UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA INSTITUTO DE QUÍMICA DE ARARAQUARA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA Identificação e caracterização de isoformas de fosfomonohidrolases presentes na cauda de girinos de Rã-touro (Lithobates catesbeianus) durante o desenvolvimento larval ADRIANO MARQUES GONÇALVES Tese de Doutorado 2017 Adriano Marques Gonçalves Identificação e Caracterização de Isoformas de Fosfomonohidrolases Presentes na Cauda de Girinos de Rã-touro (Lithobates catesbeianus) Durante o Desenvolvimento Larval Tese apresentada ao Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Biotecnologia. Orientador: João Martins Pizauro Junior Araraquara 2017 Elaboração: FICHA CATALOGRÁFICA Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação Biblioteca do Instituto de Química, Unesp, câmpus de Araraquara G635i Gonçalves, Adriano Marques Identificação e caracterização de isoformas de fosfomonohidrolases presentes na cauda de girinos de Rã-touro (Lithobates catesbeianus) durante o desenvolvimento larval / Adriano Marques Gonçalves. – Araraquara : [s.n.], 2017 84 f. : il. Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Química Orientador: João Martins Pizauro Junior 1. Morte celular. 2. Metamorfose. 3. Fosfatases. 4. Mitocôndria. 5. Anuro. I. Título. DADOS CURRICULARES IDENTIFICAÇÃO Nome: Adriano Marques Gonçalves Nome em citações científicas: GONÇALVES, A. M.; GONÇALVES, ADRIANO, M. ENDEREÇO PROFISSIONAL Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Jaboticabal, Departamento de Tecnologia. Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, CEP 14884-900, Jaboticabal/SP. FORMAÇÃO ACADÊMICA Bacharelado em Ciências Biológicas, eixo de Conservação da Fauna, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - FCAV/UNESP Jaboticabal (2007-2010). Mestrado em Biotecnologia, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - IQ/UNESP Araraquara (2011-2013). Doutorado em Biotecnologia, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - IQ/UNESP Araraquara (2013-2017). PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA Artigos completos publicados em Periódicos: 1. SANTOS, LUIZ FLÁVIO JOSÉ DOS; DE OLIVEIRA-BAHIA, VERONICA REGINA LOBATO; NAKAGHI, LAURA SATIKO OKADA; DE STEFANI, MARTA VERARDINO; GONÇALVES, ADRIANO MARQUES; JUNIOR, JOÃO MARTINS PIZAURO. Ontogeny of the Digestive Enzymes of Tadpoles of Lithobates catesbeianus. Copeia. , v.104, p.838 - 842, 2016. 2. GONÇALVES, ADRIANO M.; SANTOS, LUIZ F. J.; SANTANA, CAROLINE C.; COLOSIO, RAFAEL R.; PIZAURO, JOÃO M. Activity of Tail Phosphatases: A Study during Growth and Metamorphosis of Lithobates catesbeianus. Copeia. , v.103, p.634 - 638, 2015. 3. ETO, S. F.; FERNANDES, D. C.; GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; MORAES, J. R. E.; PIZAURO, J. M.; MORAES, F. R. Histologia dos órgãos e tecidos linfóides de galinhas poedeiras White Leghorn. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias. , v.110, p.74 - 78, 2015. 4. ROMBOLA, TIAGO; PEDRINHO, ELIAMAR APARECIDA; DE MACEDO LEMOS, ELIANA; GONÇALVES, ADRIANO; DOS SANTOS, LUIZ FLÁVIO; PIZAURO, JOÃO. Identification and enzymatic characterization of acid phosphatase from Burkholderia gladioli. BMC Research Notes. , v.7, p.221 - , 2014. Trabalhos publicados em Anais de eventos científicos: 1. GONÇALVES, A. M.; COLOSIO, R. R.; SANTOS, L. F. J.; SANTANA, C. C.; PAVARINA, G. C.; NEIRA, L. M.; OLIVEIRA, G. M.; VIEIRA, V. I.; FERREIRA, G. C.; ETO, S. F.; FERNANDES, D. C.; PIZAURO, J. M. Identification and kinetic characterization of phosphatases isozymes of Lithobates catesbeianus tadpoles tail during metamorphosis In: XLV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2016, Foz do Iguaçu. Anais da XLV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. , 2016. 2. FERNANDES, D. C.; ETO, S. F.; GONÇALVES, A. M.; SANTANA, C. C.; COLOSIO, R. R.; PIZAURO, J. M. Método Imunoenzimático de Elisa Utilizando IgY para Detecção de Proteínas Microbianas de Células Bacterianas de Streptococcus agalactiae In: 1º Congresso Brasileiro de Microbiologia Agropecuária, Agrícola e Ambiental, 2016, Jaboticabal. Anais do 1º Congresso Brasileiro de Microbiologia Agropecuária, Agrícola e Ambiental. 2016. 3. FERNANDES, D. C.; ETO, S. F.; GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; OLIVEIRA, G. M.; PIZAURO, J. M. Produção e Purificação de Anticorpos Anti-Aeromonas hydrophila: Padronização para o Ensaio de Blot In: 1º Congresso Brasileiro de Microbiologia Agropecuária, Agrícola e Ambiental, 2016, Jaboticabal. Anais do 1º Congresso Brasileiro de Microbiologia Agropecuária, Agrícola e Ambiental. 2016. 4. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; SANTANA, C. C.; PIZAURO, J. M. A Study of Tail’s Acid and Alkaline Phosphatases During Bullfrog’s (Lithobates catesbeianus) Larval Development In: 23rd Congress of the International Union for Biochemistry and Molecular Biology, 2015, Foz do Iguaçu. Anais do 23rd Congress of the International Union for Biochemistry and Molecular Biology. 2015. 5. SANTANA, C. C.; GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; OLIVEIRA, G. M.; PAVARINA, G. C.; PIZAURO, J. M. Alkaline phosphatase LPS dephosphorylase activity during bullfrog's (Lithobates catesbeianus) metamorphosis In: 23rd Congress of the International Union for Biochemistry and Molecular Biology, 2015, Foz do Iguaçu. Anais do 23rd Congress of the International Union for Biochemistry and Molecular Biology. 2015. 6. NEIRA, L. M.; GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; SANTANA, C. C.; COLOSIO, R. R.; BUZOLLO, H.; NASCIMENTO, T. M. T.; PIZAURO, J. M.; CARNEIRO, D. J. Electrophoresis as a tool to estimate the polypeptide chain in tilapia waste hydrolisate In: Aquaculture America, 2015, New Orleans. Anais do Aquaculture America 2015. 2015. 7. COLOSIO, R. R.; SANTOS, L. F. J.; GONÇALVES, A. M.; SANTANA, C. C.; PAVARINA, G. C.; NEIRA, L. M.; PIZAURO, J. M. Hydrolases activities during the bone formation process in Lithobates catesbeianus In: 23rd Congress of the International Union for Biochemistry and Molecular Biology, 2015, Foz do Iguaçu. Anais da 23rd Congress of the International Union for Biochemistry and Molecular Biology. 2015. 8. COLOSIO, R. R.; SANTOS, L. F. J.; GONÇALVES, A. M.; SANTANA, C. C.; MENEZES, M. P.; PIZAURO, J. M. Bone Nucleoside Triphosphate Pyrophosphohydrolase and Alkaline Phosphatase Activities During Lithobates catesbeianus Limbs Development In: XLIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2014, Foz do Iguaçu. Anais da XLIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2014. 9. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; SANTANA, C. C.; BALDISSERA, G.; PIZAURO, J. M. Membrane Interaction Study of Acid and Alkaline Phosphatases from Bull Frog (Lithobates catesbeianus) Tadpoles Tail In: XLIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2014, Foz do Iguaçu. Anais da XLIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2014. 10. SANTOS, L. F. J.; GONÇALVES, A. M.; COLOSIO, R. R.; SANTANA, C. C.; PAVARINA, G. C.; PIZAURO, J. M. PC-1, Alkaline and Acid Phosphatases Activities in Normal and Affected by Tibial Dyschondroplasia Chickens In: XLIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2014, Foz do Iguaçu. Anais da XLIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2014. 11. MENEZES, M. P.; GONÇALVES, A. M.; COLOSIO, R. R.; CURSINO, M. S.; DUARTE, J. M. B.; PIZAURO, J. M. Seminal Evaluation and Determination of Protein Concentration Present in Seminal Plasma of Two Species of Brown Brocket Deer (Mazama gouazoubira and M. nemorivaga) Maintained in Captivity In: XLIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2014, Foz do Iguaçu. Anais da XLIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2014. 12. COLOSIO, R. R.; SANTOS, L. F. J.; GONÇALVES, A. M.; SANTANA, C. C.; PEREIRA, M. C.; PIZAURO, J. M. Activity of Acid and Alkaline Phosphatases Present in the Bone Tissue of Lithobates catesbeianus During the Limbs Development Period In: XLII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2013, Foz Iguaçu. Anais da XLII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2013. 13. SANTANA, C. C.; GONÇALVES, A. M.; COLOSIO, R. R.; PEREIRA, M. C.; PAVARINA, G. C.; PIZAURO, J. M. Activity of Phosphomonohydrolases Present in the Liver of Bullfrog’s Tadpoles During Metamorphosis In: XLII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2013, Foz Iguaçu. Anais da XLII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2013. 14. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; SANTANA, C. C.; PIZAURO, J. M. Pyrophosphatase And ATPase Activities From Bull Frog (Lithobates catesbeianus) Tadpoles’ Tail During Development And Metamorphosis In: XLII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2013, Foz Iguaçu. Anais da XLII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2013. 15. SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; GONÇALVES, A. M.; SANTANA, C. C.; PIZAURO, J. M. Partial Characterization Of Intestinal Alkaline Phosphatase From Tadpoles Bull frog (Lithobates catesbeianus) In: XLI Reuniao Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2012, Foz do Iguaçu. Anais da XLI Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2012. 16. SANTANA, C. C.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; GONÇALVES, A. M.; PIZAURO, J. M. Partial Kinetic Characterization of acid and alkaline phosphatases from different tissues of Bull Frog tadpoles (Lithobates catesbeianus) In: XLI Reuniao Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2012, Foz do Iguaçu. Anais da XLI Reuniao Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2012. 17. COLOSIO, R. R.; GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; PIZAURO, J. M. Activity of Acid and Alkaline Phosphatase in Endochondral Ossification of Lithobates catesbeianus During the Metamorphic Climax In: XL Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2011, Foz do Iguaçu. Anais da XL Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2011. 18. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; PIZAURO, J. M. Partial Characterization of Phosphomonohydrolases from Lithobates catesbeianus Tail During Metamorphosis In: XL Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2011, Foz do Iguaçu. Anais da XL Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2011. 19. COLOSIO, R. R.; GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; PIZAURO, J. M. Acid And Alkaline Phosphatases Activities Of Lithobates catesbeianus Forelimbs During Metamorphosis In: XXXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2010, Foz do Iguaçu. Anais da XXXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2010. 20. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; PIZAURO, J. M. Activities of Phosphomohydrolase from Lithobates catesbeianus Tail During Metamorphosis In: XXXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2010, Foz do Iguaçu. Anais da XXXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2010. 21. SANTOS, L. F. J.; OLIVEIRA-BAHIA, V. R. L.; NAKAGHI, L. S. O.; STÉFANI, M. V.; GONÇALVES, A. M.; PIZAURO, J. M. Hydrolases Activities In Lithobates catesbeianus Tadpoles Digestive System During Larval Development In: XXXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2010, Foz do Iguaçu. Anais da XXXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2010. 22. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; PIZAURO, J. M. Activity Of Alkaline Phosphatase From Lithobates catesbeianus During Metamorphosis In: XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2009, Aguas de Lindoia. Anais da XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2009, Águas de Lindóia. Anais da XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2009. 23. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; PIZAURO, J. M. Atividade da fasfatase alcalina da cauda de Lithobates catesbeianus durante a metamorfose In: Congresso de Biólogos do CRBio-1 (SP, MT, MS), 2009, São Pedro. Anais do XIX Congresso de Biólogos do CRBio- 1 (SP, MT, MS). 2009. 24. SANTOS, L. F. J.; OLIVEIRA-BAHIA, V. R. L.; NAKAGHI, L. S. O.; STÉFANI, M. V.; GONÇALVES, A. M.; PIZAURO, J. M. Behavior of Digestives Enzymes During the Larval Development of Lithobates catesbeianus In: XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2009, Aguas de Lindoia. Anais da XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2009, Águas de Lindóia. Anais da XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. 2009. 25. SANTOS, L. F. J.; OLIVEIRA-BAHIA, V. R. L.; NAKAGHI, L. S. O.; STÉFANI, M. V.; GONÇALVES, A. M.; PIZAURO, J. M. Variação da atividade proteolítica no sistema digestório de girinos de Lithobates catesbeianus In: Congresso de Biólogos do CRBio-1 (SP, MT, MS), 2009, São Pedro. Anais do XIX Congresso de Biólogos do CRBio-1 (SP, MT, MS). 2009. 26. GONÇALVES, A. M.; PIZAURO, J. M.; SANTOS, L. F. J.; OLIVEIRA-BAHIA, V. R. L.; NAKAGHI, L. S. O.; STÉFANI, M. V. Atividade da tripsina pancreática en girinos de rã- touro (Rana catesbeiana) nos diferentes estágios metamórficos In: VJornada de Iniciação Científica, 2008, Jaboticabal. Anais da V Jornada de Iniciação Científica. 2008. Apresentação de trabalho ou Palestras: 1. GONÇALVES, A. M. Ciências Biológicas, 2016. (Palestra) 2. GONÇALVES, A. M. Ciências Biológicas, 2016. (Palestra) 3. GONÇALVES, A. M. Regeneração e Metamorfose: O papel dos anfíbios para a compreensão de processos biológicos, 2016. (Palestra) 4. GONÇALVES, A. M. Metamorfose: os anfíbios como modelos não tradicionais no estudo em biotecnologia, 2015. (Palestra) 5. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; SANTANA, C. C.; BALDISSERA, G.; PIZAURO, J. M. Membrane Interaction Study of Acid and Alkaline Phosphatases from Bull Frog (Lithobates catesbeianus) Tadpoles Tail, 2014. (Apresentação de Trabalho) 6. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; SANTANA, C. C.; PIZAURO, J. M. Pyrophosphatase And ATPase Activities From Bull Frog (Lithobates catesbeianus) Tadpoles’ Tail During Development And Metamorphosis, 2013. (Apresentação de Trabalho) 7. SANTOS, L. F. J.; GONÇALVES, A. M.; COLOSIO, R. R.; SANTANA, C. C.; PEREIRA, M. C. Desenvolvimento de Girinos: Estudos Para Criação, Ecologia e Conservação, 2011. (Apresentação de Trabalho) 8. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; PIZAURO, J. M. Partial Characterization of Phosphomonohydrolases from Lithobates catesbeianus Tail During Metamorphosis, 2011. (Apresentação de Trabalho) 9. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R.; PIZAURO, J. M. Activities of Phosphomohydrolase from Lithobates catesbeianus Tail During Metamorphosis, 2010. (Apresentação de Trabalho) 10. GONÇALVES, A. M. Atuação do Biólogo na Área de Enzimologia Aplicada, 2010. (Palestra) 11. GONÇALVES, A. M.; PIZAURO, J. M.; SANTOS, L. F. J.; COLOSIO, R. R. Caracterização da atividade de fosfomonohidrolases da cauda de Lithobates catesbeianus durante a metamorfose, 2010. (Apresentação de Trabalho) 12. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; PIZAURO, J. M. Activity Of Alkaline Phosphatase From Lithobates catesbeianus During Metamorphosis, 2009. (Apresentação de Trabalho) 13. GONÇALVES, A. M.; SANTOS, L. F. J.; PIZAURO, J. M. Atividade da fasfatase alcalina da cauda de Lithobates catesbeianus durante a metamorfose, 2009. (Apresentação de Trabalho) 14. GONÇALVES, A. M.; PIZAURO, J. M.; CASANOVA, D. C.; SANTOS, L. F. J. Atividade das fosfatases ácida e alcalina da cauda de Lithobates catesbeianus durante a metamorfose, 2009. (Apresentação de Trabalho) 15. GONÇALVES, A. M.; PIZAURO, J. M.; SANTOS, L. F. J.; OLIVEIRA-BAHIA, V. R. L.; NAKAGHI, L. S. O.; STÉFANI, M. V. Atividade da tripsina pancreática en girinos de rã-touro (Rana catesbeiana) nos diferentes estágios metamórficos, 2008. (Apresentação de Trabalho) 16. GONÇALVES, A. M.; PIZAURO, J. M.; SANTOS, L. F. J.; OLIVEIRA-BAHIA, V. R. L.; NAKAGHI, L. S. O.; STÉFANI, M. V. Comportamento de catepsina-E e tripsina durante a metamorfose em girinos de Lithobates catesbeianus, 2008. (Apresentação de Trabalho Pedidos de patente: ETO, S. F. ; ETO, A. K. ; MORAES, F. R. ; MORAES, J. R. E. ; PIZAURO, J. M. ; FERNANDES, D. C. ; CLAUDIANO, G. S. ; GONÇALVES, A. M. ; SANTOS, L. F. J. ; SALVADOR, R. ; ETO, A. N. ; BALBUENA, T. S. . Rações nutracêuticas e seus usos. 2015, Brasil. Patente: Privilégio de Inovação. Número do registro: BR1020150141548, data de depósito: 16/06/2015, título: "Rações nutracêuticas e seus usos", Instituição de registro:INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Participação em eventos científicos: 1. TICs no Ensino, 2016. (Oficina) 2. 23rd Congress of the International Union for Biochemistry and Molecular Biology, 2015. (Congresso) 3. VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental - A avaliação da década da educação para o Desenvolvimento Sustentável e perspectivas futuras, 2015. (Congresso) 4. XLIV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2015. (Congresso) 5. Apresentação de Poster / Painel no(a) XLIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2014. (Congresso). Membrane Interaction Study of Acid and Alkaline Phosphatases from Bullfrog (Lithobates catesbeianus) Tadpoles Tail. 6. Apresentação de Poster / Painel no(a) XLII Reuniao Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecularular, 2013. (Congresso). Pyrophosphatase And ATPase Activities From Bull Frog (Lithobates catesbeianus) Tadpoles’ Tail During Development And Metamorphosis. 7. XLI Reuniao Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2012. (Congresso) 8. Avaliador no I Fórum de Extensão Universitária, 2011. Avaliador de Trabalhos. 9. I Fórum de Extensão Universitária, 2011. 10. Apresentação de Poster / Painel no(a) XL Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2011. (Congresso) Partial Characterization of Phosphomonohydrolases from Lithobates catesbeianus Tail During Metamorphosis. 11. IX JABu Jornada Anual Biológica da Unesp, 2010. 12. VI CEBIO Colóquio sobre Educação do Curso de Ciências Biológicas da U, 2010. 13. Apresentação de Poster / Painel no(a) XXII Congresso de Iniciação Cientifica da UNESP, 2010. (Congresso). Caracterização da atividade de fosfomonohidrolases da cauda de Lithobates catesbeianus durante a metamorfose. 14. Apresentação de Poster / Painel no(a) XXXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2010. (Congresso). Activities of Phosphomohydrolase from Lithobates catesbeianus Tail During Metamorphosis. 15. Apresentação de Poster / Painel no(a) Congresso de Biólogos do CRBio-1 (SP, MT, MS), 2009. (Congresso). Activity of Alkaline Phosphatase From Lithobates catesbeianus' tail During Metamorphosis. 16. V CEBIO Colóquio sobre Educação do Curso de Ciências Biológicas da U, 2009. 17. Apresentação de Poster / Painel no(a) XXI Congresso de Iniciação Cientifica da UNESP, 2009. (Congresso). Atividade das fosfatases ácida e alcalina da cauda de Lithobates catesbeianus durante a metamorfose. 18. Apresentação de Poster / Painel na XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, 2009. (Congresso). Activity Of Alkaline Phosphatase From Lithobates catesbeianus During Metamorphosis. 19. IV CEBIO Colóquio sobre Educação do Curso de Ciências Biológicas da Unesp Jaboticabal, 2008. 20. Apresentação de Poster / Painel no(a) Jornada de Iniciação Cientifica da FCAVJ-UNESP, 2008. Atividade da tripsina pancreática en girinos de rã-touro (Rana catesbeiana) nos diferentes estágios metamórficos. 21. Apresentação de Poster / Painel no(a) XX Congresso de Iniciação Cientifica da UNESP, 2008. (Congresso). Comportamento de catepsina-E e tripsina durante a metamorfose em girinos de Lithobates catesbeianus. 22. Conferencista no(a) Exposição Água é Vida. Cuide desse bem, 2007. (Oficina). Exposição Água é Vida. Cuide desse bem. 23. III CEBIO Colóquio Sobre Educação do Curso de Ciências Biológicas, 2007. (Seminário) 24. Mini Curso: Animais peçonhentos, 2007. (Seminário) 25. Mini Curso:Aplicações da genética e biologia molecular, 2007. (Seminário) 26. VI JABU Jornada Anual Biológicas da Unesp, 2007. (Seminário) 27. XXII SECITAP - Sobrevivência em Matas, 2007. (Seminário) Orientações: 1. Caroline Carla Santana. Co-orientação do Trabalho de Conclusão de Curso "Estudo da Atividade das Fosfatases Ácida e Alcalina Presentes em Fígado de Girinos de Rã-touro (Lithobates catesbeianus) na Metamorfose. 2012. Ciências Biológicas - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP – Jaboticabal AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais, Carlos Alberto Gonçalves e Maria Aparecida Marques Gonçalves, Por terem me possibilitado trilhar os caminhos da maneira que eu escolhi. Sem dúvida nenhuma, nada disso seria possível sem o amor, o carinho e os conselhos que me deram. Vocês são meu exemplo de vida, de caráter e de companheirismo. Espero que eu ainda possa orgulhá-los muito, obrigado pela vida. Amo muito vocês. À minha irmã, Andréa Marques Gonçalves, por todo amor e amizade. por ter me dado de presente as minhas sobrinhas, Isabela e Manuela, que, mesmo sem saber, já me ensinaram muito mais sobre a vida do que eu as ensinei sobre qualquer coisa. Apesar de todas as preocupações, no final, só há felicidade. Também agradeço aos meus avós, que, mesmo ausentes, infelizmente, deixaram grandes ensinamentos de amor e educação. Com eles, pude aprender a lidar com os meus sentimentos, e compreender um pouco mais sobre a vida e o fato de, muitas vezes, não temos controle nenhum sobre ela. Assim, me ensinaram a nunca deixar os sentimentos ruins sobressaírem dos bons, pois não sabemos o dia de amanhã. Aos meus tios e primos, por todo amor e carinho, pelos momentos felizes e tristes que passamos juntos e pelas incontáveis lições que aprendi ao lado de vocês. Agradeço ao Professor João Martins Pizauro Junior, meu orientador, por todos esses anos de convívio e aprendizado. Devo ressaltar que além de é um excelente profissional, também o tenho como amigo. Obrigado por todas as conversas e conselhos durante todos esses anos, posso dizer que tê-lo como orientador só me fez crescer como pessoa e profissional. Sem dúvida, sempre será um exemplo para mim. Aos meus companheiros de laboratório: Maria Cecília (Mi-leva), Caroline (Frígida), Rafael (Dopamina), Lígia, Mareliza (Dá-fiel), Gabriella (Prima), Natália, Luiz Flávio José (Pudendo), Estevão (Xukrrutt), Gustavo (Tendeu), Gabriel (Covi), Dayanne e Silas; por todo o aprendizado e convívio. Costumamos brincar que não somos o LEA, mas sim, o FamiLEA. Acredito que será difícil encontrar um local tão harmonioso e amistoso como o nosso laboratório. O percurso nem sempre é fácil, mas ao lado de vocês, eu tenho certeza de que, além de mais simples, é muito mais engraçado. É difícil destacar alguém, mas gostaria de chamar a atenção para o Luiz Flávio José, pois ele foi decisivo para o curso que a minha vida tomou. Gostaria de agradecer também à Bio07, a melhor turma de Biologia da FCAV de todos os tempos. Para os que não acreditam, basta olhar o nosso histórico nas competições do IntraBio. Aproveito também para agradecer ao pessoal do futebol de segunda-feira por todos esses anos de convívio e atividades físicas. Talvez, sem os jogos de segunda, as coisas teriam sido mais difíceis, afinal, os momentos de descontração são muito importantes. Agradeço aos meus companheiros Pedro (Parlito) e Guilherme (Poderosa) pelas reuniões e discussões que, embora sempre descontraídas, acabavam por reaver nossos tempos áureos de Centro Acadêmico. Aos meus companheiros de República: Valter (Biskoitão), Igor (Tele-Ton), André Felipe (Black-Out) e Rodrigo (Mono-bola); por todos os momentos de diversão, de conversa, de aprendizado e de discussões profícuas. Foi muita sorte encontrar essas pessoas tão boas e tê- las ao meu lado por esses quase dez anos. Eles participaram do meu amadurecimento pessoal e profissional, só tenho a lhes agradecer por tudo. À Thaís Angeli, a qual tornou todos esses anos muito mais tranquilos e menos estressantes. Devo agradecer por sua amizade, carinho e cumplicidade, além, é claro, de suas revisões de texto. Sem ela tudo teria sido mais difícil, obrigado por ser meu porto seguro, minha melhor amiga e minha inspiração para continuar. Só ela sabe o quanto teve que me aguentar nos momentos mais difíceis e o quanto foi necessária para manter minha saúde mental. Ao término dessa etapa é chegado o momento para escolhermos juntos os caminhos que trilharemos. Não poderia deixar de agradecer nossa cachorrinha, a Cloe, que só nos traz alegrias e torna nossos dias sempre mais divertidos e cheios de carinho. Agradeço também aos meus amigos Araraquarenses, sobretudo Raphael (Gordo), Raphael (Rosa), Ramon (Ruivo cara), Gabriel (Chulão), Gabriel (Puto), André (Primo), Luis (Maleite), Bruno (D), Murilo (Dú), Leonardo (Pink), Caio, Alécio e Felipe, por tantos anos de amizade e, é claro, pelas risadas. Agradecimento especial aos que sempre foram e serão meus fregueses em nossos campeonatos. Ao Márcio Roberto Reche (Perereca), pela paciência e ajuda com o manuseio e a criação dos animais, além, é claro, das muitas vitórias ao meu lado nas partidas de futebol. Ao professor Tiago Santana Balbuena, por todo o auxílio com a espectrometria de massas, sem a qual esse trabalho não seria o mesmo. A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este trabalho fosse realizado ou fizeram parte de minha vida. Para finalizar, gostaria de agradecer à Deus, por ter colocado tantas pessoas especiais em minha vida e por me dar forças para levantar todos os dias com o objetivo de ser sempre um homem correto e uma pessoa cada vez melhor. Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. Gabriel, o Pensador Quanto mais alto eu alcanço, mais próximo fico do sol. Quanto mais eu aprendo, menos eu sei com certeza. Daniel Gildenlöw RESUMO A metamorfose dos anfíbios é um processo altamente regulado que envolve a participação de hormônios e biomoléculas na morte celular e absorção da cauda, a qual libera nutrientes para as transformações morfofisiológicas necessárias para a ocupação do meio terrestre. Dentre os nutrientes liberados, o fosfato é essencial para a síntese de ATP, membranas biológicas, ácidos nucleicos e metabólitos fosforilados, bem como para a regulação de processos degradativos e da atividade de enzimas. Neste sentido, a identificação e caracterização cinética das fosfatases que participam da absorção da cauda de girinos de Lithobates catesbeianus, durante a passagem da fase larval aquática para a adulta terrestre, poderão contribuir para a compreensão dos eventos envolvidos na morte celular e na liberação de nutrientes. O estudo revelou aumento da atividade das fosfatases ácida e alcalina, de aproximadamente 30 e 17 vezes, respectivamente, no período da metamorfose. A centrifugação diferencial do extrato bruto da cauda e os estudos cinéticos, permitiram a identificação de três fosfatases distintas, sendo uma fosfatase ácida solúvel, uma fosfatase ácida ligada à membrana e uma fosfatase alcalina ligada à membrana por meio da âncora de fosfatidilinositol. A fosfatase ácida ligada à membrana revelou Vm=104,5 U.mg-1; Km=0,29 mM e nH=0,9; a solúvel, Vm= 25,9 U.mg-1; Km=0,33 mM e nH =0,8, enquanto a fosfatase alcalina ligada à membrana revelou Vm=10,5 U.mg-1; Km=0,2 mM e nH=1,0, para a hidrólise do pNPP. Os resultados da espectrometria de massas revelaram a presença de três proteína fosfatases, sendo duas serina/treonina, uma PP2A, uma PP1 e uma tirosina, PTP-LMW. Estudos utilizando substratos específicos para PP2A e PTP-LMW e inibidor para PP1 permitiram confirmar suas presenças na cauda dos girinos de L. catesbeianus. Além disso, a separação em diferentes frações proteicas possibilitou atribuir atividade de PP2A mitocondrial à fosfatase alcalina de membrana, de PTP-LMW à fosfatase ácida solúvel e de PP1 à fosfatase ácida de membrana. Os resultados obtidos levaram à proposta de um modelo de atuação das referidas enzimas no processo de absorção da cauda de anuros durante a metamorfose. Tal modelo propõe a possível função tanto da PP1, quanto da PP2A na sinalização dos eventos que levam à morte celular, bem como o da PTP-LMW na regulação da proliferação celular. Palavras-chave: Morte celular. Metamorfose. Fosfatases. Mitocôndria. Anuro. ABSTRACT Amphibian metamorphosis is a tightly regulated transformation that involves the participation of hormones and other biomolecules in cell death and tail absorption, to release nutrients for the morphophysiological changes necessary for the occupation of the terrestrial environment. Among these nutrients, the phosphate is essential for the synthesis of ATP, biological membranes, nucleic acids and phosphorylated metabolites; regulation of degradative processes and of enzymes activity. In this sense, the identification and characterization of the phosphatases that participate in the absorption of the tail of Lithobates catesbeianus during the transition from the aquatic larval phase to the terrestrial adult, may contribute to the understanding of the events involved in cell death and nutrient release.The study showed that there was an increase in the activity of the acid and alkaline phosphatases of approximately 30 and 17 fold, respectively, in the metamorphosis period. The differential centrifugation of the tail crude extract, as well as the kinetic tests, allowed the identification of three distinct phosphatases, a soluble acid phosphatase, a membrane bound acid phosphatase and an alkaline phosphatase bound to the membrane by the anchor of phosphatidylinositol. The kinetic characterization of membrane bound acid phosphatase revealed Vm=104.5 U.mg-1; K0.5=0.29 mM and nH=0.9; the soluble, Vm= 25.9 U.mg-1; K0.5=0.33 mM and nH =0.8, while the membrane bound alkaline phosphatase revealed Vm=10.5 U.mg-1; K0.5=0.2 mM and nH=1.0, for pNPP hydrolysis. The mass spectrometry results showed the presence of three protein phosphatases, two serine/threonine, being one PP2A, one PP1 and one tyrosine, PTP-LMW. Studies using specific substrates for PP2A and PTP-LMW and inhibitor for PP1 confirmed their presence in the tail of the tadpoles of L. catesbeianus. In addition, the separation in different protein fractions, allowed to attribute PP2A mitochondrial activity to the membrane alkaline phosphatase, PTP-LMW to the soluble acid phosphatase and PP1 to the membrane acid phosphatase. A model of the role of these enzymes in the process of anurans tail absorption, during metamorphosis, is proposed. Such model provides information on the role of both PP1 and PP2A in the signaling events leading to cell death, as well as that of PTP-LMW in the regulation of cell proliferation. Keywords: Cell death. Metamorphosis. Phosphatases. Mitochondria. Anuran. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Adaptações esqueléticas de anuros para o salto. ................................................... 22 Figura 2 - Modelos de morte celular “Assassino” e “Suicida”............................................... 25 Figura 3 - Subtipos de morte celular. .................................................................................... 29 Figura 4 - Mecanismos de morte celular intrínseco (a) e extrínseco (b). ................................ 30 Figura 5 - Exemplar de rã-touro (Lithobates catesbeianus) adulto (A) e girinos de L. catesbeianus dos estádios 42 ao 46, incluindo duas subdivisões do estádio 44 (B). ............... 35 Figura 6 - Tabela de Gosner para classificação dos girinos em estádios de desenvolvimento de 26 a 46. ................................................................................................................................ 36 Figura 7 - Esquema para obtenção de proteínas solúveis e de membrana. ............................. 39 Figura 8 - Esquema do isolamento de mitocôndria da cauda de girinos de L. catesbeianus. .. 43 Figura 9 - Atividade da fosfatase ácida na cauda de girinos de L. catesbeianus, do estádio 26 ao 45......................................................................................................................................... 45 Figura 10 - Atividade da fosfatase alcalina na cauda de girinos de L. catesbeianus, do estádio 26 ao 45. .............................................................................................................................. 46 Figura 11 - Razão da proteína total da cauda pela massa corpórea de girinos de L. catesbeianus durante a metamorfose. ........................................................................................................ 46 Figura 12 - pH ótimo aparente das atividades das fosfatases presentes na fração de membrana da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. ........................................................... 47 Figura 13 - pH ótimo aparente das atividades das fosfatases presentes na fração de proteínas solúveis da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. ............................................. 48 Figura 14 - pH ótimo aparente da atividade de fosfatase alcalina (pNPP 0,1mM) presente na fração de membrana da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. .......................... 48 Figura 15 - Efeito da concentração de substrato sobre a atividade p-nitrofenilfosfatásica da fosfatase alcalina de membrana solubilizada com PIPLC da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. ....................................................................................................................... 52 Figura 16 - Efeito da concentração de substrato sobre a atividade p-nitrofenilfosfatásica da fosfatase ácida de membrana da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. ............. 52 Figura 17 - Efeito da concentração de substrato sobre a atividade p-nitrofenilfosfatásica da fosfatase ácida solúvel da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. ....................... 53 Figura 18 - Eletroforese em gel de poliacrilamida na presença (A) e na ausência (B) de agente desnaturante da fosfatase alcalina da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44, solubilizada por PIPLC. ....................................................................................................... 54 Figura 19 - Eletroforese em gel de poliacrilamida na presença de agente desnaturante do extrato bruto da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44 utilizado para análise em espectrômetro de massas. ..................................................................................................... 54 Figura 20 - pH ótimo aparente da atividade de serina/treonina proteína fosfatase presente na fração de membrana da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. .......................... 56 Figura 21 - Atividade da fosfatase alcalina presente na cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44, nas diferentes etapas de separação por ultracentrifugação e solubilizada com PIPLC. ............................................................................................................................................ 56 Figura 22 - Atividade de PP2A presente na cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44, nas diferentes etapas de separação por ultracentrifugação e solubilizada com PIPLC............ 57 Figura 23 - Média da atividade de fosfatase alcalina presente nas frações SMP e MIT, nos estádios 41, 43 e 45. ............................................................................................................. 57 Figura 24 - Média da atividade de PP2A presente nas frações SMP e MIT, no estádio 43. .... 58 Figura 25 - pH ótimo aparente da atividade de proteína tirosina fosfatase presente na fração solúvel da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44................................................ 59 Figura 26 - Atividade de PTP presente na cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44, nas etapas de separação por ultracentrifugação. .................................................................... 59 Figura 27 - Modelo de atuação da PP1 e PP2A na cauda de anuros durante a metamorfose. . 74 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Média da atividade das fosfatases presentes na cauda de girinos de L. catesbeianus, estádio 44, nas diferentes frações obtidas por centrifugação diferencial. ............................... 47 Tabela 2 - Atividade residual das fosfatases ácida e alcalina nos diferentes tratamentos de solubilização de proteínas ligadas à membrana, da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. ............................................................................................................................ 49 Tabela 3 - Ação de diferentes compostos sobre a atividade da fosfatase alcalina da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. .............................................................................. 50 Tabela 4 - Ação de diferentes compostos sobre a atividade da fosfatase ácida solúvel da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. ......................................................................... 51 Tabela 5 - Parâmetros cinéticos para atividade p-nitrofenilfosfatásica das fosfatases presentes na cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. ........................................................... 53 Tabela 6 - Possíveis fosfatases identificadas pela análise de espectrometria de massas em busca por Sequest........................................................................................................................... 55 Tabela 7 - Efeito do Inhibitor-2 sobre a atividade p-nitrofenilfosfatásica da fração de proteínas de membrana no pH 7,0. ...................................................................................................... 58 Tabela 8 - Quinases de interesse identificadas por Espectrometria de massas em busca por MS Amanda................................................................................................................................ 60 Tabela 9 - Proteínas de interesse identificadas por Espectrometria de massas em busca por MS Amanda................................................................................................................................ 62 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APAF1 - Apoptosis protease-activating factor-1 BAD - Bcl-2 antagonist of cell death BAK - Bcl-2 antagonistic killer BAX - Bcl-2 associated X protein BCL-2 - B cell lymphoma-2 protein BCL-XL - Bcl-extra long BID - Bcl-2 interacting domain death agonist CASPASE - cysteine-dependent aspartate-specific DNTR - receptor de hormônio da Tireoide negativo dominante FADD - Fas-associated death domain protein MIT - fração mitocondrial MOMP - permeabilização da membrana externa da mitocôndria OMI - Mammalian serine protease pHMB - p-hydroxymercuribenzoate PIPLC - fosfolipase C PSMs - Peptide-spectrum matches pNPP - p-nitrofenilfosfato PP1 - serina/treonina proteína fosfatase tipo 1 PP2A - serina/treonina proteína fosfatase tipo 2A PTP - proteína tirosina fosfatase PTP-LMW - tirosina proteína fosfatase de baixa massa molecular SMAC - Second mitochondrial activator of caspase SMP - proteínas solúveis de membrana plasmática TNF - Tumor necrosis factor XIAP - X-linked inhibitor of apoptosis protein SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................20 2 OBJETIVO ..................................................................................................................................21 3 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................................22 3.1 Características gerais dos girinos e Metamorfose ....................................................................22 3.2 As Fosfatases .............................................................................................................................26 3.3 Morte Celular em Vertebrados .................................................................................................28 3.3.1 Apoptose .................................................................................................................................29 3.3.2 Morte celular autofágica ........................................................................................................32 4 MATERIAL E MÉTODOS .........................................................................................................35 4.1 Animais experimentais ..............................................................................................................35 4.2 Obtenção do extrato enzimático ...............................................................................................37 4.3 Determinação da atividade p-nitrofenilfosfatásica das fosfatases ácida e alcalina..................37 4.4 Efeito do pH sobre a atividade p-nitrofenilfosfatásica das fosfatases ácida e alcalina ............38 4.5 Ação de compostos sobre a atividade das fosfatases ................................................................38 4.6 Obtenção de proteínas solúveis e de membrana .......................................................................38 4.7 Investigação do tipo de interação de proteínas com a membrana ...........................................39 4.7.1 Solubilização de proteínas periféricas .......................................................................................39 4.7.2 Solubilização de proteínas de membrana com Triton X-100 ......................................................40 4.7.3 Remoção das proteínas ligadas à membrana através da âncora de fosfatidilinositol ...................40 4.8 Eletroforese em gel de poliacrilamida não desnaturante .........................................................40 4.9 Eletroforese em gel de poliacrilamida-SDS ..............................................................................41 4.10 Efeito da concentração de substrato sobre a atividade das fosfatases ...................................41 4.11 Identificação de isoformas das fosfatases ácidas e alcalina ....................................................41 4.12 Isolamento de mitocôndria da cauda de girinos de L. catesbeianus. .....................................42 4.13 Determinação da atividade de serina/treonina proteína fosfatase (PP2A) ............................43 4.14 Determinação da atividade de proteína tirosina fosfatase (PTP) ...........................................43 4.15 Identificação da atividade de serina/treonina proteína fosfatase tipo 1 (PP1) ......................43 4.16 Efeito do pH sobre a atividade de serina/treonina proteína fosfatase (PP2A) .......................44 4.17 Efeito do pH sobre a atividade de proteína tirosina fosfatase (PTP) .....................................44 4.18 Análise dos géis de eletroforese ...............................................................................................44 4.19 Dosagem de proteína ...............................................................................................................44 4.20 Análise de dados ......................................................................................................................44 5 RESULTADOS ............................................................................................................................45 6 DISCUSSÃO ................................................................................................................................65 7 CONCLUSÃO ..............................................................................................................................75 8 PERSPECTIVAS .........................................................................................................................75 REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................76 20 1 INTRODUÇÃO Dentre os fatores que acarretam o declínio nas populações de anfíbios destacam-se a degradação dos hábitats naturais, poluição por agentes químicos, introdução de espécies exóticas e infecções por patógenos, facilitadas por alterações climáticas (ALEXANDER; EISCHEID, 2001; ROLLINS-SMITH, 2017). A deterioração do hábitat está intimamente ligada com os diferentes nichos ocupados pelos anuros em seus estádios, larval e pós-metamórfico. A maioria dos anuros possui uma fase larval aquática e uma fase adulta terrestre. As larvas dos anuros, denominadas girinos, são tão diversificadas em suas especializações morfológicas e ecológicas quanto os adultos (POUGH; JANIS; HEISER, 2008). Grande parte das espécies é caracterizada por larvas herbívoras filtradoras, enquanto os adultos são carnívoros (POUGH; JANIS; HEISER, 2008). A metamorfose dos anfíbios é caracterizada por mudanças morfofisiológicas, que configuram a transição do girino aquático para a vida terrestre (NAKAJIMA; YAOITA, 2003). Outro aspecto que merece ser destacado é que a biologia desses animais ainda não é completamente conhecida. Segundo Santos e colaboradores (2016), durante a metamorfose, a atividade das enzimas digestivas sofre grande declínio nos girinos de rã-touro, o que pode estar relacionado com o fato de que, nesse período, o animal não se alimenta. Além disso, Albinati (1999), admite que a cauda é uma potencial fonte de energia durante a metamorfose, e sua absorção poderia suprir a diminuição no consumo de alimentos durante esse período. Os mecanismos pelos quais a cauda é completamente absorvida ainda não foram elucidados. Dessa maneira, o presente estudo poderá contribuir substancialmente para a compreensão do papel das fosfatases durante o desenvolvimento larval, uma vez que a regulação de diversos processos fisiológicos depende do balanço entre a fosforilação e a defosforilação de biomoléculas. 21 2 OBJETIVO Identificar e caracterizar cineticamente as fosfatases que participam da absorção da cauda de girinos de Lithobates catesbeianus, durante a passagem da fase larval aquática para a adulta terrestre. Os resultados obtidos poderão contribuir para a compreensão do papel das proteínas fosfatase no processo de absorção da cauda e liberação de nutrientes durante a metamorfose. 22 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Características gerais dos girinos e Metamorfose Os anfíbios são divididos em três linhagens distintas. Os Anura, grupo que engloba sapos, rãs e pererecas; os Urodela, que compreendem as salamandras e tritões; e os Gymnophiona, grupo que abrange as cecílias (POUGH; JANIS; HEISER, 2008). A maioria das diferenças entre os grupos está relacionada às adaptações de locomoção. Os anuros estão amplamente distribuídos pelo mundo, ocorrendo em todos os continentes, exceto a Antártida. Nos adultos, a adaptação mais evidente é a capacitação morfológica para o salto (Figura 1). Tal característica demanda uma série de especializações morfológicas, tais como: a fusão da tíbia com a fíbula; o alongamento dos membros posteriores; o encurtamento e enrijecimento da coluna vertebral; e a fusão das vértebras caudais, formando o uróstilo (POUGH; JANIS; HEISER, 2008). Além disso, a alta capacidade de contração dos músculos, quando comparada a outros vertebrados, confere a potência necessária para impulsionar o animal no salto (POUGH; JANIS; HEISER, 2008). Figura 1 - Adaptações esqueléticas de anuros para o salto. Fonte: Pough, Janis e Heiser (2008) 23 Os Anura possuem ampla diversificação reprodutiva, entretanto, a fecundação externa está presente na maioria das espécies. A presença de uma fase larval, denominada girino, representa uma interessante adaptação evolutiva, uma vez que a maioria dos girinos é onívora com tendência à herbivoria, enquanto todos os adultos são carnívoros. Dessa maneira, os girinos exploram recursos que não estão disponíveis para os adultos (DUELLMAN; TRUEB, 1994). A transição da vida aquática do girino para a fase pós-metamórfica ocorre por meio da metamorfose. Durante esse período ocorrem grandes transformações pós-embrionárias que envolvem mudanças morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e comportamentais. Nos anfíbios, a metamorfose é caracterizada por três grandes alterações: regressão de estruturas utilizadas apenas nos girinos, transformações de estruturas larvais em estruturas úteis nos adultos e desenvolvimento de estruturas e funções que são essenciais apenas aos adultos (McDIARMID; ALTIG, 1999). A metamorfose nos anuros é um fenômeno principalmente endócrino regulado pelos hormônios tireoidianos (TH). Em 1912, Gudernatsch (apud DUELLMAN; TRUEB, 1994) descobriu que a metamorfose dos girinos de Rana temporaria era acelerada quando alimentados com tireoide de cavalos. Estudos posteriores demonstraram a função destes hormônios no processo de metamorfose (DUELLMAN; TRUEB, 1994). As alterações morfológicas que ocorrem durante a metamorfose nos anuros são extremamente acentuadas e perceptíveis. Já as alterações bioquímicas podem ser caracterizadas por: aumento na produção de proteínas séricas; alterações no metabolismo do ferro, devido ao aumento da ceruloplasmina; mudança no tipo de hemoglobina, de excreção de amônia para ureia; e aumento da síntese de DNA e RNA (MANIATIS; INGRAM, 1971a, 1971b; JUST; ATKINSON, 1972; THEIL, 1973; DUELLMAN; TRUEB, 1994; WEBER, 1996). O trato gastrointestinal do girino é um tubo longo e simples com um estômago rudimentar e um intestino longo. Durante o clímax da metamorfose, o intestino é reduzido em cerca de 75%, já o estômago é remodelado e desenvolve novas glândulas secretoras (ISHIZUYA-OKA; SHI, 2005). Na parede interna do intestino desenvolvem-se as vilosidades, estruturas que caracterizam o intestino delgado dos vertebrados adultos (OLIVEIRA-BAHIA et al., 2005). Nos rins, os pró-néfrons regridem e desaparecem no final da metamorfose (FOX, 1970). Além destas modificações, há também a remodelação de órgãos funcionais, como a pele (YOSHIZATO, 1996), os órgãos respiratórios (DODD; DODD,1976), o fígado (ATKINSON; WARKMAN; CHEN, 1998), o sistema imune (ROLLINS-SMITH, 1998), o cérebro e a medula espinhal (KOLLROS, 1981), os olhos (HOSKINS, 1986; MANN; HOLT, 2001), as narinas (HIGGS; BURD, 2001), a pituitária (KIKUYAMA et al., 1993; BUCKBINDER; BROWN, 24 1993; HUANG et al., 2001), o sistema hematopoiético (WEBER, 1996) e grande parte do esqueleto (TRUEB; HANKEN, 1992). Um dos eventos que tem despertado o interesse de vários pesquisadores durante a metamorfose dos anfíbios é a absorção da cauda, a qual corresponde a uma grande parte do corpo dos girinos. A absorção da cauda de girinos induzida por hormônios da tireoide foi provavelmente o primeiro exemplo conhecido de morte celular programada controlada por hormônio (BROWN; CAI, 2007). Uma série de experimentos concluiu que os dois principais tipos de células da cauda, os fibroblastos e as musculares, respondem independentemente aos hormônios tireoidianos (BROWN; CAI, 2007). Na metamorfose dos anfíbios, a morte celular é iniciada pelos referidos hormônios (KIKUYAMA et al., 1993). Estudos realizados por vários pesquisadores mostraram que, em cultura de tecidos, os hormônios da tireoide podem induzir de maneira autônoma a absorção da cauda (TATA, 1966) e brânquias (DERBY; JEFFREY; EISEN, 1979) do girino, e apoptose do epitélio do intestino delgado durante a remodelação (ISHIZUYA-OKA; SHIMOZAWA, 1992). Estes experimentos sugerem que os mecanismos moleculares da morte celular durante a metamorfose dos anfíbios são controlados por uma cascata de expressão dos genes TH-dependentes (ISHIZUYA-OKA; HASABE; SHI, 2009). A cauda de girino consiste em epiderme, músculos, tecido conjuntivo (derme), tecido nervoso (medula espinhal) e notocorda. Embora apenas alguns tipos de células sofram apoptose, até o final da metamorfose, a cauda é totalmente absorvida pelo processo de morte celular. Na cauda de girinos de Xenopus laevis, os músculos começam a sofrer apoptose na fase pró- metamorfose, muito antes do início do encurtamento da cauda (NAKAJIMA; YAOITA, 2003), e o número de células apoptóticas nos músculos atinge seu ápice no clímax metamórfico, quando a cauda encurta drasticamente (NISHIKAWA; HAYASHI, 1995). Por outro lado, na medula espinhal caudal, o número de células em apoptose atinge o seu maior valor no início do clímax metamórfico (ESTABEL et al., 2003), quando os membros anteriores se projetam. Da mesma forma, no sapo marrom japonês, Rana japonica, a epiderme sofre morte celular quando os membros anteriores são externalizados (KINOSHITA; SASAKI; WATANABE, 1985). Embora os hormônios tireoidianos induzam a absorção da cauda (TATA, 1966), estudos em cultura de tecidos indicam que as interações entre a epiderme e a derme são necessárias para a absorção da cauda da rã-touro (KINOSHITA; SASAKI; WATANABE, 1986). Atualmente existem dois modelos mais aceitos para explicar a morte celular na cauda de girinos durante a metamorfose: o “Modelo Suicida” e o “Modelo Assassino” (Figura 2). Quando a cauda está sendo absorvida, suas células morrem tanto pelo mecanismo “suicida” quanto pelo “assassino”. Em ambos os casos, é o hormônio da tireoide que induz a morte celular 25 (NAKAJIMA; FUJIMOTO; YAOITA, 2005). No modelo “suicida”, cada célula responde diretamente ao hormônio tireoidiano, produzindo algumas proteínas que induzem sua própria morte. No modelo “assassino”, as células são induzidas pelo hormônio tireoidiano a secretar proteases na matriz extracelular, que perturbam interações célula a célula e célula-matriz, levando à perda de ancoragem celular e, consequentemente, à sua morte, independentemente se uma célula, que está morrendo, responde ao hormônio tireoidiano ou não (Figura 2) (NAKAJIMA; FUJIMOTO; YAOITA, 2005). A morte celular assassina é equiparada a Anoikis (FRISCH; FRANCIS, 1994), na qual o processo de morte celular é ocasionado pela falta de interação entre célula e matriz extracelular. Figura 2 - Modelos de morte celular “Assassino” e “Suicida”. Fonte: adaptado de Nakajima, Fujimoto e Yaoita (2005). *DNTR: receptor de hormônio da Tireoide negativo dominante. Modelo “Assassino” - Após a sinalização por TH, as células com receptores funcionais liberam proteases na matriz extracelular, acarretando sua degradação e consequentemente, a morte celular, independente da célula ter ou não capacidade de resposta ao estímulo hormonal. Modelo “Suicida” - Após a sinalização por TH, as células capazes de responder ao estímulo iniciam o processo de apoptose, sendo assim, as células DNTR, as quais não respondem ao estímulo hormonal, permanecem vivas. 26 3.2 As Fosfatases O fósforo é um nutriente essencial para os seres vivos, participando da composição dos fosfolipídios, do ATP, dos ácidos nucleicos, da formação de metabólitos fosforilados durante os processos de catabolismo e anabolismo, bem como da regulação da atividade de várias enzimas, do controle gênico e dos processos metabólicos do carbono e de aminoácidos. Além disso, o fósforo é o segundo mineral mais abundante no corpo animal, possuindo um papel importante na calcificação biológica e na fisiologia do tecido ósseo (PIZAURO et al., 1998). As fosfatases são fosfomonohidrolases que utilizam como substrato fosfomonoésteres, e encontram-se amplamente distribuídas na natureza em diversas formas moleculares (AOYAMA et al., 2003). São classificadas em ácidas, neutras e alcalinas, de acordo com seu pH de atuação e suas características estruturais, presença ou ausência de cofatores e especificidade por determinados substratos possibilita outras classificações mais específicas, tais como tirosinas fosfatase, fosfatase ácida tartarato resistente, proteínas fosfatase, dentre outras (ZHANG, 2002). A catálise é caracterizada pela interação entre substrato e sítio ativo. Uma série de fatores interferem na atividade enzimática, como a concentração de substrato e da enzima, a composição do meio de reação, a temperatura, o pH, os inibidores e a presença ou ausência de íons, entre outros (NELSON; COX, 2014). O centro ativo é constituído por grupos funcionais, como aminoácidos específicos de diferentes regiões da estrutura, íons metálicos e coenzimas, importantes para a ligação do substrato ao sítio catalítico por interações iônicas, ligações de hidrogênio e posicionamento preciso para otimização da energia de ligação no estado de transição. Para algumas enzimas a presença de metais na molécula é essencial tanto para a preservação da estrutura como para a sua atividade máxima, auxiliando na orientação e/ou estabilização dos estados de transição das metaloenzimas (NELSON; COX, 2014). As fosfatases podem ser constitutivas ou induzidas por fosfato. As fosfatases induzidas são sintetizadas apenas na presença de concentrações limitantes de fosfato; sendo as constitutivas sintetizadas independentemente da composição do meio que atuam (ESPOSITO; AZEVEDO, 2010). O estudo dos inibidores possibilita investigar a presença de isoenzimas, o mecanismo de atuação e de regulação da atividade enzimática, além de contribuir para a compreensão do papel de íons metálicos na manutenção, configuração nativa da molécula proteica, de sua estabilidade e atividade enzimática. Nesse sentido, tem sido verificado que a fosfatase alcalina de diferentes origens é inibida competitivamente pelo fosfato inorgânico, um dos produtos da 27 reação, e por seus análogos, arsenato e vanadato. Diversos inibidores da fosfatase alcalina são conhecidos e amplamente utilizados para a caracterização enzimática (PIZAURO et al., 1988). Em 1931, a fosfatase ácida foi detectada pela primeira vez, quando se observou a presença de uma enzima em eritrócitos, sendo capaz de hidrolisar a ligação éster-fosfato do monofenilfosfato e monoalquilfosfato com um pH ótimo entre 5,6 e 6,0; diferente da fosfatase alcalina encontrada nos glóbulos brancos, que apresentou atividade ótima em pH de 8,8 a 9,0 (ROCHE, 1931). Atualmente admite-se que algumas fosfatases podem atuar como proteínas fosfatases, defosforilando aminoácidos específicos de determinadas proteínas. A adição ou remoção de grupamentos fosfato de proteínas é um mecanismo de controle de vários processos celulares, tais como transporte via membrana, desenvolvimento embrionário, divisão celular, transcrição, tradução, proliferação de células, além de morte e sobrevivência celular (HONKANEN; GOLDEN, 2002; VIRSHUP; SHENOLIKAR, 2009). Tal regulação ocorre principalmente por fosforilação ou defosforilação em resíduos de serina, treonina e tirosina, e se dá pela ação coordenada de proteínas quinases e fosfatases, respectivamente (HONKANEN; GOLDEN, 2002). A fosforilação de resíduos de serina corresponde a aproximadamente 86,4% do fosfoproteoma de humanos, enquanto de treonina representa cerca de 11,8% e de tirosina 1,8% (MOORHEAD; TRINKLE-MULCAHY; ULKE-LEMÉE, 2007). Além disso, em humanos, foram identificadas 518 proteínas quinases, em contraste com apenas 147 proteínas fosfatases (MOORHEAD; TRINKLE-MULCAHY; ULKE-LEMÉE, 2007). As proteínas fosfatases estão divididas em três grupos, com base em sua estrutura, sequência, mecanismo catalítico e de regulação (HONKANEN; GOLDEN, 2002). As serina/treonina proteínas fosfatases clássicas fazem parte do primeiro grupo que engloba a extensa família das fosfoproteínas fosfatases (PPP - phosphoprotein phosphatases), que são classificadas como PP1, PP2A, PP2B, PP4, PP5, PP6 e PP7. Além das PPP, existe a família das PPM (Magnesium dependent PPases), que são proteínas fosfatases dependentes de Mg2+ ou Mn2+, tendo como representante mais abundante a PP2C. O segundo grupo é composto pela superfamília das proteínas tirosina fosfatases (PTP), enquanto o terceiro abrange as aspartato proteínas fosfatases (Aspartate-based protein phosphatase) (HONKANEN; GOLDEN, 2002; SUN; WANG, 2012). Os estudos inicias mostraram que as proteínas fosfatases eram extremamente inespecíficas, ao contrário de suas antagonistas quinases, e por essa característica foram pouco estudadas no passado. De fato, as duas serina/treonina proteínas fosfatases mais abundantes nos tecidos, a PP1 e a PP2A, são proteínas regulatórias e possuem subunidades catalíticas 28 inespecíficas. Contudo, in vivo, essas moléculas são multiméricas e, apesar de apresentarem poucas variações na subunidade catalítica, possuem mais de 100 subunidades regulatórias variáveis, as quais lhes conferem propriedades específicas (VIRSHUP; SHENOLIKAR, 2009). Na família PP2A, as fosfatases são hétero-trímeros constituídos por um dímero principal, contendo uma subunidade regulatória e uma catalítica, as quais estão associadas a uma terceira subunidade regulatória variável, que confere especificidade de substrato e localização celular à enzima (JANSSENS; LONGIN; GORIS, 2008). Dessa maneira, a subunidade regulatória variável possibilita a interconversão das holoenzimas da família PP2A, adaptando a célula rapidamente às suas necessidades fisiológicas. Tal propriedade tem dificultado seu estudo, principalmente no que tange às pesquisas estruturais (JANSSENS; LONGIN; GORIS, 2008). Assim como a PP2A, a PP1 é uma enzima que foi extremamente conservada durante a evolução (HEROES et al., 2012). A PP1 é composta por uma subunidade catalítica que se liga a outra regulatória, porém, mais de uma subunidade regulatória pode se ligar à subunidade catalítica, formando assim um hétero-dímero, trímero, respectivamente (VIRSHUP; SHENOLIKAR, 2009). Além disso, a PP1 pode interagir com mais de 200 outras proteínas, dando origem a um dos maiores interactomas conhecidos (HEROES et al., 2012). Essa gama de possibilidade de interações faz com que a PP1 seja responsável por diferentes papéis celulares, tendo sua localização e afinidade por substratos dependentes da subunidade regulatória (VIRSHUP; SHENOLIKAR, 2009; HEROES et al., 2012). Ao contrário das serina/treonina proteína fosfatases, as tirosina fosfatases possuem uma grande diversidade, devido a possibilidade de serem expressas por aproximadamente 100 genes em humanos (TONKS, 2006). Apesar disso, apenas 0,01 a 0,05% das fosforilações ocorrem em resíduos de tirosina, sendo essa porcentagem aumentada para até 2% em condições oncológicas ou em estímulo de proliferação celular (ZHANG, 2002). O extenso número de genes de tirosina fosfatases também reflete sua diferença estrutural, a qual é bem diversificada quando comparada às estruturas base das PP1 e PP2A. 3.3 Morte Celular em Vertebrados A descoberta da morte celular data de meados de 1840, mas só na década de 1960 o conceito de morte celular programada foi sugerido em casos que a célula morria por ativação de uma cascata de genes específicos. Nos anos 70, a microscopia eletrônica possibilitou a observação de diferentes ultraestruturas ligadas à morte celular (FUCHS; STELLER, 2015). 29 Dessa maneira, diversas definições e subtipos de morte celular programada foram propostos (Figura 3), baseados em alterações morfológicas características da célula. Por outro lado, estudos recentes têm fornecido evidências para distinções no nível molecular desses subtipos (GALLUZZI et al., 2012). Atualmente, o Comitê de Nomenclatura de Morte Celular (Nomenclature Committee on Cell Death – NCCD) recomenda o uso do termo Morte Celular Regulada (MCR) para a morte de células que envolve a expressão de um maquinário genético, ou seja, é passível de ser evitada com o uso de inibidores. Assim sendo, a Morte Celular Programada é uma variante da MCR, que ocorre em contextos como desenvolvimento embrionário e pós-embrionário, resposta imune e homeostase (GALLUZZI et al., 2015). Figura 3 - Subtipos de morte celular. Fonte: adaptado de Galluzzi e colaboradores (2015). 3.3.1 Apoptose A apoptose é um mecanismo essencial para a sobrevivência e manutenção de organismos multicelulares. Alguns mecanismos de desencadeamento apoptótico são conhecidos, contudo, os dois mais bem caracterizados são o extrínseco e o intrínseco (BREDESEN; RAO; MEHLEN, 2006). No primeiro, a apoptose ocorre por sinalização extracelular, que acarreta na ativação de receptores na superfície da célula, os quais iniciam uma cascata de sinalização e ativação de morte celular (Figura 4). No segundo, o processo acontece devido ao estresse intracelular, como danos ao DNA e estresse oxidativo (Figura 4) (BREDESEN; RAO; MEHLEN, 2006; GALLUZZI et al., 2012). 30 Figura 4 - Mecanismos de morte celular intrínseco (a) e extrínseco (b). Fonte: adaptado de Tait e Green (2015). O mecanismo intrínseco de apoptose envolve, obrigatoriamente, a permeabilização da membrana externa da mitocôndria (Mitochondrial outer membrane permeabilization – MOMP), a qual ocorre por uma cascata de informações e é regulada por proteínas da família BCL-2, enquanto o extrínseco pode ou não ocorrer por MOMP (CHIPUK; GREEN, 2008; 31 GALLUZZI et al., 2015). Um fato notório é que, nas células, tanto estímulos anti-apoptóticos quanto pró-apoptóticos ocorrem simultaneamente e, dependendo de variações do microambiente celular, haverá prevalência um desses estímulos, levando à morte ou à sobrevivência celular (CHIPUK; GREEN, 2008; GALLUZZI et al., 2015). A família BCL-2 engloba tanto proteínas anti-apoptóticas quanto pró-apoptóticas. As proteínas anti-apoptóticas, como a BCL-xL, a BCL-w e a MCL-1, encontram-se normalmente ligadas à membrana mitocondrial. As proteínas pró-apoptóticas, como as proteínas efetoras BAK e BAX, são responsáveis por gerar poros proteolipídicos na membrana da mitocôndria, enquanto proteínas como BAD, BID, BIK e BIM atuam em diferentes mecanismos de estresse celular como sinalizadores por interação proteína-proteína, podendo levar ao início da MOMP e, consequentemente, à apoptose (CHIPUK; GREEN, 2008). Nos vertebrados, a maioria dos estímulos apoptóticos, tanto intrínseco, quanto extrínseco, são dependentes da MOMP para a ativação de caspases e morte celular (TAIT; GREEN, 2010). Após a MOMP, ocorre a liberação do citocromo c do espaço entre as membranas mitocondriais para o citosol, onde se liga ao APAF-1(Apoptotic Protease-activating factor 1), acarretando mudanças conformacionais e oligomerização, formando assim o apoptossomo de ativação de caspases (LUNA-VARGAS; CHIPUK, 2016; TAIT; GREEN, 2010; CHIPUK; GREEN, 2008). O apoptossomo é responsável pelo recrutamento, dimerização e ativação da caspase 9, uma caspase iniciadora, a qual ativa as caspases efetoras 3 e 7. A liberação de outras duas proteínas do espaço interno da membrana da mitocôndria, SMAC e OMI, inibe a proteína anti-apoptótica XIAP (X-linked inhibitor of apoptosis protein) e estimula a ativação de caspases (TAIT; GREEN, 2010). No mecanismo extrínseco de apoptose, após o estímulo via receptor, ocorre a ativação da caspase 8, que por sua vez pode ativar tanto as caspases 3 e 7, quanto a proteína pró-apoptótica BID. A proteína BID promove a ativação de BAK e BAX, as quais formam poros na membrana externa da mitocôndria, iniciando a MOMP (TAIT; GREEN, 2010). As caspases (cysteine-dependent aspartate-specific) são cisteína proteases que podem ser divididas em dois tipos em relação à apoptose, e são sintetizadas como proteínas inativas. As caspases iniciadoras têm como papel a ativação das formas inativas das caspases efetoras, as quais são responsáveis por clivar diversas proteínas celulares (HOOF; GORIS, 2003; BREDESEN; RAO; MEHLEN, 2006). A seguir, as caspases acarretam ativação de cascatas proteolíticas, destruição do DNA, inibição de mecanismos de reparação celular e iniciação de processos de remoção e aproveitamento de nutrientes das células apoptóticas (BREDESEN; RAO; MEHLEN, 2006). É importante salientar que, durante o processo de morte celular, a 32 célula libera sinalizadores, tais como lisofosfatidilcolina, esfingosina-1-fosfato, ATP e UTP, que facilitam sua identificação e são responsáveis por atrair macrófagos. Além disso, a exposição ao meio extracelular da fosfatidilserina, que é componente exclusivo da camada interna da membrana celular, atua como sinalizador para o aproveitamento dos componentes celulares (FUCHS; STELLER, 2015). A apoptose é um processo altamente regulado e complexo no qual os mecanismos para sua ativação e supressão ocorrem de forma concomitante na célula. Assim, faz-se necessário uma regulação pós-traducional das moléculas envolvidas no processo apoptótico, envolvendo fosforilações e defosforilações de resíduos de aminoácidos específicos de proteínas regulatórias (SIDDIQUI et al., 2001; HOOF; GORIS, 2003; GALLEGO; VIRSHUP, 2005; GALLUZZI et al., 2015). A proteína pró-apoptótica BAD, quando fosforilada, permanece inibida no citosol. Quando defosforilada, migra para a membrana mitocondrial, onde interage com a proteína anti- apoptótica BCL-2, levando à resposta apoptótica (HOOF; GORIS, 2003). Estudos sugerem uma complexa regulação das proteínas da família BCL-2 por PP2A, sendo a relação entre essas proteínas crucial para a definição do destino da célula (LIN et al., 2006). Além disso, as serina/treonina proteínas fosfatase são essenciais para os mecanismos de apoptose intrínseca e extrínseca, e sua inibição acarreta na supressão da morte celular (SUN; WANG, 2012). 3.3.2 Morte celular autofágica Durante o estresse nutricional os lisossomos de células de diferentes tecidos iniciam a autofagia de organelas e proteínas, a fim de reutilizar seus nutrientes. Esse mecanismo protege as células e as mantém ativas. Contudo, a continuidade do estímulo negativo inicia a morte celular (BREDESEN; RAO; MEHLEN, 2006). A autofagia complementa o mecanismo de limpeza celular proteossomal, que é responsável por degradar agregados de proteínas, proteínas velhas e organelas, pela via lisossomal (BREDESEN; RAO; MEHLEN, 2006). O lisossomo é uma organela ligada à membrana interna da célula e contêm inúmeras enzimas hidrolíticas, dentre elas, as fosfatases. Estudos mostraram que o aumento da permeabilidade da membrana lisossomal desencadeia processos de morte celular (KROEMER; JÄÄTTELÄ, 2005). Além disso, essa organela tem papel essencial na fase de remoção de restos celulares após a morte celular, tornando possível o reaproveitamento dos nutrientes da antiga célula para a síntese de novas biomoléculas (KROEMER; JÄÄTTELÄ, 2005). 33 Embora tenha sido controverso por muito tempo se a autofagia leva à apoptose ou se, de fato, caracteriza um mecanismo de morte específico, a morte celular autofágica é independente da ação de caspases (BREDESEN; RAO; MEHLEN, 2006). A tentativa de reciclar nutrientes em períodos de inanição pode levar à degradação de um grande número de moléculas e organelas, comprometendo assim as funções normais celulares. Outro ponto que tem sido levantado é que a autofagia é capaz de selecionar a degradação específica de proteínas e organelas responsáveis pela manutenção do funcionamento celular e dessa maneira, acarreta a morte celular (GOZUACIK; KIMCHI, 2007). A autofagia é um processo altamente regulado, o qual pode ser ativado por diversos estímulos como inanição, estresse oxidativo, hipóxia, agregados de proteína e organelas danificadas. Os diferentes estímulos de ativação de autofagia também estão ligados a diferentes vias de sinalização (FUCHS; STELLER, 2015; LIN; BAEHRECKE, 2015). Por exemplo, a rapamicina (mTOR) é uma serina/treonina proteína quinase que regula negativamente a iniciação da autofagia em condições normais, por outro lado, em condições de baixa disponibilidade de nutrientes, essa quinase é inibida, acarretando início do processo autofágico (LIN; BAEHRECKE, 2015). Outro mecanismo de regulação conhecido é a interação entre a proteína pró-autofágica BECLIN-1 e proteínas da família BCL-2, como a BCL-2 e a BCL-xL, em que os níveis de cada proteína determinariam a diferença entre autofagia para reaproveitamento de nutrientes ou morte celular (GOZUACIK; KIMCHI, 2007; FUCHS; STELLER, 2015; LIN; BAEHRECKE, 2015). Dessa maneira, a fosforilação e defosforilação de tais proteínas é essencial para a sinalização autofágica. Outro aspecto que merece ser destacado é que a autofagia e a apoptose podem ocorrer simultaneamente, assim, em casos de inibição de um dos tipos de morte celular regulada, o outro se encarregaria de dar continuidade ao destino da célula (BREDESEN; RAO; MEHLEN, 2006; GOZUACIK; KIMCHI, 2007; FUCHS; STELLER, 2015). Os mecanismos pelos quais a autofagia leva à morte celular ainda não estão completamente esclarecidos. Algumas hipóteses foram propostas para explicar a relação entre os processos autofágico e de morte celular. Uma das possibilidades seria a de que a degradação da mitocôndria causa um desbalanço energético na célula, acarretando sua morte (FUCHS; STELLER, 2015). Outra hipótese está relacionada à degradação seletiva de moléculas anti- apoptóticas (GOZUACIK; KIMCHI, 2007). Além disso, é possível que as membranas de células autofágicas sirvam como sinal que permite a iniciação da apoptose ou necroptose (LIN; BAEHRECKE, 2015). 34 Tendo em vista que a regulação da morte celular, assim como de outros processos essenciais para a manutenção dos seres vivos, ocorre por fosforilação e defosforilação de proteínas, o estudo das fosfatases é crucial para o entendimento dos mecanismos de regulação e sinalização de sobrevivência e morte das células, durante a metamorfose dos anuros. 35 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Animais experimentais Os procedimentos com animais, bem como os protocolos de manipulação e sacrifício, foram aprovados pela comissão de ética no uso de animais da FCAV, protocolo Nº 010537/11, estando, portanto, de acordo com os Princípios Éticos na Experimentação Animal, adotados pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal. Os girinos de rã-touro (Lithobates catesbeianus) foram acondicionados em tanques com capacidade para 2000 litros, a densidade utilizada foi de um girino para cada dois litros de água, com temperatura média de 27ºC. A alimentação fornecida foi ração comercial para peixes, constituída por 40% de proteína bruta, 8% de extrato etéreo e 6% de matéria fibrosa, oferecida três vezes ao dia até aparente saciação. Semanalmente foram realizadas coletas dos girinos. Os girinos foram classificados em estádios de desenvolvimento segundo a tabela de Gosner (1960) e em fases da metamorfose de acordo com a tabela de Etkin (1968). A tabela de Gosner (1960) classifica o desenvolvimento dos girinos baseado nas alterações morfológicas que ocorrem neste período. Essa classificação é dividida em 46 estádios de desenvolvimento, sendo que os estádios que vão do número 1 ao 24 correspondem ao desenvolvimento embrionário. Do estádio 25 ao 35, ocorre a fase de crescimento do corpo e desenvolvimento dos membros posteriores. Do estádio 36 ao 41, há uma estabilização do crescimento corporal e uma maturação dos membros posteriores. Finalmente, do estádio 42 ao 46, é quando ocorre a metamorfose propriamente dita, com a externalização dos membros anteriores, absorção da cauda e reestruturação da mandíbula (Figura 6). Figura 5 - Exemplar de rã-touro (Lithobates catesbeianus) adulto (A) e girinos de L. catesbeianus dos estádios 42 ao 46, incluindo duas subdivisões do estádio 44 (B). Fonte: elaborado pelo autor. 36 Figura 6 - Tabela de Gosner para classificação dos girinos em estádios de desenvolvimento de 26 a 46. Fonte: Gosner (1960). A tabela de Etkin (1968) define o desenvolvimento dos girinos em fases de crescimento dependentes dos hormônios da tireoide, sendo elas: pré-metamorfose, pró-metamorfose e clímax, ou metamorfose propriamente dita, a qual é subdividida em três fases: inicial, média e tardia. A pré-metamorfose corresponde aos estádios 1 ao 30 (GOSNER, 1960), a pró- metamorfose inicia-se no estádio 31, com o início do desenvolvimento dependente dos 37 hormônios tireoidianos, indo até o estádio 41 (GOSNER, 1960). O clímax inicia-se no estádio 42 e vai até o estádio 46 (GOSNER, 1960). Para o estudo das enzimas presentes na cauda, os girinos do estádio 44 foram divididos em duas classes, de acordo com a proporção do peso da cauda em relação ao corpo: classe 1, igual ou maior que 8%; classe 2, menor que 8% (GONÇALVES et al., 2015). 4.2 Obtenção do extrato enzimático Para a obtenção dos extratos enzimáticos das caudas foram utilizados 5 animais de cada estádio de desenvolvimento do 26 ao 45 e de cada subdivisão do estádio 44. Os testes que não envolveram divisão em estádios de desenvolvimento foram realizados com pools de caudas de animais no estádio 44, sem as subdivisões referidas acima (GOSNER, 1960). Os animais foram insensibilizados em água com gelo a 4ºC e decapitados (CZESNIK, et al., 2006). Em seguida, as caudas foram retiradas e imediatamente congeladas em nitrogênio líquido e armazenadas separadamente a -70ºC. Após o descongelamento, as caudas foram homogeneizadas em homogeneizador tipo Turrax, marca OMNI, modelo GLH–2511, em tampão TRIS.HCl 5mM, pH 7,5 contendo, MgCl2 2mM e ZnCl2 5μM, na proporção de 1 grama de tecido para 10 mL de tampão, formando um pool de cada estádio. O homogeneizado foi centrifugado a 10.000 g por 10 minutos a 4ºC. Em seguida, o sobrenadante foi aliquotado, congelado em nitrogênio líquido e armazenado a - 70ºC. Posteriormente, os mesmos foram utilizados para a determinação das atividades enzimáticas e da concentração de proteína do extrato (GONÇALVES et al., 2015). 4.3 Determinação da atividade p-nitrofenilfosfatásica das fosfatases ácida e alcalina A atividade p-nitrofenilfosfatásica das fosfatases ácida e alcalina foi determinada a 37ºC, através da formação do íon p-nitrofenolato (ε=17600M-1cm-1, pH 13), a partir da hidrólise do p-nitrofenilfosfato (pNPP) 1mM, em um volume final de 1mL. A reação enzimática foi iniciada por meio da adição do extrato enzimático ao meio de reação e interrompida com a adição de 1mL de NaOH 1M. Após mistura por agitação, a absorbância foi determinada a 410 nm. As determinações foram efetuadas em triplicatas e as velocidades iniciais permaneceram constantes durante o tempo de incubação, assegurando-se uma hidrólise de substrato sempre inferior a 5%. Em cada experimento foram incluídos controles para se estimar a hidrólise não enzimática do substrato. As condições de ensaio foram determinadas a partir da caracterização 38 realizada anteriormente. Os ensaios foram realizados de acordo com as condições estabelecidas por Gonçalves e colaboradores (2015). Uma unidade de atividade enzimática foi definida e expressa como a quantidade de enzima que libera um nmol de p-nitrofenolato por minuto por miligrama de proteína presente no extrato (U.mg-1), nas condições de ensaio. 4.4 Efeito do pH sobre a atividade p-nitrofenilfosfatásica das fosfatases ácida e alcalina O efeito do pH sobre a atividade das enzimas fosfatase ácida e fosfatase alcalina foi estudado utilizando-se as soluções tampão: acetato (pH 3,5-6,5), TRIS.HCl (pH 6,5-8,0) e AMPOL (pH 8,0-11,0), em concentração de 100mM. A atividade p-nitrofenilfosfatásica das fosfatases ácida e alcalina foi determinada a 37ºC, através da formação do íon p-nitrofenolato (ε=17600M-1cm-1, pH 13), a partir da hidrólise do p-nitrofenilfosfato (pNPP) 1mM, em um volume final de 1mL. Uma unidade de atividade enzimática foi definida e expressa como a quantidade de enzima que libera um nmol de p- nitrofenolato por minuto por miligrama de proteína presente no extrato (U/mg), nas condições de ensaio. 4.5 Ação de compostos sobre a atividade das fosfatases Os compostos arsenato, EDTA, levamisol, cloreto de magnésio, metavanadato, pHMB, pirofosfato de sódio, teofilina e cloreto de zinco para a fosfatase alcalina e vanadato, nitrato de prata, cloreto de zinco, pHMB, tartarato e fluoreto de sódio para a fosfatase ácida solúvel, foram escolhidos uma vez que já haviam sido empregados por outros pesquisadores para fosfatases de diferentes origens, com bons resultados (GRANJEIRO et al., 1997; BUZALAF et al., 1998; PIZAURO et al., 1998; ZHANG, 2002; RATHAUR et al., 2009). O efeito desses compostos sobre a atividade das fosfatases foi estudado utilizando-se concentrações compreendidas entre 50µM e 25mM, dependendo do composto. 4.6 Obtenção de proteínas solúveis e de membrana As proteínas solúveis e de membrana presentes no extrato enzimático de animais do estádio 44 foram separadas por Ultracentrifugação a 100.000 g, a 4°C, durante duas horas. O precipitado foi ressuspenso com o auxílio de um homogeneizador tipo Potter no volume inicial 39 do tampão de homogeneização (Figura 7). O sobrenadante é constituído de uma mistura de proteínas solúveis e o precipitado de vesículas contendo proteínas associadas à membrana. Figura 7 - Esquema para obtenção de proteínas solúveis e de membrana. Fonte: elaborado pelo autor. 4.7 Investigação do tipo de interação de proteínas com a membrana 4.7.1 Solubilização de proteínas periféricas O tipo de interação das fosfatases ácida e alcalina com a membrana biológica foi avaliada por meio da incubação de 1mL do extrato bruto, ao qual foi adicionado 1mL de NaCl 2M preparado em TRIS.HCl 5mM, pH 7,5, na presença e na ausência de MgCl2 2mM e ZnCl2 1M, sob agitação constante, durante uma hora à temperatura ambiente (PIZAURO et al., 1988). Após o período de incubação a mistura foi centrifugada a 100.000 g durante duas horas a 4ºC. O precipitado foi ressuspenso em tampão TRIS.HCl 5mM, pH 7,5, contendo MgCl2 2mM, ZnCl2 1M, utilizando-se o mesmo volume final (PIZAURO et al., 1988). Paralelamente, um tubo controle foi incluído nas mesmas condições sem a adição de NaCl, para se estimar o efeito do tratamento na liberação de proteínas da membrana. O precipitado e o sobrenadante foram utilizados para avaliar o tipo de interação da enzima com a membrana. 40 4.7.2 Solubilização de proteínas de membrana com Triton X-100 Para cada 1mL de extrato bruto foram adicionados 100L de Triton X-100 a 30%, a mistura foi mantida sob agitação constante em banho de gelo, durante uma hora. A seguir, a mistura de incubação foi centrifugada a 100.000 g durante duas horas a 4ºC. O precipitado foi homogeneizado em tampão TRIS.HCl 5mM, pH 7,5, contendo MgCl2 2mM, ZnCl2 1M, utilizando-se o mesmo volume final (PIZAURO et al., 1988). Paralelamente, um tubo controle foi incluído nas mesmas condições sem a adição do Triton X-100, para se estimar o efeito do tratamento na liberação de proteínas da membrana. O precipitado e o sobrenadante foram utilizados para avaliar o tipo de interação da enzima com a membrana. 4.7.3 Remoção das proteínas ligadas à membrana através da âncora de fosfatidilinositol A membrana foi incubada com fosfolipase C (PIPLC) em tampão TRIS.HCl 5mM, pH 7,5, contendo MgCl2 2mM e ZnCl2 1µM, a 37ºC durante uma hora, mantida sob agitação constante (PIZAURO; CIANCAGLINI; LEONE, 1995). Após o período de incubação, a mistura foi centrifugada a 100.000 g durante duas horas, a 4ºC. O sobrenadante obtido foi congelado e armazenado. O precipitado foi homogeneizado utilizando-se o mesmo volume final em tampão TRIS.HCl 5mM, pH 7,5, contendo MgCl2 2 mM e ZnCl2 1µM (PIZAURO et al., 1988). Paralelamente, um tubo controle foi incluído nas mesmas condições sem a adição de PIPLC, a fim de se estimar o efeito do tratamento na liberação de proteínas da membrana. O precipitado e o sobrenadante foram utilizados para avaliar o tipo de interação da enzima com a membrana. 4.8 Eletroforese em gel de poliacrilamida não desnaturante A eletroforese em gel de poliacrilamida a 7,5%, da fosfatase alcalina solubilizada, foi desenvolvida a 4°C de acordo com Davis (1964). A atividade de fosfomonohidrolase fo i detectada por incubação do gel em tampão AMPOL 50mM, pH 9,4, contendo MgCl 2 2mM, - naftilfosfato 0,12% (p/v) e Fast Blue RR 0,12% (p/v), a 37ºC. 41 4.9 Eletroforese em gel de poliacrilamida-SDS Foi utilizada a metodologia descrita por Laemmli (1970), a eletroforese foi realizada em géis de poliacrilamida a 10 e 12%, em temperatura ambiente. Após a corrida, os géis foram fixados e corados com Blue Silver (CANDIANO et al., 2004). 4.10 Efeito da concentração de substrato sobre a atividade das fosfatases A influência da concentração de substrato sobre a atividade das fosfatases ácidas e alcalina foi determinada utilizando-se concentração de pNPP variando de 0,001 mM a 8 mM. A atividade da fosfatase alcalina foi determinada em tampão AMPOL 100mM, pH 10,5 e das fosfatases ácidas em tampão acetato 100mM, pH 4,5. Todas as atividades foram realizadas a 37°C. 4.11 Identificação de isoformas das fosfatases ácidas e alcalina Além das propriedades cinéticas, as fosfatases ácida e alcalina também foram identificadas por espectrometria de massas de alta resolução. Para tanto, as proteínas do extrato proteico foram separadas por SDS-PAGE a 12%, digeridas de acordo com o procedimento estabelecido por Shevchenko e colaboradores (2007), enquanto as proteínas em solução foram digeridas utilizando-se o Trypsin Gold, Mass Espetrometry Grade Promega da Promega, seguindo as especificações fornecidas pelo fabricante. Após a digestão por adição de tripsina (5ng/µL), os peptídeos foram ressuspensos em solução aquosa de 0,1% de ácido fórmico e separados em um sistema cromatográfico do tipo EASY-nLC1000 (Thermo Fischer Scientific, Bremen, Alemanha) utilizando-se uma nano-coluna de fase reversa (15cm, 2µm, 100Å). A cromatografia foi realizada utilizando-se gradiente de polaridade decrescente constituído de 0,1% de ácido fórmico em H2O, seguido de 0,1% de ácido fórmico em acetonitrila, durante 60 minutos sob fluxo de 300nL/min. A ionização e injeção dos peptídeos no espectrômetro de massas (Q-Exactive, Thermo) foi realizada por electrospray (ESI), utilizando-se 2,5kV de potencial aplicado diretamente na agulha de injeção. O espectrômetro de massas foi operado no modo “data-dependent”, onde os dez íons peptídicos mais abundantes de cada “survey scan” (MS1) foram selecionados para fragmentação e aquisição de espectros de fragmentação peptídica (MS2). Os espectros do tipo MS1 e MS2 foram adquiridos, respectivamente, em resolução igual a 70.000 e 17.500 FWHM 42 (“full width at half maximum”). O tipo de fragmentação utilizado foi o “high collision energy” (HCD), com energia de colisão normalizada a 35%. Os íons peptídicos selecionados para fragmentação foram excluídos de um novo evento de fragmentação por 30s. A identificação das proteínas de interesse foi realizada por correlação entre os espectros do tipo MS2 e espectros teóricos obtidos por processamento do banco de dados UniProt. As correlações entre os espectros do tipo MS2, que foram obtidos do espectrômetro de massas, e os espectros virtuais, oriundos da digestão virtual e processamento do banco de proteínas do UniProt, foram realizados pela ferramenta Sequest ou MS Amanda, contido no ambiente virtual Proteome Discoverer, utilizando os seguintes parâmetros de busca: 10 ppm de tolerância para os íons precursores e 0,02 Da para os íons fragmentos, oxidação da metionina como modificação variável e carbamidometilação da cisteína como variação estática. Os resultados obtidos (“peptide spectrum matches”, PSMs) foram filtrados, considerando apenas as identificações que continham no mínimo dois peptídeos e que esses possuíssem coeficiente de correlação cruzada (XCorr) igual a 1,5; 2,0; 2,5 para os íons de carga +1, +2 e +3, respectivamente. O score observado nas análises é uma relação entre o espectro de massas experimental em relação ao espectro de massas hipotético, indicando a qualidade da sobreposição dos dados experimentais e hipotéticos. 4.12 Isolamento de mitocôndria da cauda de girinos de L. catesbeianus. Foi utilizada a metodologia descrita por Frezza Frezza, Cipolat e Scorrano (2007) e a centrifugação diferencial foi realizada utilizando sacarose como osmólito (Figura 8). Foram utilizados pools de animais dos estádios 41 (antes da metamorfose), 43 (durante a metamorfose) e 45 (final da metamorfose) estabelecidos pela tabela de Gosner (1960). As caudas foram cortadas em fatias delgadas e incubadas com tripsina para a posterior centrifugação diferencial. Foram aliquotadas amostras da fração contendo proteínas solúveis e de membrana citoplasmática (SMP), e da fração mitocondrial (MIT). 43 Figura 8 - Esquema do isolamento de mitocôndria da cauda de girinos de L. catesbeianus. Fonte: elaborado pelo autor. 4.13 Determinação da atividade de serina/treonina proteína fosfatase (PP2A) A atividade de serina/treonina proteína fosfatase foi determinada utilizando-se o kit “Serine/Threonine Phosphatase Assay System”, marca Promega, seguindo as especificações fornecidas pelo fabricante a 37ºC em tampão imidazol 50mM, pH 7,2, contendo EGTA 0,2mM, 0,02% de β-mercaptoetanol e 0,1mg/mL de BSA. 4.14 Determinação da atividade de proteína tirosina fosfatase (PTP) A atividade de serina/treonina proteína fosfatase foi determinada utilizando-se o kit “Tyrosine Phosphatase Assay System”, marca Promega, seguindo as especificações fornecidas pelo fabricante a 37ºC em tampão acetato 50mM, pH 6,0. 4.15 Identificação da atividade de serina/treonina proteína fosfatase tipo 1 (PP1) A identificação de serina/treonina proteína fosfatase tipo 1 (PP1) foi realizada em tampão TRIS.HCl 100mM, pH 7,0, contendo p-nitrofenilfosfato (pNPP) 5mM, na presença e ausência de Inhibitor-2, inibidor específico de PP1 em volume final de 1mL. Inicialmente, o extrato enzimático foi incubado por 30 minutos com o inibidor. Findo tal período, a reação foi iniciada pela adição do substrato ao meio de reação e interrompida com 1mL de NaOH 1M. O p-nitrofenol liberado foi estimado a 410 nm. 44 4.16 Efeito do pH sobre a atividade de serina/treonina proteína fosfatase (PP2A) O estudo do efeito do pH sobre a atividade de serina/treonina proteína fosfatase foi realizado utilizando-se as seguintes soluções tampão: Acetato (entre pH 4,5-6,0), TRIS.HCl (pH 6,5-8,0), Imidazol 7,2 e AMPOL (pH 8,5-9,5), em concentração final de 100mM. 4.17 Efeito do pH sobre a atividade de proteína tirosina fosfatase (PTP) O efeito do pH sobre a atividade de proteína tirosina fosfatase foi estudado utilizando- se as soluções tampão: Acetato (entre pH 4,5-6,0), TRIS.HCl (pH 6,5-7,5), em concentração de 50mM. 4.18 Análise dos géis de eletroforese Após coloração, os géis foram fotodocumentados em scanner Bio-Rad, Modelo ChemiDoc MP System, e analisados através do software Image Lab® da Bio-Rad. 4.19 Dosagem de proteína A concentração de proteína foi determinada de acordo com o método descrito por Hartree (1972), utilizando-se soroalbumina bovina fração V como padrão. 4.20 Análise de dados A análise da variância (ANOVA), bem como a comparação das médias pelo teste de Tukey (5%) foram realizadas e analisadas utilizando o programa estatístico SAS (2002). 45 5 RESULTADOS A atividade p-nitrofenilfosfatásica das fosfatases ácida e alcalina (Figuras 9 e 10) presentes na cauda dos girinos de L. catesbeianus nos diferentes estádios de desenvolvimento revelou que a atividade específica de ambas as enzimas permanece baixa e constante durante os períodos de pré e pró-metamorfose, seguido de aumento significativo no clímax metamórfico. A fosfatase ácida teve maior atividade específica no estádio 45 (Figura 9), já a atividade da fosfatase alcalina diminuiu de 39,5 no estádio 44/2 para 35,3 U.mg-1 no estádio 45 (Figura 10). Figura 9 - Atividade da fosfatase ácida na cauda de girinos de L. catesbeianus, do estádio 26 ao 45. Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P<0,05). 46 Figura 10 - Atividade da fosfatase alcalina na cauda de girinos de L. catesbeianus, do estádio 26 ao 45. Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P<0,05). Não foi observada variação na concentração proteica das caudas nos estádios de desenvolvimento durante a metamorfose, quando expressa em miligrama de proteína por mililitro de extrato. A razão da concentração de proteína total da cauda pela massa corpórea (Figura 11) foi realizada visando comparar diferentes estádios da metamorfose, possibilitando assim a análise da influência da proteína remanescente durante este processo. Conforme pode ser observado, houve diminuição da relação entre proteína e massa corpórea no decorrer da metamorfose. Figura 11 - Razão da proteína total da cauda pela massa corpórea de girinos de L. catesbeianus durante a metamorfose. 47 A ultracentrifugação do extrato bruto a 100.000 g revelou que há pelo menos duas isoformas de fosfatase ácida, uma associada à membrana e outra solúvel (Tabela 1). Tal admissão deve-se ao fato de que este tratamento separa a fração solúvel da membrana. No que se refere à fosfatase alcalina, o tratamento revelou a presença de uma forma, associada à membrana (Tabela 1). A purificação foi de 3,5 vezes para a atividade da referida enzima. Tabela 1 - Média da atividade das fosfatases presentes na cauda de girinos de L. catesbeianus, estádio 44, nas diferentes frações obtidas por centrifugação diferencial. Fração Atividade específica (U.mg -1 ) Fosfatase ácida Fosfatase alcalina Extrato bruto 58,94 ± 0,54 21,65 ± 0,35 Precipitado 81,56 ± 0,18 76,39 ± 0,39 Sobrenadante 44,05 ± 0,42 8,89 ± 0,07 O estudo do efeito do pH sobre a atividade enzimática revelou que os pH ótimos aparentes para hidrólise do substrato p-nitrofenilfosfato (5mM) pelas fosfatases ácida e alcalina de membrana foram 4,5 e 10,5 (Figura 12), respectivamente, e 4,5 para a fosfatase ácida solúvel (Figura 13). Figura 12 - pH ótimo aparente das atividades das fosfatases presentes na fração de membrana da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. 48 Figura 13 - pH ótimo aparente das atividades das fosfatases presentes na fração de proteínas solúveis da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. A diminuição da concentração final do p-nitrofenilfosfato, de 5mM para 0,1mM, revelou que a atividade da fosfatase alcalina ligada à membrana varia em função da concentração do substrato, apresentando pH ótimo aparente de 10,5 (Figura 12) para maior concentração e 9,5 para menor concentração (Figura 14). Figura 14 - pH ótimo aparente da atividade de fosfatase alcalina (pNPP 0,1mM) presente na fração de membrana da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. O estudo da interação de proteínas com a membrana (Tabela 2) revelou que 131% da fosfatase ácida foi solubilizada por Triton X-100 e apenas 34% permaneceu associada à 49 membrana. O tratamento com PIPLC revelou diminuição significativa da atividade da referida enzima. Já a fosfatase alcalina foi solubilizada pela ação do Triton X-100 e da PIPLC. Observa- se ainda que o detergente teve ação aditiva para ambas as fosfatases (PIZAURO et al., 1998). Tabela 2 - Atividade residual das fosfatases ácida e alcalina nos diferentes tratamentos de solubilização de proteínas ligadas à membrana, da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. Tratamento % da Atividade Fosfatase ácida Fosfatase alcalina Precipitado Sobrenadante Precipitado Sobrenadante Controle 100 100 100 100 Triton X-100 33,92 ± 1,41 131,09 ± 1,25 133,45 ± 1,20 149,82 ± 1,85 NaCl 83,22 ± 2,05 15,86 ± 0,98 96,01 ± 0,33 12,04 ± 0,57 PIPLC 28,26 ± 1,70 27,46 ± 0,87 24,88 ± 0,17 135,81 ± 0,82 As atividades específicas utilizadas como 100% para as fosfatases ácida e alcalina correspondem a 82 e 80,17 U.mg-1, respectivamente. O estudo da ação de diferentes compostos sobre a atividade da fosfatase alcalina revelou que o arsenato, um análogo estrutural do fosfato, apresentou maior inibição (Tabela 3). Além disso os compostos levamisol, metavanadato, pHMB, pirofosfato de sódio, teofilina e cloreto de zinco também apresentaram ação inibitória que variaram de 50,81 a 71,59%. 50 Tabela 3 - Ação de diferentes compostos sobre a atividade da fosfatase alcalina da cauda de girinos de L. catesbeianus no estádio 44. A atividade específica utilizada como 100% para a fosfatase alcalina corresponde a 57,55 U.mg-1. Enquanto a prata e o zinco exerceram pouca influência sobre a atividade da fos