,44 4,88 65,58 3,73 244,61 Semeadura 10,89 10,84 118,04 3,73 440,29 1º Pulverização 8,74 1,22 10,66 3,73 39,60 2º Pulverização 8,74 1,22 10,66 3,73 39,60 3º Pulverização 8,74 1,22 10,66 3,73 39,60 4º Pulverização 8,74 1,22 10,66 3,73 39,60 Colheita 11,05 6,7 74,04 3,73 276,17 /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// 3.896,02 5.3 Mão de obra O custo da mão de obra para essas operações foi de 21,19 R$/hora. Um total de R$1643,70, ou R$81,37 ha-1. 5.4 Produtividade A área em análise obteve produtividade de 2434,20 kg ha-1 ou 40,57 sacas ha1 (Figura 5), o que contrasta com os resultados do estudo de comparação ao estudo de Costa e Gelain (2014), em que se obteve uma produtividade de 55 sacas ha-1 mesmo com menores investimentos em insumos, como inoculantes, o que pode evidenciar outros gargalos do processo do cultivo da soja na área em estudo. De acordo com a Embrapa Soja (2001), a inoculação, que pode não resultar em incrementos nos rendimentos, auxilia o estabelecimento da população de rizóbio no solo, o que favorecerá culturas futuras, quando se esgotarem as reservas de N do solo, o que justifica o despêndio com esse insumo para o cultivo da soja. 32 Figura 5- Mapa de produtividade da área em análise, expressa em quilogramas por hectare. Utilizando o preço médio da saca de soja da safra de 2020/2021 (R$184), temse o valor de R$7.464,88 ha-1, resultado em uma receita bruta de R$150.784,63. 5.5 Custos e receita Sobre a análise econômica do cultivo da soja, inseridos nos custos variáveis, os insumos demandaram um investimento de R$ 49.414,96 ou R$ 2446,29 ha-1. Os custos variáveis com maquinário e combustíveis foram de R$3.896,02 ou R$192,87 ha-1. Sobre o custo com mão de obra, houve um dispêndio de R$1643,70, ou R$81,37 ha-1. Totalizou-se o custo operacional em R$ 2720,53 ha-1. De acordo com os fatores avaliados, gerou-se uma receita líquida de R$4744,35. 6 CONCLUSÕES Pode-se afirmar de acordo com o estudo que é necessário conhecimento sobre a área e região para determinar e escolher o cultivo ideal para aquela determinada reforma, além de investimento em produtos de qualidade para sanar as deficiências de solo e agregar valor ao produto que será cultivado. Em comparativo com a revisão bibliográfica, podemos analisar os dados e entender que os herbicidas são custos que 33 são facilmente ligados à produção de determinado produto,. A tomada de decisão para as aplicações de fertilizantes deve ser realizada com base em estudos e acompanhamento do mercado, visto que esses componentes se destacaram, ao representar 35,9 % dos gastos com insumos. O processo de renovação do canavial demanda muito investimento por parte de produtores e um planejamento corretamente estruturado afeta diretamente em bons resultados no cultivo da cana-de-açúcar, já que todas as atividades que estão envolvidas na implantação do canavial precisam ser previamente programadas. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRE, R. G. B.; GARCIA, A. Alguns aspectos climáticos do município de Jaboticabal-SP. Nucleus, v. 12, n. 2, p. 263-269, 2015. ANDRIOLI, I.; CENTURION, J. F. Levantamento detalhado dos solos da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal. 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