UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DE BOTUCATU PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - AC. ZOOLOGIA Atributos populacionais e produtividade secundária de rotíferos em ambientes lacustres naturais e artificiais Juliana Abra Orientador: Prof. Dr. Raoul Henry Co-orientadora: Profa. Dra. Maria Stela Maioli Castilho Noll Botucatu - SP 2012 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DE BOTUCATU PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - AC. ZOOLOGIA Atributos populacionais e produtividade secundária de rotíferos em ambientes lacustres naturais e artificiais Juliana Abra Tese apresentada ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Botucatu, como parte dos requisitos para obtenção do título de doutor em Ciências Biológicas - Área de Zoologia. Orientador: Prof. Dr. Raoul Henry Co-orientadora: Profa. Dra. Maria Stela Maioli Castilho Noll Botucatu - SP 2012 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO DE AQUIS. E TRAT. DA INFORMAÇÃO DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE Abra, Juliana. Atributos populacionais e produtividade secundária de rotíferos em ambientes lacustres, naturais e artificiais / Juliana Abra. – Botucatu : [s.n.], 2012 Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Botucatu Orientador: Raoul Henry Co-orientador: Maria Stela Maioli Castilho Noll Capes: 20502001 1. Rotífero – População. 2. Ecossistemas de populações. 3. Ecologia de populações. 4. Ecologia de lagoas. 5. Barragens e açudes. Palavras-chave: Açudes; Atributos populacionais; Lagoas; Produtividade secundária; Rotifera. Dedico este trabalho com muito amor e carinho aos meus pais Célia e Pedro e meu irmão Bruno, pelo amor e por toda alegria que já me proporcionaram, por acreditar na minha capacidade e sempre apoiar minhas decisões. Amo Vocês!!! À minha avó Izabel por rezar por mim e me ajudar de todas as formas e por ter me dado a mãe maravilhosa que tenho. E aos meus avós paternos, Gualdemiro e Romilda (in memorian).Tenho certeza que olham por mim. Saudades... Ao meu namorado. Obrigada pela força, paciência e carinho!! “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. Chico Xavier Agradecimentos Ao professor Raoul Henry, pela oportunidade, apoio, orientação, paciência e ensinamentos, nestes sete anos de Doutorado e Mestrado. À professora Maria Stela pelo apoio, espaço cedido, confiança e por não desistir de acreditar em mim e também pelos ensinamentos; Ao Depto de Zoologia e Botânica (Ibilce-Unesp de Rio Preto) pela infraestrutura disponibilizada e aos funcionários , em especial a Maria Helena, Sidnei, Dani e Jorge pelos auxílios e amizade durante estes longos anos e também aos funcionários das fazendas pela autorização da realização deste trabalho; À Capes pela bolsa de Doutorado concedida; Ao técnico de laboratório Hamilton Antônio Rodrigues, pela ajuda no campo, análises de laboratório e paciência, além de demonstração de amizade e ser muito prestativo, obrigada Hamilton!!! Ao Joaquim pela ajuda nas coletas, refeição e horas de descontração. Ao Sr. Paulinho, nosso motorista, amigo e sempre nos auxiliando com muita dedicação!!! Ao Ciro Joko pela amizade e dedicação e também pela ajuda na identificação de espécies à distância; À Sil, não tenho palavras para agradecer a ajuda, paciência, mesmo a distância, me auxiliando, ensinando e sempre me dando bons conselhos !!! Muito obrigada Sil, te adoro! À Patrícia Hoffmann (Pitot). Qualquer palavra que eu diga não representará o enorme carinho e gratidão que tenho por ela. Paty são pessoas como você que fazem a diferença e nos faz ter esperança e ver as coisas boas da vida!!! À Rosa, agradeço muito pela amizade e dedicação em me ajudar!! Você faz parte das pessoas que marcaram minha vida em Botucatu; Aos amigos do Depto de Zoologia de Rio Preto, Lígia, Carol, Maira, Érico Mateus, Mônica e Jake. Meu muito obrigado pela paciência e apoio!! Aos amigos da Zoologia de Botucatu, Carol (obrigada por tudo e pela sua amizade querida), Aninha, Mirian, Rose, “Ricardo” (muito obrigada pela amizade e apoio na qualificação), Jorge, Danilo, Grazi (saudades miga), “Zé” (Farusca valeu por tudo, você me salvou várias vezes). Aos amigos que já foram embora: Fabi, Fer, Luciana Sartori, Gab, Japa e Xuxa, Rosana e as pessoas novas que não tive a oportunidade de conviver!!! Às professoras que não puderam participar da banca, mas que tenho enorme consideração, profª Cláudia Bonecker e Cláudia Fileto. Aos professores da banca pelo apoio e contribuições futuras, principalmente aqueles que se dispuseram a substituir os professores ausentes!! Ao professor Dr. Peter James Harris, da Unesp de Rio Preto pelo empenho e disponibilidade em traduzir ao inglês os resumos da tese, muito obrigada professor, de coração!! Aos meus familiares e amigos de São José do Rio Preto, pelo apoio e por sempre acreditar na minha capacidade. Aos meus pais, Pedro e Célia e meu irmão Bruno, pela base, carinho e compreensão para concretizar mais uma etapa importante em minha vida depois de muitos acontecimentos tristes pelo caminho. À minha avó Izabel pelo apoio e carinho!! E aos meus tios e parentes pela força!!! Ao Juari pelo apoio e carinho, sempre me dando força e me agüentando em horas de stress, de muuuito stress!! Obrigada Jubs!! Aos meus professores de graduação por ter me proporcionado uma formação de qualidade, incentivo e apoio, principalmente aos professores Fabiano G. Taddei e Adauto F. Lima pela boa convivência, ensinamentos e oportunidade de uma iniciação científica. À oportunidade de fazer parte do trabalho de levantamentos realizados em açudes do noroeste paulista: “Fauna e flora de fragmentos florestais remanescentes no noroeste paulista: base para estudos de conservação da biodiversidade” (Programa Biota-Fapesp – processo nº 04/04820-3) e também ao trabalho de pós-doutoramento intitulado “Relações entre os atributos da comunidade zooplanctônica e as características físicas e químicas da água em diferentes ambientes lênticos: diferenças inter e intra-lagoas” (Apoio Fapesp – processo nº 2007/05134-4 ). Ao professor Fernando Noll em me aceitar no estágio docência e pelos ensinamentos em Zoologia, complementado minha formação. A todos que contribuíram direta ou indiretamente na realização deste trabalho. Sumário 1º Capítulo ..................................................................................................................... 7 Resumo ........................................................................................................................... 1 Abstract ........................................................................................................................... 2 1. Introdução ............................................................................................................... 3 2. Objetivos.................................................................................................................. 7 3. Hipóteses.................................................................................................................. 8 4. Material e Métodos ................................................................................................. 8 4.1. Área de estudo................................................................................................. 9 4.1.1 Lagoas marginais na zona de transição Rio Paranapanema – Represa Jurumirim. ............................................................................................... 9 4.1.2 Ambientes lênticos na região noroeste paulista ................................. 13 4.2 Metodologia ................................................................................................... 17 4.2.1 Análise qualitativa e quantitativa dos rotíferos ................................. 18 4.3 Tratamento dos dados .............................................................................. 19 5. Resultados ............................................................................................................. 20 • 1º Objetivo: Determinar as características físicas, químicas e biológicas da água nas estações chuvosa e seca de açudes e lagoas marginais; ............................ 20 • 2º Objetivo: Determinar a composição, abundância, diversidade e riqueza de rotíferos, tanto na região pelágica quanto litorânea de três lagoas marginais ao rio Paranapanema e dos Açudes do noroeste paulista:................................................... 28 1. Composição e Índice de Constância de Dajoz (região pelágica e litorânea): .. ............................................................................................................................ 28 2. Abundância absoluta e relativa de rotíferos .................................................. 34 2.1. Abundância Absoluta dos Açudes do noroeste paulista ....................... 34 2.2. Abundância Absoluta das lagoas marginais. ......................................... 36 2.3. Abundância Relativa das principais famílias de rotíferos dos Açudes do noroeste paulista. .................................................................................................. 37 3.3. Abundância relativa das principais famílias de rotíferos nas lagoas marginais ao rio Paranapanema. ........................................................................ 40 3. Índices de Diversidade e Equitabilidade da Comunidade de Rotíferos ...... 43 3.1. Diversidade e Equitabilidade dos Açudes do noroeste paulista ........... 43 3.2. Diversidade e Equitabilidade das lagoas marginais ao rio Paranapanema. ..................................................................................................... 47 3. Riqueza da comunidade de rotíferos. ............................................................. 49 3.1. Riqueza de espécies de rotíferos nos Açudes do noroeste paulista. ..... 49 3.2. Riqueza de espécies de rotíferos nas lagoas marginais ao rio Paranapanema. ..................................................................................................... 51 • 3º Objetivo: Relacionar as variáveis ambientais das lagoas marginais e dos açudes do noroeste paulista com os atributos dos rotíferos: ..................................... 52 1. Análise de Correspondência Canônica (ACC ou CCA)................................ 52 • 4º Objetivo: Comparar as estruturas da comunidade de rotíferos em ambientes sujeitos as diferentes perturbações e regimes hidrológicos;...................................... 57 1. Análise de Similaridade ................................................................................... 57 2. Análise de Variância (ANOVA) dos Atributos dos rotíferos........................ 59 • Riqueza por famílias de rotíferos .................................................................... 64 6. Discussão ............................................................................................................... 66 7. Conclusões ............................................................................................................. 80 8. Referências Bibliográficas ................................................................................... 81 Anexos ............................................................................................................................ 96 2º Capítulo ................................................................................................................. 111 Resumo ....................................................................................................................... 112 Abstract ....................................................................................................................... 113 1. Introdução ........................................................................................................... 114 2. Objetivos.............................................................................................................. 116 3. Hipótese ............................................................................................................... 116 4. Material e métodos ............................................................................................. 116 4.1. Locais de estudo e peridiocidade de amostragem.................................... 116 4.2. Área de estudo............................................................................................. 117 • Açude Onda Verde (G6)............................................................................. 117 • Lagoa Poço das Pedras............................................................................... 118 4.3. Metodologia ................................................................................................. 119 1. Variáveis Ambientais ................................................................................. 119 2. Análise qualitativa e quantitativa dos rotíferos ....................................... 119 3. Biomassa e Produção Secundária ............................................................. 120 4. Análise estatística dos dados...................................................................... 121 5. Resultados ........................................................................................................... 122 1. Profundidade e Transparência dos ambientes............................................. 122 2. Temperatura da água nos ambientes............................................................ 126 3. pH..................................................................................................................... 129 4. Condutividade elétrica ................................................................................... 131 5. Oxigênio Dissolvido ........................................................................................ 133 6. Fósforo Total ................................................................................................... 135 7. Nitrogênio Total .............................................................................................. 137 8. Material em Suspensão .................................................................................. 139 9. Clorofila a........................................................................................................ 141 1. ATRIBUTOS DOS ROTÍFEROS ................................................................. 143 a.) Composição ............................................................................................. 143 b.) Riqueza de táxons ................................................................................... 147 c.) Diversidade e Equitabilidade................................................................. 149 d.) Freqüência relativa e Dominância ........................................................ 151 e.) Abundância total ou absoluta................................................................ 155 f.) Abundância Absoluta das principais espécies ......................................... 157 2. BIOMASSA..................................................................................................... 157 a.) Peso seco individual ................................................................................ 157 b.) Biomassa Total ........................................................................................ 165 c.) Biomassa das principais espécies .......................................................... 168 3. PRODUTIVIDADE SECUNDÁRIA ............................................................ 171 a.) Produtividade secundária das principais espécies de rotíferos .......... 171 b.) Produtividade Secundária Total de rotíferos....................................... 189 c.) Razão Produção: Biomassa e Tempo de Renovação ........................... 191 6. Discussão ............................................................................................................. 202 � Fatores físicos, químicos e biológicos na Lagoa Poço das Pedras e no Açude de Onda Verde. ....................................................................................................... 202 � Atributos das comunidades de rotíferos ....................................................... 207 7. Conclusões ........................................................................................................... 218 8. Referências Bibliográficas ................................................................................. 219 Anexos .......................................................................................................................... 232 1º Capítulo Análise da estrutura da comunidade de rotíferos em lagoas marginais ao rio Paranapanema, em sua zona de desembocadura na Represa de Jurumirim (SP) e em Açudes da região noroeste paulista. 1 Resumo O presente estudo foi realizado em três lagoas marginais ao rio Paranapanema, em sua zona de desembocadura na Represa de Jurumirim, e em dez açudes em propriedades rurais na região noroeste paulista. O nosso objetivo principal foi avaliar a estrutura das comunidades de rotíferos e seus principais fatores determinantes de eventuais diferenças em ambientes sujeitos a perturbações e regimes hidrológicos distintos. As coletas foram realizadas em duas estações do ano (em estações seca de 2007 e 2008 e chuvosa de 2008 e 2009), na região litorânea e pelágica dos ambientes. Os seguintes parâmetros físicos e químicos foram analisados: profundidade, temperatura da água, transparência, pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, material em suspensão, clorofila a, nitrogênio e fósforo total. Foram analisados os atributos da comunidade de rotíferos: riqueza, diversidade, equitabilidade e abundância de espécies. As variáveis físicas e químicas da água apresentaram diferenças entre os locais e dentro dos ambientes (zona pelágica e litorânea), mas não foi possível elaborar padrões locais e temporais entre as diferenças dos fatores abióticos. As lagoas marginais apresentaram menores variações dos fatores físicos e químicos da água entre estações do ano. Maiores riquezas e diversidades significativas foram associadas à presença de macrófitas aquáticas e maiores abundâncias de espécies foram associadas à trofia dos ambientes. Não houve diferenças temporais significativas entre os atributos da comunidade dos rotíferos, mas houve diferenças entre os locais. Devido ao fato de incluir no estudo a região litorânea, houve uma grande contribuição em número de espécies que tem hábitos litorâneos e também novos registros de espécies para o estado de São Paulo foram feitos. A conectividade hidrológica e a heterogeneidade ambiental caracterizam-se como fatores chave na estrutura de comunidades de rotíferos. 2 Abstract The present study was carried out at three lakes adjacent to the River Paranapanema in the region of its entrance into the Jurumirim Reservoir and at ten reservoirs on rural properties in the north west of the State of São Paulo. The aim was to evaluate rotifer community structure and the principal factors determining differences in environments subject to distinct perturbations and hydrological regimes. Samples were collected at two periods of the year (the dry seasons of 2007 and 2008 and the rainy seasons of 2008 and 2009) at the littoral and on the limnetic of the environments. The following physical and chemical parameters were determined: depth, water temperature, transparency, pH, electrical conductivity, dissolved oxygen, suspended matter, chlorophyll a, total nitrogen and phosphorus. The following characteristics of rotifer community structures were computed: species richness, diversity, uniformity and abundance. The physical and chemical variables of the water revealed differences between sites and within the two environments (limnetic and littoral zones), but no local and temporal patterns were identified in the differences between abiotic factors. The adjacent lakes presented the lowest seasonal variations with regard to the physical and chemical characteristics of the water. The highest species richness and diversity of species were related to the presence of aquatic macrophytes, and the greatest abundance of species was associated with the trophic conditions of environments. No significant temporal differences between the characteristics of the rotifer community structures were found, but differences between sites were recorded. Due to the fact that the study included the littoral zone, there was a significant contribution in terms of the number of species with littoral habitats, and some species were identified for the first time in the State of São Paulo. Hydrological connectivity and environmental heterogeneity were the main key factors determining the structure of rotifer communities. 3 1. Introdução Reservatórios são ambientes artificiais de transição entre rios e lagos. O conhecimento dos organismos aquáticos e das cadeias alimentares de um reservatório é de grande importância, pois a presença ou ausência de certas espécies e a composição das comunidades existentes serve como indicadores do “status” da qualidade da água (Straskraba & Tundisi, 2000). Reservatórios são importantes ecossistemas aquáticos, que tem usos múltiplos de com o rio Paranapanema suas águas, tais como para irrigação, consumo humano e animal, atividades industriais, diluição de poluentes, geração de energia, transporte, recreação, pesca, entre outros (Postel & Carpenter, 1997). Ao mesmo tempo em que a diversidade física e a produtividade biológica são características destes sistemas, também é reconhecida sua fragilidade às agressões antrópicas (por ex, como despejos de efluentes, captação de água para abastecimento, irrigação, pesca, biomanipulação, etc). Estas agressões podem apresentar grande importância socioeconômica; contudo, provocam fortes alterações na fauna e flora aquática, nos padrões de qualidade da água, e conseqüentemente, nos usuários em potencial de suas águas (Naiman et al. 1995). Vários fatores bióticos, como a quantidade e qualidade de alimento, interações biológicas de competição e predação e fatores abióticos como temperatura, oxigênio, entre outros, implicam em controlar a distribuição das estruturas da comunidade zooplanctônica em reservatórios, lagoas e lagos rasos. A caracterização de comunidades animais com vários tipos de vegetação aquática, diferindo espacial e morfologicamente, já tem sido provada por alguns grupos de invertebrados e estágios jovens de assembléias de peixes (Downing & Cyr, 1986; Winfield, 1987; Jeppesen et al. 1997). Horizontalmente, os lagos podem apresentar duas zonas ou regiões: litorânea e limnética (ou pelágica). A primeira está em contato direto com o ecossistema terrestre adjacente, podendo ser considerada um ecótono, quando todos os seus constituintes biológicos estão presentes na área de transição. A zona limnética ou pelágica corresponde à área que não sofre influência direta do ecossistema terrestre adjacente (Esteves, 1998). A estruturação da região litorânea em cada localidade depende de fatores geológicos, geomorfológicos, hidrográficos e hidrodinâmicos da lagoa (apud Raspopov et. al., 1996). A região litorânea, freqüentemente, é a parte mais diversa dos ecossistemas aquáticos, e comumente comporta uma grande variedade de espécies de 4 macrófitas aquáticas, associadas a uma microflora e a um grande número de espécies animais (Winterbourn & Lewis, 1975), o que resulta em elevada produtividade primária e variedade de nichos ecológicos, conseqüência da abundância de hábitats e de recursos alimentares; além de vários interstícios que oferecem refúgio para numerosos animais pequenos contra predadores (Stansfield et al., 1997; Jeppesen et. al. 1998; Scheffer, 1999; Lansac-Tôha et al., 2003). Muitos organismos que habitam essa zona possuem adaptações características (Wetzel & Likens, 1991; Nogueira et al., 2003). A comunidade zooplanctônica, em particular, contribui expressivamente para a diversidade dessa microfauna (Duggan et al., 1998; Lansac-Tôha et al., 2003 e 2004). As comunidades aquáticas presentes na região litorânea apresentam uma elevada relação com aquelas estabelecidas na região pelágica, dependendo da razão entre o tamanho da região litorânea e área da região pelágica. A vegetação flutuante-enraizada na margem, por exemplo, pode ocupar uma extensa área da lâmina de água dos ambientes aquáticos. A diferenciação de ocupação de ambientes pode distinguir hábitats característicos, numa micro-escala, por exemplo, na zona central e nas zonas da coluna de água do entorno de um único banco de macrófitas. Segregação de hábitats, comumente conhecida como ocupação de profundidades diferentes ou segundo padrões diferentes de migração diária, é um fenômeno conhecido em comunidades zooplanctônicas naturais (Makarewicz & Likens, 1975; Kuczy�ska-Kippen, 2003). Além disso, a arquitetura e textura de superfície das plantas podem criar condições diferenciadas de hábitats (Raffaelli et al. 2000; Kuczynska-Kippen & Nagengast, 2003). É possível observar, ainda, na região litorânea, a influência das macrófitas aquáticas sobre as condições físicas e químicas da água, promovendo a variabilidade espacial e temporal de algumas variáveis limnológicas, como oxigênio, pH, temperatura e nutrientes resultantes da fotossíntese e decomposição; além de evitar a turbulência da água e ressuspensão de sedimentos e alteração das condições de luz (Scheffer, 2001). Algumas relações foram estabelecidas para grupos zooplanctônicos, cuja abundância e diversidade mostraram considerável variação espacial e temporal na região litorânea, influenciadas tanto pela composição e estrutura física da vegetação, como pelos fatores físicos e químicos da água (Green, 1972; Bonecker et al., 1994; Bonecker et al., 1998; Duggan et al., 1998; Lansac-Tôha et al., 2003). Esses fatores também variam espacial e temporalmente, de acordo com a heterogeneidade da região litorânea (Duggan et al., 1998). 5 Na zona limnética ou pelágica, os organismos estão mais expostos às mudanças do regime de vazão da massa líquida, que determina a importância do fluxo longitudinal, e também aos níveis de estratificação vertical causada pela ação da radiação e dos ventos nos movimentos e mistura da água (Straskraba & Tundisi, 2000). As espécies de rotíferos dominantes, em número, na região pelágica comumente não são encontradas na região litorânea, devido, entre outros fatores, aos seus hábitos alimentares e de locomoção, que muitas vezes são dificultados pela arquitetura das macrófitas que colonizam as margens. Entretanto, essa vegetação pode proteger os organismos contra predação e os organismos que as colonizam também podem servir como recurso alimentar para os rotíferos. Nesse sentido, essas características podem favorecer o estabelecimento tanto de espécies não planctônicas, quanto de espécies planctônicas e semi-planctônicas (Pennak, 1978; Duggan et al., 1998; Lansac-Tôha et al., 2003), propiciando, assim, uma elevada diversidade de espécies na região litorânea. Apesar do conhecimento de que os rotíferos sésseis têm seleção por um tipo de substrato específico, para a maioria (não séssil) das espécies de rotíferos litorâneos há pouca informação sobre a relação entre as macrófitas e a diversidade específica e a distribuição espacial e temporal das assembléias de rotíferos (Duggan et al., 1998). Em ambientes lacustres laterais, alguns dos principais fatores controladores da composição, riqueza e abundância do zooplâncton são os graus de comunicação entre o rio e os lagos (isto é, a conectividade) e as variações do nível de água determinadas pelo pulso hidrológico (Martins & Henry, 2004). Lagoas marginais a rios, que são muito comuns em áreas alagadas e em planícies de inundação, constituem ambientes aquáticos que podem ser bastante influenciados pelo sistema fluvial. Especialmente na região tropical, esses tipos de ambientes são bastantes sujeitos às variações sazonais, principalmente marcadas pelos períodos de chuvas e secas, as quais ocasionam alterações nos níveis hidrométricos. Essas alterações levaram Junk (1980) a desenvolver o conceito de “pulsos de inundação” ou apenas “pulso”. As áreas úmidas são áreas de transição entre o sistema terrestre e aquático, temporárias ou permanentemente alagadas ou áreas inundadas, naturais ou artificiais, de profundidades rasas, cobertas por macrófitas que estão saturadas ou inundadas em algum momento durante as estações de cada ano (Mitsch & Gosselink, 1993). Essas áreas são formadas por canal principal e secundário do rio, ilhas e lagoas marginais que constituem uma única unidade ecológica com funcionamento dependente do fluxo 6 horizontal do rio (Junk, 1997; Neiff, 2003). Os períodos de inundações influenciam a biota e processos ecológicos, ocorrendo a qualquer momento. Na região de transição entre o rio Paranapanema e a Represa de Jurumirim, os ambientes lênticos adjacentes tem diferentes níveis de associação com o curso d’água (Henry, 2003). Esta zona – típica de áreas úmidas ou “wetland” – não apresentam características peculiares de uma planície de inundação devido à conectividade hidrológica aparentemente permanente entre o rio e as lagoas. Contudo, durante o ano, esta região é submetida a flutuações no nível da água (Henry, 2005). O conceito de conectividade, inicialmente foi aplicado a fluxo de genes entre subpopulações de metapopulação (Merriam, 1984). Segundo Amoros & Roux (1988), a conectividade hidrológica é a troca de matéria, energia e biota que ocorre com e entre elementos diferentes da paisagem de rios através de corredores hidrológicos. A conectividade hidrológica opera sobre quatro dimensões dos sistemas hídricos fluviais: longitudinal, lateral, vertical e temporal (Ward, 1989; Amoros & Bornette, 2002). A comunidade do zooplâncton constitui o elo entre predadores e produtores primários, desempenhando um papel importante, e exercendo uma influência em ambos os processos de top-down e bottom-up. A influência relativa das forças do top-down e do bottom-up para o zooplâncton varia de acordo com a disponibilidade de alimentos, a profundidade do lago e as oportunidades de refúgio da predação, entre as macrófitas, por exemplo. (Schriver et al. 1995; Hessen et al. 2003; Jeppesen et al. 2003). Além disso, as mudanças na composição da comunidade do zooplâncton, determinadas pela produtividade do lago, também geram impactos sobre a densidade fitoplanctônica (Pace 1984; Sarnelle 1992; Jeppesen et al. 2003). O top-down (predação e pastoreio) pode exercer uma força importante sobre o bottom-up (potencial de produtividade) na estruturação de ecossistemas aquáticos (Carpenter et al. 1985). Em climas temperados, por exemplo, muito esforço tem sido dirigido para avaliar a importância do bottom-up e do top-down na regulação da comunidade e estruturação do ecossistema; embora o papel de cada grupo aquático, principalmente do zooplâncton, pode apresentar grandes diferenças (Christoffersen et al., 1993; Auer et al., 2004). Muitos pesquisadores têm analisado a estrutura e a regulação ao longo de diferentes gradientes, tais como produtividade de hábitats, comprimento da cadeia alimentar, permanência de habitat, bem como a dimensão, profundidade e morfometria de lagos (Hansson 1992, Keller & Conlon 1994; Post et al. 2000). 7 Até o momento, a importância dos rotíferos para a ecologia de água doce tem sido evidenciada pela elevada diversidade de espécies, altas taxas reprodutivas e capacidade de adaptação em nichos ecológicos diversificados, principalmente no que diz respeito à alimentação e às condições físicas e químicas da água (Güntzel et al., 2000). Dentro da comunidade zooplanctônica, os rotíferos, em especial, respondem rapidamente a mudanças na oferta alimentar como, por exemplo, quando ocorrem alterações na composição e abundância de algas e outras fontes alimentares, através de modificações em seus atributos (riqueza de espécies, diversidade e densidade dos indivíduos). Representam, assim, organismos indicadores do estado trófico e da qualidade do sistema aquático, sendo altamente oportunistas e r-estrategistas e extremamente sensíveis aos ambientes submetidos à poluição orgânica (Sláde�ek, 1983). Além de serem bons indicadores ambientais e úteis no monitoramento e gerenciamento de ecossistemas (Gannon & Stemberger, 1978), os rotíferos, bem como o zooplâncton em geral, têm papel importante na ciclagem de nutrientes e fazem parte da dieta de muitos peixes planctófagos e larvas de peixes (Woynarovich, 1985). São organismos cujas densidades refletem as variações temporais relacionadas a condições ambientais (Allan, 1976). Sendo assim, os fatores abióticos ou ambientais variam no tempo e no espaço, induzindo determinados padrões de respostas por parte das populações e resultando em uma distribuição espaço-temporal não uniforme das mesmas. Devido ao seu curto tempo de desenvolvimento embrionário, a população de rotíferos (Allan, 1976), e característica populacional de r estrategista, dentro da comunidade zooplanctônica, eles podem nos fornecer subsídios às respostas quando há mudanças ambientais, distúrbios locais e também às hipóteses de determinantes da diversidade e riqueza de espécies. 2. Objetivos Os objetivos do presente trabalho foram: • Determinar as características físicas, químicas e biológicas da água nas estações chuvosa e seca de açudes e lagoas marginais; 8 • Determinar a composição, abundância, diversidade e riqueza de rotíferos, tanto na região pelágica quanto litorânea de três lagoas marginais ao rio Paranapanema e dos Açudes do noroeste paulista; • Relacionar as variáveis ambientais das lagoas marginais e dos açudes do noroeste paulista com os atributos dos rotíferos; • Comparar as estruturas da comunidade de rotíferos em ambientes sujeitos as diferentes perturbações e regimes hidrológicos; 3. Hipóteses Algumas questões a responder com a investigação dos rotíferos nas duas regiões de estudo: 1. Houve diferenças na estrutura da comunidade de rotíferos entre ambientes com regimes hidrológicos distintos, e se houve diferenças, em quais atributos essas diferenças foram mais evidentes? 2. Podemos encontrar diferenças nos atributos dos rotíferos na estação seca e chuvosa de ambos os ambientes de estudo? 3. Visto que a região litorânea tem maior biodiversidade comparada à região pelágica, essa distinção será evidenciada em ambientes com a vegetação de entorno devastada e substituída por monoculturas, como a cana-de-açúcar, laranja e pastoreio de gado? 4. Uma alteração nos atributos dos rotíferos poderá ser atribuída às mudanças nas características físicas, químicas e biológicas da água nas duas regiões? 4. Material e Métodos Além dos fatores citados acima, foi de extrema relevância a realização deste trabalho para ampliação do conhecimento sobre a diversidade dos rotíferos nos ambientes aquáticos da região noroeste, já que, até o momento não houve estudos desses invertebrados aquáticos nessa região. Foram selecionados reservatórios da região noroeste paulista que se mostram hidrologicamente mais estáveis e sujeitos apenas a variações do nível da água devido às precipitações locais, e lagoas marginais ao rio Paranapanema que apresentam distintos graus de conectividade com o rio e regime hidrológico instável (Henry, 2005). Diante de problemáticas ambientais atuais, a comparação entre os dois tipos de ambientes aquáticos possibilitará obter informações 9 fundamentais para estudos descritivos e comparativos, abordando parâmetros estruturais e funcionais do ecossistema resultando em dados que fundamentarão trabalhos futuros de previsão, manejo e conservação desses ambientes aquáticos. Os reservatórios da região noroeste do estado de São Paulo estão sujeitos a períodos de cheia, quando há elevados índices pluviométricos – de outubro a abril – e a períodos de seca que vão de maio a setembro. Muitos trabalhos mostram que o regime de chuva influencia na composição da comunidade zooplanctônica. Em um estudo realizado em duas lagoas do rio Cuiabá (Mato Grosso) Neves et al. (2003) mostraram que durante a estação seca ocorreu um aumento da abundância relativa de rotíferos enquanto que, para copépodos e cladóceros houve uma diminuição. A elevada diversidade e riqueza de rotíferos podem ser evidenciadas, por exemplo, em lagoas marginais ao rio Paranapanema, que já foram anteriormente estudadas, tal como a lagoa do Coqueiral, em estudos realizados por Abra (2008) que apresentou uma diversidade relativamente alta com valores próximos de 3,0 bits/ind e uma elevada riqueza com um total de 91 táxons em amostragens trimestrais de distribuição espacial. A alta riqueza de espécies de rotíferos também foi determinada em estudos sobre toda a extensão da represa Jurumirim por Casanova (2000) em estudos nas lagoas marginais na zona de desembocadura do rio Paranapanema nesta represa e ressaltado por Panarelli et al. (2003). 4.1. Área de estudo Dois conjuntos de ambientes foram escolhidos para estudo: lagoas marginais a um grande rio na região sudeste do estado de São Paulo e açudes distribuídos por vastas bacias hidrográficas na região noroeste do estado. 4.1.1 Lagoas marginais na zona de transição Rio Paranapanema – Represa Jurumirim. O local de estudo selecionado foram 3 lagoas (Lagoa Poço-das-pedras, Lagoa do Mian e Lagoa do Barbosa), ecossistemas marginais ao rio Paranapanema em sua zona de desembocadura na Represa Jurumirim (localizada entre os paralelos 23º27’30’’ e 23º30’00’’ S e os meridianos 48º38’29’’ e 48º36’50’’ W), região sudeste do estado de São Paulo (Figuras 1. e 2.). O Rio Paranapanema nasce na serra de Paranapiacaba (leste do estado) e desagua no Rio Paraná (oeste do estado). Na área de desembocadura do principal 10 tributário deste reservatório, ocorrem inúmeras lagoas marginais com conectividade distinta (Henry et al., 2005). Nas lagoas da zona de transição Rio Paranapanema – Represa Jurumirim, os processos ecológicos são regulados exclusivamente por fatores internos durante o período de desconexão. Nos períodos de conexão com o rio Paranapanema, ambos os fatores (internos e externos) exercem um controle sobre a ecologia das lagoas laterais. Uma das características dessas lagoas é a presença de exuberante comunidade de macrófitas aquáticas, cujas principais espécies são: Echinochloa polystachya, Eichhornia azurea, Habenaria edwalli, Scirpus cubensis, Polygonum spectabile, Utricularia gibba, Limnobium stoloniferum, Pistia stratiotis, além de táxons dos gêneros Ludwigia, Myriophylum, Azolla e Salvinia sp. (Henry & Nogueira, 1999, Pompeo et al., 1999).As três lagoas marginais, selecionadas para este estudo – Lagoa do Mian, Lagoa do Barbosa e Lagoa Poço das Pedras (Figura 1) – fazem parte de um complexo de lagoas pouco estudadas até o presente. Dentre as três lagoas, a Lagoa do Barbosa apresenta a conexão mais estreita com o rio. As outras duas lagoas apresentam conexão através de canais entre bancos de macrófitas. Em pelo menos uma de suas bordas ocorre mata ciliar. 11 Figura 1. Imagem aérea das lagoas marginais ao rio Paranapanema. Lagoa Poço das Pedras Lagoa do Mian Lagoa do Barbosa Rio Paranapanema N 12 Figura 2 - Região de desembocadura do Rio Paranapanema na Represa de Jurumirim. Em destaque estão os locais de amostragem. 13 4.1.2 Ambientes lênticos na região noroeste paulista Estes ambientes aquáticos são constituídos principalmente por represas ou açudes, formados pelo represamento de pequenos riachos dentro de propriedades rurais. As suas localizações encontram-se relacionadas na Tabela 1 e destacadas nas Figuras 3 e 4. São, em sua maioria, ambientes rasos (média = 2,5 m) e que apresentam em seu entorno fragmentos de mata ou culturas típicas da região, tais como canaviais, laranjal e pasto para bovinos. Os riachos que alimentam tais açudes são pequenos, de primeira ou segunda ordem, pertencentes às bacias hidrográficas Turvo-Grande, São José dos Dourados, Baixo Tietê e Tietê Batalha (Figura 5). Uma enumeração das bacias hidrográficas onde estão localizados os ambientes estudados é apresentada na Tabela 2. Uma ilustração dos usos dos solos predominantes das Unidades de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo é mostrada na Figura 6, onde estão inseridos os ambientes aquáticos descritos. O regime hidrológico destes ambientes lênticos é influenciado pelo regime fluvial dos pequenos riachos bem como à precipitação local, tornando os reservatórios sujeitos a períodos de cheia, quando há elevados valores pluviométricos – de outubro a abril – e a períodos de seca, com diminuições nos níveis da água, durante a estação seca – de maio a setembro. A vegetação da região noroeste do estado de São Paulo é caracterizada como floresta estacional semidecidual e savana, restringe-se hoje a 9% de sua área original, tendo sido substituída por pastagens, culturas diversas ou áreas urbanas. O clima na região noroeste do Estado de São Paulo foi determinado como tropical quente e úmido (Necchi & Pascoalato, 1993) e é caracterizado por uma estação seca durante o inverno (maio a outubro) e estação chuvosa durante o verão (dezembro a abril). As temperaturas médias anuais são sempre maiores que 25ºC, com as médias dos meses mais frios em torno de 20ºC e as dos meses mais quentes ao redor de 30ºC. A pluviosidade mensal média pode alcançar de 1mm, nos meses mais secos (de maio a setembro), a aproximadamente 700mm, nos meses entre dezembro a abril (período chuvoso), (Anexos 3 a 6). A precipitação tem uma variação bastante heterogênea e que sofre influências de fenômenos climatológicos, como El Nino e La niña. 14 Tabela 1 - Relação dos fragmentos selecionados para a região noroeste do estado de São Paulo, onde estão inseridos os ambientes aquáticos estudados. Em G9* (Matão), dois açudes abordados foram intitulados: G9.2 (Matão Açude 2) e G9.3 (Matão Açude 3), totalizando 10 reservatórios. Código Município Latitude Longitude G1 Novo Horizonte (Faz. Serrinha) 21º31'33"S 49º18'08"W G3 Planalto (Faz. Taperão) 21º00'09.15"S 49º58'43.26"W G4 União Paulista (Faz. Boa Vista) 20º55'26.2"S 49º55'56"W G5 Magda (CFM Agropecuária Ltda.) 20º28'41"S 50º17'59"W G6 Onda Verde (Faz. Fischer) 20º32'58"S 49º14'59"W G9* Matão (Faz. Cambuhy) 21º37'23"S 48º32'23"W P1 Vicentinópolis (Faz. Canadá) 20°55'24.05"S 50°20'38.18"W P2 Macaubal (Faz. Pauã) 20°44'34.11"S 49°55'42.27"W P9 Pindorama (Estação Experimental) 21º13'20"S 48º55'07"W Figura 3 - Localização dos 9 fragmentos florestais do noroeste paulista, onde estão situados os ambientes aquáticos estudados. 15 Figura 4. Mapa Hidrográfico do estado de São Paulo. Localização dos 9 reservatórios e 3 lagoas marginais selecionados para o estudo. Figura 5. Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo onde estão localizados os reservatórios de estudo: P9 (Pindorama), G6 (Onda Verde) estão inseridos na Bacia do Turvo/Grande (UGRHI 15); G1 (Novo Horizonte) e G9 (Matão) estão inseriddos na Bacia do Tietê/Batalha (UGRHI 16); G5 (Magda) está inserido na Bacia São José dos Dourados (UGRHI 18) e P1 (Vicentinópolis), P2 (Macaubal), G3 (Planalto) e G4 (União Paulista) estão inseridos na Bacia do Baixo Tietê (UGRHI 19) e lagoas marginais: Lagoa do Mian, Lagoa Poço das Pedras e 16 Lagoa do Barbosa estão inseridas na Bacia do Alto Paranapanema (UGRHI 14). Tabela 2. Lista e Numeração da UGRHIs onde estão localizados os ambientes (açudes e lagoas) do presente estudo. UGRHI Unidade de Gerenciamento de Redurso Hídrico/Tipo 15 Turvo / Grande 16 Tietê / Batalha 17 Médio Paranapanema 18 São José dos Dourados 19 Baixo Tietê 20 Aguapeí 21 Peixe 22 Pontal do Paranapanema UGHRIs Agropecuárias (08) 01 Mantiqueira 03 Litoral Norte 11 Ribeira de Iguape/Litoral Sul 14 Alto Paranapanema UGHRIs Conservação (04) 04 Pardo 8 Sapucaí / Grande 09 Mogi-Guaçu 12 Baixo Pardo / Grande 13 Tietê / Jacaré UGHRIs em Industrialização (05) 02 Paraíba do Sul 05 Piracicaba, Capivari e Jundiaí 06 Alto Tietê 07 Baixada Santista 10 Sorocaba / Médio Tietê UGHRIs Industriais (05) 17 Fonte: www.cetesb.sp.gov.br Figura 6. Classificação das 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs), do estado de São Paulo em relação ao uso dos solos . 4.2 Metodologia As amostragens foram realizadas em dois períodos do ano, na estação seca e na estação chuvosa, tanto na zona pelágica quanto na litorânea (quando da presença de macrófitas, as coletas foram realizadas dentro do banco). Quando o açude ou lagoa possuía, em uma de suas bordas, mata e, na outra, cultura, foram realizadas amostragens nas zonas litorâneas dessas duas margens. Nos açudes P1 (Vicentinópolis), G1 (Novo Horizonte), G4 (União Paulista), G5 (Magda), as coletas foram realizadas na estação seca de 2007 e chuvosa de 2008. Nos açudes P2 (Macaubal), G3 (Planalto), G9.2 (Matão Açude 2) e G9.3 (Matão Açude 3), as coletas foram feitas na estação chuvosa e seca de 2008. Finalmente, nos Açudes P9 (Pindorama) e G6 (Onda Verde), as coletas foram realizadas na estação seca de 2008 e chuvosa de 2009. Nas lagoas marginais ao rio Paranapanema, as coletas foram feitas na estação chuvosa e seca de 2008. Os ambientes aquáticos selecionados para o presente estudo são constituídos principalmente por pequenos reservatórios ou açudes, formados pelo represamento de riachos dentro de propriedades rurais. Em alguns casos, estes ambientes estão associados, pelo menos em uma de suas bordas, a fragmentos florestais e, em outros, 18 estão rodeados por culturas típicas da região, tais como canaviais, laranjais e pastagens para gado bovino. As amostras dos rotíferos foram obtidas através de filtração de água em amostra integrada na coluna d’água, com uma rede de plâncton de 45 µm de abertura de malha ou, no caso das lagoas marginais e os Açudes P9 (Pindorama), G6 (Onda Verde) e G9.2 e G9.3 (Matão Açudes 2 e 3, respectivamente) com o bombeamento da água, utilizando- se uma bomba de sucção, atingindo um volume de 300L de água filtrada. Os organismos foram anestesiados com água carbonatada e fixados com formol a 4% e acondicionadas em frascos devidamente etiquetados. Além das amostragens de rotíferos, foram também avaliados, nos mesmos locais de coletas os parâmetros abióticos, tais como: profundidade, temperatura, oxigênio dissolvido, pH, condutividade, utilizando-se o aparelho para medição de qualidade de água Horiba U-10. A transparência da água (m) foi obtida utilizando-se um disco de Secchi (disco branco com 0,3m de diâmetro), mergulhando-se o disco na água e medindo a profundidade de seu desaparecimento visual. Para a determinação da concentração de nitrogênio e fósforo totais, amostras de água coletadas foram armazenadas em frascos plásticos e congeladas para posterior análise de nitrogênio pelo método de Mackereth et al. (1978) e, de fósforo pelo método de Strickland & Parsons (1960); e para a determinação da quantidade de clorofila a na água (µg/l) utilizou-se o método descrito por Golterman et al. (1978). 4.2.1 Análise qualitativa e quantitativa dos rotíferos Os organismos foram quantificados (ind/m3) por contagem de sub-amostras na câmara de Sedgwick-Rafter. Um mínimo de 150 indivíduos para cada amostra foi contado. A identificação foi realizada até o nível de espécie, e quando isso não foi possível, até ao nível de gênero, com a utilização de microscópio CARL ZEISS Standard 25 e bibliografia específica: Koste (1978 a e b); Pontin (1978); Segers (1995); De Smet & Pourriot (1997); Koste & Jose de Paggi (1982); Lucinda et al. (2004); Nogrady, Pourriot & Segers (1997); Nogrady & Segers (2002) e Segers (1995). 19 4.3 Tratamento dos dados A análise estatística envolveu: 1. Análise Exploratória dos Dados; 2. Índice de Constância descrito em Dajoz (1973), de acordo com o índice podem-se estabelecer três graus de constância, sendo considerados os táxons como constantes (de 51 a 100% de freqüência), acessórios (26 a 50% de freqüência) e acidentais (de 1 a 25% de freqüência); 3. Para cada grupo, a diversidade alfa de espécies foi medida através dos índices de Shannon-Wiener (H’ = - Σpi . logpi, onde p é a freqüência relativa da espécie i ) e de Simpson (D = Σ pi2). A equitabilidade ou uniformidade (e) da distribuição das espécies também foi calculada (e = H’/Hmax, onde Hmax é a diversidade teórica máxima). Para avaliar a abundância relativa das principais famílias, foram consideradas somente aquelas que atingiram no mínimo 10% da abundância total em algum dos locais de amostragem, separadamente entre zonas pelágicas e litorâneas e estações do ano. As famílias com abundâncias relativas menores que 10% foram agupadas em um conjunto designido como “Outros”. 4. Análise de ordenação: ACC ou CCA (Análise de Correspondência Canônica), com teste de permutação de Monte Carlo, feito com espécies tendo abundâncias relativas maiores de 10%, totalizando 20 espécies de rotíferos nos 13 locais de amostragem e nas estações seca e chuvosa, através do Programa PC-ORD, Versão 3.11. 5. Análises de Agrupamentos a fim de analisar a similaridade entre os ambientes amostrados (lagoas e açudes) e estações do ano: as análises realizadas foram ANOSIM (Análise de Similaridade), Cluster (Análise Hierárquica de Cluster) e SIMPER (Porcentagem da Similaridade de acordo com a contribuição das espécies), através do Programa PRIMER 6 - Versão 6.1.6. 6. Análise de Variância para comparação dos atributos populacionais entre as lagoas e os Açudes; Foram adotadas as seguintes abreviaturas na apresentação dos resultados: Estações de Amostragem: Açudes (Ver Tabela 1). 20 Regiões de Amostragem: Zona pelágica: P e Zonas Litorâneas: LM, Litoral Mata; LP, Litoral Pasto; LC, Litoral Cana e LL, Litoral Laranja. Estações do Ano: S, Seca e C, Chuvosa. 5. Resultados • 1º Objetivo: Determinar as características físicas, químicas e biológicas da água nas estações chuvosa e seca de açudes e lagoas marginais; A Profundidade teve uma leve variação entre as estações seca e chuvosa dos Açudes, com maiores valores na zona pelágica da estação chuvosa (1,80m a 5,10m). Nas lagoas marginais, a Profundidade variou entre 0,81m e 3,19m na estação chuvosa e na estação seca de 1,52m a 3,50m, com maiores valores na zona pelágica da estação seca, com exceção da Lagoa do Barbosa (Ver Tabela 3.). A variável Transparência foi de 0,45m (até o fundo) a 3,55m na estação chuvosa. O Açude P1 e o G3 apresentaram transparência até o fundo, na estação chuvosa e seca, respectivamente. Na estação seca, a transparência nos Açudes, variou de 0,24m a 2,70m, ambos na zona pelágica. De modo geral, a estação chuvosa apresentou valores mais altos de transparência em relação à estação seca. As Lagoas Marginais apresentaram maiores valores de transparência na estação seca (Tabela 3.). A profundidade e transparência obtidas nos Açudes, não apresentaram variações expressivas entre as estações do ano, sendo que a estação chuvosa, de modo geral, apresentou maiores valores de profundidade e transparência, além disso, na zona litorânea obteve menores profundidades e transparência até o fundo da coluna d’água. A Temperatura mostrou uma variação dos seus valores médios, o mínimo foi 24,53ºC nos Açudes P2 e G9.3, ambos na zona pelágica, ao valor máximo de 28ºC na zona litorânea do Açude G4, na estação chuvosa. Na estação seca, a temperatura da água dos Açudes variou de 19ºC a 29,6ºC. Nas lagoas marginais, a temperatura da água na estação chuvosa apresentou valores médios de 23,69ºC a 28,03ºC e na estação seca de 18,39ºC a 20,87ºC, nas Lagoas do Mian e Poço das Pedras, respectivamente nas duas estações do ano (Tabela 3.). 21 T ab el a 3. V al or es m éd io s (c om e xc eç ão d a pr of un di da de e t ra ns pa rê nc ia ) da s va ri áv ei s li m no ló gi ca s fí si ca s qu e fo ra m m ed id as n os A çu de s do no ro es te p au lis ta e n as la go as m ar gi na is a o ri o Pa ra na pa ne m a, n as z on as li to râ ne as e p el ág ic as d as e st aç õe s se ca e c hu vo sa . * F un do . P ro fu nd id ad e (m ) T ra ns pa rê nc ia ( m ) T em pe ra tu ra d a ág ua ( ºC ) A çu de s Z on as C hu vo sa Se ca A çu de s Z on as C hu vo sa Se ca A çu de s Z on as C hu vo sa Se ca P1 P 2, 20 1, 80 P1 P 2, 2* 1, 8* P1 P 24 ,8 0 23 ,5 0 P1 L M 1, 90 0, 50 P1 L M 1, 9* 0, 5* P1 L M 25 ,3 0 25 ,5 0 P1 L P 1, 38 0, 85 P1 L P 1, 38 * 0, 85 * P1 L P 24 ,9 0 24 ,6 0 P2 P 2, 40 2, 09 P2 P 0, 60 0, 53 P2 P 24 ,5 3 23 ,3 3 P2 L M 0, 60 0, 82 P2 L M 0, 55 0, 49 P2 L M 26 ,7 0 25 ,1 8 P9 P 3, 89 3, 43 P9 P 0, 65 1, 32 P9 P 25 ,9 3 22 ,9 1 P9 L M 0, 46 0, 61 P9 L M 0, 46 * 0, 61 * P9 L M 25 ,7 3 22 ,9 0 G 1 P 1, 80 2, 10 G 1 P 0, 78 2, 00 G 1 P 25 ,0 7 22 ,4 2 G 1 L M 0, 90 0, 80 G 1 L M 0, 85 0, 30 G 1 L M 25 ,0 0 23 ,4 0 G 3 P 4, 20 2, 90 G 3 P 3, 55 2, 51 G 3 P 25 ,7 5 22 ,7 0 G 3 L M 2, 53 2, 23 G 3 L M 2, 36 1, 53 G 3 L M 25 ,9 0 23 ,5 3 G 3 L P 2, 10 2, 20 G 3 L P 2, 1* 2, 2* G 3 L P 25 ,8 0 23 ,1 0 G 4 P 5, 10 4, 87 G 4 P 2, 60 2, 70 G 4 P 26 ,1 0 19 ,0 0 G 4 L C 1, 10 2, 10 G 4 L C 1, 1* 1, 80 G 4 L C 28 ,0 0 20 ,0 0 G 5 P 1, 90 1, 30 G 5 P 1, 40 0, 90 G 5 P 25 ,6 0 25 ,1 0 G 5 L M 0, 90 0, 24 G 5 L M 0, 50 0, 24 * G 5 L M 27 ,1 0 29 ,6 0 G 5 L C 0, 80 0, 30 G 5 L C 0, 65 0, 3* G 5 L C 26 ,8 0 25 ,9 0 G 6 P 3, 58 3, 70 G 6 P 0, 82 2, 20 G 6 P 25 ,5 0 22 ,3 2 G 6 L M 1, 07 0, 78 G 6 L M 1, 07 * 0, 78 * G 6 L M 25 ,6 3 22 ,2 7 G 9. 2 P 3, 20 2, 21 G 9. 2 P 0, 75 0, 62 G 9. 2 P 25 ,1 7 21 ,5 3 G 9. 2 L M 1, 20 1, 18 G 9. 2 L M 0, 90 0, 61 G 9. 2 L M 26 ,8 0 22 ,1 G 9. 3 P 3, 50 2, 41 G 9. 3 P 1, 15 0, 88 G 9. 3 P 24 ,5 3 21 ,5 0 G 9. 3 L L 0, 45 0, 66 G 9. 3 L L 0, 45 * 0, 66 * G 9. 3 L L 26 ,6 0 22 ,3 22 L ag oa s M ar gi na is Z on as C hu vo sa Se ca L ag oa s M ar gi na is Z on as C hu vo sa Se ca L ag oa s M ar gi na is Z on as C hu vo sa Se ca M ia n P 3, 19 3, 33 M ia n P 0, 93 1, 47 M ia n P 23 ,6 9 18 ,3 9 M ia n L M 1, 24 2, 23 M ia n L M 0, 83 1, 79 M ia n L M 25 ,9 7 19 ,8 3 M ia n L P 0, 81 1, 52 M ia n L P 0, 75 1, 36 M ia n L P 26 ,3 7 18 ,6 3 Po ço d as P ed ra s P 2, 51 2, 70 Po ço d as P ed ra s P 0, 82 1, 26 Po ço d as P ed ra s P 26 ,1 4 19 ,3 9 Po ço d as P ed ra s L M 1, 95 2, 26 Po ço d as P ed ra s L M 0, 73 1, 46 Po ço d as P ed ra s L M 28 ,0 3 20 ,8 7 B ar bo sa P 3, 13 3, 17 B ar bo sa P 0, 90 1, 95 B ar bo sa P 23 ,9 6 18 ,8 2 B ar bo sa L M 1, 92 2, 16 B ar bo sa L M 0, 64 1, 09 B ar bo sa L M 24 ,2 7 19 ,0 0 23 A variável limnológica pH da água nos Açudes variou na estação chuvosa de 5,02 a 8,35, ambos na zona pelágica. Considerando o pH da zona pelágica, esta estação apresentou menores valores de pH quanto à estação seca, com exceção dos Açudes G4 e G6. No geral, na estação chuvosa, a zona litorânea apresentou maiores valores de pH em relação à zona pelágica, com exceção do Açude G6. Na estação seca, o pH variou de 5,75 no Açude G1 a 7,50 no Açude P9. Comparando as zonas litorâneas e pelágicas não houve um padrão de variação dos valores (Tabela 4.). Nas lagoas marginais, o pH variou entre 5,67 a 6,27, na Lagoa do Barbosa e 6,27 na Lagoa Poço das Pedras, coletados na estação chuvosa. Na estação seca, o pH da água nas lagoas marginais apresentou o maior valor de 6,27, na zona litorânea da Lagoa do Mian. O pH nos açudes apresentou-se um pouco mais elevado que as Lagoas Marginais (Tabela 4.). A condutividade elétrica talvez seja a variável que apresentou a maior amplitude de variação entre os locais de amostragem e as estações do ano. Nos Açudes, o menor valor médio, tanto na estação chuvosa quanto seca, foi no G1 e o maior foi no G9.3. Nas lagoas marginais, a Condutividade não apresentou grandes variações dentro dos períodos amostrados e na estação seca bteve-se maiores valores comparados a estação chuvosa (Tabela 4.). O oxigênio dissolvido corresponde a uma outra variável química que obteve valores médios entre 1,15 e 7,70mg.L-1 nos Açudes, na estação chuvosa. Na estação seca o valor médio mínimo foi de 3,36 e o máximo de 8,46mg.L-1. O oxigênio dissolvido apresentou maiores valores na zona litorânea em relação a pelágica, com exceção dos Açude P1, G1 e G5 (Tabela 4.). Nas lagoas marginais, o oxigênio dissolvido na água apresentou uma grande variação entre 0,84 a 6,01mg.L-1, nas zonas litorâneas das Lagoas do Barbosa e Poço das Pedras. Na estação seca, a variação foi em torno de 2,52 a 4,78mg.L-1, sendo valores ocorridos nas zonas litorâneas das Lagoas (Ver Tabela 4.). 24 T ab el a 4. V al or es m éd io s da s va ri áv ei s lim no ló gi ca s qu ím ic as d a ág ua n os A çu de s do n or oe st e pa ul is ta e n as la go as m ar gi na is a o ri o Pa ra na pa ne m a, na s zo na s lit or ân ea s e pe lá gi ca s na s es ta çõ es s ec a e ch uv os a. pH C on du ti vi da de ( µ S. cm -1 ) O xi gê ni o D is so lv id o (m g. L -1 ) A çu de s Z on as C hu vo sa Se ca A çu de s Z on as C hu vo sa Se ca A çu de s Z on as C hu vo sa Se ca P1 P 5, 02 6, 25 P1 P 17 ,3 3 12 ,0 0 P1 P 4, 80 5, 80 P1 L M 5, 80 6, 15 P1 L M 17 ,0 0 9, 00 P1 L M 5, 80 6, 50 P1 L P 6, 04 6, 02 P1 L P 17 ,0 0 10 ,0 0 P1 L P 6, 00 3, 84 P2 P 5, 64 6, 46 P2 P 27 ,0 0 13 ,6 6 P2 P 5, 47 6, 63 P2 L M 6, 50 6, 59 P2 L M 26 ,0 0 10 ,0 4 P2 L M 6, 80 8, 46 P9 P 7, 31 7, 50 P9 P 52 ,6 7 49 ,1 1 P9 P 3, 99 7, 99 P9 L M 7, 35 6, 84 P9 L M 48 ,0 0 48 ,0 0 P9 L M 4, 10 7, 05 G 1 P 5, 48 5, 75 G 1 P 4, 00 2, 00 G 1 P 5, 65 6, 08 G 1 L M 6, 30 5, 83 G 1 L M 4, 00 2, 00 G 1 L M 4, 30 6, 10 G 3 P 6, 06 6, 15 G 3 P 13 ,4 4 29 ,1 0 G 3 P 3, 63 5, 24 G 3 L M 6, 36 6, 17 G 3 L M 13 ,0 0 29 ,0 0 G 3 L M 4, 01 5, 81 G 3 L P 6, 45 6, 12 G 3 L P 13 ,0 0 29 ,0 0 G 3 L P 4, 10 5, 30 G 4 P 6, 23 6, 20 G 4 P 25 ,5 0 10 ,0 0 G 4 P 3, 57 6, 84 G 4 L C 6, 90 6, 40 G 4 L C 23 ,0 0 10 ,0 0 G 4 L C 6, 40 7, 10 G 5 P 6, 34 6, 84 G 5 P 10 0, 67 42 ,6 6 G 5 P 1, 61 3, 75 G 5 L M 6, 80 6, 96 G 5 L M 84 ,0 0 41 ,0 0 G 5 L M 1, 20 5, 95 G 5 L C 6, 47 6, 92 G 5 L C 81 ,0 0 38 ,0 0 G 5 L C 3, 31 7, 26 G 6 P 8, 35 6, 65 G 6 P 12 ,7 8 14 ,3 3 G 6 P 3, 41 6, 34 G 6 L M 7, 54 6, 63 G 6 L M 15 ,3 3 14 ,0 0 G 6 L M 4, 93 6, 36 G 9. 2 P 5, 39 6, 24 G 9. 2 P 48 ,0 0 13 ,6 6 G 9. 2 P 1, 15 3, 36 G 9. 2 L M 6, 40 6, 5 G 9. 2 L M 34 ,0 0 13 ,0 0 G 9. 2 L M 2, 50 5, 00 G 9. 3 P 6, 58 6, 70 G 9. 3 P 14 1, 67 80 ,3 0 G 9. 3 P 3, 81 6, 94 G 9. 3 L L 7, 00 6, 45 G 9. 3 L L 13 7, 00 81 ,0 0 G 9. 3 L L 7, 70 7, 18 25 L ag oa s M ar gi na is Z on as C hu vo sa Se ca L ag oa s M ar gi na is Z on as C hu vo sa Se ca L ag oa s M ar gi na is Z on as C hu vo sa Se ca M ia n P 5, 79 6, 04 M ia n P 33 ,1 6 58 ,5 4 M ia n P 3, 22 4, 47 M ia n L M 5, 80 5, 97 M ia n L M 33 ,2 9 58 ,6 7 M ia n L M 4, 34 4, 60 M ia n L P 5, 77 6, 27 M ia n L P 34 ,7 7 60 ,1 3 M ia n L P 3, 23 4, 78 Po ço d as P ed ra s P 6, 18 5, 63 Po ço d as P ed ra s P 46 ,9 0 76 ,7 6 Po ço d as P ed ra s P 3, 96 4, 00 Po ço d as P ed ra s L M 6, 27 5, 60 Po ço d as P ed ra s L M 31 ,8 2 77 ,3 7 Po ço d as P ed ra s L M 6, 01 4, 44 B ar bo sa P 5, 77 6, 11 B ar bo sa P 46 ,1 1 58 ,1 6 B ar bo sa P 2, 18 3, 40 B ar bo sa L M 5, 67 4, 65 B ar bo sa L M 47 ,5 9 59 ,2 8 B ar bo sa L M 0, 84 2, 52 26 Com relação aos nutrientes totais ocorreu uma variação ampla de fósforo total na água dos Açudes. Na estação seca, foi registrada uma variação em torno de 38,56µg.L-1 a 255,22µg.L-1 e na estação chuvosa a variação foi mais expressiva, de 0,06µg.L-1, obtidos na zona litorânea de dois açudes (P1 e G3) a 55,9µg.L-1 (zona pelágica do P9). Quanto ao nitrogênio, o menor (70,50µg.L-1) e maior valor (4273,33µg.L-1) foram verificados na zona pelágica dos Açudes. Nas lagoas marginais, menor amplitude de valores de fósforo foi observada em sua zona litorânea, na estação chuvosa. Na estação seca, os valores médios foram de 52,21 a 93,25µg.L-1, ambos na zona pelágica (Ver Tabela 5.). O nitrogênio total apresentou valores mínimos na zona litorânea, nas duas estações amostradas. Os valores máximos, tanto na estação chuvosa quanto na estação seca foram registrados na Lagoa do Barbosa. O valor mínimo na estação seca foi observado na Lagoa do Mian e na chuvosa, na Lagoa Poço das Pedras, ambos obtidos na zona litorânea (Tabela 5.). Tabela 5. Valores médios dos nutrientes totais na água dos Açudes do noroeste paulista e nas lagoas marginais ao rio Paranapanema, nas zonas litorâneas e pelágicas das estações seca e chuvosa. Fósforo Total (µg.L-1) Nitrogênio Total (µg.L-1) Açudes Zonas Chuvosa Seca Açudes Zonas Chuvosa Seca P1 P 0,41 - P1 P 185,00 - P1 LM 0,06 - P1 LM 160,63 - P1 LP 0,06 - P1 LP 191,25 - P2 P 0,09 255,22 P2 P 363,75 336,25 P2 LM 0,45 79,67 P2 LM 324,38 323,13 P9 P 55,94 124,85 P9 P 346,89 546,67 P9 LM 40,94 127,26 P9 LM 256,06 544,17 G1 P - - G1 P - - G1 LM - - G1 LM - - G3 P 0,37 38,56 G3 P 198,75 222,50 G3 LM 0,06 39,11 G3 LM 200,63 220,63 G3 LP 0,07 56,33 G3 LP 203,75 219,38 G4 P 0,07 - G4 P 171,25 - G4 LC 0,07 - G4 LC 208,13 - G5 P - - G5 P - - G5 LM - - G5 LM - - G5 LC - - G5 LC - - G6 P 17,89 75,78 G6 P 70,50 194,58 G6 LM 19,35 50,41 G6 LM 78,56 198,75 27 G9.2 P 29,63 50,22 G9.2 P 344,33 501,88 G9.2 LM 30,46 50,22 G9.2 LM 598,83 400,63 G9.3 P 24,21 38,56 G9.3 P 4273,33 622,63 G9.3 LL 39,42 39,11 G9.3 LL 2456,67 511,38 Lagoas Marginais Zonas Chuvosa Seca Lagoas Marginais Zonas Chuvosa Seca Mian P 19,36 93,65 Mian P 215,24 239,41 Mian LM 17,32 72,51 Mian LM 166,00 237,21 Mian LP 18,49 77,85 Mian LP 158,50 248,72 Poço das Pedras P 25,53 83,88 Poço das Pedras P 208,08 259,38 Poço das Pedras LM 25,49 81,83 Poço das Pedras LM 199,54 236,79 Barbosa P 20,58 52,21 Barbosa P 203,71 295,68 Barbosa LM 29,38 59,39 Barbosa LM 234,75 424,13 Em relação ao material em suspensão foram obtidos no Açude G6 os menores valores e os maiores no Açude P9, na zona pelágica e litorânea, nas duas estações (Tabela 6.). Na estação chuvosa das lagoas marginais, o menor valor médio foi observado no litoral e o maior valor na região pelágica. Na estação seca, a Lagoa do Barbosa registrou o menor valor (3,12 mg.L-1) e o maior valor (7,69mg.L-1), (Tabela 6.). A clorofila a obteve menor valor na Lagoa do Mian (zona pelágica) e maior na Lagoa do Barbosa (zona litorânea), na estação chuvosa, já na estação seca a zona litorânea apresentou nas Lagoas Poço das Pedras e Mian, o menor e maior valor, respectivamente (Tabela 6.). Na estação chuvosa das lagoas marginais, a clorofila a mostrou valores médios entre 1,01 e 7,42µg.L-1. Na estação seca, os valores foram de 1,12µg.L-1 a 4,33µg.L-1, ambos na zona litorânea (Tabela 6.). Tabela 6. Valores médios das variáveis limnológicas químicas e biológicas na água dos Açudes do noroeste paulista e nas lagoas marginais ao rio Paranapanema, nas zonas litorâneas e pelágicas das estações seca e chuvosa. Material em Suspensão (mg.L-1) Clorofila a (µg.L-1) Açudes Zonas Chuvosa Seca Açudes Zonas Chuvosa Seca P1 P - - P1 P - - P1 LM - - P1 LM - - P1 LP - - P1 LP - - P2 P - - P2 P - - P2 LM - - P2 LM - - P9 P 11,17 3,53 P9 P 12,92 3,25 P9 LM 10,73 5,71 P9 LM 6,74 2,57 28 G1 P - - G1 P - - G1 LM - - G1 LM - - G3 P - - G3 P - - G3 LM - - G3 LM - - G3 LP - - G3 LP - - G4 P - - G4 P - - G4 LC - - G4 LC - - G5 P - - G5 P - - G5 LM - - G5 LM - - G5 LC - - G5 LC - - G6 P 5,00 3,46 G6 P 0,79 2,50 G6 LM 4,47 1,85 G6 LM 3,15 1,68 G9.2 P - - G9.2 P - - G9.2 LM - - G9.2 LM - - G9.3 P - - G9.3 P - - G9.3 LL - - G9.3 LL - - Lagoas Marginais Zonas Chuvosa Seca Lagoas Marginais Zonas Chuvosa Seca Mian P 8,58 4,11 Mian P 1,01 3,00 Mian LM 6,97 3,80 Mian LM 1,76 3,60 Mian LP 7,87 4,99 Mian LP 4,61 4,33 Poço das Pedras P 10,82 5,12 Poço das Pedras P 4,41 4,27 Poço das Pedras LM 7,29 4,92 Poço das Pedras LM 4,19 1,12 Barbosa P 11,90 3,12 Barbosa P 4,04 1,72 Barbosa LM 7,21 7,69 Barbosa LM 7,42 2,57 • 2º Objetivo: Determinar a composição, abundância, diversidade e riqueza de rotíferos, tanto na região pelágica quanto litorânea de três lagoas marginais ao rio Paranapanema e dos Açudes do noroeste paulista: 1. Composição e Índice de Constância de Dajoz (região pelágica e litorânea): Considerando as duas regiões que foram pré-estabelecidas para o estudo, região pelágica e litorânea, com a somatória de 13 ambientes (10 Açudes e 3 lagoas marginais) e em duas estações do ano, registrou-se 205 táxons do grupo Rotifera, sendo distribuídos em 3 ordens e 21 famílias, destacando alguns táxons com primeiro registro para a água doce no estado de São Paulo (Tabela 7 e Anexo 2). De acordo com o valor índice de Constância descrito em Dajoz (1972), na região pelágica, foram registrados 7 táxons constantes, enquanto que na região litorânea podemos observar 10 táxons constantes. Dentre os táxons constantes registrados na região pelágica e litorânea, 6 táxons foram comuns às duas regiões. Para o período todo 29 de estudo dos 205 táxons registrados, apenas 8 apresentaram-se como constantes, sendo representados por Collotheca sp. Harring (Família Collothecidae), Conochilus coenobasis Skorikov (Família Conochilidae), Hexarthra intermedia intermedia Wiszniewski (Família Hexarthridae), Kellicottia bostoniensis (Rousselet) (Família Brachionidae), Ascomorpha ecaudis Perty (Família Gastropodidae), Lecane bulla (Gosse) (Família Lecanidae), Polyarthra vulgaris Carlin, (Família Synchaetidae) e Trichocerca sylata (Gosse) (Família Trichocercidae). No Total dos Índices de Constância (TIC), 19 táxons foram classificados como acessórios (de 6 Famílias) e 178 foram acidentais. Seis táxons foram acessórios apenas na região pelágica e 22 táxons somente na região litorânea, sendo que apenas 6 táxons que teve ocorrência acessória na zona litorânea e 1 táxon na zona pelágica mantiveram- se com a presença acessória na somatória dos Índices de Constância (TIC). Dos 178 táxons acidentais, 11 táxons só ocorreram na região pelágica e 71 táxons ocorreram apenas na região litorânea. Dentre os 71 táxons que só ocorreram na região litorânea, 25 deles são de um único gênero (Lecane), representando quase a metade das espécies registradas para esse gênero. A família Lepadellidae, também apresentou 50% dos seus táxons com ocorrência acidental na região litorânea (Tabela 7). Tabela 7. Índice de Constância (IC) referente à lista de táxons encontrados, IC1 – Índice de Constância da Zona Pelágica, IC2 – Índice de Constância da Zona Litorânea e TIC – Total de Índices de Constância para cada espécie, incluindo os locais de amostragem (10 Açudes e 3 lagoas marginais) e as duas estações de coleta (Chuvosa e Seca). 51 a 100% Constante 26 a 50% Acessório 1 a 25% Acidental sem Ocorrência Índices de Constância IC1 IC2 TIC Ordem Collothecaceae Harring, 1913 Família Collothecidae Harring, 1913 Collotheca sp. Harring, 1913 Stephanoceros fimbriatus (Goldfusz, 1820) Ordem Flosculariaceae Harring, 1913 Família Conochilidae Harring, 1913 Conochilus (Conochiloides) coenobasis (Skorikov, 1914) Conochilus (Conochiloides) natans (Seligo, 1900) Conochilus (Conochilus) unicornis Rousselet, 1892 Família Flosculariidae Ehrenberg, 1838 Ptygura sp. Ehrenberg, 1832 30 Família Hexarthridae Bartos, 1959 Hexarthra intermedia brasiliensis Hauer, 1953 Hexarthra intermedia intermedia (Wiszniewski, 1929) Família Testudinellidae Harring, 1913 Pompholix cf. complanata Gosse, 1851 Pompholix sp. Gosse, 1951 Testudinella amphora Hauer, 1938 Testudinella brycei Hauer, 1938 Testudinella dendradena de Beauchamp, 1955 Testudinella emarginula (Stenroos, 1898) Testudinella haueriensis Gillard, 1967 Testudinella ohlei ohlei Koste, 1972 Testudinella parva (Ternetz, 1892) Testudinella patina (Hermann, 1783) Testudinella patina f. intermedia Anderson, 1889 Testudinella patina f. trilobata Anderson & Shephard, 1892 Testudinella tridentata Smirnov, 1931 Testudinella tridentata f. amazonica Thomasson, 1971 Família Trochosphaeridae Harring, 1913 Filinia longiseta (Ehrenberg, 1834) Filinia opoliensis (Zacharias, 1898) Filinia cf. pejleri Hutchinson, 1964 Filinia terminalis (Plate, 1886) Ordem Ploima Hudson and Gosse, 1886 Família Asplanchnidae Eckstein, 1883 Asplanchna brightwelli Gosse, 1850 Família Brachionidae Ehrenberg, 1838 Anuraeopsis fissa Gosse, 1851 Anuraeopsis navicula navicula Rousselet, 1911 Anuraeopsis urawensis Sudzuki, 1957 Brachionus angularis Gosse, 1851 Brachionus angularis f. bidens Plate, 1886 Brachionus angularis chelonis Ahlstrom, 1940 Brachionus dolabratus Harring, 1914 Brachionus falcatus Zacharias, 1898 Brachionus havanaensis Rousselet, 1911 Brachionus mirus Daday, 1905 Brachionus quadridentatus mirabilis Daday, 1897 Brachionus urceolaris Müller, 1773 Kellicottia bostoniensis (Rousselet, 1908) Keratella americana Carlin, 1943 Keratella cochlearis (Gosse, 1851) Keratella lenzi Hauer, 1053 Keratella tecta (Gosse, 1851) Keratella cf. thomassoni Hauer, 1958 Keratella tropica (Apstein, 1907) Notholca sp. Gosse, 1886 Plationus patulus macrachantus (Daday, 1905) Plationus patulus patulus (Müller, 1786) Platyias quadricornis quadricornis (Ehrenberg, 1832) Família Dicranophoridae Harring, 1913 Dicranophoroides caudatus (Ehrenberg, 1834) 31 Dicranophorus epicharis Harring & Myers, 1928 Dicranophorus cf. prionacis Harring & Myers, 1928 Dicranophorus sp. Nitzsch, 1827 Família Epiphanidae Harring, 1913 Epiphanes clavulata (Ehrenberg, 1832) Epiphanes macroura (Barrois & Daday, 1894) Família Euchlanidae Ehrenberg, 1838 Beauchampiella eudactylota (Gosse, 1886) Dipleuchlanis propatula (Gosse, 1886) Dipleuchlanis propatula macrodactyla (Hauer, 1965) Euchlanis dilatata dilatata Ehrenberg, 1832 Euchlanis dilatata larga Kutikova (1970) Euchlanis dilatata lucksiana Hauer, 1930 Euchlanis incisa Carlin, 1939 Euchlanis incisa mucronata Ahlstrom, 1934 Família Gastropodidae Harring, 1913 Ascomorpha agilis Zacharias, 1893 Ascomorpha ecaudis Perty, 1850 Gastropus hyptopus (Ehrenberg, 1838) Gastropus stylifer (Imhof, 1891) Família Lecanidae Remane, 1933 Lecane aculeata (Jakubski, 1912) Lecane arcula Harring, 1914 Lecane armata Thomasson, 1971 Lecane braziliensis Segers, 1993 Lecane bulla (Gosse, 1851) Lecane closterocerca (Schmarda, 1859) Lecane copeis (Harring & Myers, 1926) Lecane cornuta (Müller, 1786) Lecane cornuta f. rotunda Fadeev, 1927 Lecane crepida Harring, 1914 Lecane curvicornis (Murray, 1913) Lecane decipiens (Murray, 1913) Lecane depressa (Bryce, 1891) Lecane doryssa Harring, 1914 Lecane elegans Harring, 1914 Lecane elsa Hauer, 1931 Lecane eutarsa Harring & Myers, 1926 Lecane flexilis (Gosse, 1886) Lecane furcata (Murray, 1913) Lecane haliclysta Harring & Myers, 1926 Lecane hamata (Stokes, 1896) Lecane hastata (Murray, 1913) Lecane hornemanni (Ehrenberg, 1834) Lecane cf. inermis (Bryce, 1892) Lecane leontina (Turner, 1892) Lecane ludwigii f. ercodes Harring, 1914 Lecane ludwigii f. ludwigii Harring & Myers, 1926 Lecane lunaris (Ehrenberg, 1832) Lecane lunaris f. acus Myers, 1937 Lecane lunaris f. constricta Myers, 1942 Lecane lunaris f. crenata Edmondson, 1935 32 Lecane monostyla (Daday, 1897) Lecane myersi Segers, 1993 Lecane obtusa (Murray, 1913) Lecane papuana (Murray, 1913) Lecane pusilla Harring, 1914 Lecane pyriformis (Daday, 1905) Lecane quadridentata (Ehrenberg, 1830) Lecane cf. rugosa (Harring, 1914) Lecane scutata (Harring & Myers, 1926) Lecane signifera (Jennings, 1896) Lecane signifera ploenensis (Voigt, 1902) Lecane cf. simonneae Segers, 1993 Lecane sola Hauer, 1936 Lecane cf. symoensi De Ridder, 1981 Lecane spp. Nitzsch, 1827 Lecane stenroosi (Meissner, 1908) Lecane stichae Harring, 1913 Lecane stichoclysta Segers, 1993 Lecane subtilis Harring & Myers, 1926 Lecane uenoi Yamamoto, 1951 Lecane cf. undulata Hauer, 1938 Lecane ungulata (Gosse, 1887) Família Lepadellidae Harring, 1913 Colurella colurus compressa (Lucks, 1912) Colurella obtusa obtusa (Gosse, 1886) Colurella spp. Bory de St. Vincent, 1824 Colurella uncinata bicuspidata (Ehrenberg, 1832) Colurella uncinata deflexa (Ehrenberg, 1834) Colurella uncinata uncinata (Müller, 1773) Lepadella (Heterolepadella) apsicora Myers, 1934 Lepadella (Heterolepadella) heterodactyla Fadeew, 1925 Lepadella (Heterolepadella) sp. Bartoš, 1955 Lepadella (Lepadella) acuminata (Ehrenberg, 1834) Lepadella (Lepadella) benjamini f. braziliensis (Koste) Lepadella (Lepadella) cristata (Rousselet, 1893) Lepadella (Lepadella) cf. elliptica Wulfert, 1939 Lepadella (Lepadella) ovalis (Müller, 1786) Lepadella (Lepadella) patella (Müller, 1773) Lepadella (Lepadella) patella biloba Hauer Lepadella (Lepadella) patella oblonga (Ehrenberg, 1834) Lepadella (Lepadella) patella patella (Müller, 1786) Lepadella (Lepadella) patella persimilis De Ridder, 1961 Lepadella (Lepadella) rhomboides carinata Donner, 1943 Lepadella (Lepadella) rhomboides rhomboides (Gosse, 1886) Lepadella (Lepadella) sp. Bory de St. Vincent, 1826 Squatinella lamellaris f. mutica Ehrenberg, 1832 Família Microcodidae Hudson and Gosse, 1886 Microcodon clavus Ehrenberg, 1830 Família Mytilinidae Harring, 1913 Mytilina acantophora Hauer, 1938 Mytilina ventralis (Ehrenberg, 1830) Família Notommatidae Hudson and Gosse, 1886 33 Cephalodella forficula (Ehrenberg, 1830) Cephalodella gibba (Ehrenberg, 1830) Cephalodella hollowdayi Koste, 1986 Cephalodella intuta Myers, 1924 Cephalodella mira Myers, 1934 Cephalodella mucronata Myers, 1924 Cephalodella spp. Bory de St. Vincent, 1826 Cephaodella cf. stenroosi Wulfert, 1937 Cephalodella tenuiseta (Burn, 1890) Cephalodella cf. tinca Wulfert, 1937 Cephalodella cf. ventripes (Dixon-Nuttall, 1901) Monommata actices Myers, 1930 Monommata dentata Wulfert, 1940 Monommata grandis Tessin, 1890 Monommata maculata Harring & Myers, 1930 Monommata cf. phoxa Myers, 1930 Monommata sp. Bartsch, 1870 Notommata cf. cerberus (Gosse, 1886) Notommata cf. cyrtopus Gosse, 1886 Notommata sp. Ehrenberg, 1830 Resticula cf. melandocus (Gosse, 1887) Família Proalidae Harring and Myers, 1924 Proales cf. decipiens (Ehrenberg, 1832) Proales fallaciosa Wulfert, 1937 Proales spp. Gosse, 1886 Família Scaridiidae Manfredi, 1927 Scaridium cf. grandis Segers, 1995 Scaridium longicaudum (Müller, 1786) Scaridium sp. Ehrenberg, 1830 Família Synchaetidae Hudson and Gosse, 1886 Ploesoma lenticulare Herrick, 1885 Polyarthra vulgaris Carlin, 1943 Synchaeta pectinata Ehrenberg, 1832 Synchaeta sp. Ehrenberg, 1832 Synchaeta stylata Wierzejski, 1893 Família Trichocercidae Harring, 1913 Trichocerca bicristata (Gosse, 1887) Trichocerca bidens (Lucks, 1912) Trichocerca braziliensis (Murray, 1913) Trichocerca capucina (Wierzejski & Zacharias, 1893) Trichocerca cf. cavia (Gosse, 1886) Trichocerca chattoni (de Beauchamp, 1907) Trichocerca collaris (Rousselet, 1896) Trichocerca cylindrica (Imhof, 1891) Trichocerca elongata (Gosse, 1886) Trichocerca iernis (Gosse, 1887) Trichocerca insignis (Herrick, 1885) Trichocerca insulana (Hauer, 1937) Trichocerca longiseta (Schrank, 1802) Trichocerca mus Hauer, 1938 Trichocerca myersi (Hauer, 1931) Trichocerca cf. parvula Carlin 34 Trichocerca porcellus (Gosse, 1851) Trichocerca pusilla (Jennings, 1903) Trichocerca similis (Wierzejski, 1893) Trichocerca similis grandis Hauer, 1965 Trichocerca sp. Lamarck, 1801 Trichocerca stylata (Gosse, 1851) Trichocerca cf. sulcata (Jennings, 1894) Trichocerca tigris (Müller, 1786) Família Trichotriidae Harring, 1913 Macrochaetus collinsi collinsi (Gosse, 1867) Trichotria tetractis (Ehrenberg, 1830) 2. Abundância absoluta e relativa de rotíferos 2.1. Abundância Absoluta dos Açudes do noroeste paulista Na estação seca de 2007 e 2008 os maiores valores de abundância foram obtidos nos Açudes P2, P9 e G6, na zona pelágica e, na zona litorânea nos Açudes P9, G6 e G9.2 (Figura 7. A.). Na estação chuvosa de 2008 e 2009, os maiores valores de abundância foram obervados nos Açudes P2, P9 e G6 tanto na zona pelágica quanto litorânea. Podemos ressaltar os altos valores de abundância na zona litorânea nos Açudes G5 e G9.3 e na zona pelágica do G9.3 (Figura 7. B.). Visualmente, a abundância absoluta de rotíferos não apresentou padrões de variação, tanto na zona pelágica quanto nas zonas litorâneas e também entre estações do ano. De modo geral, observamos na estação chuvosa, a zona litorânea com valores mais altos de abundância que a zona pelágica (Figura 7. B.). 35 A bu nd ân ci a A bs ol ut a E st aç ão S ec a de 2 00 7 e 20 08 A çu de s P 1 P 2 P 9 G 1 G 3 G 4 G 5 G 6 G 9. 2 G 9. 3 Abundância (log ind.m -3 ) 34567 Z on a P el ág ic a Z on a L ito râ ne a co m e nt or no d e M at a Z on a L ito râ ne a se m e nt or no d e M at a (p as to , p as to , c an a, c an a e la ra nj a) A bu nd ân ci a A bs ol ut a E st aç ão C hu vo sa d e 20 08 e 2 00 9 A çu de s P 1 P 2 P 9 G 1 G 3 G 4 G 5 G 6 G 9. 2 G 9. 3 Abundância (log ind.m -3 ) 34567 Z on a P el ág ic a Z on a L it or ân ea c om e nt or no d e M at a Z on a L it or ân ea s em e nt or no d e M at a (p as to , p as to , c an a, c an a e la ra nj a) F ig ur a 7. A bu nd ân ci a T ot al o u A bs ol ut a (l og i nd .m -3 ) do s ro tíf er os n os A çu de s do n or oe st e pa ul is ta , na s re gi õe s pe lá gi ca e l ito râ ne a co m m at a, p as to , c an a ou la ra nj a, d a E st aç ão S ec a de 2 00 7 e 20 08 ( A .) e C hu vo sa d e 20 08 e 2 00 9 (B .) . A . B . 36 2.2. Abundância Absoluta das lagoas marginais. Valores maiores de abundância absoluta de rotíferos foram verificados na estação seca de 2008 nas lagoas marginais ao rio Paranapanema, com exceção da lagoa Poço das Pedras (Figura 8. B.). A Lagoa do Mian mostrou o mesmo padrão de varição para as abundâncias na estação chuvosa e seca, com maiores valores na região pelágica e menor na região litorânea de mata. Nas Lagoas do Barbosa e Poço das Pedras, ocorreram padrões inversos de variação nas abundâncias na estação chuvosa da estação seca, na região pelágica (Figura 8. A. e B.). Abundância Absoluta Estação Seca de 2008 Lagoas Marginais Mian Poço das Pedras Barbosa A bu nd ân ci a (l og in d. m -3 ) 3 4 5 6 7 Zona Pelágica Zona Litorânea com entorno de Mata Zona Litorânea com entorno de Pasto Figura 8. Abundância Total ou Absoluta (log ind.m-3) dos rotíferos nas lagoas marginais ao rio Paranapanema, nas regiões pelágica e litorânea de mata e pasto, da Estação Chuvosa (A.) e Seca (B.) de 2008. Abundância Absoluta Estação Chuvosa de 2008 Lagoas Marginais Mian Poço das Pedras Barbosa A bu nd ân ci a (l og in d. m -3 ) 3 4 5 6 7 Zona Pelágica Zona Litorânea com entorno de Mata Zona Litorânea com entorno de Pasto A. B. 37 2.3. Abundância Relativa das principais famílias de rotíferos dos Açudes do noroeste paulista. A Figura 9. A. e B. mostram as variações nas abundâncias relativas dos rotíferos nos Açudes do noroeste paulista em sua zona pelágica e litorâneas de mata, pasto, cana e laranja, na estação seca de 2007 e 2008. Ao todo 10 Famílias predominaram na zona pelágica dos Açudes na estação seca e 11 Famílias na região litorânea; a Família Lepadellidae foi bem representada apenas na zona litorânea. As Famílias Brachionidae, Synchaetidae, Hexarthridae e Conochilidae foram as mais representativas na região pelágica da estação seca. Podemos destacar o Açude G5, como um dos Açudes com maior heterogeneidade de Famílias. Na estação seca, a heterogeneidade de Famílias foi maior na região litorânea. Em geral, as Famílias que mais predominaram foram Synchaetidae, Brachionidae, Trichocercidae, Lecanidae e Conochilidae. Podemos também destacar os Açudes P1 litoral pasto, P9 e G1 como os mais heterogêneos na representatividade das Famílias (Figura 9. A. e B.). 38 Abundância Relativa (%) Estação Seca de 2007 e 2008 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% P1P P2P P9P G1P G3P G4P G5P G6P G9.2P G9.3P Açudes (Zona Pelágica) F am íli as /A bu nd ân ci as ( % ) Outros Testudinellidae Notommatidae Gastropodidae Trochosphaeridae Lecanidae Trichocercidae Conochilidae Hexarthridae Synchaetidae Brachionidae Abundância Relativa (%) Estação Seca de 2007 e 2008 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% P1 L M P1 L P P2 L M P9 L M G 1L M G 3L M G 3L P G 4L C G 5L M G 5L C G 6L M G 9. 2L M G 9. 3L L Açudes (Zonas Litorâneas) F am íli as /A bu nd ân ci as (% ) Outros Hexarthridae Trochosphaeridae Testudinellidae Gastropodidae Lepadellidae Notommatidae Conochilidae Lecanidae Trichocercidae Brachionidae Synchaetidae Figura 9. Abundância Relativa (%) dos rotíferos nos Açudes do noroeste paulista, na região pelágica (A.) e litorânea com mata, pasto, cana ou laranja (B.) da Estação Seca de 2007 e 2008. A. B. 39 Abundância Relativa Estação Chuvosa de 2008 e 2009 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% P1P P2P P9P G1P G3P G4P G5P G6P G9.2P G9.3P Açudes (Zona Pelágica) F am íli as /A bu nd ân ci as ( % ) Outros Trichocercidae Notommatidae Conochilidae Gastropodidae Lecanidae Hexarthridae Synchaetidae Brachionidae Abundância Relativa (%) Estação Chuvosa de 2008 e 2009 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% P1 L M P1 L P P2 L M P9 L M G 1L M G 3L M G 3L P G 4L C G 5L M G 5L C G 6L M G 9. 2L M G 9. 3L L Açudes (Zonas Litorâneas) F am íli as /A bu nd ân ci as (% ) Outros Notommatidae Microcodidae Lepadellidae Trichocercidae Gastropodidae Lecanidae Hexarthridae Brachionidae Synchaetidae Figura 10. Abundância Relativa (%) dos rotíferos nos Açudes do noroeste paulista, nas regiões pelágica (A.) e litorânea com mata, pasto, cana ou laranja (B.) da Estação Chuvosa de 2008 e 2009. Na estação chuvosa, houve uma diminuição do número de Famílias predominantes. Assim, as Famílias Testudinellidae e Trochosphaeridae não permaneceram como as principais representantes nesta estação. Apenas 8 famílias permaneceram como as principais da abundância nesta região. As regiões litorâneas dos A. B. 40 Açudes também tiveram uma diminuição em suas famílias mais significativas, e algumas famílias deixaram de ser as principais, como Conochilidae, Testudinellidae e Trochosphaeridae. Já a família Microcodidae com apenas um representante específico, Microcodon clavus, passou a ser uma das principais (Figura 10. A. e B.). Em resumo, podemos concluir que a zona litorânea dos Açudes tem maior número de famílias representadas, e que na estação seca ocorreu maior heterogeneidade no número de famílias. 3.3. Abundância relativa das principais famílias de rotíferos nas lagoas marginais ao rio Paranapanema. No geral, as lagoas marginais tiveram uma gama menor de famílias que atingiram 10% da abundância relativa. Tanto na estação chuvosa quanto na estação seca, a mesma quantidade de famílias foram representadas, ou seja, 6 famílias foram fundamentais. Tanto na região pelágica como nas zonas litorâneas, foram registradas as mesmas famílias como representantes principais (Figura 11 A. e B.). Na região pelágica, as famílias que prevaleceram foram Brachionidae, Synchaetidae, Conochilidae e Trochosphaeridae. Na Lagoa do Mian, a abundância relativa foi mais heterogênea e na Lagoa Poço das Pedras, mais de 90% da sua abundância foi restrita a apenas uma família (Figura 11. A.). Já na região litorânea, maior diversidade na abundância relativa de famílias foi observada na Lagoa Poço das Pedras, sendo o valor menor apenas em relação às abundâncias das regiões litorâneas da Lagoa do Mian. Maior predominância de um número menor de famílias na região litorânea em relação a sua pelágica foi observada na Lagoa do Barbosa (Figura 11. B). Na Lagoa Poço das Pedras, houve uma predominância alta da abundância relativa pela Família Gastropodidade (36%), sendo maior que a abundância relativa da Família Lecanidae nas zonas litorâneas de mata (13,95%) e pasto (6,6%) da Lagoa do Mian. Na estação seca, as famílias Lecanidae e Trochosphaeridae não estavam entre as famílias principais, sendo substituídas pelas famílias Collothecidae e Trichocercidae. Na mesma estação, a Lagoa do Mian foi a mais heterogênea em números de famílias. Na Lagoa Poço das Pedras foi constatada maior heterogeneidade na representatividade da abundância relativa, em especial na região pelágica. 41 As famílais que predominaram foram Brachionidae e Synchaetidae na região pelágica e, nas regiões litorâneas houve também uma contribuição significativa da Família Gastropodidade (Figura 12 A. e B.). Abundância Relativa (%) Estação Chuvosa de 2008 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% MianP P.PedrasP BarbosaP Lagoas Marginais (Zona Pelágica) F am íli as /A bu nd ân ci as ( % ) Outros Lecanidae Gastropodidae Trochosphaeridae Conochilidae Synchaetidae Brachionidae Abundância Relativa (%) Estação Chuvosa de 2008 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% MianLM MianLP P.PedrasLM BarbosaLM Lagoas Marginais (Zonas Litorâneas) F am íli as /A bu nd ân ci as ( % ) Outros Conochilidae Trochosphaeridae Lecanidae Gastropodidae Synchaetidae Brachionidae Figura 11. Abundância Relativa (%) dos rotíferos nas lagoas marginais ao rio Paranapanema, na região pelágica (A.) e litorânea de mata e pasto (B.) da Estação Chuvosa de 2008. A. B. 42 Abundância Relativa (%) Estação Seca de 2008 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% MianP P. PedrasP BarbosaP Lagoas Marginais (Zona Pelágica) F am íli as /A b u n d ân ci as ( % ) Outros Trichocercidae Collothecidae Conochilidae Gastropodidae Synchaetidae Brachionidae Abundância Relativa Estação Seca de 2008 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% MianLM MianLP P. PedrasLM BarbosaLM Lagoas Marginais (Zonas Litorâneas) Fa m íli as /A bu n dâ n ci as ( % ) Outros Conochilidae Collothecidae Trichocercidae Gastropodidae Brachionidae Synchaetidae Figura 12. Abundância Relativa (%) dos rotíferos nas lagoas marginais ao rio Paranapanema, na região pelágica (A.) e litorânea de mata e pasto (B.) da Estação Seca de 2008. A. B. 43 3. Índices de Diversidade e Equitabilidade da Comunidade de Rotíferos 3.1. Diversidade e Equitabilidade dos Açudes do noroeste paulista De modo geral, na estação seca de 2007 e 2008 maiores valores de diversidade foram registrados nas regiões litorâneas dos Açudes, com exceção dos Açudes G5 e G6. Elevados valores de diversidade nas regiões litorâneas do Açude P1 foram obtidos na estação seca, sendo maiores que na região pelágica. Nos Açudes P2, P9, G6 e G9.2 não foram observadas grandes diferenças entre as regiões pelágica e litorânea (Figura 13. A.). Na estação chuvosa de 2008 e 2009, ocorreu um padrão inverso na maioria dos pontos amostrados, com valores mais altos de diversidade na região pelágica; entretanto, nos Açudes P1, P2, P9 e G6, observou-se o mesmo padrão da estação seca (Figura 13. A. e B.). Os valores mais baixos de diversidade foram encontrados nos Açudes G1, G6 e G3, ambos na estação seca. Na estação chuvosa, os Açude P1, G9.2 e G9.3 mostraram valores menores de diversidade (Figura 13. A. e B.). 44 Ín di ce d e D iv er si da de d e R ot íf er os E st aç ão S ec a de 2 00 7 e 20 08 A çu de s P1 P 2 P9 G 1 G 3 G 4 G 5 G 6 G 9. 2 G 9. 3 bits.ind -1 0, 0 0, 3 0, 6 0, 9 1, 2 1, 5 1, 8 2, 1 2, 4 2, 7 3, 0 3, 3 3, 6 Z on a Pe lá gi ca Z on a L it or ân ea c om e nt or no d e M at a Z on as L it or ân ea s se m e nt or no d e M at a (p as to , p as to , c an a, c an a e la ra nj a) Ín di ce d e D iv er si da de d e R ot íf er os E st aç ão C hu vo sa d e 20 08 e 2 00 9 A çu de s P1 P2 P9 G 1 G 3 G 4 G 5 G 6 G 9. 2 G 9. 3 bits.ind -1 0, 0 0, 3 0, 6 0, 9 1, 2 1, 5 1, 8 2, 1 2, 4 2, 7 3, 0 3, 3 3, 6 Z on a P el ág ic a Z on a L ito râ ne a co m e nt or no d e M at a Z on a L ito râ ne a co m e nt or no s em M at a (p as to , p as to , c an a, c an a e la ra nj a) F ig ur a 13 . D iv er si da de d e Sh an no n- W ie ne r (b its .in d-1 ) da c om un id ad e de r ot íf er os n os A çu de s do n or oe st e pa ul is ta , na s re gi õe s pe lá gi ca e li to râ ne a co m m at a, p as to , c an a ou la ra nj a, n as E st aç õe s Se ca d e 20 07 e 2 00 8 (A .) e C hu vo sa d e 20 08 e 2 00 9 (B .). A . B . 45 Observou-se um maior índice de equitabilidade no Açude G5 nas estações seca e chuvosa e em todas as regiões do Açude (Figura 14. A.). Os menores índices foram registrados nos Açudes P1 e G9.2, nas duas estações amostradas (Figura 14. A. e B.) De modo geral, o índice de equitabilidade foi maior nos Açudes com maiores índices de diversidade e menor nos Açudes com menores índices de diversidade. 46 Ín di ce d e E qu it ab ili da de d e R ot íf er os E st aç ão S ec a de 2 00 7 e 20 08 A çu de s P1 P2 P9 G 1 G 3 G 4 G 5 G 6 G 9. 2 G 9. 3 J 0, 0 0, 1 0, 2 0, 3 0, 4 0, 5 0, 6 0, 7 0, 8 0, 9 1, 0 Z on a Pe lá gi ca Z on a L it or ân ea c om e nt or no d e M at a Z on as L ito râ ne as s em e nt or no d e M at a (p as to , p as to , c an a, c an a e la ra nj a) Ín di ce d e E qu it ab ili da de d e R ot íf er os E st aç ão C hu vo sa d e 20 08 e 2 00 9 A çu de s P 1 P 2 P 9 G 1 G 3 G 4 G 5 G 6 G 9. 2 G 9. 3 J 0, 0 0, 1 0, 2 0, 3 0, 4 0, 5 0, 6 0, 7 0, 8 0, 9 1, 0 Z on a P el ág ic a Z on a L it or ân ea c om e nt or no d e M at a Z on a L it or ân ea c om e nt or no s em M at a (p as to , p as to , c an a, c an a e la ra nj a) F ig ur a 14 . E qu ita bi lid ad e (J ) na c om un id ad e de r ot íf er os n os A çu de s do n or oe st e pa ul is ta , n as r eg iõ es p el ág ic a e lit or ân ea c om m at a, p as to , ca na o u la ra nj a, n a E st aç ão S ec a de 2 00 7 e 20 08 ( A .) e C hu vo sa d e 20 08 e 2 00 9 (B .) . B . A . 47 3.2. Diversidade e Equitabilidade das lagoas marginais ao rio Paranapanema. A diversidade de rotíferos foi maior na Lagoa do Mian, tanto nas zonas litorâneas quanto pelágica da estação chuvosa. Os menores valores foram observados na região pelágica da Lagoa Poço das Pedras e na região litorânea da Lagoa do Barbosa (Figura 15. A.). Os valores de equitabilidade, na estação chuvosa, apresentaram o mesmo padrão de variação relatado para diversidade (Figura 16. A.). Na estação seca, a comunidade de rotíferos apresentou altos índices de diversidade na região pelágica da Lagoa do Mian, e na região litorânea da Lagoa Poço das Pedras. Os menores índices foram observados nas regiões pelágica e litorânea da Lagoa do Barbosa (Figura 15. B.). A equitabilidade na estação chuvosa apresentou o mesmo padrão do índice de diversidade das lagoas na estação chuvosa (Figura 16. A.). A equitabilidade na estação seca apresentou valores altos e bem similares entre as regiões pelágicas ou pelágicas e litorâneas nas lagoas do Mian e Poço das Pedras. Na região litorânea da Lagoa Poço das Pedras, o valor de diversidade foi maior em relação às outras regiões amostradas. Na Lagoa do Barbosa, menores valores de equitabilidade foram observados na estação seca (Figura 16. B.). 48 Índice de Diversidade de Rotíferos Estação Seca de 2008 Lagoas Marginais Mian Poço das Pedras Barbosa bi ts .in d-1 0,0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 3,0 3,3 3,6 Zona Pelágica Zona Litorânea com entorno de Mata Zonas Litorâneas com entorno de Pasto Figura 15. Diversidade de Shannon-Wiener (bits.ind-1) da comunidade de rotíferos nas lagoas marginais ao rio Paranapanema, nas regiões pelágica e litorânea de mata e pasto, na Estação Chuvosa (A.) e Seca de 2008 (B.). Índice de Equitabilidade de Rotíferos Estação Seca de 2008 Lagoas Marginais Mian Poço das Pedras Barbosa J 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Zona Pelágica Zona Litorânea com entorno de Mata Zona Litorânea com entorno de Pasto Figura 16. Equitabilidade (J) da comunidade de rotíferos nas lagoas marginais ao rio Paranapanema, nas regiões pelágica e litorânea de mata e pasto, na Estação Chuvosa (A.) e Seca de 2008 (B.). A. B. Índice de Equitabilidade de Rotíferos Estação Chuvosa de 2008 Lagoas Marginais Mian Poço das Pedras Barbosa J 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Zona Pelágica Zona Litorânea com entorno de Mata Zona Litorânea com entorno de Pasto Índice de Diversidade de Rotíferos Estação Chuvosa de 2008 Lagoas Marginais Mian Poço das Pedras Barbosa bi ts .in d-1 0,0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 3,0 3,3 3,6 Zona Pelágica Zona Litorânea com com entorno de Mata Zona Litorânea com entorno de Pasto A. B. 49 3. Riqueza da comunidade de rotíferos. 3.1. Riqueza de espécies de rotíferos nos Açudes do noroeste paulista. De modo geral, a riqueza de rotíferos foi maior na estação seca (Figura 17. A.). Nesta mesma estação, as maiores riquezas foram obtidas nas zonas litorâneas, ressaltando os Açudes P1, G1, G3, G5, G6 e G9.3. Riqueza maior na região pelágica foi verificada no Açude G5. No Açude G9.2, menores valores de riqueza foram encontrados. Na estação chuvosa, nos Açudes P1, G3, G5 e G6 foi observada alta riqueza de espécies, principalmente nas regiãoes litorâneas, com exceção do G5. Menores riquezas foram observadas no Açude G9.3 (Figura 17. B.). 50 R iq ue za d e es pé ci es d e R ot íf er os E st aç ão S ec a de 2 00 7 e 20 08 A çu de s P1 P2 P9 G 1 G 3 G 4 G 5 G 6 G 9. 2 G 9. 3 Riqueza 0102030405060 Z on a Pe lá gi ca Z on a L ito râ ne a co m e nt or no d e M at a Z on as L it or ân ea s se m e nt or no d e M at a (p as to , p as to , c an a, c an a e la ra nj a) R iq ue za d e es pé ci es d e R ot íf er os E st aç ão C hu vo sa d e 20 08 e 2 00 9 A çu de s P 1 P 2 P9 G 1 G 3 G 4 G 5 G 6 G 9. 2 G 9. 3 Riqueza 0102030405060 Z on a Pe lá gi ca Z on a L it or ân ea c om e nt or no d e M at a Z on as L it or ân ea s se m e nt or no d e M at a (p as to , p as to , c an a, c an a e la ra nj a) F ig ur a 17 . R iq ue za d e es pé ci es d e ro tíf er