UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP CÂMPUS DE JABOTICABAL IMUNOHISTOQUÍMICA EM ÓRGÃOS DE TILÁPIAS-DO-NILO IMUNIZADAS COM ANTÍGENO INSOLÚVEL DE Streptococcus agalactiae Paulo Fernandes Marcusso Médico Veterinário 2015 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP CÂMPUS DE JABOTICABAL IMUNOHISTOQUÍMICA EM ÓRGÃOS DE TILÁPIAS-DO-NILO IMUNIZADAS COM ANTÍGENO INSOLÚVEL DE Streptococcus agalactiae Paulo Fernandes Marcusso Orientador: Prof. Dr. Flávio Ruas de Moraes Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Medicina Veterinária, Área: Patologia Animal. 2015 Marcusso, Paulo Fernandes M322i Imunohistoquímica em órgãos de tilápias-do-Nilo imunizadas com antígeno insolúvel de Streptococcus agalactiae / Paulo Fernandes Marcusso. – – Jaboticabal, 2015 xiv, 56 p. : il. ; 28 cm Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2015 Orientador: Flávio Ruas de Moraes Banca examinadora: João Batista Kochenborger Fernandes, Rogério Salvador, Marcello Pardi de Castro, Sergio Henrique Canello Schalch Bibliografia 1. Tilápia. 2. Profilaxia. 3. Estreptococose. 4. Anticorpos. 5. Imonuquistoquímica. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. CDU 619:639.3.09 Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal. DADOS CURRICULARES DO AUTOR Paulo Fernandes Marcusso – Nascido dia 30 de abril de 1988 em Porto Feliz Estado de São Paulo. Graduado Medicina Veterinária em julho de 2011 pela Universidade Estadual do Norte do Paraná. Realizou estágio de aperfeiçoamento técnico na área de microbiologia e imunopatologia de peixes no Laboratório de Imunopatologia de Peixes da Uenp – Campus Luiz Meneghel na cidade de Bandeirantes estado do Paraná. Durante a graduação de 2007 à 2009 foi bolsista do Programa Ciências Sem Fronteiras, categoria Extensão Universitária, no Laboratório de Imunopatologia de Peixes da Uenp – Campus Luiz Meneghel, onde desenvolveu trabalhos relacionados a vacinas de peixes e ictiosanidade. Em Janeiro de 2010 obteve bolsa da Fundação Araucária, categoria Iniciação Científica, para desenvolver o projeto intitulado “Influência da temperatura na sobrevivência de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus) infectadas com Streptococcus agalactiae”. Em março de 2012 ingressou no programa de pós-graduação em medicina veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, Departamento de Patologia Veterinária, Campus de Jaboticabal, sob a orientação do Prof. Dr. Flávio Ruas de Moraes. No mesmo período obteve bolsa de mestrado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), defendeu a dissertação no início de 2014, obtendo o título de Mestre em Patologia Animal. Seu mestrado deu origem o um processo de patente de uma vacina contra estreptococose para utilização em peixes (BR1020140228934). Em março de 2014 iniciou seu doutorado dando continuidade a pesquisa com a vacina na mesma instituição e sob mesma orientação. No mesmo período obteve bolsa de doutorado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que só foi cancelada em maio de 2015, após a aprovação do pós- graduando para o cargo de Docente no curso de Medicina Veterinária da Unidade de Ensino Superior Ingá – Uningá, Maringá, Paraná, onde atua até o presente momento nas disciplinas de Patologia Especial e Patologia Clínica. Dedico este trabalho Antônia Picco Marcusso A quem serei eternamente grato. EPÍGRAFE SÚPLICA O corpo a morte leva A voz some na brisa A dor sobe pra'as trevas O nome a obra imortaliza A morte benze o espírito A brisa traz a música Que na vida é sempre a luz mais forte Ilumina a gente além da morte Venha a mim, óh, música Vem no ar Ouve de onde estás a minha súplica Que eu bem sei talvez não seja a única Venha a mim, oh, música Vem secar do povo as lágrimas Que todos já sofrem demais E ajuda o mundo a viver em paz João Nogueira e Paulo César Pinheiro (1994) AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, Oxalá e todos os Orixás pela permissão de estar encarnado, pela eterna fonte de amor e luz e pelos ensinamentos diários em minha vida que permitem minha evolução espiritual. A toda minha família que esteve presente durante toda essa etapa, especialmente aos meus pais Célio e Marcia; irmãos Marcus, Eduardo e Pedro; minha cunhada Lívia; meus primos Éder, Gustavo e Lucas; minhas primas Giovanna, Marina, Camila e Tamiris; minhas tias Cristina, Jane e Patrícia; meus tios Ricardo, Edson, Valdevino, Roberto, meus avós; Fábio, Nerso, Noemy e Antônia. Aos meus eternos mestres Professores Doutores Flávio Ruas de Moraes e Rogério Salvador pela orientação, confiança, oportunidade e respeito. A Banca Examinadora pelas observações e correções que acrescentaram e melhoraram o trabalho. A Professora Doutora Rosimeri de Oliveira Vasconcelos pela atenção. A pós graduanda Mayara Caroline Rosolem pela amizade e companheirismo científico, essenciais para a realização do trabalho. A equipe de trabalho; Dayanne, Fausto, Gustavo, Isabela, Jefferson, Lygia, Silas, Thalita. Obrigado pela ajuda e parceira, sem vocês tudo seria mais difícil. A minha turma de graduação, XIV turma de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Norte do Paraná – Uenp, que fazem falta todos os dias, amigos de verdade e inesquecíveis. Aos amigos boituvenses Tamires Antunes Fragozo, Eduardo Fernandes Ribeiro, Gabriel Fernandes Ribeiro, Felipe Fernandes Ribeiro e Ricardo Calegare. Aos funcionários do Departamento de Patologia Animal da FCAV - Unesp, especialmente a Cristina, Francisca (Chica), Mabel e Moema. Aos funcionários do Departamento de Patologia Geral do CLM – Uenp, especialmente a Marly Candido e Maria Imaculada. A seção técnica de Pós-graduação, especialmente a Marcia Luciana Natareli dos Santos, Branca Rochidali e Diego Mafra Dongo, pela atenção, disposição e ajuda. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, pelo apoio financeiro e por acreditar no trabalho (processo 2013/24852-6). Aos animais que deram sua vida para que o trabalho fosse realizado. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 15 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 16 2.1 Piscicultura no Brasil ....................................................................................... 16 2.2 Tilapicultura ..................................................................................................... 17 2.3 Características do S. agalactiae em peixes ...................................................... 17 2.4 Sistema imune em teleósteos ........................................................................... 19 2.5 Centros de melanomagrófagos (CMM’s) ........................................................ 22 2.6 Vacinação em peixes ........................................................................................ 23 2.7 Métodos de inativação bacteriana .................................................................... 25 2.8 Técnica de imunohistoquímica ........................................................................ 26 3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 26 3.1 Objetivo geral .................................................................................................. 26 3.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 26 4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 27 4.1 Local, animais e acondicionamento ................................................................ 27 4.2 Isolamento e identificação do S. agalactiae para confecção da vacina .......... 28 4.3 Determinação do inóculo vacinal e da CL50 .................................................. 29 4.4 Padronização do inóculo vacinal .................................................................... 29 4.5 Delineamento experimental ............................................................................ 30 4.6 Técnica Histológica ......................................................................................... 31 4.7 Técnica de Imunohistoquímica ....................................................................... 31 4.8 Contagem das células positivas para marcação com anticorpo anti-IgM e dos centros de melanomacrófagos .................................................................................... 32 4.9 Análise estatística........................................................................................... 32 5 RESULTADOS .......................................................................................................... 33 6 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 37 7 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 42 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 42 LISTA DE ABREVIATURAS Abs – Absorbância CL – Concentração letal ºC – Grau celsius CMMs – Centros de melanomacrófagos dL – Decilitro DNA – Ácido desoxirribonucléico EDTA – Ácido etileno diamina tetra acético G – Giros por minuto g – Gramas i.c. – Intracelomático L – Litro mg– Micrograma mL– Microlitro min – Minuto ng – Nanograma nm – Nanômetro od – Oxigênio dissolvido PBS – Tampão fosfato-salino pb – Pares de bases PCR – Reação em cadeia da polimerase pH – Potencial hidrogênico pM – Peso molecular PRS – Porcentagem relativa de sobrevivência rDNA – Ácido desoxirribonucléico ribossomal rpm – Rotações por minuto S/m – Siemens por metro UFC – Unidades formadoras de colônias uL– Microlitro LISTA DE FIGURAS Figura 1. Fotomicrografia do baço de um animal do grupo controle 90 dias após a imunização, evidenciando a proliferação de linfócitos. (v) veia, (a) artéria, (*) centro de melanomacrófagos (hematoxilia e eosina, 400x, barra = 20µm).. ........................................... 33 . Figura 2. Fotomicrografia do baço de um animal do grupo vacinado 90 dias após a imunização, evidenciando a proliferação de linfócitos. (v) veia, (a) artéria, (*) centro de melanomacrófagos (hematoxilia e eosina, 400x, barra = 20µm)... .......................................... 34 Figura 3. Fotomicrografia do baço no grupo vacinado após 60 dias do estímulo, evidenciando as células marcadas por meio da técnica de imunohistoquímica com anticorpo policlonal anti-Ig M (hematoxilina de Harris, 400x, barra = 20µm)... ..................... 35 Figura 4. Fotomicrografia do baço no grupo controle após 60 dias do estímulo, evidenciando as células marcadas por meio da técnica de imunohistoquímica com anticorpo policlonal anti-Ig M (hematoxilina de Harris, 400x, barra = 20µm).. ...................... 36 Figura 5. Aspecto estrutural do baço de peixes, evidenciando os centros de melanomacrófagos (*) de um animal do grupo vacinado 60 dias após o estímulo (hematoxilia e eosina, 200x, barra = 50µm).. ........................................................................... 37 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Número médio de células positivas para marcação com o anticorpo anti-Ig M pela técnica imunohistoquímica no fígado, rim e baço das tilápias-do-Nilo dos grupos controle e vacinado, durante o período experimental ............................................................... 34 Tabela 2. Número médio de centros de melanomacrófagos observados no baço, rim e fígado das tilápias-do-Nilo dos grupos controle e vacinado, durante o período experimental ............................................................................................................................. 36 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Número médio de células positivas para marcação com o anticorpo anti-Ig M pela técnica imunohistoquímica no rim das tilápias-do-Nilo do grupo vacinado, durante o período experimental ............................................................................................................. 39 Gráfico 2. Número médio de células positivas para marcação com o anticorpo anti-Ig M pela técnica imunohistoquímica no baço das tilápias-do-Nilo do grupo vacinado, durante o período experimental ................................................................................................ 40 IMUNOHISTOQUÍMICA EM ÓRGÃOS DE TILÁPIAS-DO-NILO IMUNIZADAS COM ANTÍGENO INSOLÚVEL DE Streptococcus agalactiae RESUMO - A infecção causada por Streptococcus agalactiae provoca grandes perdas em sistemas de criação intensiva de tilápias no Brasil e uma das soluções para minimizar estas perdas é a utilização de vacinas. Assim, este estudo avaliou a partir da marcação de células por meio da imunohistoquímica com anticorpo Ig M as respostas e participação do rim, baço e fígado na resposta imune humoral induzida pela vacina contra S. agalactiae. Para tanto foram utilizadas 166 tilápias-do-Nilo (Oreochromis niloticus) com peso médio de 200 ± 25 g. Foi determinada a concentração bacteriana letal para 50,0% dos peixes (DL50) forma utilizados 40 tilápias distribuídas em 4 caixas de fibra de vidro de 250 L, 10 animais/. Os animais foram inoculados com doses crescentes de S. agalactiae (1x102; 1x104; 1x106 e 1x108), obtendo a DL50 estimada em 1x107,71 e com o limite inferior e superior em 1x106,52 e 1x107,98, respectivamente. Posteriormente foi realizado o ensaio para coleta dos órgãos para posterior avaliação histológica e imunohistoquímica. Para tanto foram utilizados dois grupos (n= 63), sendo eles; grupo injetado com 200 µL salina 0,65% (controle) e grupo imunizado com a vacina contendo a porção insolúvel do produto da sonicação do S. agalactiae adicionado ao adjuvante incompleto de Freund (1:1), com volume final de 200 µL. A vacina e a salina foram aplicadas por via intracelomática (i.c) e em todos os grupos foram realizada a coleta dos órgãos pré imunização e coletas seriadas pós imunização nos tempos de 7, 14, 21, 28, 35, 42, 60 e 90 dias, para avaliação da dinâmica da resposta imune humoral por meio da imunohistoquímica com o anticorpo Ig M e avaliação histológica na coloração de hematoxilia e eosina. Os resultados foram comparados por meio de análise de variância (ANOVA) ao nível de 5% de probabilidade e a diferença entre as médias foi comparada pelo teste de Tukey. A imunização de tilápias-do-Nilo com antígeno insolúvel de S. agalactiae induziu a proliferação de linfócitos esplênicos, levando ao aumento significativo de células produtoras da imunoglobulina M no baço e rim dos animais vacinados, a partir de 14 e 28 dias após o estímulo, respectivamente, mantendo- se elevados até 90 dias. Também apresentaram maior quantidade de centro de melanomacrófagos no baço a partir de 21 dias pós-estímulo quando comparadas as tilápias do grupo controle. Palavra-chave: anticorpos, bacteriose, estreptococose, histopatologia, peixe IMMUNOHISTOCHEMISTRY IN BODIES THE NILE TILAPIA IMMUNIZED OF ANTIGEN INSOLUBLE Streptococcus agalactiae ABSTRACT - The infection caused by Streptococcus agalactiae causes heavy losses in intensive farming of tilapia systems in Brazil and one of the solutions to minimize these losses is the use of vaccines. Thus, this study evaluated the tag from the cells by immunohistochemistry Ig M antibody responses and participate in the kidney, spleen and liver in the humoral immune response induced by the vaccine against S. agalactiae. Therefore, we analyzed 166 of the tilapia (Oreochromis niloticus) with an average weight of 200 ± 25 g. It determined the bacterial concentration lethal to 50.0% of the fish (LD50) 40 tilapias used medium 4 distributed in 250 L glass fiber boxes 10 animals. The animals were inoculated with increasing doses of S. agalactiae (1x102, 1x104, 1x106 and 1x108), getting the LD50 estimated at 1x107,71 and the lower and upper limit in 1x106,52 and 1x107,98 respectively. Later the test was carried out to collect the bodies for subsequent histological and immunohistochemical evaluation. Therefore, we used two groups (n = 63), namely; group injected with 200 uL saline 0.65% (control) and group immunized with the vaccine containing the insoluble portion of the product of sonication S. agalactiae added to Freund's incomplete adjuvant (1:1) with final volume of 200 uL. The vaccine and saline were applied via intracelomic (i.c) and in all the groups were made to collect the pre immunization organs and graded post immunization collected on days 7, 14, 21, 28, 35, 42, 60 and 90 days to evaluate the dynamics of humoral immune response by immunohistochemistry with the Ig M antibody and histological evaluation in the coloring hematoxilia and eosin. The results were compared using analysis of variance (ANOVA) at 5% probability and the difference between the means were compared by Tukey test. Immunization of the Nile tilapia with S. agalactiae insoluble antigen-induced proliferation of splenic lymphocytes, leading to significant increases in immunoglobulin-producing cells in the spleen and kidney M of the vaccinated animals from 14 and 28 days after challenge respectively, remaining elevated for up to 90 days. Also exhibit increased melanomacrophages center in the spleen from 21 days post-stimulation when compared to the control group tilapia. Keywords: antibodies, bacteriosis, estreptococosis, fish, histopathology 15 1. INTRODUÇÃO A carne de peixe é uma importante fonte de proteína, com alto valor nutritivo para consumo humano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo anual de 12 kg/habitante. Em uma década (2003 a 2013) o consumo nacional de pescado aumentou mais de 100%, atingindo um consumo médio de 14,5 kg habitante/ano em 2013. Ademais não só o consumo interno, mas também o mundial continuam a crescer, tornando a carne cada vez mais procurada pelos consumidores (MPA, 2014a). Para atender a demanda nacional e externa muitos produtores veem intensificando cada vez mais sua produção, imprimindo altas densidades e níveis de arraçoamento que levam à deterioração da qualidade da água, que associada aos fatores de manejo induzem o estresse nos animais, tornando-os mais susceptíveis às doenças oportunistas, como a infecção provocada pelo Streptococcus agalactiae. O S. agalactiae é um microrganismo que esta normalmente presente no ambiente, no corpo e mesmo nas vísceras dos peixes (ROBERTS & BULLOCK, 1980), dessa forma, qualquer fator que diminua a resistência do hospedeiro ou favoreça a proliferação do agente agressor, é capaz de produzir enfermidade, levando a grandes perdas econômicas em pisciculturas (SALVADOR et al., 2005; 2012), onde a prática da vacinação ainda não é rotineira. Para minimizar tais efeitos é comum a utilização de drogas antimicrobianas que podem ser adicionadas à ração. No entanto esta prática seleciona bactérias resistentes e provoca um desequilíbrio da flora bacteriana intestinal dos peixes. Além de serem potenciais poluidores ambientais (SERRANO, 2005; BELEM-COSTA; CYRINO, 2006; YOUSEFIAN; AMIRI, 2009). A vacinação dos peixes de cativeiro é a alternativa ao uso de antibióticos e outros fármacos na prevenção de infecções (ROMANO; MEJÍA, 2003; HASTEIN; GUDDING; EVENSEN, 2005; SACCHETINI et al., 2010). Haja vista a crescente preocupação com a saúde pública e a adoção de Boas Práticas de Manejo (BPM’s) durante o ciclo de produção animal (QUEIROZ et al., 2005). 16 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Piscicultura no Brasil Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a produção nacional de peixes em 2013 foi de 392,5 mil toneladas. Onde a região Centro-Oeste foi a principal produtora, com 105 mil toneladas (26,8% do total) e o Estado Mato Grosso foi o que mais produziu com 19,3% da produção brasileira. Em relação aos municípios, o maior produtor de peixes foi Sorriso (MT), com 21,5 mil toneladas de peixes em 2013, seguido de Jaguaribara (CE), com 14,6 mil toneladas e Nossa Senhora do Livramento (MT), com 14,1 mil toneladas (IBGE, 2013). A tilápia foi a espécie mais criada no país com 43,1% da produção, seguida pelo tambaqui (22,6%) e pelos tambacu e tambatinga (15,4%). O município de Jaguaribara (CE) foi o maior produtor de tilápia, com 8,6% da produção nacional da espécie (IBGE, 2013). Todas as unidades da Federação registraram produção de alevinos (formas jovens de peixes, que são medidas em múltiplos de mil unidades), totalizando 818,9 mil milheiros. O Paraná foi o estado com maior parcela (26,9%) e com cinco municípios nas dez primeiras posições do ranking municipal. Maringá foi o principal município produtor, com 7,3% do total nacional e 27,2% da produção paranaense (IBGE, 2013; MPA, 2014b). Em decorrência da demanda crescente por produtos com elevado valor nutritivo como aqueles preparados a base de pescado, existe uma tendência crescente de intensificação e fortalecimento de integração entre os setores pesqueiros. Desta forma, torna-se necessária a realização de pesquisas direcionadas para obtenção de uma produção cada vez mais eficiente e sustentável (REIS NETO, 2012). Embora o Brasil apresente condições de produzir, de maneira sustentável, 20 milhões de toneladas de pescado por ano, o principal entrave para o país alcançar posição de destaque na aquicultura mundial, é a baixa competitividade para exportação, especialmente de tilápias (peixe mais produzido no país), que necessita de investimentos no setor e consolidação do segmento como ocorreu na área de frigoríficos de carne bovina (MENDES; VELOSO, 2012). 17 2.2 Tilapicultura A tilápia é a espécie mais criada no Brasil e isso se deve a uma série de características da espécie e do mercado consumidor que viabilizam e consolidam economicamente sua produção. A espécie apresenta elevada produtividade, precocidade, adaptabilidade em diversas condições ambientais, excelente conversão alimentar e pouca susceptibilidade a doenças parasitárias (FIGUEIREDO; VALENTE, 2008; FITZSIMMONS; MARTINEZ-GARCIA; GONZALES-ALANIS, 2011). Sua carne é de boa qualidade, branca e de textura firme, ausência de espinhas intramusculares em “Y”, bom rendimento de filé, sabor delicado e agradável, qualidades muito apreciadas pelos consumidores (CONTE, 2002; PEREIRA; GAMEIRO, 2007; SILVIA et al, 2009). O ciclo de produção da tilápia inicia-se com os alevinos até atingirem em média 30-50 gramas, em seguida passam para a fase de engorda e finalmente são abatidos com peso entre 800 a 1000 g, variando em função do mercado consumidor. O tempo necessário para que atinja o tamanho comercial pode variar de cerca de quatro meses a um ano, em função de vários fatores como o tipo de alimentação, temperatura, qualidade da água, densidade de estocagem, entre outros (LEITE, 2009). 2.3 Características do Streptococcus agalactiae em peixes O S. agalactiae são bactérias pertencentes ao grupo B de Lancefield, são Gram- positivas de morfologia de cocos, esféricos ou ovóides que se crescem aos pares ou em cadeias no meio líquido. São imóveis, não esporulam, anaeróbias facultativas e fermentam carboidratos como a glicose, maltose, ribose, sacarose e trealose, que resulta na maior parte em ácido lático (HARDIE e WHILEY, 1997; KILLIAN, 1998; NIZET, 2002). O Streptococcus agalactiae é um patógeno cosmopolita (EVANS; KLESIUS; SHOEMAKER, 2006) que provoca surtos infecciosos com altas taxas de morbidade e mortalidade, especialmente na tilapicultura. A mortalidade em criação de cativeiro atinge taxas de até 90% na idade pré-comercialização, quando volumes substanciais de ração já foram consumidos (SALVADOR et al., 2005, 2012; ABUSELIANA et al., 2010; ZAMRI-SAAD et al., 2010). 18 O S. agalactiae foi relatado em seis países de três diferentes continentes, sendo; Estados Unidos da América, Israel, Kuwait, Taiwan, Japão e Brasil, responsável por significantes taxas de morbidade e mortalidade de peixes de água doce e salgada (EVANS; KLESIUS; SHOEMAKER, 2006). Estratégias de controle incluem medidas sanitárias de manejo, como a retirada de animais mortos e moribundos, para o tratamento usualmente utilizam a antibioticoterapia adicionada à ração e para prevenção realiza-se a vacinação, especialmente por injeção intracelomática do patógeno inativado (DUMRONGPHOL et al., 2009; SHOEMAKER et al., 2010). No Brasil no ano 2003 foi realizado o primeiro isolamento da bactéria em peixes em uma tilapicultura no Norte do Estado do Paraná (SALVADOR et al., 2003; 2005), seguidos por isolamentos em Minas Gerais, Espírito Santo (FIGUEIREDO et al., 2006) e segundo Pereira (2008) a bactéria já foi isolada em casos de surtos em tilapiculturas de 10 Estados brasileiros. Os estreptococos patogênicos possuem várias características que contribuem para sua virulência, como a aderência às superfícies epiteliais, capacidade de invasão de epitélio e endotélio e injúria direta aos tecidos (NIZET, 2002). A principal via de transmissão é a horizontal pelo contato com peixes e/ou alimentos contaminados, como também pelo contato indireto mediado pela água dos sistemas de criação (LIM; WEBSTER, 2006). A bactéria é excretada pelas fezes de peixes infectados e pode permanecer viva na coluna de água aumentando a possibilidade de transmissão fecal-oral (NGUYEN et al., 2002). Outra importante via é a oral através do canibalismo de animais mortos ou moribundos (WONGSATHEIN, 2012). Jiménez et al. (2011) não constataram transmissão vertical do S. agalactiae em tilápias infectadas naturalmente, pois não detectaram as bactérias nas larvas oriundas do peixes progenitores infectados. Os principais sinais clínicos são anorexia, escurecimento da pele, natação errática, rodopio, letargia, curvatura do corpo, exoftalmia acompanhada de opacidade de córnea e/ou hemorragia intraocular uni ou bilateral, sufusões no opérculo e base das nadadeiras, ulceração da epiderme e morte. As lesões internas são caracterizadas por congestão branquial, hepatomegalia e esplenomegalia acompanhadas de congestão, ascite, e encefalomalácea (SALVADOR et al., 2003; 2005; TRABULSI; ALTERTHUM, 2005; FIGUEIREDO et al., 2006; MARCUSSO et al., 2015). 19 A severidade da doença em tilápias está relacionada a fatores como a estirpe do S. agalactiae, dose infectante, temperatura da água, biomassa e manejo zootécnico (CHANG; PLUMB, 1996). Entretanto condições de alto adensamento, baixa qualidade da água e manejo inadequado induzem os animais ao estresse, que impõe alta exigência energética e leva ao esgotamento das reservas de glicogênio que parece favorecer a diminuição da resistência aos patógenos (EVANS et al., 2002; OBA et al., 2009). A fisiopatologia da infecção por S. agalactiae não está totalmente esclarecida. Contudo os estudos iniciais partiram da associação da presença de colônias bacterianas em lesões hepáticas, esplênicas, renais e cerebrais em peixes naturalmente infectados (SUANYUK et al., 2005; ZAMRI-SAAD et al., 2010). As bactérias causam necrose local, invadem e se multiplicam dentro de macrófagos que atuam como veículo para o S. agalactiae, permitindo a invasão e disseminação pela corrente sanguínea para vários órgãos, incluindo-se a transposição da barreira hematoencefálica, características de septicemia (ELDAR et al., 1994; NGUYEN et al., 2001; EVANS et al., 2002; MUSA et al., 2009). O diagnóstico sugestivo de estreptococose é baseado na presença de sinais clínicos característicos da doença e na ocorrência de cocos Gram-positivos no cérebro, rim ou outros órgãos internos. Para realizar o diagnóstico definitivo faz-se o isolamento e subsequente verificação das características sorológicas e/ou moleculares das bactérias (PAVANELLI et al., 2008; MARCUSSO et al., 2015). 2.4 Sistema imune em teleósteos O processo inflamatório é uma reação às agressões físicas, químicas ou biológicas, na tentativa de diluir, circunscrever e isolar ou destruir o agente agressor (GARCIA LEME, 1989; KUMAR et al., 2004). Uma das suas principais características é a mobilização adequada e em tempo hábil, de leucócitos da microcirculação para o foco inflamado onde se acumulam (GARCIA LEME, 1989). Nos mamíferos, a inflamação aguda tem duração relativamente curta, perdurando por minutos, horas, por um ou dois dias, e se caracteriza por vasodilatação arteriolar, capilar e venular; aumento de permeabilidade vascular e instituição de edema; aumento da viscosidade sanguínea e marginação leucocitária, diapedese, quimiotaxia, acúmulo de leucócitos no foco lesado e fagocitose por células competentes (GARCIA LEME, 1989; KUMAR, 2004; MORAES; MORAES, 2009). Este quadro sofre 20 pequenas variações em função do tipo de tecido afetado, do agente causal, da intensidade da agressão e do nível de especificidade da resposta (GARCIA LEME, 1989). Independente da natureza do estímulo que a tenha iniciado, a inflamação aguda é estereotipada, isto é, obedece a um padrão semelhante de desenvolvimento (GARCIA LEME, 1989). Reação semelhante, mas menos complexa, ocorre em peixes teleósteos, havendo, também, o acúmulo de células no foco lesado e fagocitose por células competentes. Outros mecanismos de defesa envolvem a produção de peptídeos para controle microbiano, atividade de lisozima, sistema complemento e outras proteínas sanguíneas (COLONNA et al., 2006). A resposta imune inata ou inespecífica é uma modalidade de resposta inflamatória dirigida contra antígenos no primeiro contato. A resposta imune adaptativa requer o contato prévio com o antígeno, sendo específica e dirigida contra ele na segunda exposição, mais rápida e intensa que geralmente elimina a infecção e protege o hospedeiro (FEARON; LOCKSLEY, 1996). Em peixes a resposta inflamatória foi avaliada por diversos autores que utilizaram diversas metodologias e abordagens, nas mais variadas espécies de peixes, o que dificulta o conhecimento exato dos mecanismos envolvidos no processo inflamatório. Ellis et al. (1976) por injeção de carvão coloidal, analisaram as propriedades fagocíticas do tecido linforreticular em Pleuronectes platessa, destacando a importante atividade fagocítica dos elipsóides do baço e discutindo a significância da associação de estruturas linfóides no contexto dos mecanismos de defesa dos peixes. Finn e Nielssen (1971) estudaram a resposta inflamatória em truta arco íris, por meio da inoculação de solução composta por adjuvante completo de Freund (ACF) e Staphylococcus aureus, demonstrando a existência de fenômenos vasculares como o aumento da permeabilidade vascular, marginação leucocitária, fagocitose por polimorfonucleares e macrófagos. Claudiano et al. (2013) demonstraram o aumento de permeabilidade vascular em Piaractus mesopotamicus inoculados com Aeromonas hydrophila inativada utilizando o azul de Evans. Suzuki (1986) por meio da injeção de parafina líquida via i.p. destaca a atividade fagocítica dos neutrófilos no exsudado de Cyprinus carpio e Oreochromis niloticus. McArthur (1984) utilizou o Vibrio alginolyticus, para monitorar a cinética de aparecimento dos diferentes tipos celulares em P. platessa. 21 No Brasil, Matushima e Mariano (1996), Martins (2000) e Martins et al. (2001) demonstraram a respostas inflamatórias induzida pela carragenina na bexiga natatória de O. niloticus, P. mesopotamicus e no híbrido tambacu, respectivamente. Martins et al. (2006) utilizaram novamente carragenina na bexiga natatória de P. mesopotamicus, os resultados em seis horas pós-inoculação, demonstraram quantidades significantes de trombócitos e macrófagos, acompanhados por número pouco expressivo de granulócitos e linfócitos. Bozzo et al. (2007) estudaram a composição celular do exsudato inflamatório na bexiga natatória de pacu após a injeção de tioglicolato, A. hydrophila inativada e endotoxina (LPS) de Escherichia coli, seis, 24 e 48 horas após os estímulos. Os resultados demonstraram que as células predominantes no foco da inflamação foram os trombócitos, acompanhados de menor quantidade de linfócitos, macrófagos e granulócitos, resultado obtido em todas as avaliações, independentemente da hora e do tipo de estímulo inflamatório. Diversas características anatômicas e funcionais dos vertebrados homeotermos estão presentes nos teleósteos, mas existem diferenças como a falta de centros germinativos em órgãos do sistema imune e de medula óssea, substituídos pela parte anterior do rim, que junto com o timo constituem os órgãos linfóides primários (ZAPATA et al., 1996; QUINTANA, 2002). Os tecidos linfóides secundários são representados pelo baço e tecidos linfóides associados à mucosa localizados na região de íleo do trato gastrointestinal e brânquias (ZAPATA et al., 1996). Os peixes teleósteos apresentam sistema imune inato desenvolvido, composto de barreiras físicas, como a pele, e químicas, como lisozimas séricas e do muco que recobre a pele e as mucosas e envolve ovos embrionados formando uma barreira de proteção contra patógenos ambientais. Além da lisozima incluem-se moléculas do sistema complemento, proteína C-reativa, células fagocíticas como macrófagos, neutrófilos e trombócitos (WATTS; MUNDAY, 2001). A resposta imune inata ou inespecífica é uma modalidade de resposta inflamatória dirigida contra antígenos no primeiro contato. A resposta imune adaptativa requer o contato prévio com o antígeno, sendo específica e dirigida contra ele na segunda exposição, mais rápida e intensa que geralmente elimina a infecção e protege o hospedeiro contra a reinfecção (FEARON; LOCKSLEY, 1996). O sistema imune adquirido dos peixes é subdividido em resposta imune humoral e celular, envolvendo os órgãos e tecidos linfóides (primários e secundários), células 22 apresentadoras de antígeno (APCs), linfócitos T e B, imunoglobulinas e moléculas do sistema complemento (ZAPATA et al., 1996; WATTS; MUNDAY, 2001). A resposta imune humoral é representada por reações mediadas pela produção de imunoglobulinas (Ig), constituídas por uma molécula tetramérica, similar a Ig M de mamíferos, após a sensibilização prévia (SCAPIGLIATI et al., 1999). A Ig M existe sob duas formas alternadas, uma como receptor de membrana para antígenos de superfície de células B e outra como proteína solúvel secretada como componente de fluídos corporais (LITMAN et al., 1999). A Ig M é a principal imunoglobulina produzida pelos linfócitos B e reconhecem e neutralizam antígenos e os preparam para a eliminação por diversos mecanismos efetores. As imunoglobulinas unem-se aos antígenos solúveis para formar complexos antígeno-anticorpo que foram eliminados pela fagocitose. (RUBIO- GODOY, 2010). Além desta existem outras três imunoglobulinas, a Ig D (HIRONO et al., 2003), Ig Z (DANILOVA et al., 2005) e Ig T (HANSEN et al., 2005), cujas funções na resposta imune humoral de teleósteos são pouco conhecidas. A resposta imune humoral dos peixes diferencia-se dos vertebrados superiores por não apresentar a produção de anticorpos de classe Ig G na resposta imune humoral secundária, apresentando a imunoglobulina Ig M como principal anticorpo da resposta imune humoral primária e secundária (WATTS et al., 2001). 2.5 Centros de Melanomacrófagos (CMM’s) Em 1974, Ellis utilizou pela primeira vez o termo “centros de melanomacrófagos” (CMM’s), descritos como grandes nódulos de macrófagos contendo glóbulos vermelhos degenerados e composto férrico no baço de teleósteos. Desde então diversas pesquisas foram realizadas para determinar as funções desses agregados, onde foi possível determinar que eles realizam a fagocitose de patógenos resistentes como esporos, processam antígenos na resposta imune; destroem, detoxificam ou reciclam materiais endógenos e exógenos; depositam metabólitos de células mortas, incluindo os eritrócitos e respondem a corpos estranhos ,incluindo agentes infecciosos (ROBERTS, 1975; FERGUSON, 1976; ELLIS, 1976; AGIUS, 1980; FULOP; MCMILLAN, 1984; AGIUS, 1985; HERRAEZ AND ZAPATA, 1986; AGIUS AND ROBERTS, 2003). Os teleósteos apresentam quantidade variável de CMM’s ou agregados de macrófagos nos diferentes tecidos, em particular fígado, baço e rim (MESSEGUER et 23 al. 1994). E seu aspecto morfológico pode variar em diferentes espécies, órgãos, condições fisiológicas (idade, inanição, metabolismo de ferro e hemoglobina), condições anatomopatológicas, inflamatórias e processos imunes (ROBERTS, 1975; AGIUS 1979ª, 1979b; 1980; AGIUS e ROBERTS, 1981; AGIUS 1981, 1983, 1985; KRANZ e PETERS, 1984; AGIUS e AGBEDE, 1984; FULOP e McMILLAN, 1984; WOLKE et al., 1985; KRANZ e GERCKEN, 1987; VOGELBEIN et al., 1987; KRANZ, 1989; MIZUNO et al., 2002). Vigliano e colaboradores (2006) realizaram estudos filogenéticos em peixes teleósteos que sugeriram que os melanomacrófagos livres e CMM’s são precursores de células dendríticas foliculares e centros germinativos respectivamente, demonstrando uma relação evolutiva entre os CMM’s de peixe e os centros germinativos de aves e mamíferos, onde há uma alta produção de anticorpos e expansão clonal dos linfócitos B (OLÁH; VERVELDE, 2008). 2.6 Vacinação em peixes A habilidade dos peixes em desenvolverem imunidade contra determinado microrganismo depende da idade do peixe, da temperatura da água, do agente de imunização e do método de vacinação (GUDDING et al., 1999; SALVADOR et al., 2012). Existem diversos métodos de vacinação que variam quanto à praticidade, nível de proteção e efeitos colaterais, entretanto as formas mais utilizadas para as pesquisas e comercialmente são as imunizações por banho de imersão, via intracelomática e via oral (GOMES et al., 2006; LONGHI et al., 2012). No entanto os resultados de diversos trabalhos mostram que a aplicação de vacinas pela via intracelomática em peixe é o método mais confiável e eficaz, quando comparada à via oral e por imersão (MELO et al., 2015). As desvantagens desta via incluem estresse extra para os peixes, custos, segurança e tempo requerido para administração da vacina e para o desenvolvimento de imunidade (NAKANISHI; OTOTAKE, 1997). Inúmeras vacinas contra estreptococose de peixes foram testadas por vários autores, entretanto os métodos de inativação são relativamente comuns e/ou semelhantes, utilizando-se o calor ou formol (EVANS et al., 2004; PASNIK et al., 2005; SHOEMAKER et al., 2010; PRETTO-GIORDANO et al., 2010; MARTINS et 24 al., 2001; SALVADOR et al., 2012). A sonicação é utilizada particularmente em microrganismos Gam negativos utilizados como vetores na produção de vacinas recombinantes, como a Escherichia coli, visando extração e posterior purificação de proteínas de interesse (CHIARINI; PENNA, 2003). Todavia, são escassas na literatura as referências à utilização desse método na produção de vacinas para peixes. Tin Yi et al. (2013) testaram três vacinas, duas utilizando subunidades do S. agalactiae em tilápias, uma com a proteína de ligação do fibrinogênio A (FbsA) e outra com a α-enolase e a última com a bactéria inteira inativada com formol adicionando adjuvante. Os animais foram desafiados 4 semanas após as imunizações foi observada uma Percentagem Relativa de Sobrevivência de 40,63; 62,50 e 93,75%, respectivamente. Apesar das subunidades sozinhas conferirem proteção, elas foram menores que o microrganismo inteiro inativado e com adjuvante. Em estudo com uma vacina recombinante inativada contra S. agalactiae em tilápias-do-Nilo, utilizando como base antigênica proteínas da parede celular da bactéria por via oral (106 UFC/mL), e desafiadas intracelomática, resultou em uma PRS de 70% no grupo vacinado e 0,0% no controle (Nur-Nazifah et al. 2014). Pretto-Giordano et al. (2010) obtiveram resultados de 83,6 e 96,4% de porcentagem relativa de sobrevivência em tilápias-do-Nilo imunizadas com vacinas inativadas contra S. agalactiae em dose única e com reforço, respectivamente. Em teste com uma vacina morta bivalente de S. iniae e Vibrio vulnificus inoculada via i.c. em tilápias, um grupo desafiado com S. iniae e outro desafiado com V. vulnificus, foi observada um PRS de 69 a 100% e de 79 a 89%, respectivamente. Os autores concluíram que a melhor estratégia seria combinar vacinas monovalentes em bivalentes, para evitar o estresse do manejo e os custos de vacinação por animal (SHOEMAKER et al., 2012) As tilápias-do-Nilo quando suplementadas com parede celular inata de S. cerevisae e vacinadas contra S. agalactiae, observou-se que o suplemento favoreceu a resposta imune celular (SALVADOR et al., 2012). Shoemaker et al. (2010) relataram alta titulação de anticorpos em tilápia do Nilo imunizadas com vacinas modificadas contra isolados de Streptococcus iniae. Evans et al. (2004) avaliaram duas vacinas elaboradas com S. iniae e S. agalactiae inativados, e inoculados via intra-celomática (i.c.) em tilápias que foram desafiadas com cepas homólogas. Após 14 dias a mortalidade foi de 15,0% no grupo vacinado e de 76,0% no controle. Em um grupo vacinado com S. iniae desafiado com S. agalactiae, ambos por 25 via i.c., a mortalidade foi 100,0%, sugerindo não existir imunidade cruzada entre as espécies. Chen et al. (2012) objetivaram escolher uma estirpe padrão para a produção de uma única vacina contra S. agalactiae na China. Para tanto eles produziram 10 vacinas diferentes utilizando a bactéria inteira, inativada e adicionando adjuvante com os 10 genótipos de S. agalactiae maior prevalência de isolamento no país. Posteriormente realizaram desafios cruzados entre todas e encontraram valores de PRS muito variáveis, desde 13,33, até 100%, os mesmos concluíram ser muito complicado definir uma única estirpe como padrão para a produção vacinal. No Brasil já está disponível uma vacina comercial contra S. agalactiae em peixes (AQUAVAC® STREP SA, MSD Saúde Animal). Ela é inativada e administrada via i.c. na dose de 0,05 mL/peixe, em animais de pelo menos 15 gramas. 2.7 Métodos de inativação bacteriana A maioria das vacinas bacterianas utilizadas em peixes, seja experimental ou comercial, é inativada e administrada por injeção intra-celomática. Inúmeras vacinas contra estreptococose de peixes foram testadas por vários autores, entretanto, os métodos de inativação são relativamente comuns e/ou semelhantes, utilizando calor ou formol (MARTINS et al., 2001; EVANS et al., 2004; PASNIK et al., 2005; SHOEMAKER et al., 2010; PRETTO-GIORDANO et al., 2010; SALVADOR et al., 2012). Entretanto existem diferentes métodos de inativação bacteriana que podem ser testados na produção de vacinas, como a utilização da pressão (RIVALAIN; ROQUAIN; DEMAZEU, 2010), a terapia fotodinâmica antimicrobiana (TESSAROLLI, 2010; ALMEIDA, 2011) e a sonicação (REIS, 2011) entre outros. A sonicação é um processo de fragmentação aleatória e dentre as suas principais vantagens destacam-se o pouco tempo de aplicação do ultra-som, a necessidade de pouca quantidade de reagentes, a facilidade na indução de reações de fragmentação e solubilização de estruturas antigênicas e a simplificação do processo de produção da vacina com redução de custos (BARBOZA; SERRA, 1992). 26 2.8 Técnica de imunohistoquímica Em 1941, Coons e colaboradores desenvolveram uma técnica de detecção de anticorpos em matérias biológicos congelados, essa técnica ficou conhecida imunofluorescência e marcou o início do desenvolvimento de técnicas de que utilizam o princípio da reação de ligação entre antígeno e o anticorpo, que culminam com a deposição de um cromógeno no sítio de ligação e possibilitam a detecção de antígenos específicos em diferentes materiais biológicos (TAYLOR et al., 2002). No entanto para a realização da imunofluorescência é necessário um microscópio especializado, material biológico fresco ou congelado que impossibilita armazenar as lâminas, ademais apresenta resolução morfológica pobre (SCHIMITT et al, 1992; VASSALO, 1993). Uma das grandes vantagens associadas à técnica de imunohistoquímica é a localização do antígeno e também da lesão ao mesmo tempo, o que contribui para a melhor compreensão da lesão e da patogenia dos processos (RAMOS-VARA & MILLER, 2014). A técnica de imunohistoquímica esta sendo cada vez mais utilizada na Patologia Veterinária, inclusive para exames diagnósticos, pois diversos anticorpos apresentam reatividade cruzada entre antígenos humanos e animais (TEIXEIRA et al., 2011). Apesar do crescente uso da técnica em Medicina Veterinária, são escassas as pesquisas com vacinas em peixes que associam a técnica para detecção dos anticorpos nos diferentes tecidos dos animais vacinados. 3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral Avaliar os as características histológicas e imunohistoquímicas do baço, rím e fígado de tilápias-do-Nilo imunizadas com a porção insolúvel do S. agalactiae sonicado. 3.2 Objetivos específicos  Descrever as possíveis alterações estruturais no rim, fígado e baço dos peixes vacinados por meio da histologia;  Avaliar, a partir da marcação imunohistoquímica de IgM, a participação do rim, fígado e baço na resposta imune humoral dos peixes vacinados; 27  Avaliar, quantitativamente, os centros de melanomacrófagos do rim, fígado e baço dos peixes vacinados. 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Local, animais e acondicionamento O presente estudo foi realizado no Departamento de Patologia Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCAV-Unesp) e no Setor de Patologia Geral do campus Luiz Meneghel da Universidade Estadual do Norte do Paraná (CLM-UENP). Foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da FCAV-UNESP (protocolo nº 05197/14). Foram utilizadas 166, sendo 40 peixes utilizados na CL50 e o restante para o teste vacinal. Todas as tilápias eram da mesma desova e revertidas sexualmente (masculinizadas), Oreochromis niloticus, com peso médio de 200 ±25g, oriundas de pisciculturas do norte do Paraná. Os peixes foram aclimatados pelo período de 10 dias, em caixas de fibra de 250 L, abastecidas com água corrente, proveniente de poço artesiano, com vazão de um litro por minuto, com aeração suplementar. Após o período de acondicionamento os animais foram conduzidos à Unidade de Infecção Experimental de Organismos Aquáticos do CLM-UNEP e dispostos em grupos de acordo com o modelo experimental. Os peixes foram distribuídos em aquários com capacidade útil de 100 L, dotados de sistema de fluxo contínuo de água desprovida de cloro, oriunda de poço artesiano e aeração suplementar. Durante experimento os peixes foram alimentados pela manhã e tarde com ração comercial, correspondendo a 3% da biomassa. As caixas foram sifonadas semanalmente e a qualidade da água determinada nos momentos da alimentação. Os parâmetros da água como temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade e pH, foram determinados por meio do analisador portátil multiparâmetros (YSI®, modelo YSI 600R). Durante todo o experimento as variáveis físico-químicas (temperatura= 27,5 ± 1,0 ºC, oxigênio dissolvido = 5,1 ± 1,0 mg / L, pH = 7,66 ± 0,5 e condutividade = 117,96 ± 30,5 mS /cm) mantiveram-se em zona de conforto para a espécie (BOYD, 1990). 28 As carcaças dos animais foram descartadas, após eutanásia, em sacos plásticos brancos (Lixo Tipo A) e congelados para posterior recolhimento por empresa terceirizada para destino adequado, segundo resolução número 358 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). 4.2 Isolamento e identificação do S. agalactiae para confecção da vacina Amostras de S. agalactiae foram isoladas de tilápias infectadas naturalmente, com sinais de meningoencefalite e identificadas segundo as características culturais, morfológicas, tintoriais e bioquímicas (VANDAMME et al., 1997; SALVADOR et al., 2005). Seguiu-se a identificação pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional. Para a identificação das espécies do gênero Streptococcus, realizou-se a extração de DNA das colônias isoladas de acordo com Jafar et al. (2009). Quantificou- se o DNA em espectrofotômetro (NanodropND-1000), as quantidades foram ajustadas para a reação de PCR (50 a 100 µg/µl) e o DNA armazenado à -20 ºC até as reações de PCR. O DNA genômico bacteriano foi submetido à amplificação por PCR com dois primers específicos para S. agalactiae, amplificando uma sequência específica do gene 16S rDNA (MARTINEZ et al., 2001). Foram utilizados os primers: F15’GAGTTTGATCATGGCTCAG3’ e IMOD 5’ACCAACATGTGTTAATTACTC 3’, que amplificam um fragmento de 220 pb (pares de bases). As reações de PCR continham 1x Taq DNA polimerase buffer, DNA genômico, primers específicos (0.2 pM de cada primer), 100 pM de dNTP e 1.25 U de Taq DNA polimerase. As condições para a ciclagem foram: desnaturação inicial a 94 ºC por 4 min, seguido por 35 ciclos de desnaturação a 94 ºC por 1 min, anelamento dos primers a 55 ºC por 1 min e extensão a 72 ºC por 1 min. Após a reação, os fragmentos de DNA amplificados foram visualizados por eletroforese em gel de agarose (1,5%, p/v), corados com solução de brometo de etídio (0,005%, p/v). O sequenciamento dos isolados identificados como S. agalactiae foi realizado a partir do gene 16S rDNA pelo Centro de Recursos Biológicos e Biologia Genômica (CREBIO) da Universidade Estadual Paulista, Unesp, campus de Jaboticabal. As sequências resultantes foram comparadas com sequências bacterianas depositadas na base de dados do National Center for Biotechnology Information NCBI (LANGE et al., 2011). 29 O resultado demonstrou que a bactéria era homóloga em 99,6% com a cepa de Streptococcus agalactiae ATCC 13813 strain JCM 5671. Essa bactéria foi utilizada durante todas as etapas do presente trabalho. 4.3 Determinação do inóculo vacinal e da CL50 Para a determinação da concentração bacteriana letal para 50,0% dos peixes (CL50) e determinação do inóculo vacinal, foram utilizados quatro em caixas de fibra de 250 L, abastecidas com água corrente, proveniente de poço artesiano, com vazão de um litro por minuto, com aeração suplementar. Cada caixa contendo 10 peixes, com peso médio inicial de 200 ± 25g, totalizando 40 animais. Os peixes dos aquários 1, 2, 3 e 4 foram inoculados via i.c. com as concentrações crescentes de 1x102; 1x104; 1x106 e 1x108 UFC/mL de S. agalactiae, respectivamente. Após 15 dias os resultados da mortalidade diária foram submetidos à análise estatística pelo método “trimmed sperman Karber”, obtendo a DL50 estimada em 1x107,71 e com o limite inferior e superior em 1x106,52 e 1x107,98, respectivamente. Os peixes que apresentaram sinais clínicos compatíveis com a infecção estreptocócica e tornaram-se excessivamente debilitados ou moribundos, foram submetidos à eutanásia por anestesia profunda e contabilizados para o cálculo final da mortalidade. 4.4 Padronização do inóculo vacinal Para a confecção do inóculo vacinal constituído pela porção insolúvel do S. agalactiae sonicado, o microrganismo foi semeado em 500 mL de caldo BHI (Brain Heart Infusion – DIFCO®). Após cinco dias de incubação a 29,0°C, em aerofilia, o meio foi centrifugado à 4000G (4,0ºC), durante 20 minutos. O sobrenadante foi desprezado, a massa bacteriana foi ressuspendida em 500 mL de PBS (tampão fosfato-salino) e novamente centrifugada. Essa operação foi repetida por mais três vezes. A massa bacteriana foi diluída em PBS de modo a conter quantidade adequada de unidades formadoras de colônias obtidas pela determinação prévia da CL50. Após a obtenção do extrato adicionou-se bloqueador de proteinase (CelLytictm B Plus Kit - SIGMA®) e a solução final foi submetida a sonicação (5 pulsos) em potência 7 por 1 min, com intervalos de 1 min entre as sonicações e mantidos no gelo durante todo o 30 processo (Fisher Scientifictm®, Modelo 120 Dismembrator). Para a confirmação da inativação o produto final foi semeado em meio sólido BHI adicionado 5% de sangue de ovino e incubados à 29ºC, durante 7 dias em aerofília. Confirmada a inativação realizou-se a padronização da concentração de proteínas do inóculo vacinal (porção insolúvel) para 8 mg/dL de proteínas totais, por meio de espectrofotometria utilizando aparelho bioquímico semi-automático (Thermoplate®, Modelo TP Analyzer plus) e kit comercial (Interlab®), conforme resultados de Marcusso (2014). Foi incorporado o adjuvante incompleto de Freund, na fração 1:1 à vacina e emulsionada em misturador elétrico, sendo 100 µl de cada, resultando em dose final e 200 µl. Também foi realizado o teste de emulação e preparação das doses que foram mantidas em sob refrigeração até o momento da imunização (MARCUSSO, 2014). 4.5 Delineamento experimental Os animais foram divididos em dois grupos com 63 tilápias cada, sendo eles Grupo 1 (G1) injetado com salina 0,65% (controle) e Grupo 2 (G2) imunizado com a fração insolúvel do antígeno de S. agalactiae obtido por sonicação + adjuvante incompleto de Freund. Para as inoculações os animais foram anestesiados em banho de solução de benzocaina (1:20,000), diluída em álcool etílico 98° (0.1 g/mL) (WEDEMEYER, 1970) e mantidos nesta solução até atingir o plano cirúrgico da escala de ROSS e ROSS (1999). Atingido o plano anestésico desejado, os animais foram posicionados em decúbito dorsal para a inoculação da solução bacteriana, com auxílio de agulha (25x7) e seringa (1ml), na cavidade celomática. Na coleta dos órgãos os animais foram anestesiados da mesma forma descrita anteriormente e foram realizadas as coletas de fragmentos órgãos (baço, rim e fígado) de sete animais de cada grupo por tempo, sendo: zero, antes da inoculação, e 7, 14, 21, 28, 35, 42, 60 e 90 dias pós inoculação. Os fragmentos do baço, rim e fígado coletados foram fixados em formol tamponado a 10% em volume de 1:10 (tecido/formol) para a realização das técnicas de histologia e imunohistoquímica. http://meclab.com.br/index.php?route=product/manufacturer/product&manufacturer_id=28 31 4.6 Técnica histológica Para a histologia foram coletados fragmentos do baço, fígado e rim de todos animais dos grupos controle (salina 0,65%) e do grupo imunizado com a vacina contendo a porção insolúvel do S. agalactiae sonicado e o adjuvante incompleto de Freund (1:1), em todos os tempos pré-estabelecidos. Os órgãos foram fixados em solução de formalina neutra a 10%, por período de 24 horas. De maneira ordenada as peças foram submetidas aos procedimentos laboratoriais de usuais em histologia para inclusão em parafina (LUNA, 1960). Posteriormente foram realizados cortes de 5 µm de espessura que foram corados pela técnica de hematoxilina e eosina (HE) e montadas com Entellan (Merck® cód. 107960). As lâminas foram analisadas, quanto às alterações estruturais e celulares em microscópio de luz Olympus BX51 em todos os aumentos. Também foi realizada a contagem dos centros de melanomacrófagos nas lâminas histopatológicas dos tecidos supracitados. 4.7 Técnica de imunohistoquímica Para a imunohistoquímica foram coletados os órgãos (baço, fígado e rim) dos animais do grupo controle (salina 0,65%) e do grupo imunizado com a vacina contendo a porção insolúvel do S. agalactiae sonicado e o adjuvante incompleto de Freund (1:1), em todos os tempos pré-estabelecidos. A técnica foi padronizada e realizada no Laboratório “Antônio Carlos Alessi” – LACA (Laboratório de Imunohistoquímica) do Departamento de Patologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/UNESP), sob a supervisão da Profª Drª Rosemeri de Oliveira Vasconcelos. Cortes de 3 µm de espessura dos fragmentos dos órgãos emblocados em parafina foram desparafinados em estufa a 60 ºC e rehidratados. Seguidamente foi realizado o bloqueio da proteína endógena (Protein block - Dako), lavagem por três vezes de 5 minutos cada com PBS (pH 7,4) e posteriormente acrescenta-se o anticorpo primário (IgM RP024 DBS) (1:250) e incuba-se em câmara úmida, durante 2 horas a temperatura ambiente (23°C). Seguido deste tempo lava-se três vezes com PBS (pH 7,4) durante 5 minutos e coloca-se o anticorpo secundário (Envision + Dual linnk System-HRP - Dako) para incubação na câmara úmida, durante 60 minutos, em temperatura ambiente (23°C). 32 Para a revelação foi utilizado o cromógeno diaminobenzidina (1:200) (DAB - Dako). O tempo de revelação foi de 3 minutos. Para parar a reação, deixa-se as lâminas em água destilada. Como controle positivo utiliza-se tecido de tonsila humana. Para o controle negativo o anticorpo primário não foi utilizado na reação, conservando os outros passos. A contra coloração foi realizada com hematoxilina de Harris por 15 segundos, com posterior lavagem em água corrente, seguida de desidratação em soluções crescentes de alcoóis e xilol, montados com Entellan (Merck® cód. 107960). As lâminas foram analisadas em microscópio de luz Olympus BX51 em todos os aumentos. A contagem das células imunomarcadas foi realizada a partir da captura de cinco campos em 40 vezes com câmera Olympus DP12 (software cellSens Standard 1.5 Olympus Corporation©) e as imagens analisadas com o software Image-Pro Plus versão 6,3. 4.8 Contagem das células positivas para marcação com anticorpo anti-IgM e dos centros de melanomacrófagos Para a contagem das células marcadas, foram selecionadas as melhores lâminas de imunohistoquímica de cada animal, de acordo com a integridade, totalizando 63 lâminas em cada grupo, controle e vacinado. Em cada uma delas foram escolhidos cinco campos aleatoriamente no aumento de 400x (40x objetiva e 10x ocular) em microscópio de luz (Olympus BX51). Já para contagem dos CMM’s foram selecionadas as melhores lâminas de histopatologia coradas com HE de cada animal e escolhidos cinco campos aleatoriamente de cada lâmina no aumento de 200x (20x objetiva e 10x ocular), no mesmo microscópio. 4.9 Análise estatística Os resultados foram comparados por meio de análise de variância (ANOVA) ao nível de 5% de probabilidade e a diferença entre as médias foi comparada pelo teste de Tukey (SILVA & AZEVEDO, 2009). 33 5. RESULTADOS No baço dos animais imunizados com a porção insolúvel de S. agalactiae foi possível observar uma menor proporção polpa vermelha:polpa branca comparada ao grupo controle, caracterizando uma proliferação de linfócitos que iniciou discretamente a partir de 21 dias após a imunização e se tornou bem evidenciada passados 60 e 90 dias após a vacinação. Nos animais controle foi possível observar alta proporção polpa vermelha:polpa branca em todos os tempos avaliados, demonstrando o padrão fisiológico do tecido (Figura 1). Já nos animais vacinados essa proporção é visivelmente menor (Figura 2). Figura 1. Fotomicrografia do baço de um animal do grupo controle 90 dias após a imunização, evidenciando a proliferação de linfócitos. (v) veia, (a) artéria, (*) centro de melanomacrófagos (hematoxilia e eosina, 400x, barra = 20µm). 34 Figura 2. Fotomicrografia do baço de um animal do grupo vacinado 90 dias após a imunização, evidenciando a proliferação de linfócitos. (v) veia, (a) artéria, (*) centro de melanomacrófagos (hematoxilia e eosina, 400x, barra = 20µm). Em relação a contagem de células marcadas positivamente para Ig M, o fígado não apresentou diferença significativa quanto ao número de células marcadas entre o grupo controle e o vacinado (Tabela 1). Tabela 1. Número médio de células positivas para marcação com o anticorpo anti-Ig M pela técnica imunohistoquímica no fígado, rim e baço das tilápias-do-Nilo dos grupos controle e vacinado, durante o período experimental. Órgão Tempos (dias) Fígado Pré 7 14 21 28 35 42 60 90 Controle 0,57 Aa 0,57 Aa 0,71 Aa 0,57 Aa 0,57 Aa 0,57 Aa 0,71 Aa 0,71 Aa 0,85 Aa Vacinado 0,42 Aa 0,71 Aa 0,57 Aa 0,57 Aa 0,57 Aa 0,71 Aa 0,57 Aa 0,71 Aa 0,57 Aa Rim Controle 1,00 Aa 1,85 Aa 1,14 Aa 1,42 Aa 0,71 Ba 1,85 Aa 1,57 Ba 1,14 Ba 1,42 Ba Vacinado 1,00 Ad 1,14 Ad 1,28 Ad 1,42 Acd 1,85 Abcd 2,42 Aabcd 2,85 Aabc 3,71 Aa 3,00 Aab 35 Baço Controle 12,00 Aa 13,28 Aa 13,57 Ba 12,28 Ba 13,71 Ba 14,71 Ba 14,28 Ba 13,85 Ba 14,42 Ba Vacinado 12,71 Ae 13 Ae 17,85 Ae 31,14 Ad 35,85 Acd 39,57 Abc 45,14 Ab 57,42 Aa 43,28 Ab *Letras maiúsculas diferentes mostram diferença entre colunas de cada órgão e minúsculas diferentes entre a linha do mesmo grupo. No rim foi possível observar aumento significativo do número de células marcadas do grupo vacinado nos tempos experimentais depois de 28, 42, 60 e 90 dias em pós-vacinação em relação ao grupo controle (Tabela 1). No baço dos peixes vacinados (Figura 3) também se notou aumento (p<0,05) do número de células marcadas quando comparados ao observado no grupo controle (Figura 4). Esse aumento começa a partir do décimo quarto dia e vai até o nonagésimo dia pós-vacinal, com maior número de células positivamente marcadas 60 dias após a vacinação. Figura 3. Fotomicrografia do baço no grupo vacinado após 60 dias do estímulo, evidenciando as células marcadas por meio da técnica de imunohistoquímica com anticorpo policlonal anti-Ig M (hematoxilina de Harris, 400x, barra = 20µm). 36 Figura 4. Fotomicrografia do baço no grupo controle após 60 dias do estímulo, evidenciando as células marcadas por meio da técnica de imunohistoquímica com anticorpo policlonal anti-Ig M (hematoxilina de Harris, 400x, barra = 20µm). Na contagem dos CMM’s no fígado e no rim não houve diferença significativa entre os grupos controle e vacinado. Todavia na contagem dos centros presentes no baço dos animais vacinado foi possível observar aumento significativo comparado ao controle (Figura 5), nos tempos 21, 35, 42, 60 e 90 dias após a vacinação (Tabela 2). Tabela 2. Número médio de centros de melanomacrófagos observados no baço, rim e fígado das tilápias- do-Nilo dos grupos controle e vacinado, durante o período experimental. Órgão Tempos (dias) Fígado Pré 7 14 21 28 35 42 60 90 Controle 0,14 Aa 0,00 Aa 0,14 Aa 0,28 Aa 0,00 Aa 0,14 Aa 0,28 Aa 0,14 Aa 0,28 Aa Vacinado 0,00 Aa 0,14 Aa 0,14 Aa 0,28 Aa 0,14 Aa 0,14 Aa 0,14 Aa 0,28 Aa 0,28 Aa Rim Controle 0,28 Aa 0,14 Aa 0,14 Aa 0,28 Aa 0,28 Aa 0,42 Aa 0,28 Aa 0,28 Aa 0,28 Aa Vacinado 0,28 Aa 0,14 Aa 0,28 Aa 0,28 Aa 0,42 Aa 0,42 Aa 0,14 Aa 0,28 Aa 0,42 Aa Baço Controle 0,42 Aa 1,28 Aa 1,28 Aa 1,14 Ba 0,71 Aa 1,28 Ba 1,28 Aa 2,28 Ba 2,14 Ba 37 Vacinado 0,71 Ac 0,42 Ac 1,71 Abc 2,85 Abc 2,00 Abc 3,00 Abc 3,42 Ab 13,42 Aa 12,71 Aa *Letras maiúsculas diferentes mostram diferença entre colunas de cada órgão e minúsculas diferentes entre a linha do mesmo grupo. Figura 5. Aspecto estrutural do baço de peixes, evidenciando os centros de melanomacrófagos (*) de um animal do grupo vacinado 60 dias após o estímulo (hematoxilia e eosina, 200x, barra = 50µm). 6. DISCUSSÃO Não foram encontradas alterações significativas na estrutura histológica dos rins e fígados das tilápias do grupo vacinado comparado com o grupo controle. No baço de peixes diferente do que ocorre em mamíferos a divisão de polpa vermelha e branca não é bem definida (SOLEM & STENVIK, 2006), entretanto foi possível observar o aumento da proporção de polpa branca nos animais do grupo vacinado, comparado com os animais do grupo controle, especialmente após 60 e 90 dias da imunização. A proliferação de linfócitos no baço ocorre, principalmente, em casos de reconhecimento antigênico por células apresentadoras de antígenos presentes 38 no órgão que ativam os linfócitos residentes que iniciam sua expansão clonal e a produção de anticorpos (TIZARD, 2014). No presente estudo sugere-se que parte dos antígenos insolúveis de S. agalactiae inoculados foram capturados, principalmente por macrófagos no baço dos animais imunizados, estimulando a formação de centros de melanomacrófagos, que vão reter esses antígenos, processar e apresentar aos linfócitos, induzindo sua proliferação e posteriormente aumentando a produção de anticorpos. Em relação às células marcadas não foi possível observar diferença significativa quanto ao número de células marcadas nos fígados dos grupos controle e o vacinado. As células hepáticas dos teleósteos estão envolvidas na hematopoiese e na produção de anticorpos no período larval (TAKASHIMA & HIBIYA, 1995; PARIS-PALACIOS et al., 2000), essas funções vão se modificando conforme o desenvolvimento e podem se tornar pouco expressivas na fase adulta. A marcação de células produzindo anticorpos nos fígados dos animais do grupo vacinado, sendo igual à marcação do grupo controle sugere que no indivíduo adulto de O. niloticus o fígado não esteja mais participando efetivamente da produção de anticorpos, tendo sua atividade voltada ao metabolismo de proteínas, lipídios, carboidratos e biotransformação de xenobióticos, que são compostos químicos estranhos ao organismo do peixe (HEATH, 1987, TAKASHIMA & HIBIYA, 1995), processos essenciais para o crescimento e desenvolvimento dos animais. O rim cefálico é multifuncional nos peixes teleósteos, como órgão formador de células sanguíneas, isto é, tem função hematopoiética além da produção de catecolaminas como função endócrina e de anticorpos como função imune, tanto na fase larval, quanto na vida adulta (WEYTS et al., 1999; ROCHA & FLORES, 2001; HUISING et al., 2007). Entretanto essas funções se alternam de acordo com a prioridade, segundo a fase de crescimento, a sazonalidade, a maturidade sexual ou mesmo a adaptabilidade (COSTA, 2007). Uma maior marcação das células nesse órgão nos peixes vacinados comparado aos não vacinados (controle) sugere seu envolvimento na resposta imune humoral de O. niloticus após à vacinação e, portanto, sua função imune na fase adulta dessa espécie. A imunidade adquirida pode ser divida em dois padrões de resposta, a imunidade humoral, representada pelos linfócitos B e a celular pelos linfócitos T (RUBIO- GODOY, 2010), durante a ontogenia do sistema imune dos teleósteos os linfócitos que migram do rim anterior para o timo adquirem receptores específicos de células T (timo- dependente), enquanto os linfócitos B adquirem seus receptores específicos, 39 aparentemente no rim anterior (NIELSEN & ESTEVEGASSENT 2006). Sugere-se que o antígeno insolúvel do S. agalactiae utilizado estimulou a imunidade humoral produzida por linfócitos B, aumentando o número dessas células no rim anterior e a sintetize da imunoglobulina denominada M (Ig M), que vai para a circulação sanguínea, protegendo o animal da infecção provocada pelo S. agalactiae (Gráfico 1). Gráfico 1. Número médio de células positivas para marcação com o anticorpo anti-Ig M pela técnica imunohistoquímica no rim das tilápias-do- Nilo do grupo vacinado durante o período experimental. Já no baço foi possível observar um aumento significativo de células marcadas 14 dias após a vacinação e dentre os órgãos avaliados na tilápia, foi o que primeiro respondeu ao estímulo vacinal dando início a expansão clonal de linfócitos B e consequentemente, a produção de anticorpos. Esse aumento ocorreu em todos os tempos seguintes e de forma crescente até 60 dias pós vacinação, fato que demonstra que essa resposta não foi pontual, mas sim gradual e duradouro. O baço nos teleósteos tem a função de eliminar macromoléulas e eritrócitos senis e atua na defesa contra microrganismos (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999), além de participar da hematopoiese e da produção de anticorpos (KIRON, 2012), características que podem explicar a rápida resposta do órgão ao estímulo vacinal (Gráfico 2). 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 Pré 7 14 21 28 35 42 60 90 N º d e cé lu la s m ar ca ds Tempos experimentais 40 Gráfico 2. Número médio de células positivas para marcação com o anticorpo anti-Ig M pela técnica imunohistoquímica no baço das tilápias- do-Nilo do grupo vacinado durante o período experimental. Após 90 dias do estímulo, mesmo diminuindo, o número médio das células marcadas ainda é alto (43,28), sugerindo que as tilápias vacinadas ainda permanecem protegidas. Por não ter sido realizadas coletas subsequentes, não é possível mensurar a tempo de proteção com precisão. Ensaios anteriores utilizando a porção insolúvel do S. agalactiae adicionado adjuvante incompleto de Freund via i.c. (MARCUSSO et al., 2014) demonstraram Porcentagem Relativa de Sobrevivência (PRS) de 100% dos animais vacinados e desafiados com cepa homóloga. Além de titulação de anticorpos positiva 21 dias após o estímulo, mantendo o mesmo nível até o 28º dia e aumentando progressivamente aos 35, 42 e 60 dias após a vacinação, onde atingiu o pico de titulação, que começa a diminuir no 90º dia pós vacinal, mesmo período de diminuição de células marcadas produzindo anticorpos, encontrado no presente ensaio. Já a vacina comercial contra estreptococose comercializada no Brasil mostrou uma PRS de 84% nos peixes vacinados e desafiados com S. agalactiae por via i.c., em condições experimentais, sendo menor que a encontrada nesse estudo. (SALVADOR, ZANOLO & CERICATO, 2011). Em relação à contagem do número de Centros de Melanomacrófagos (CMM’s) nos órgãos, não houve diferença significativa na contagem realizada no rim e fígado dos animais dos grupos controle e vacinado. Diversos estudos relatam que as alterações, 0 10 20 30 40 50 60 Pré 7 14 21 28 35 42 60 90 N º C él ul as m ar ca da s Tempos experimentais 41 tanto de número, quanto de área dos CMM’s estão intimamente relacionadas à espécie, idade, sexo dos animais e aos diferentes tipos de estímulos oferecidos aos animais (WOLKE, 1992; FOURNIE et al., 1996; 2001; ROBERTS, 2001; BALAMURUGAN et al., 2012; DABROWSK et al., 2012; MANRIQUE et al., 2012). Talvez no presente estudo o estímulo por meio da porção insolúvel do S. agalactiae não foi suficiente para induzir o aumento do número do CMM’s no rim e fígado das tilápias. Outra possível hipótese esta relacionada ao pouco tempo de exposição dos tecidos ao estímulo imunológico (3 meses), uma vez que trabalhos anteriores mostram que quanto maior o tempo de exposição ao estímulo, maior o número e área dos CMM’s (MONTERO et al., 1999; AGIUS e ROBERTS, 2003; DE VICO et al., 2008). Já no baço dos animais vacinados comparado ao grupo controle, foi possível observar a diferença significativa no número dos CMM’s. Manrique et al. (2014) avaliaram a resposta de melanomacrofágicos esplênicos de O. niloticus a estímulos inflamatórios por Bacillus Calmette-Guérin (BCG) e corpos estranhos, concluindo que a formação dos CMM’s esta relacionada ao tipo de estímulo, imune e não imune. Sendo que o maior aumento, tanto do número, como da área dos CMM’s foi com o estímulo imune (BCG), demonstrando a participação dos CMM’s na resposta imune. Os baços dos animais vacinados apresentaram aumento dos CMM’s comparado aos animais controle a partir do 21º dia até o 90º dia após o estímulo. Segundo Press et al. (1996) os CMM’s também estão relacionados a retenção de partículas antigênicas, interação com células linfóides e aumento na produção de anticorpos. Portanto sugere- se que a porção insolúvel do S. agalactiae possa ter sido retida por melanomacrófagos no baço dos animais vacinados, estimulando a maior formação de CMM’s e maior interação com as células linfóides locais, que se multiplicaram e produziram mais anticorpos, explicando também a maior marcação de células produzindo anticorpos Ig M nos baços dos animais vacinados. Ademais em estudo anterior utilizando a mesma espécie de peixe e o mesmo estímulo antigênico (MARCUSSO et al., 2014) foi possível observar um aumento da concentração sérica de anticorpos anti-S. agalactiae a partir de 21 dias até 90 dias pós vacinal, mesmo período encontrado para o aumento de CMM’s no baço das tilápias imunizados, sugerindo que em O. niloticus os CMM’s esplênicos podem estar diretamente relacionados a resposta imune humoral da espécie frente à estímulos antigênicos. 42 7. CONCLUSÃO Os resultados deste trabalho sugerem que a imunização de tilápias-do-Nilo com antígeno insolúvel de S. agalactiae induz a proliferação de linfócitos esplênicos, leva ao aumento significativo de células produtoras da imunoglobulina M no baço e rim dos animais vacinados, a partir de 14 e 28 dias após o estímulo, respectivamente, mantendo- se elevados até 90 dias. Tilápias-do-Nilo imunizadas com esta vacina apresentaram maior quantidade de centro de melanomacrófagos no baço a partir de 21 dias pós- estímulo quando comparadas as tilápias do grupo controle. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABUSELIANA, A.; HASSAN, D.; SALEHA, A.A.; SITI-KHAIRANI, B.; MILUD A. Streptococcus agalactiae the etiological agent of mass mortality in farmed red tilapia (Oreochromis sp.). J Anim Vet Adv 20:2640−2646. 2010. AGIUS, C. Aspects of the melano-macrophage centres in fish.1979a. PhD (Thesis) - University of Stirling, Scotland, 1979a. AGIUS, C. The role of melano-macrophage centres in iron storage in normal and diseased fish. Journal of Fish Diseases, Oxford, v. 2, n. 4, p. 337-343, 1979b. AGIUS, C. Phylogenetic development of melano-macrophage centres in fish. Journal of Zoology, West Sussex, v. 191, n. 1, p. 11-31, 1980. AGIUS, C. 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