UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ARTES, ARQUITETURA E COMUNICAÇÃO SOCIAL CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO CURTABAURU Site jornalístico especializado em cultura e arte na cidade de Bauru Bruno de Mello Oliveira Sisdelli Maria Eduarda Kalil Lupoli Chufalo Mirela Dias de Aguiar Peloso BAURU/SP 2012 Bruno de Mello Oliveira Sisdelli Maria Eduarda Kalil Lupoli Chufalo Mirela Dias de Aguiar Peloso CURTABAURU Site jornalístico especializado em cultura e arte na cidade de Bauru Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do Diploma de Graduação em Jornalismo da Universidade Estadual Paulista Orientador: Prof. Dr. Mauro de Souza Ventura BAURU/SP 2012 BRUNO DE MELLO OLIVEIRA SISDELLI MARIA EDUARDA KALIL LUPOLI CHUFALO MIRELA DIAS DE AGUIAR PELOSO CURTABAURU Site jornalístico especializado em cultura e arte na cidade de Bauru Trabalho de conclusão de curso de graduação em Comunicação Social – Jornalismo apresentado à Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Prof. Dr. Mauro de Souza Ventura _________________________________________ Prof. Dr. Juarez Tadeu de Paula Xavier _________________________________________ Ma. Liliane de Luceno Ito Este trabalho é dedicado a todos os artistas, organizações e produtores que movimentam de forma tão rica o cenário cultural bauruense e, muitas vezes, não têm o reconhecimento que merecem. Agradecimentos Agradecemos aos nossos pais e familiares por todo o apoio dado ao longo do curso e do desenvolvimento deste trabalho. Obrigado por terem sido os primeiros fãs e incentivadores do Curta! Ao nosso orientador, Prof. Dr. Mauro de Souza Ventura, por ter acreditado neste projeto e nos acompanhado e nos ajudado nessa caminhada. A todos os amigos que acompanharam de perto o nascimento do CurtaBauru e contribuíram, de maneira direta ou indireta, para o seu crescimento. Entre esses amigos, gostaríamos de fazer agradecimentos especiais a: Rui Calsaverini, pela solicitude e disposição ao criar do logotipo do CurtaBauru; Pedro Zambon, pela inestimável ajuda quanto às questões técnicas envolvidas na criação de um website; Renan Pesciotta, pelas várias vezes em que nos emprestou sua câmera quando precisamos estar em dois lugares ao mesmo tempo, e por ter nos ajudado tanto com as filmagens das entrevistas; Amanda Pioli, Ana Cláudia Tripoloni, Damaris Rota, Felipe Mateus, Larissa Maine e Mariane Bovoloni, pelo grande apoio no dia-a-dia da construção deste projeto. Pelas inúmeras sugestões de pauta e pelas horas que vocês gastaram nos fazendo companhia em coberturas e reportagens, muitíssimo obrigado. O Curta não teria saído do papel sem vocês . Resumo O CurtaBauru (www.curtabauru.com.br) é um site jornalístico especializado na cobertura de arte e cultura local. A ideia surgiu a partir do interesse dos três autores no cenário cultural bauruense e a partir também da escassez de veículos locais especializados no assunto. O site foi inaugurado no final do mês de agosto e em seu arquivo constam a cobertura de grandes eventos como a Revirada Cultural 2012, o Festival Canja de Artes Integradas e o Encontro de Academias de Letras e Entidades Afins. Além disso, o site tem atualização diária com notas de divulgação de eventos culturais e há também os quadros semanais, onde realizamos perfis de personalidades da cultura e do meio artístico da cidade, críticas de restaurantes e preparamos uma agenda cultural com os principais eventos da semana. Palavras-chave: arte. cultura. multimídia. webjornalismo. Bauru Abstract CurtaBauru (www.curtabauru.com.br) is a journalistc website which specializes on the covering of local art and culture. The idea came up from the three author's interest in Bauru's cultural scene and also from the scarcity of local media about the subject. The website was opened in the end of August 2012, and its archives include journalistic covering of some major events such as Revirada Cultural 2012, Festival Canja de Artes Integradas and Encontro de Academias de Letras e Entidades Afins. Besides that, the website is updated daily with articles about coming up events, and includes weekly sections about people and organizations related to the city's artistic scene, restaurant criticism and an agenda containing the main events of the following week. Key words: art. culture. multimedia. web. journalism. Bauru 1. INTRODUÇÃO Este trabalho fundamentou-se na criação de um site jornalístico que tem como tema a produção cultural e artística na cidade de Bauru. De periodicidade diária, o veículo destina-se a um público heterogêneo, de faixa etária entre 18 e 35 anos, residente em Bauru, com acesso à internet e interessado na área de cultura. Ao longo do curso, sempre nos interessamos pela cobertura jornalística na área cultural, o que nos levou a ter contato com diversas pessoas e organizações envolvidas com criação artística em Bauru. Uma queixa recorrente que ouvimos dessas fontes nos últimos anos é a de que há pouca divulgação das iniciativas e produções culturais existentes na cidade. Isso nos motivou a desenvolver um projeto experimental que levasse em consideração essa queixa. Como um primeiro passo para levar adiante o projeto, fizemos uma breve pesquisa prévia dividida em dois aspectos principais: em primeiro lugar, um levantamento de algumas pessoas, grupos e organizações bauruenses que trabalham no campo da produção cultural; em segundo, uma análise geral sobre como se dá a divulgação jornalística de fatos relacionados a cultura e arte na cidade, principalmente na internet. O levantamento nos levou à conclusão de que a produção cultural e artística em Bauru não só é significativa como também bastante variada e heterogênea. A arte se faz na cidade sob as mais diversas formas de expressão, da música à dança, da literatura à pintura, do erudito ao popular. Além disso, é grande o número de organizações e instituições dedicados a criar, preservar, discutir e difundir cultura e arte. Quanto à análise da cobertura jornalística de cultura da cidade, chegamos às seguintes conclusões: não há, na internet, veículos jornalísticos ativos especializados exclusivamente na cobertura de cultura em Bauru. Talvez o único espaço que se aproxime dessa proposta seja o e-Colab (www.e- colab.blogspot.com.br), blog de cobertura colaborativa que se dedica majoritariamente à área de cultura e arte na cidade. No entanto, há três fatores que devem ser ressaltados: primeiro, o veículo também produz algumas matérias sobre outros assuntos; segundo, a cobertura não se limita à cidade, e http://www.e-colab.blogspot.com.br/ http://www.e-colab.blogspot.com.br/ boa parte de sua produção é dedicada a iniciativas de outras localidades; e, por fim, é um veículo que restringe sua abordagem dentro do próprio universo da cultura, sendo declaradamente um espaço que tem foco em produções artísticas de caráter independente. Além do e-Colab, há páginas que, entre outras coisas, dão informações relacionadas à área cultural. É o caso do Bauru Pocket (www.baurupocket.com.br), que, como ele mesmo se define, funciona mais como um roteiro na cidade, listando bares, restaurantes, hotéis, eventos etc, e dando notícias da área cultural; e do Vivendo Bauru (www.vivendobauru.com.br), que faz uma cobertura geral da cidade, e não só de cultura e arte. Além disso, há os espaços online de veículos originalmente existentes em outros formatos, como o Jornal da Cidade (www.jcnet.com.br), o Jornal Bom Dia (www.bomdiabauru.com.br) e a 94 FM (www.94fm.com.br). Em relação a esses, há duas questões que devem ser levadas em consideração: a primeira, de que também não são veiculos especializados em cultura, mas dedicados à cobertura geral da cidade; a segunda, de que uma parte significativa do que se noticia nas editorias de cultura dos grandes meios de comunicação bauruenses não é relativo ao que se produz em Bauru, mas ao que vem de fora. Ao nosso ver, é dado muito menos destaque à arte que se cria e se desenvolve aqui dentro da cidade do que a shows, peças de teatro e outros eventos que passam por aqui, ou até mesmo a outros fatos que ocorrem nos grandes centros do país e do mundo e não têm relação direta com Bauru. A importância do CurtaBauru está justamente no fato de ele ser um veículo único, adotando uma combinação de formato e cobertura inexistente em Bauru, de forma a confrontar a carência evidenciada pelo problema acima descrito. Em primeiro lugar, justifica-se a escolha da plataforma: fizemos um veículo jornalístico online levando em consideração questões como acessibilidade, eficácia na transmissão de informações, facilidade de edição e variedade de ferramentas e recursos. Atualmente, não há veículo jornalístico que possa ignorar a internet. Há, inclusive, aqueles que abandonaram seus formatos originais e passaram a existir exclusivamente na rede, como é o caso do Jornal do Brasil. E também há os que surgem diretamente na internet e têm nela sua essência, sem http://www.94fm.com.br/ http://www.bomdiabauru.com.br/ http://www.jcnet.com.br/ http://www.vivendobauru.com.br/ http://www.baurupocket.com.br/ preocupação com uma coexistência entre o online e o impresso, televisado ou radiodifundido. Esse é o caso do CurtaBauru. Acreditamos que a internet é o meio pelo qual conseguimos informar nosso público-alvo de maneira mais fácil e eficiente. Seu alcance não depende de tiragens ou de grandes recursos para impressão, por exemplo. Tudo de que precisamos para transmitir a informação é de um computador e de acesso à internet. E é também tudo de que o nosso público precisará para recebê-la. Além disso, há que se considerar a rapidez e a facilidade que essa escolha nos proporciona em relação à edição de matérias. Um texto pode ser escrito e publicado em questão de minutos. Caso alguma mudança ou atualização se faça necessária, ela pode ser feita diretamente no corpo da matéria, também em muito pouco tempo. Levando em consideração ferramentas e recursos, temos muito menos limitações quanto às formas utilizadas para transmitir a informação. As matérias em um site jornalístico não precisam ser só texto, só vídeo ou só áudio. A informação pode existir em todos esses formatos, o que não ocorre em outros veículos. E, por fim, há a questão da interação com o público: a internet é a melhor maneira de se estabelecer uma comunicação direta entre o veículo e as pessoas que o utilizam. O feedback pode ser imediato, por meio de comentários deixados abaixo das notícias, página de contatos, redes sociais etc. É, enfim, uma forma eficaz de discutir com o público, saber o que ele pensa e receber críticas e sugestões. Justificamos, agora, a escolha do conteúdo. Ao criar-se um veículo online especializado em cultura, disponibiliza-se a um determinado segmento de público algo que ele ainda não tem: a possibilidade de ir a um lugar específico na internet para se informar sobre o que lhe interessa. Como já foi dito, os sites que dão notícias sobre cultura e arte em Bauru não se dedicam exclusivamente a esse tema. Ou seja, o internauta bauruense interessado em cultura, quando vai a esses veículos, tem que procurar, entre matérias que abrangem diversas áreas, aquelas que dizem respeito a seu interesse específico. No CurtaBauru, ele encontra um espaço dedicado a cobrir, de forma exclusiva e aprofundada, cultura e arte na cidade. Por fim, é importante lembrar que o site busca seguir a filosofia de fazer um caminho inverso ao da grande mídia bauruense: dar mais destaque ao que é produzido e criado dentro do cenário cultural da própria cidade do que ao que se produz fora e passa (ou não) por Bauru. Dessa forma, o objetivo do site é tornar disponível à população bauruense um volume maior de informações nesse âmbito e criar um espaço de divulgação da produção cultural e artística da cidade, buscando combater o problema de que se queixam tantos bauruenses envolvidos nessa área. 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Criação de um site jornalístico especializado na produção de cultura e arte em Bauru, disponibilizando na rede um espaço de acesso livre a qualquer um que queira se informar sobre o assunto. O site reune informações e notícias sobre os mais diversos tipos de produção artística e cultural na cidade, disponibilizadas de forma clara e acessível por meio de tratamento jornalístico. 2.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS ″ Abordar o tema cultura de forma inovadora para o cenário bauruense ″ Pesquisar o cenário cultural da cidade ″ Divulgar variadas formas de manifestação artística e cultural que se produzem e se organizam em Bauru, nos mais diversos campos, objetivos e ideologias ″ Produzir matérias que utilizem recursos multimidiáticos, realizando uma integração entre textos, vídeos e imagens 3. REFERENCIAL TEÓRICO De acordo com GOLIN (2009), [...] o jornalista cultural fará do cotidiano o próprio repertório, consolidando hábitos de leitura, frequência às exposições, ao cinema, à musica, às artes cênicas. O contato sistemático com as manifestações artísticas, com a cultura no seu sentido paradoxal e inquietante, amplia a percepção de realidade do sujeito em contraste com discursos que tentam recortar o concreto por meio de uma visão unitária. Esse tipo de atitude, de contato com o cotidiano e com a arte, foi algo que procuramos adotar como forma de desenvolver da melhor maneira um projeto experimental na área do jornalismo cultural. Afinal, só seria possível informar sobre o cenário cultural de uma cidade se estivéssemos inseridos nele de forma satisfatória, participando dele, compreendendo sua organização e seu funcionamento. Por isso, procuramos desde a idealização do CurtaBauru explorar ao máximo esse cenário, frequentando eventos nas mais diversas áreas artísticas, mantendo contato constante com organizações culturais e apreciando a produção artística local. Aprofundando essa questão, acreditamos que essa sintonia com o cotidiano e com uma percepção ampla da realidade implica, necessariamente, em ter conhecimento da atualidade e das ferramentas e recursos que ela oferece para a prática do jornalismo. Como defende COELHO (2007), “é preciso que o jornalista cultural reveja os valores habituais e busque sintonizar- se com as reais tendências atuais, aquelas que se manifestam na prática e na vida cotidiana das pessoas”. A compreensão das tendências atuais é algo que, segundo nossa concepção, influencia não somente a escolha do conteúdo que será transmitido, como também das melhores plataformas para transmiti-lo. Adotamos a internet como base para o nosso veículo pelo fato de ser ela o meio que melhor traduz as tendências atuais da comunicação e, dessa maneira, nos oferece maior variedade de ferramentas para a execução do nosso trabalho. De forma a justificar essa escolha, citamos a seguir algumas possibilidades e opções que a internet oferece ao jornalismo cultural listadas por TEIXEIRA (2009): [...] 2. pode ocupar quantas páginas quiser, sem prejuízo para o espaço destinado às matérias ou sem sofrer riscos de redução; 3. ao mesmo tempo, permite que a crítica produzida no dia da estreia do espetáculo possa permanecer disponível durante a temporada; 4. [...] Outro ponto híbrido - o abrigo não só de discursos sobre a produção cultural, mas também de produtos culturais como crônicas, fotos e tirinhas - ganha novas possibilidades; 5. [...] Além do texto, da foto e do quadrinho, podem ser incorporadas aí animações, vídeos (pensemos, por exemplo, em uma Seção do Minuto), sem falar em outras formas de passatempos (videogames); [...] Ao optar pelo desenvolvimento de um veículo jornalístico online, precisamos levar em consideração diversos conceitos e ideias relacionados à comunicação na internet e ao webjornalismo, de forma a aplicá-los no nosso projeto. Uma dessas ideias é a da convergência de diversas modalidades comunicacionais em um mesmo veículo. Mais que outros meios, a internet possibilita a utilização e a interação de diferentes formas de transmitir a informação. Vídeo, áudio e texto verbal podem figurar juntos, complementando uns aos outros na comunicação online, como explica DALMONTE (2005): Com a junção das várias modalidades comunicacionais num mesmo ambiente, tem-se a possibilidade da interação entre essas frentes, não como uma mera cooperação entre realidades discursivas distintas, mas como uma complementação, o que necessariamente faz pensar sobre as especificidades dessa outra organização discursiva, que põe em contato discursos que seguem lógicas próprias de organização. A convergência de modalidades foi uma das estratégias de comunicação que procuramos adotar no CurtaBauru, até mesmo para justificar a escolha do suporte digital para o nosso veículo. Se utilizássemos apenas textos, nosso projeto poderia ter sido desenvolvido como um jornal ou revista, por exemplo. Pelo contrário, aproveitamos esse recurso proporcionado pela internet, principalmente no desenvolvimento de matérias em que texto e vídeo se complementam e interligam na transmissão da informação. No meio de um perfil, por exemplo, a fala do entrevistado pode aparecer em formato audiovisual. Ao final de uma reportagem sobre um músico, um videoclipe pode estar presente para ilustrar o trabalho desenvolvido por ele. Outro conceito importantíssimo a ser levado em consideração quando se trata de webjornalismo é o de hipertexto. Para DALMONTE (2005), “A principal potencialidade do hipertexto no âmbito digital é possibilitar a interconexão entre discursos, segundo critérios do próprio navegador; o que caracteriza uma nova textualidade para a narrativa do fato jornalístico”. Já segundo VENTURA (2009), “[...] navegar pelo labirinto da hipermídia é já produzir sentido, o que transforma o leitor de hipertexto também num autor”. Sendo assim, a ideia de o internauta construir sua própria leitura navegando por diferentes discursos é algo que não poderíamos deixar de lado no desenvolvimento do nosso projeto. Aplicamos esse recurso principalmente por meio da utilização de links nas matérias, tanto internos - levando a outros discursos dentro do próprio site - e externos - que vão a outras páginas contendo discursos construídos por outros autores. Ao clicar sobre o nome de um artista citado em uma matéria, por exemplo, o leitor pode ser levado a outra matéria produzida pelo CurtaBauru que dê informações adicionais sobre ele. Ou então, clicando sobre o nome de uma organização, ele pode ser direcionado ao website ou perfil de rede social da organização. O recurso do hipertexto foi também amplamente utilizado por nós em coberturas de eventos artísticos e culturais. Um evento que durava o dia inteiro e gerava uma cobertura muito ampla, por exemplo, era fragmentado em duas ou três matérias menores, dando ao leitor a opção de se informar sobre todo o evento ou só sobre o período que mais lhe interessava. Dentro de cada uma das pequenas matérias, links levavam às outras, possibilitando que o usuário navegasse por elas na ordem em que preferisse, sem necessariamente seguir uma ordem cronológica ditada pelo veículo. Uma questão para a qual procuramos atentar na utilização do recurso do hipertexto é a de que os links nas matérias deveriam sempre abrir novas janelas no navegador quando acionados pelo usuário. Dessa forma, ao clicar em um link externo, por exemplo, o leitor não sairia definitivamente do site - o que aconteceria se o link fosse aberto na mesma janela. Clicando em um link interno, por outro lado, o usuário não perde a oportunidade de terminar de ler a matéria atual antes de partir para aquela em que clicou. Na idealização, produção e edição de conteúdo para o CurtaBauru ainda levamos em consideração outros pontos como a interatividade e a customização de conteúdo, citados por Bardoel & Deuze (apud FELZ, 2003). Quanto à interatividade, o site traz uma enquete nova a cada semana com perguntas sobre a área cultural da cidade ou, por vezes, sobre o próprio site. Há também a parte de comentários abaixo de cada matéria e a página de contatos, espaços pelos quais recebemos mensagens com críticas, elogios e sugestões. Outra frente importante dentro da parte de interação com o público são as redes sociais. Elas desempenham um papel muito importante na divulgação, interação e feedback para o site com os comentários, curtidas e compartilhamentos do Facebook e retweets no Twitter. Nós consideramos como um dos diferenciais do veículo as possibilidades que a internet traz de customização de conteúdo. Com isso utilizamos diversos recursos nas reportagens das diferentes seções como vídeos, fotos e slideshow de fotos. Esses recursos são pensados na matéria de maneira a dialogar com o conteúdo textual. Além disso, consideramos importante a liberdade que cada um de nós três, idealizadores e autores do conteúdo do CurtaBauru, tem para escrever o texto com o seu estilo, desde que sigamos as diretrizes de uma matéria jornalística. 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4.1. ATIVIDADES PRÉ-PRODUÇÃO ″ Abertura de conta no Wordpress.com, serviço de hospedagem gratuita de blogs, e planejamento visual do site ″ Abertura de conta de e-mail gratuita e criação de perfis do CurtaBauru nas redes Facebook, Twitter e YouTube, como forma de atrair público para o site, divulgar publicações e obter feedback. ″ Coleta de fontes de informação para abastecimento do site com notícias. Para tanto, foram utilizadas as seguintes estratégias: inclusão do nosso endereço de e-mail no mailing de divulgação da Secretaria Municipal de Culutra; consulta ao caderno de programação do Sesc, instituição que realiza diversas atividades culturais na cidade; acompanhamento de perfis, em redes sociais, de artistas, grupos, organizações e agentes culturais de Bauru; estabelecimento de contato direto com essas fontes. ″ Compra do domínio curtabauru.com.br, com anuidade de R$ 30, e inclusão do domínio no site hospedado no Wordpress, com anuidade de US$ 13. ″ Compra de máquina fotográfica e filmadora da marca Fujifilm, por R$ 713,65. 4.2. ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ″ Entrevistas com artistas, grupos, organizações e agentes culturais de Bauru para posterior elaboração de perfis e reportagens. ″ Cobertura aprofundada e detalhada de eventos artísticos e culturais realizados na cidade. ″ Coleta de informações para divulgação prévia de eventos e outras atividades culturais de utilidade pública em forma de notas de serviço. ″ Produção de matérias diárias para o site, utilizando, sempre que possível e conveniente, recursos multimídia (texto escrito dialogando com vídeos e fotografias). ″ Divulgação de matérias por meio do Facebook e do Twitter. ″ Armazenamento de material audiovisual no YouTube. ″ Elaboração de enquetes no site como forma de interação com o público. 5. ANÁLISE DO PRODUTO 5.1. CONTEÚDO 5.1.1. ESCOLHA DO CONTEÚDO Ainda na etapa de planejamento do site, definiu-se que o seu conteúdo seria baseado na cobertura e divulgação da arte e da cultura exclusivamente na cidade de Bauru. Decidiu-se, também, pela adoção da maior abrangência de conteúdos possível, com cobertura tanto de assuntos que tradicionalmente têm mais visibilidade quanto daqueles que não costumam ser divulgados ao grande público. Optamos por esse procedimento de forma a seguir a filosofia pré-estabelecida de cobrir e divulgar todo tipo de manifestação artística e cultural da cidade. Houve a preocupação em não dar preferência a um ou outro determinado tipo de arte, para que o portal se mostrasse útil para pessoas que tivessem interesse em qualquer tipo de expressão artístico-cultural que fosse realizada em Bauru. Em relação a esse tópico, vale ressaltar que a prioridade do veículo são os eventos, artistas, agentes e manifestações que se originam dentro da cidade. Ou seja, é dada maior atenção ao que se origina dentro da cidade do que ao que vem de fora e passa por aqui. Levando em consideração essas diretrizes, pode-se dizer que o conteúdo do site está dividido em três categorias. A mais simples são as notas de serviço, que se constituem em pequenas matérias informativas divulgando eventos que vão acontecer na cidade. Além delas, ainda no formato de notícias factuais, há a cobertura aprofundada de eventos artísticos e culturais realizados na cidade. E, por fim, a principal dessas três categorias: os quadros fixos, em que se publicam perfis de artistas, organizações culturais e bandas bauruenses, além de agendas culturais semanais e resenhas de restaurantes com música ao vivo. Abaixo, descrevemos um pouco mais detalhadamente as duas últimas categorias, porque acreditamos que a complexidade delas o exige. Em relação às coberturas de eventos realizados na cidade, procuramos seguir a filosofia de realizá-las da forma mais detalhada e aprofundada possível, mantendo o tempo todo ao menos um membro da equipe presente no local para coleta de informações, realização de entrevistas e produção de fotografias e vídeos. Não raro, em eventos com duração de vários dias, a cobertura rendeu de duas a três matérias diárias, dado o volume de conteúdo gerado. Essa nossa opção vai na contramão do procedimento geralmente adotado pela grande mídia local, que via de regra prefere dar enfoque a um determinado aspecto do evento - o show do artista com mais visibilidade, a principal atração da noite etc. Houve eventos culturais em que o CurtaBauru foi o único veículo de comunicação presente - caso do Independência e Rap, evento com show de vários rappers bauruenses realizado no bairro Mary Dota. Na maioria dos outros, fomos o único meio que realizou cobertura em todos os dias de evento ou do início ao fim de um mesmo dia. Os eventos artístico-culturais cobertos pelo CurtaBauru entre a data de sua abertura (28 de agosto de 2012) e o dia da entrega deste relatório (6 de novembro de 2012) foram: Festival Canja de Artes Integradas (cobertura que marcou a estreia do site), Mostra Fotográfica “Caminhos” de André S. Ramos Soares, Independência e Rap, Revirada Cultural Regional, show de lançamento do álbum “Até surdo ouviu” de Coruja BC1, VIII Encontro de Arte e Cultura e Encontro Inter-Regional de Academias Municipais de Letras e Entidades Afins. No que diz respeito aos quadros fixos, a escolha do conteúdo segue os mesmos critérios usados na elaboração das outras matérias, por exemplo, a importância dada à pluralidade de assuntos e ao que se produz no cenário cultural local. Dos quatro quadros, três adotam um formato mais condizente com um estilo revista, com reportagens um pouco mais extensas e com uma linguagem mais livre do que as demais. Eles são de periodicidade semanal e ocupam espaço de destaque na primeira página do site. São os quadros: ″ Quem faz arte Perfis semanais, publicados às terças-feiras, de pessoas ou instituições de Bauru que contribuem ou contribuíram de alguma forma para a consolidação da cultura e da arte na cidade. As matérias são elaboradas a partir de coleta de informações gerais e, principalmente, entrevista direta com os perfilados. Até a data de entrega deste relatório, foram publicados no quadro “Quem faz arte” os perfis de: Academia Bauruense de Letras, organização formada por escritores locais; Enxame Coletivo, grupo fomentador da cultura independente; Ewer Sumati, tatuador; L7m, grafiteiro; Coruja BC1, rapper; Nilza y Pablito, bailarinos; Empório Contracultural Extinção, cineclube e loja de artigos de cultura alternativa; D’Bronx, rapper; e Acesso Hip Hop, ponto de cultura bauruense. ″ Som a gosto Publicado às quartas-feiras, este é um espaço dedicado à publicação de resenhas de bares e restaurantes bauruenses que tenham música ao vivo. Para produzir as matérias, comparecemos ao restaurante para ouvir a música, experimentar alguns itens do cardápio e fazer anotações. Não há um critério rígido na escolha do bar, mas os tópicos abordados são os mesmos em todas as resenhas: ambiente, como é o som, cardápio, atendimento e público. Ao final da página, endereço, horário de funcionamento e contato ajudam a compor as informações. Até a presente data, foram publicadas no “Som a gosto” as resenhas de: Luna Bar e Restaurante, Fried Fish Restaurante Sport Bar, Choperia Do Outro Lado, Saudosa Maloca, Jeribá Bar, Made in Brazil, Botequim das Oliveiras, Comari e Trattoria A Due. ″ Nestas bandas Publicado às quintas-feiras, tem formato e procedimento semelhantes do “Quem faz arte”, mas dedica-se exclusivamente à publicação de perfis de bandas locais. Biografia do grupo, como são feitas as composições e influências musicais são alguns tópicos que constituem as matérias, que procuram mostrar ao público a essência de cada um desses grupos musicais. A escolha dos perfilados está relacionada à busca por variedade de estilos e por originalidade, visando bandas que tenham músicas próprias ou imprimam seu próprio estilo a composições conhecidas. Tivemos certo problema com a questão da periodicidade deste quadro, que, de acordo com o planejamento inicial, deveria ser semanal. No entanto, a dificuldade de encontrar espaço livre na agenda das bandas fez com que ele deixasse de ser publicado em várias semanas. Por esse motivo, até a presente data, foram publicados apenas quatro perfis: Vilão do Groove, Move Over, Projeto Homem Bomba e Soul Station. ″ Agenda Este quadro é publicado todas as sextas-feiras, e contém informações básicas sobre alguns eventos artístico-culturais que vão ocorrer na cidade ao longo da próxima semana. O objetivo é fazer deste um espaço de referência para busca de informações sobre programas de cultura e lazer que a cidade oferece. 5.1.2. SOBRE A PRODUÇÃO O conteúdo é produzido diariamente e a maneira como isso ocorre varia de acordo com a complexidade da notícia. As notas, em sua maioria, foram produzidas através de informações contidas em sites e consultas aos responsáveis pelos eventos. Coberturas e quadros foram todos realizados através de entrevistas realizadas pelos membros e as informações contidas nas matérias foram concedidas ao CurtaBauru. Os textos foram produzidos de acordo com o público que se buscou atingir e não houve participação de repórteres que não fizessem parte da equipe. No quadro “Som a gosto”, as resenhas foram produzidas através da experiência dos idealizadores do projeto, que estiveram em todos os bares que já foram retratados, assim como as matérias sobre palestras e discussões, todos eventos em que os repórteres estiveram presentes. As fotos, excetuando-se aquelas que faziam parte da divulgação dos eventos, foram produzidas exclusivamente para o site, assim como os vídeos que compõem as matérias, alguns deles com colaboradores externos. Desde o início, o objetivo era a produção de notícias multimídias e, durante toda a execução do projeto, houve a preocupação de que essa meta fosse atingida sem que fosse necessário recorrer a materiais que não fizessem parte do acervo do CurtaBauru. 5.2. ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 5.2.1. LAYOUT DO SITE O site segue um layout jornalístico, que se aproxima de uma revista ou jornal online e se distancia do formato “blog”. Pesquisamos e testamos diversos temas visuais oferecidos pela plataforma do Wordpress. O tema escolhido e que hoje arquiteta o site é o tema Oxygen desenvolvido pela DevPress. A intenção é que o leitor encontre, na primeira página, links para as últimas notícias publicadas. Cada link contém um título, uma imagem e a linha fina da respectiva matéria. Esses links estão distribuídos de maneira harmônica pela página: ″ em formato de slides com uma foto e a manchete (topo da página): os quadros “Quem faz arte”, “Som a gosto”, “Nestas bandas” e a agenda – todos esses quadros têm atualização semanal e cada atualização acontece em um determinado dia da semana - na terça, quarta, quinta e sexta, respectivamente; ″ no artigos recentes que são as três notícias e/ou notas mais recentes - as notas têm periodicidade diária; ″ no mais artigos que são as cinco notícias e/ou notas mais recentes depois dos artigos recentes. O site também apresenta dois menus: um dedicado à categorização das notícias em editorias - por exemplo, clicando em “Eventos”, o leitor é levado a uma página só com as notícias e coberturas de eventos – e outro com botões para as outras seções: Primeira Página, Sobre o CurtaBauru e Contato. Há um campo de pesquisa, para que o leitor possa procurar conteúdo por palavras- chave de sua escolha ao invés de navegar pelos menus e também a nuvem de tags ao final da página, onde aparecerem as tags designadas pelos autores das matérias. A procura por assuntos também pode ser feita por esse nuvem e as maiores palavras são as que possuem mais matérias relacionadas. Ainda na primeira página do site, no canto esquerdo da página temos o item “As mais lidas”, onde aparecem as páginas do site que receberam mais visualizações no dia e a Enquete da Semana que traz questões diversas sobre cultura e arte em Bauru e também sobre o site. Para exemplificar as diferentes temáticas da enquete podemos comparar a enquete da primeira semana de outubro, cuja a pergunta era “Qual perfil você gostaria de ver no quadro ‘Quem faz arte’?” e a enquete da terceira semana de outubro: “Qual foi o melhor evento cultural da cidade em 2012?”. Na primeira, há interação com o público que se sente integrado ao site por poder dar a sua opinião sobre qual perfil mais gostaria de ler, ao mesmo tempo conseguimos ter uma noção de qual tipo de perfil nos trará maiores visualizações. Já na segunda enquete, a pergunta se refere aos eventos da agenda bauruense, logo também envolve opiniões pessoais e um feedback sobre o evento em si. Na coluna direita do CurtaBauru, temos o campo de pesquisa, o vídeo da semana e em seguida temos campos de todas as redes sociais e canais que o site possui: um link para o canal do CurtaBauru no YouTube, as últimas atualizações no Twitter do site e um quadro com recentes seguidores do CurtaBauru no Facebook. O vídeo da semana é um vídeo que, entre os vídeos das reportagens feitas na semana, teve destaque e foi escolhido para ficar durante uma semana na primeira página a fim de chamar a atenção do público à entrevista realizada e, logo, à matéria. 5.2.2. LAYOUT DAS MATÉRIAS É necessário ressaltar a importância dos elementos visuais nas matérias. Precisamos levar em consideração a relevância que as imagens têm na edição de notícias em jornalismo digital. Textos devem estar acompanhados de fotografias, que sejam explicativas e ilustrativas e apresentem boa qualidade, além dos vídeos que, sempre que possível, acompanham os textos para dar voz ao entrevistado e dialogar com a matéria, seja ela um perfil, uma nota ou uma cobertura de evento. Também usamos bastante o recuso dos links externos e internos. Como exemplo de links externos podemos exemplificar que em uma matéria do “Nestas bandas” utilizaremos links que levem o público para o Facebook da banda, o site oficial ou ainda páginas em que o público possa ouvir as músicas do grupo como o Soundcloud ou o MySpace. Já quanto aos links internos, eles são muito usados em coberturas de longos eventos: quando há uma matéria sobre a parte da manhã do evento e outra pela tarde, nós podemos utilizar o link para uma se ligar à outra. Há uso de links internos também nos casos em que a matéria é referente a um artista já apresentado no “Quem faz arte” ou uma banda já apresentada no “Nestas bandas”. Outro recurso bastante utilizado é o slideshow, que permite a visualização de diversas fotos sem ocupar muito espaço na matéria, fazendo com que ela fique visualmente mais agradável e com maior conteúdo fotográfico. Devido à diversidade na estrutura das matérias, para melhor explicação das especificidades de cada uma dividiremos o tópico em cinco itens: ″ Quem faz arte Quanto à estrutura, o “Quem faz arte” traz textos maiores do que maioria, tendo a menor matéria 1424 caracteres (perfil do Cineclube da Unesp) e a maior 4827 caracteres (perfil do rapper Coruja BC1). Das oito matérias dessa sessão, cinco apresentam vídeos nos textos - o vídeo vem entre os parágrafos, dialogando com a matéria - dos três sem vídeos: um dos entrevistados não quis ser filmado, no caso da matéria sobre o grafiteiro L7M, e os outros dois perfis foram feitos antes da compra da câmera (perfil da ABL e o perfil do tatuador Ewer Sumati), impossibilitando a filmagem. ″ Som a gosto O texto é mais curto e dividido em tópicos: ambiente, como é o som, atendimento, público e serviço, onde são disponibilizadas informações como endereço, horário de funcionamento e telefone para contato. Um recurso bastante utilizado nessas matérias são as fotos e, por vezes, o slideshow. ″ Nestas bandas Bem parecido com a estrutura do “Quem faz arte”, o perfil das bandas também se utiliza de textos maiores, trechos da entrevista em vídeo e um diferencial: além do vídeo da entrevista, há um videoclipe da banda no pé da matéria. ″ Agenda Nossa agenda semanal é estruturada como um slideshow. Colocamos como abertura uma imagem que indica o período de tempo ao qual a agenda se refere, normalmente de sexta a sexta, e em seguida dividimos os eventos da agenda por campos como música, dança, teatro e exposições. As informações dos eventos aparecerem sobre uma foto do local onde será a atração. São consideradas informações necessárias para um evento da agenda: dia e horário, endereço, telefone para contato e um pequeno resumo sobre o evento. 5.3. PÚBLICO O desenvolvimento do projeto CurtaBauru e sua execução foram realizados com o objetivo de atingir um público amplo, de idades, classes sociais e vivências culturais diferentes. Nesse sentido, traçou-se a meta de tornar o site uma referência para pessoas que morassem em Bauru, com uma faixa etária que variasse, aproximadamente, entre 18 e 40 anos, que estivessem em busca de informações sobre as mais diversas manifestações artísticas da cidade, fossem elas eruditas ou populares. Tal decisão fez com que os temas escolhidos e a maneira como seu conteúdo foi e é construído não se limitasse a uma única linguagem ou estrutura de matéria e que a divulgação chegasse a todo e qualquer leitor em potencial. A construção do público do CurtaBauru se deu majoritariamente por meio de redes sociais. Além do site em si, criamos perfis no Facebook e no Twitter como ferramentas de divulgação do site e de seu conteúdo. A cada matéria publicada, é divulgado nas redes um pequeno resumo com um link para a página, levando os usuários interessados a acessar o site. O usuário que gosta da matéria usa seu próprio perfil na rede para divulgá-la, por meio de ferramentas como o “retweetar”, no Twitter, e o “compartilhar”, no Facebook. Dessa forma, os amigos desses usuários também são atingidos pelas matérias, também chegam ao site e também divulgam. Nesse aspecto, o perfil no Facebook foi o que contribuiu de forma mais expressiva para a construção do público, provavelmente devido à maior popularidade da rede e à maior variedade de ferramentas de divulgação. Até a data da entrega deste relatório, a página do CurtaBauru na rede social contava com 101 fãs (usuários que assinam o conteúdo para receber atualizações em suas páginas a cada vez que algo novo é publicado), contra 23 seguidores no Twitter. Notou-se que a popularidade do site ganha força quando artistas ou organizações culturais usam as redes para divulgar matérias de que fazem parte. Quando o rapper Coruja BC1 divulgou no Facebook o “Quem faz arte” sobre ele, por exemplo, a matéria chegou a ser compartilhada 60 vezes por outros usuários. Entre a data de lançamento do site e o dia da entrega deste relatório, o CurtaBauru teve 3095 visualizações (uma visualização é contada a cada vez que qualquer página do site é acessada), resultando em uma média de 48,36 visualizações diárias. O dia de maior visualizações foi 2 de outubro, em um total de 152. A matéria que mais recebeu acessos foi a cobertura do show de lançamento do álbum “Até surdo ouviu”, de Coruja BC1, publicada no dia 23 de setembro e visitada 118 vezes. A página do CurtaBauru no Facebook nos ajuda a ter uma ideia geral do perfil do público que atingimos, uma vez que a rede nos fornece dados como idade, faixa etária e cidade de origem dos nossos assinantes. Dos 101 fãs, 57% são do sexo feminino, e 42% são do sexo masculino. A grande maioria dos seguidores tem entre 18 e 24 anos, e a segunda maior porcentagem de pessoas está na faixa etária que vai de 25 a 34 anos. De todas as idades contabilizadas pela ferramenta (a partir de 13 anos), o único grupo que não se inclui entre os assinantes é o de maiores de 65 anos. Desde o lançamento do site, notou-se que um público inesperado poderia tornar-se fiel ao site: os apreciadores do cenário hip hop bauruense. Isso porque, ao divulgarmos as matérias de cobertura do Festival Canja que envolviam atividades dedicadas a esse universo, os acessos foram maiores e a divulgação por meio das redes sociais foi mais efetiva. Desde então, atentou-se para o alcance do assunto e buscou-se produzir um bom volume de conteúdo dedicado à área. A iniciativa foi bem-sucedida, e matérias sobre shows de rap, grafite e artistas desse cenário estão entre as mais visualizadas no site e compartilhadas no Facebook. Das dez matérias mais acessadas, quatro se referem de alguma forma ao universo hip hop. No entanto, esse fato não influenciou no objetivo inicial do portal de ser um espaço dedicado a diversos públicos. As coberturas, notas e notícias não perderam a pluralidade de assuntos do início. Conclui-se, portanto, que, apesar de ter maior alcance entre o público mais jovem, principalmente por se tratar de um veículo digital, com o qual as gerações mais recentes têm maior afinidade, o CurtaBauru tem cumprido o papel a que se propôs e seu público não se limita a um único perfil. Matérias sobre literatura, música erudita, teatro, dança de salão, entre outras, atraíram leitores a partir de 30 anos. Textos relacionados a eventos organizados por universitários ou sobre o cenário cultural alternativo foram mais acessados por estudantes de graduação. Já as matérias sobre hip hop e grafite cultivaram um público de jovens bauruenses, formado tanto por universitários de classe média quanto por pessoas oriundas de camadas sociais menos favorecidas. 6. PLANEJAMENTO PARA O FUTURO O CurtaBauru, no decorrer de sua execução, superou os limites do que exige um trabalho de conclusão de curso e transformou-se em um projeto profissional para além da vida acadêmica. A produção constante, o contato direto com as fontes e a necessidade de se veicular conteúdo exclusivo sem recorrer a grandes veículos de comunicação ou sem que houvesse um conhecimento prévio de como gerir um site de cobertura jornalística fizeram com que, por consequência, quiséssemos dar continuidade a essa experiência e aprimorar sua atuação no cenário bauruense. Algumas modificações serão realizadas com o intuito de fazer deste um veículo interativo e economicamente viável. Entre as alterações previstas, está a reformulação de dois dos quadros fixos do site: Nestas Bandas e Som a gosto. ″ Nestas Bandas Durante a execução do projeto, este foi o conteúdo que mais apresentou empecilhos para a sua produção. Apesar de a cidade apresentar um número representativo de bandas, o fato de dependermos da disponibilidade de seus integrantes impediu que o quadro fosse atualizado semanalmente, como constava no planejamento inicial. Concluiu-se, portanto, que há a necessidade de aumentar o espaço de tempo entre a publicação das matérias e torná-lo, no mínimo, quinzenal. ″ Som a gosto Quando escolhemos o nome para o quadro consideramos a limitação que ela traria: apenas restaurantes que tivessem música ao vivo. Desde o começo do site, não houve uma semana em que não realizamos o quadro, mas agora começamos a sentir a necessidade de ter mais opções. Para não fugir do tema do quadro, que é não apenas a crítica de um restaurante, mas a crítica de um restaurante que tem algo de cultural, pensamos em mudar o nome do quadro para podermos abranger também os restaurantes temáticos, como aqueles que oferecem comida típica de algum país. Uma mudança também necessária é a profissionalização dos nossos recursos técnicos. Muitas vezes a captação de som da nossa câmera fotográfica deixa a desejar, assim como nossas habilidades como webdesigners. A ideia é adquirir um equipamento específico para a captação de som, como um gravador profissional, para que possamos realizar entrevistas mesmo em locais com diversos ruídos. Já para resolver os problemas estruturais e visuais do site é preciso contratar uma pessoa capacitada que fique responsável por lidar com essas questões e que também nos ajude a melhorar e dinamizar alguns processos, como a postagem e edição de vídeos e fotos. Há ainda algumas outras propostas para melhorar o CurtaBauru. Uma delas é a ideia de fazer um balanço geral dos eventos em seu encerramento. Alguns eventos que cobrimos foram impecáveis na organização, mas o conteúdo não era variado. Já outros mostravam exatamente o contrário: primando pela programação, mas sem conseguir atingir todo seu potencial por causa de problemas técnicos. Surge então a ideia de fazer esse balanço, de forma que possamos passar a nossa impressão do evento. E, justamente por se tratar da opinião do repórter, esse balanço deve ser feito separadamente das matérias e, antes do conteúdo, deve ser explicitado que a ideia da matéria é justamente ser opinativa. Outra mudança prevista é a maneira como utilizamos as redes sociais. Atualmente, elas são apenas um veículo de divulgação das matérias. Contudo, pretendemos torná-las um canal de comunicação com o público. No caso do Facebook, usar seus recursos para promover um diálogo com os leitores. Para isso, criar enquetes, espaço para comentário, incentivar a participação na página e as sugestões para melhorar o site. Mesma função seria dada ao Twitter @curtabauru, com o uso das twitcams, recurso que permite a transmissão de vídeos ao vivo. Nesse caso, entrevistas podem ser feitas em tempo real e quem estiver na rede tem a opção de assistir ao vivo. Com relação ao nosso canal no YouTube, o objetivo é torná-lo um espaço que não seja apenas um arquivo dos vídeos que compõem as matérias que estão no site. Pretendemos disponibilizar as entrevistas na íntegra e produzir vídeos de conteúdo que não esteja atrelado aos textos. Ressaltamos aqui a importância de haver comunicação entre todas essas redes sociais, para que haja maior alcance de público e o dinamismo, característica marcante dos meios digitais, não se perca. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O CurtaBauru contribuiu de forma imensurável para nosso crescimento pessoal e profissional. O projeto nos levou a ter contato direto e frequente com os mais diversos tipos de manifestação artística, levando-nos a conhecer novos tipos e formas de se fazer arte e enriquecendo imensamente nosso background cultural. Do ponto de vista profissional, o site nos deu a oportunidade de desenvolver um trabalho diário e volumoso diretamente ligado à carreira que pretendemos seguir e aperfeiçoou nosso conhecimento em vários estágios e níveis da produção jornalística: entrevista, redação, produção multimídia, planejamento de pautas e edição de matérias, além dos processos de idealização, criação e administração do site em si. Estar envolvidos diariamente com todas essas etapas foi uma experiência valorosa no sentido da busca pelas maneiras mais eficientes e criativas de se trabalhar em jornalismo. Em relação aos resultados obtidos com o site, apesar de modestos, consideramos que são satisfatórios ao levarmos em conta que é um trabalho que vem sendo desenvolvido há pouco mais de dois meses e que dispomos de poucos recursos para sua divulgação. Ultrapassamos a marca de 100 assinantes no Facebook e tivemos grande aceitação e um excelente feedback com algumas de nossas matérias. Apesar de ainda não ter se estabelecido completamente como um meio de referência entre o público-alvo pretendido, o site vem atingindo um nível de popularidade positivo entre o meio artístico local, o que acreditamos ser um bom ponto de partida para um crescimento efetivo. Todos esses fatores nos dão a satisfação de crer que, ainda que de forma incipiente, o CurtaBauru tem potencial para cumprir com o objetivo de servir como um meio de divulgação e propagação da cultura local. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALZAMORA, G. Do texto diferenciado ao hipertexto multimidiático: perspectivas para o jornalismo cultural. In: ALZAMORA, G. et al. 7 propostas para o jornalismo cultural: reflexões e experiências. São Paulo: Miró Editorial, 2009. p.23-38 DALMONTE, E. F. O hipertexto enquanto modalidade discursiva do Webjornalismo: entre promessas e limitações. XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: FELZ, Jorge. A imagem na Web: Fotojornalismo e Internet. XXVI Congresso Anual de Ciências da Comunicação, Belo Horizonte, 2003. Disponível em: < GOLIN, C. Jornalimo cultural: reflexão e prática. In: ALZAMORA, G. et al. 7 propostas para o jornalismo cultural: reflexões e experiências. São Paulo: Miró Editorial, 2009. p.39-52 TEIXEIRA, N. Desafios para a prática e o ensino do jornalismo cultural. In: ALZAMORA, G. et al. 7 propostas para o jornalismo cultural: reflexões e experiências. São Paulo: Miró Editorial, 2009. p.93-107 VENTURA, M. Hipertexto, noticiabilidade e teoria do jornalismo na web. Líbero, São Paulo, v.12, n.23, p.75-84, 2009.