8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Vamos brincar de ser engenheiro industrial madeireiro? A história de um menino que tinha medo de árvore, Rodrigo Daniel da Silva Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de Matos (Orientador), Alan Murilo Rodrigues Pedroso, Wolney Felippe Antunes Junior – ISSN 2176-9761 Vamos brincar de engenheiro industrial madeireiro? A história de um menino que tinha medo de árvore. Rodrigo Daniel da Silva Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de Matos (Orientador), Alan Murilo Rodrigues Pedroso, Wolney Felippe Antunes Junior: Campus Experimental de Itapeva, Curso Engenharia Industrial Madeireira, rodrigo.daniel@grad.itapeva.unesp.br, Bolsa “PAI Carlão”. Eixo: "Novas Tecnologias: Perspectivas e Desafios" Área: Trabalho Resumo O Campus Experimental de Itapeva da Unesp oferece dois cursos: Engenharia Industrial Madeireira e Engenharia de Produção. Nos últimos anos houve uma queda na relação candidato/vaga no vestibular do curso de Engenharia Industrial Madeireira. A falta de conhecimento da área de atuação desse profissional talvez possa ser um dos motivos desse fenômeno. Pensando nisso, foi montado um esquete destinado ao público infantil com o objetivo de mostrar o que esse profissional faz. A criação desse esquete foi inspirada nos trabalhos de Maria Clara Machado e Monteiro Lobato. Para a apresentação, utilizaram-se bonecos confeccionados no próprio campus. A avaliação informal da atividade resultou na conclusão de que recepção do esquete foi atrativa. O projeto buscou a interação com as crianças e a criação de um momento que ficasse guardado na memória. Palavras Chave: Teatro, Educação Infantil, Engenheiro Industrial Madeireiro. Abstract The Experimental Campus Itapeva (UNESP) offers two courses: Wood Engineering and Production Engineering courses, Wood Engineering and Production Engineering. Recent years have seen a drop in demand for the course of Wood Engineering, perhaps for lack of knowledge about this new profession. Thinking about it, a sketch was staged to show children what this professional does. The works of Maria Clara Machado and Monteiro Lobato inspired the creation of this sketch. Dolls made on own campus were used in the presentation. The informal evaluation concluded that the receptivity of the sketch was attractive. The project sought interaction with children and created a moment to remain stored in memory. Keywords: Theater, Childhood Education, Wood Engineer. Introdução O Campus Experimental de Itapeva da Unesp, inaugurado no dia 18 de agosto de 2003 como parte de um plano de expansão de vagas proposto pelo Governo do Estado que contou com o apoio da Reitoria. A operacionalidade do Campus é realizada através de uma parceria entre a UNESP, o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura Municipal de Itapeva. Hoje o campus oferece os cursos de Engenharia Industrial Madeireira e Engenharia de Produção. O curso de Engenharia Industrial Madeireira visa formar um profissional apto para aplicar os conhecimentos de engenharia e gerenciar indústrias manufaturadoras de produtos de madeira e de outros materiais lignocelulótico. É um profissional de formação generalista com alto potencial de inserção no mercado de trabalho devido a demanda de produtos de madeira industrializada que requer um perfil qualificado e com conhecimento na área. As atribuições desse profissional estão definidas na Decisão CEEMM- CREA/SP Nº 020/2008. A filosofia do curso visa que o aluno vivencie atividades práticas para a aplicação dos conhecimentos teóricos adquiridos durante a formação. É um curso em período integral com duração mínima de 5 anos e máxima de 9. A partir dos registros encontrados na internet, divulgados pelo portal “Vestibular UNESP”, observou-se uma queda acentuada na procura pelo curso de Engenharia Industrial Madeireira. A relação candidato/vaga que em 2011 era 6,0 hoje se encontra em 1,7. Entre os diversos motivos levantados que justificam essa baixa procura se encontra o desconhecimento do campo de atuação profissional dessa profissão que é nova no Brasil. 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Vamos brincar de ser engenheiro industrial madeireiro? A história de um menino que tinha medo de árvore, Rodrigo Daniel da Silva Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de Matos (Orientador), Alan Murilo Rodrigues Pedroso, Wolney Felippe Antunes Junior – ISSN 2176-9761 O teatro, desde o seu primórdio, tem como função transmitir “algo” através das sensações do espectador, seja esse “algo” uma emoção, uma informação histórica ou qualquer outro tipo de informação. Pode-se dizer que as primeiras encenações feitas em solo brasileiro vieram com a Companhia de Jesus, uma ordem religiosa fundada em 1534 por religiosos conhecidos como jesuítas. Utilizavam-se do teatro como forma de educação e catequização dos índios, impondo o padrão linguístico português (FERREIRA JUNIOR; BITTAR, 2004). Ou seja, os jesuítas utilizaram a ferramenta do teatro para passar uma determinada informação, contar uma história e divulgar conhecimento. É a partir dessa ideia de utilizar o teatro para divulgar conhecimento que surgiu esse trabalho, que utiliza o teatro como uma das ferramentas para divulgar as inúmeras áreas do campo de atuação profissional do engenheiro industrial madeireiro. Já o teatro infantil, com uma dramaturgia própria e apresentações regulares, começou a aparecer no Brasil no final dos anos 1940. Embora houvesse, teatro infantil antes desse período apenas no final dessa época é foi consolidado o teatro infantil brasileiro com a montagem de O casaco encantado, de Lúcia Benedetti em 1948 (CAMPOS, 1998). Segundo Campos (1998) não é incomum encontrar representações escolares escritas por pessoas ligadas a educação. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1977) o teatro, no processo de formação da criança, além de cumprir uma função integradora possibilita a apropriação crítica e construtiva dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade através do intercâmbio entre os seus grupos. É um processo dinâmico que integra imaginação, percepção, emoção, intuição, memória e raciocínio. Essa parceria, entre teatro e educação, não é nova. Reverbel (apud MOURA; TEIXEIRA, 2008, p. 5) relata que essa parceria começou na Grécia, no século V a.C., onde grandes pensadores como Platão e Aristóteles faziam sua defesa pois a arte era parte da formação educacional de forma a desenvolver o caráter naturalmente. MOURA; TEIXEIRA, 2008 relata que o teatro é uma ferramenta pouco usada atualmente no ensino médio. Objetivos O principal objetivo desse projeto é divulgar a profissão de Engenheiro Industrial Madeireiro para o público infantil. Material e Métodos Para a concepção do texto do esquete (uma cena de 5 a 20 minutos de duração) que seria apresentado foram estudados dois textos infantis: Pluft, o fantasminha, de Maria Clara Machado e As reinações de Narizinho de Monteiro Lobato. Pluft, o fantasminha, foi escrito em 1955 e conta a história do sequestro da neta do Capitão Bonança pelo pirata Perna de Pau, que a leva até uma ilha onde supostamente encontra-se o tesouro do Capitão Bonança. Nessa ilha tem uma casa e no sótão dessa casa mora o Pluft com sua mãe e seu Tio Gerúndio, todos fantasmas. O intrigante dessa história é o medo que Pluft tem por gente, quando normalmente acontece o contrário. Foi a partir dessa ideia absurda que surgiu a concepção de um personagem que possuísse medo de árvore. As Reinações de Narizinho é um clássico da literatura infantil brasileira, escrito por Monteiro Lobato e publicado em 1931. É o precursor das narrativas das aventuras vividas no Sítio do Pica-Pau Amarelo. Nesse primeiro livro, uma das aventuras relatadas é a de como Emília, personagem principal de quase todas as aventuras e considerada a porta- voz de Monteiro Lobato, aprendeu a falar. Surge nesse momento da história um personagem com caráter científico, o Doutor Caramujo, um médico cirurgião da corte do Reino das Águas Claras que dá uma pílula falante a Emília que a faz falar. A presença desse Doutor é que inspirou a concepção de um personagem científico no esquete que iria ser apresentado. Esse personagem científico seria um pesquisador formado em Engenharia Industrial Madeireira e seria essa personagem que iria divulgar o que essa profissão faz. Outro ponto importante na criação do texto foi a ideia de colocar uma personagem que transmitisse a ideia de preservação ambiental. Foi nesse momento que nasceu a ideia de colocar uma árvore que fala e que conversasse com nosso personagem principal. A ideia de utilizar um personagem principal que tivesse medo de arvore e fosse criança foi justamente para fazer com que o público, que seriam crianças, se identificasse com o personagem principal, afim de que as crianças vivessem as aventuras que o Frederico, personagem principal desse esquete, vive. Dessa forma surgiram as personagens do esquete: Frederico seria o personagem principal, um menino que possuía medo de árvore, coisa que ele relata para a Mãe dele. Depois ele se encontraria com o Doutor Cupim, um pesquisador formado em Engenharia Industrial Madeireira. E por fim ele se encontraria com a Dona Neide, uma árvore falante. No decorrer dessa trama ele aprenderia o que um Engenheiro Industrial Madeireiro faz, perderia seu medo de árvore e desenvolveria uma consciência ambiental. 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Vamos brincar de ser engenheiro industrial madeireiro? A história de um menino que tinha medo de árvore, Rodrigo Daniel da Silva Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de Matos (Orientador), Alan Murilo Rodrigues Pedroso, Wolney Felippe Antunes Junior – ISSN 2176-9761 Como o esquete possui quatro personagens e não se tinha pessoal disponível, para a concepção cênica optou-se por utilizar bonecos. Segundo Amaral (1996), boneco é um termo genérico que se refere a uma figura humana ou animal que é dramaticamente animado diante do público. Amaral (1996) também define alguns tipos de bonecos como a marionete, boneco movimentado por fios; boneco de varas, que é movimentado por varetas; fantoche ou boneco de luva, onde o manipulador, também chamado de bonequeiro, veste o boneco. Uma importante definição feita por Amaral (1996) diz que o teatro de bonecos não é uma linguagem realística, ou seja, é uma linguagem lúdica, exatamente o tipo de linguagem procurada para apresentar o esquete escrita. Para a confecção dos bonecos foi utilizada madeira maciça de Pinus sp.; pregos para as articulações de joelho, quadril e cotovelo; ganchos para os ombros e pescoço e hastes de metal feitas a partir de espetos de carne para a movimentação dos bonecos. A Figura 1 mostra como ficou o esqueleto dos bonecos. Nos resultados serão apresentados os bonecos já com roupa e acabados. Foi intencional deixar a madeira a vista, pois é importante que a ideia de um menino que tem medo de árvore, seja feito de madeira produzida por uma árvore. Resultados e Discussão O esquete, apresentado no Anexo 1, foi apresentado no final do ano 2014 na Escola Municipal “Profa. Leonor Cerdeira” juntamente com outras duas atividades que fazem parte do projeto, criando um momento diferenciado de aprendizagem e divertimento para os alunos. As imagens que seguem abaixo são fotografias tiradas no dia das atividades, nelas podemos observar os bonecos já prontos, algumas cenas do esquete e principalmente a reação das crianças. Figura 1: Estrutura interna dos bonecos Figura 2: Detalhes das atividades Figura 3: Detalhes das atividades Figura 4: Detalhes das atividades 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Vamos brincar de ser engenheiro industrial madeireiro? A história de um menino que tinha medo de árvore, Rodrigo Daniel da Silva Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de Matos (Orientador), Alan Murilo Rodrigues Pedroso, Wolney Felippe Antunes Junior – ISSN 2176-9761 Durante a apresentação do esquete, pode-se notar o interesse dos alunos pela encenação, a curiosidade e as emoções. Em nenhum momento pode-se perceber algum aluno conversando ou se distraindo com outra coisa, todos estava prestando atenção na peça, inclusive os professores. Não há um meio objetivo para avaliar o quão eficiente foi a esquete além da avaliação perceptiva dos integrantes do projeto, ao qual já foi descrita no parágrafo anterior. Maria Montessori, uma educadora italiana desenvolvedora de um método de ensino chamado “Método Montessoriano”, dizia que: “Um indivíduo é o que é, não por causa dos professores que ele teve, mas pelo que realizou ele mesmo”. Ou seja, é preciso ter uma experiência vivida e não apenas teórica sobre um assunto. Então o fato desses alunos terem passado um dia com atividades diferenciadas pensadas com o objetivo de que eles conhecessem a profissão de um Engenheiro Industrial Madeireiro foi muito mais proveitoso e significativo do ponto de vista cognitivo. Era algo novo e agora eles sabem o que esse profissional faz e qual a sua importância. Conclusões O projeto procurou incluir ao máximo os alunos nas atividades, estimulando a participação de todos, interagindo e transmitindo conhecimento. É importante que nesse estágio de aprendizagem tenha-se contatos e experiências com o que se está aprendendo. O objetivo do projeto é divulgar a profissão do Engenheiro Industrial Madeireiro e isso foi feito da melhor forma possível, pois os alunos participaram e vivenciaram algumas das atividades que essa profissão vive. Agradecimentos Agradeço primeiramente aos voluntários do projeto: Valdiana, Luiz Felipe, Felipe, Guilherme e Adriana, que foram de grande importância para a realização desse projeto. Agradeço também a direção, a coordenação e as professoras da Escola Municipal “Profa. Leonor Cerdeira”. Outra pessoa que devo agradecer é o técnico do laboratório de mobiliário, Alex Siqueira Costa, por sua ajuda e prestação de serviços. Financiado com recursos da gratificação de representação pelo exercício da Coordenadoria de Curso no ano de 2014 (Bolsa “PAI Carlão”). ____________________ AMARAL, Ana Maria. Teatro de Formas Animadas: Mascaras, bonecos, objetos. 3. ed. São Paulo: Edusp: Editora da Universidade de São Paulo, 1996. BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997 CAMPOS, Cláudia de Arruda. Maria Clara Machado. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998. 281 p. FERREIRA JUNIOR, Amarillo; BITTAR, Marisa. Pluralidade linguística, escola de bê-á-bá e teatro jesuítico no Brasil do século XVI. Cedes: Centro de Estudos, Educação & Sociedade, Campinas, v. 25, n. 86, p.171-195, abr. 2004. LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. 16ª reimpressão da 48ª edição de 1993. São Paulo: Brasiliense, 2005. – (Sítio do Pica- Pau Amarelo) MACHADO, Maria Clara. Pluft, o fantasminha. 12. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. MOURA, Daniel de Andrade; TEIXEIRA, Ricardo Roberto Plaza. O teatro científico e o ensino de física - Análise de uma experiência didática. Rct: Revista Ciência e Tecnologia, São Paulo, v. 11, n. 18, p.1-17, 2008. Unesp Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Campus Experimental de Itapeva. Sobre o curso. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2015. Figura 5: Detalhes das atividades 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Vamos brincar de ser engenheiro industrial madeireiro? A história de um menino que tinha medo de árvore, Rodrigo Daniel da Silva Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de Matos (Orientador), Alan Murilo Rodrigues Pedroso, Wolney Felippe Antunes Junior – ISSN 2176-9761 Anexo 1: Esquete 1ª Parte (Em cena: Frederico e Mãe) (Frederico está brincando com um cavalo de pau.) Frederico (F)- Mamãe, existem muitas árvores? Mãe (M)- Existem sim, Frederico! A Amazônia está cheia de árvores e bichos. F- Sério Mãe? M- Sim, Frederico. Por quê? F- Porque eu nunca irei lá! M- Por quê? Você tem medo dos bichos, meu filho? F- Não mãe! M- Medo dos macacos? F- Não mãe! M- Das araras? F- Não mãe! M- Já sei, medo de onça! F- Não mãe! Eu tenho medo … de.... eu tenho medo... de árvore! M- O que!? Medo de árvore? F- Sim mãe! Tem gente que tem medo de aranha e eu tenho medo de árvore! M- Mas por que Frederico? F- Porque elas são grandes, com folhas e galhos horríveis. E elas não falam mamãe! M- Ora Frederico, apenas humanos falam. F- Mentira! Os animais também falam. O cachorro fala “au au”, o gato fala “miau”, a vaca fala “muuuu”, e o …. M- (interrompendo) Mas isso não é falar Frederico! F- Claro que é mãe! Mas a gente não consegue entender o que eles falam, apenas eles se entendem. M- Ora Frederico! Mas isso não é motivo para ter medo de árvores. Elas nem podem se mexer! F- Por isso mesmo mãe. Imagina se elas pudessem andar, seria muito assustador. M- (brava) Ah Frederico, mas elas não podem andar e pronto. Agora chega desse medo bobo. Deixe-me ir cozinhar. (Saindo) F- Não é medo bobo mãe!! Poxa, elas são tão grandes e feias... e..e.. feias...e...e.. horríveis. Imagina se elas andassem? Elas poderiam comer a gente, somos tão pequeninos perto delas. Elas poderiam fazer o que quisessem, poderiam até dominar o mundo.... 2ª Parte (Em cena: Frederico e Senhor Cupim) Sr. Cupim (SC) – (Tosse) F- O que foi isso? SC- (Tosse) F- Quem será? Será alguma árvore doente que conseguiu andar? SC- (Entrando e tossindo) - Oras que horas Que brado quebrado Acho que peguei um resfriado! F- Quem é o senhor? SC- Tu não me conheces Venho de terras distantes Para auxiliar o que tenho semblante mostra A suposta resposta O teu medo de árvore Meu nome te digo Não é difícil difundir Pois meu nome é Senhor Cupim. F- O senhor fala de um jeito engraçado, Senhor Cupim! O senhor veio me ajudar com meu medo de arvore? SC- Ora pois, vim! Estou aqui para defender essa nobre vida Que tão desprevenida Se torna inofensiva. F- Mas,... mas cupim não come árvore? 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Vamos brincar de ser engenheiro industrial madeireiro? A história de um menino que tinha medo de árvore, Rodrigo Daniel da Silva Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de Matos (Orientador), Alan Murilo Rodrigues Pedroso, Wolney Felippe Antunes Junior – ISSN 2176-9761 SC- Comemos, mas, porém, eu Que pouco se atreveu A comer árvore, Gosto apenas de admirá-la E por que não? transformá-la. F- Puxa, então o senhor veio mesmo me ajudar com meu medo de árvore? SC- Ora pois, vim Não há ninguém melhor do que a mim Sou formado, graduado Sou Engenheiro Industrial Madeireiro E vim para mostrar pra ti Que a árvore é tão essencial para a vida Quanto a água e a comida. F- A árvore é importante para a vida? SC- Sim, tanto quanto a água e a comida! F- Ora, mas eu nunca comi ou bebi árvore! SC- Como não? Já chupastes sorvete? F- Sim, é uma das minhas sobremesas prediletas! Mamãe não me deixa tomar muito sorvete, mas o que tem a ver sorvete com árvore? SC- Pois muito simples Na receita do sorvete Um pouco de árvore há. F- No sorvete? SC- Sim, tanto no sorvete quanto em alguns doces Basta olhar a tua volta e verás que a arvore faz parte da tua vida Tanto quanto a água e a comida. Outro exemplo és o papel Se gostas de escrever ou pintar Uma árvore tu hás de usar. No lápis que tu usas No papel que rabiscas E na mesa em que fazes Um pouco de árvore há. Pois vejas bem, na minha graduação.... F- Graduação? O que é isso Senhor Cupim? SC- Ora menino, não sabes o que é isso? Então em poucas palavras te direi Quem estuda até a faculdade Graduado passa a ser. Eu por exemplo estudei Engenharia Industrial Madeireira Logo, sou graduado, formado e estudado. Entendestes? F- Engenharia Industrial Madeireira? Poxa, que nome grande! E o que um Engenheiro industrial madeireiro faz? SC- Transformamos a árvore em outras coisas. Como o sorvete, o papel e outras coisas. F- Nossa, mas então tem árvore em tudo isso que o senhor disse? SC- E em muito mais Até na cama que dormes E o cavalinho de pau que brincas F- Poxa, é verdade! SC- Por esse motivo meu rapaz Não há sentimento mais fugaz Do que ter medo de árvore. Você depende dela tanto quanto ela de você. F- É verdade Senhor Cupim, a árvore só traz coisas boas, como o sorvete! Muito obrigado Senhor Cupim, acho que agora perdi meu medo de árvore. SC- Espero que sim meu rapaz espero que teu medo fugaz vá embora e não volte mais Até logo pequeno menino Esperto te ver crescido Graduado e bem formado E porque não dizer Graduado igual a mim E quem sabe assim Se tornar um futuro Engenheiro Industrial Madeireiro Até mais meu rapaz! 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Vamos brincar de ser engenheiro industrial madeireiro? A história de um menino que tinha medo de árvore, Rodrigo Daniel da Silva Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de Matos (Orientador), Alan Murilo Rodrigues Pedroso, Wolney Felippe Antunes Junior – ISSN 2176-9761 (Cupim espirra) Acho que meu resfriado voltou, preciso parar com o sorvete! Até mais! (sai o Senhor Cupim) 3º parte (Frederico e Árvore) F- Tchau Senhor Cupim! E não é que árvore é importante mesmo? Vocês ouviram o Senhor Cupim dizer que o sorvete vem da árvore? E o papel também? Vocês sabiam disso? E eu com esse medo bobo de árvore, ela nem podem falar! Como eu poderia...... Árvore (A)- (gritando) Eiiiii, quem disse que eu não falo? F- (sem olhar) Não estava falando da senhora, eu estava falando de árvore! A- Mas eu sou uma árvore! F- (Se assusta e fala com medo) A senhora fala? A- Falo sim, e muito, tá queridinho! F- mas, mas, mas, mas,... A- Tá gaguejando por que? Vai dizer que está com medo de mim? F- Um pouco! Eu pensei que.... que... que arvore não falasse! A- Tãnan, pois eu falo sim, e falo muito! Vocês que nunca pararam pra me escutar. Estão sempre dentro do carro ou no celular. Muitas vezes nem me notam! F- Eu noto sim, porque eu tenho medo de árvore, quer dizer, tinha. O Senhor Cupim me ajudou a perder meu medo. A- Então você se encontrou com aquele boca-de- poeta? Ele vive a falar pelos quatro cantos sobre nós árvores! Acho que ele me conhece melhor do que eu mesma! F- Encontrei sim, ele fala de um jeito engraçado! A- Nunca entendi porque ele fala daquele jeito! F- Ele me falou que ele é um engenheiro industrial madeireiro, que ele transforma as árvores em outras coisas, tipo o papel e o sorvete. E que a senhora é tão importante para a minha vida quanto a água e a comida! A- Ora rapazinho, vejo que ele te ensinou bem. De fato, somos muito importantes. Nos meus 102 anos de vida, você é a segunda pessoa com quem eu converso. F- Nossa, você tem 102 anos de vida? Poxa! A- Tenho sim e estou em plena juventude ainda! Estou em super boa forma. Olha essas folhas, estão lindas! F- (rindo) Estão mesmo Dona Árvore! A- Oh, pode me chamar de Neide, esse é o nome que eu recebi da primeira pessoa que eu conversei. F- Prazer em conhecê-la Dona Neide. A- E você, como se chama? F- Frederico! A- Frederico, que nome bonito. F- Obrigado! A- Então Frederico. Eu e minhas irmãs somos muito importantes para a vida de vocês. Fornecemos alimentos, sombra para vocês dormirem após o almoço, um ar mais limpo, e tudo isso sem pedir nada em troca, além de vocês nem notarem a gente. F- Poxa Dona Neide, não sabia que vocês árvores eram tão importante assim. A coisa mais gostosa que tem é deitar numa sombra depois de comer e tirar uma soneca. A- Pois é, e vocês nunca vem falar com nós árvores. Temos tantas histórias para contar! Nesses meus 102 anos de vida eu já vi muitas coisas. Vi principalmente o humano poluindo a natureza e nos maltratando. Só nos utilizam e não plantam outras! F- Verdade, eu já vi a minha professora falando isso mesmo! A- Por isso rapazinho, economize água, não jogue lixo na rua e cuide de nós árvores para que a gente virar outra coisa para estar mais perto de vocês. M- (mãe do Frederico) - Frederico! (Gritando) 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Vamos brincar de ser engenheiro industrial madeireiro? A história de um menino que tinha medo de árvore, Rodrigo Daniel da Silva Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de Matos (Orientador), Alan Murilo Rodrigues Pedroso, Wolney Felippe Antunes Junior – ISSN 2176-9761 F- Oh, é minha mãe! Dona Neide, tenho que ir pra casa. Amanhã eu venho para a senhora contar mais histórias pra mim. Foi um prazer conhecer a senhora! A- Está bem Frederico, venha e eu te contarei histórias incríveis! Até amanhã Frederico! F- Tchau! Final (Frederico e a mãe) M- Ande você estava Frederico da Silva? Estou te chamando a horas! F- Eu estava conversando com a Dona Neide, mãe. M- Que Dona Neide? F- Uma árvore que tem aqui perto de casa, ela tem 102 anos mãe! M- Ora Frederico, você e essa história de árvore! Você mesmo disse que árvores não falam. F- Falam sim mãe! (Vai subindo uma música e acaba o esquete!) Eu encontrei com o senhor Cupim também, ele é engenheiro industrial madeireiro.............