UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS BOTUCATU CARACTERÍSTICAS DE COMBINAÇÕES DE CULTIVARES COPA E PORTA-ENXERTOS CÍTRICOS, NA REGIÃO DE BAURU/SP Engº Agrº JULIANO PIOVEZAN PEREIRA Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para obtenção do Título de Mestre em Agronomia - Horticultura. BOTUCATU - SP Novembro 2005 II UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS BOTUCATU CARACTERÍSTICAS DE COMBINAÇÕES DE CULTIVARES COPA E PORTA-ENXERTOS CÍTRICOS, NA REGIÃO DE BAURU/SP Engº Agrº JULIANO PIOVEZAN PEREIRA Orientador: Profª. Dra. Sarita Leonel Co-Orientador: Prof. Dr. Aloísio Costa Sampaio Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para obtenção do Título de Mestre em Agronomia - Horticultura. BOTUCATU – SP NOVEMBRO 2005 III DEDICATÓRIA À minha querida esposa, Sílvia, pela sua presença agradável e feliz em todos os momentos. IV AGRADECIMENTO A UNESP pela oportunidade de aprendizado e crescimento profissional. A Fundação Coordenação de apoio de pessoal de nível superior (CAPES) pela bolsa concedida. A Fazenda Shangri-Lá pela fineza de permitir e apoiar a realização deste trabalho em suas dependências. Aos Professores do Programa de Pós-Graduação de Agronomia – Horticultura, pela constante busca do saber e pela disponibilidade de ensinar. A Professora Sarita Leonel, minha Orientadora, pela amizade, estímulo e apoio nesta jornada. Ao Professor Aloísio Costa Sampaio, meu Co-Orientador, pelo companheirismo e contribuições. Aos funcionários da FCA, em especial aos do DPV-Horticultura pela agradável convivência. Aos funcionários da Fazenda Shangri-Lá, em especial ao gerente geral, Senhor Lima pela presteza e ao estagiário Marcus Vinicius pelo apoio na coleta na coleta de dados. V Aos colegas do PPGA-Horticultura, em especial para o Ernesto, Leonardo, Gislaine, Priscila, pelas horas compartilhadas, de estudo, trabalhos e debates estimulantes sobre ciências. A todos que contribuíram de forma direta ou indireta para a realização deste trabalho. VI SUMÁRIO LISTA DE QUADROS .............................................................................................................. VII LISTA DE FIGURAS................................................................................................................. VIII RESUMO................................................................................................................................. IX ABSTRACT............................................................................................................................. X 1.INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................................. 4 2.1. IMPORTÂNCIA DA CITRICULTURA BRASILEIRA............................................................... 4 2.2. PORTA-ENXERTOS PARA CITROS: CARACTERÍSTICAS E INFLUÊNCIAS SOBRE A VARIEDADE COPA................................................................................................................... 5 2.3. CARACTERÍSTICAS DOS PORTA-ENXERTOS ESTUDADOS NESTA PESQUISA....................... 8 2.4. INCOMPATIBILIDADE EM CITROS..................................................................................... 10 2.5. PESQUISAS EM MELHORAMENTO DE PORTA-ENXERTOS................................................... 12 3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................................... 18 3.1. ÁREA EXPERIMENTAL..................................................................................................... 18 3.2. COMBINAÇÕES COPA/PORTA-ENXERTOS AVALIADOS...................................................... 19 3.3. AVALIAÇÕES................................................................................................................... 20 3.4. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL..................................................................................... 20 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................................ 21 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................... 27 6. CONCLUSÕES..................................................................................................................... 28 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................... 29 VII LISTA DE TABELAS QUADRO 1. RESULTADOS DAS ANÁLISES QUÍMICAS DO SOLO EM 2003 E 2004, BAURU/SP 19 QUADRO 2. COMBINAÇÕES DE COPA/PORTA-ENXERTOS CÍTRICOS AVALIADOS NO EXPERIMENTO.................................................................................................................... 19 QUADRO 3. ANÁLISES DE VARIÂNCIA DA ALTURA DA PLANTA E PERÍMETRO DA COPA PARA AS COMBINAÇÕES DE COPA/PORTA-ENXERTO EM 2003 E 2004 E DIÂMETRO DO CAULE NA ALTURA DA ENXERTIA EM 2004, BAURU/SP..................................................... 21 QUADRO 4. MÉDIAS DA ALTURA DA PLANTA E PERÍMETRO DA COPA EM 2003 E 2004 E DIÂMETRO DO CAULE NA ALTURA DA ENXERTIA EM 2004, BAURU/SP............................... 22 QUADRO 5. ANÁLISES DE VARIÂNCIA PARA O TOTAL DE SÓLIDOS SOLÚVEIS (SST), ACIDEZ TITULÁVEL TOTAL (ATT) EM 2004, BAURU/SP..................................................... 25 QUADRO 6. MÉDIAS DO TOTAL DE SÓLIDOS SOLÚVEIS (SST), ACIDEZ TITULÁVEL TOTAL (ATT) E RATIO EM 2004.................................................................................................... 25 VIII LISTA DE FIGURAS Figura 1. Médias da altura da planta em 2003 e 2004, Bauru/SP..................................... 23 Figura 2. Médias do perímetro da copa em 2003 e 2004, Bauru/SP................................. 24 Figura 3. Médias do diâmetro do caule na altura da enxertia em 2004, Bauru/SP........... 24 Figura 4. Médias total de sólidos solúveis (SST), acidez titulável total (ATT) e Ratio em 2004............................................................................................................................. 26 IX RESUMO O presente trabalho foi desenvolvido no pomar comercial da Fazenda Shangri-lá, localizada na Rodovia Bauru – Marília Km 380 e nos laboratórios do Departamento de Produção Vegetal, setor de Horticultura da FCA/UNESP, campus de Botucatu. Foram utilizados oito combinações de cultivares copa e porta-enxertos de citros, sendo avaliadas características de crescimento e desenvolvimento das plantas no período de 2003 e 2004, bem como características de qualidade dos frutos produzidos no ano de 2004. O delineamento experimental adotado foi em blocos ao acaso, com 8 tratamentos, 4 repetições e 4 plantas úteis por parcela experimental. Através dos resultados obtidos foi possível concluir que a combinação da cultivar copa laranjeira ‘João Nunes’ sobre o porta-enxerto de limoeiro ‘Cravo’ apresentou a maior altura de plantas, perímetro e diâmetro do caule, diferindo estatisticamente das outras combinações estudadas e igualando-se à combinação laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre o porta-enxerto de citrumeleiro ‘Swingle’, na altura e perímetro das plantas. O maior teor de sólidos solúveis e acidez titulável foi observado na laranjeira ‘Pêra Natal’, independentemente do porta-enxerto (9,46 º Brix e 1,25%), enquanto as laranjeiras ‘João Nunes’, ‘Folha Murcha’ e ‘IAC2000’ tinham os teores variáveis de acordo com o porta- enxerto usado. Nas condições experimentais, o porta-enxerto limoeiro ‘Cravo’ foi superior ao citrumeleiro ‘Swingle’ e a tangerineira ‘Sunki’, nesses aspectos. X CITRUS ROOTSTOCKS/CANOPY CHARACTERISTICS AT BAURU/SP REGION. Botucatu, 2005. 35p. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Horticultura). Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista. Author: Juliano Piovezan Pereira Adviser: Sarita Leonel ABSTRACT The research was made at Shangri-lá Farm orchard, located at Bauru- Marília Km 380 road and at Vegetal Production/Horticulture Department of FCA/UNESP/Botucatu. It were used eight combinations of canopy and citrus rootstocks, being evaluated growth, development and fruits quality characteristics. The experimental design was at randomized blocks with 8 treatments (canopy/rootstocks combinations), 4 replications and 4plants per parcels. The results showed that the combination with orange ‘João Nunes’ over ‘Rangpur’ lime rootstock enhanced the growth of plants showed the best results. The higher soluble solid and acid titulável content (9,46º Brix and 1,25%) was observed at orange ‘Pêra Natal’ independent at rootstocks, while at orange ‘João Nunes’, ‘Folha Murcha’ and ‘IAC2000” has content variable conformable at rootstocks. That experiment at ‘Rangpur’ lime rootstocks showed the best results at “sunki’ mandarin and “swingle’ citrumel. 1 1. INTRODUÇÃO O Brasil é atualmente o maior exportador mundial de suco de laranja concentrado e congelado com 74,6% das vendas no comércio internacional. Também é o maior produtor mundial deste com 49,3% do total, seguido pelos Estados Unidos da América, com 37,6%. Embora a cultura se encontre disseminada por todo o território nacional, com grande importância econômica e social para diversos estados. São Paulo é responsável por 97% das exportações brasileiras, sendo detentor da maior área citrícola do mundo, com 652,6 mil hectares de laranja (www.apta. sp.gov.br/htm/mortesubita). Observa-se, contudo, que essa importante atividade econômica, considerando-se as características horticulturais das plantas cítricas, se encontra alicerçada sobre poucos porta-enxertos ou quase exclusivamente num único porta-enxerto, o limoeiro ‘Cravo’ (Citrus limonia, Osbeck). Experiências desastrosas do passado com a doença Tristeza dos citros indicam hoje o perigo que essa situação representa. A introdução do vírus da tristeza dos citros no Estado de São Paulo, por volta de 1937 (BITANCOURT, 1940), e a sua disseminação pelo pulgão-preto (Toxoptera citricidus Kirk) e por borbulha (MENEGHINI, 1946) causou a morte das plantas enxertadas em laranjeira ‘Azeda’ e limeira da ‘Pérsia’. Os experimentos que vinham sendo desenvolvidos pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, desde 1925 (VASCONCELLOS, 2 1939), e pelo Instituto Agronômico, desde 1933 (MOREIRA, 1946), bem como as observações em pomares comerciais revelaram que as plantas enxertadas em limoeiro ‘Cravo’, tangerineira ‘Cleópatra’ (C. reshni hort. ex Tan.), tangerineira ‘Sunki’ [C. sunki (Hayata) hort. ex Tan.], laranjeira ‘Caipira’ e limoeiro ‘Rugoso’ não manifestavam os sintomas da doença. Esses porta-enxertos foram considerados tolerantes à tristeza e utilizados na reconstrução da citricultura. Alguns porta-enxertos, entre eles o limoeiro ‘Cravo‘, manifestaram outras doenças, como a exocorte e a xiloporose (MOREIRA, 1954, 1955). O controle dessas viroses, desprovidas de vetores, passou a ser feito com a utilização de borbulhas retiradas de plantas matrizes de clones nucelares derivados dos cultivares infectados (MOREIRA, 1962; MOREIRA & SALIBE, 1965). O uso dos clones nucelares associado às excepcionais características do limoeiro ‘Cravo’ - facilidade na obtenção das sementes e formação das mudas, compatibilidade com praticamente todos os cultivares copa, bom “pegamento” das mudas no plantio, rápido crescimento, produção precoce, alta produção de frutos, boa resistência à seca, boa adaptação aos solos arenosos e ácidos tornaram-no, a partir de 1960, o principal porta- enxerto da citricultura paulista. Mesmo com o declínio dos citros, nos anos 70 (RODRIGUEZ et al., 1979), e comprovada sua suscetibilidade a tal anomalia, o limoeiro ‘Cravo’ continuou nos novos plantios. O declínio promoveu pequena diversificação dos porta-enxertos, liderada pelas tangerineiras ‘Cleópatra’ e ‘Sunki’, e, a partir do início da década de 1990, pelo citrumelo ‘Swingle’ [ C. paradisi Macfad. x Poncirus trifoliata (L.) Raf.] (POMPEU JÚNIOR, 2000). Desde 1999, uma nova doença, detectada no Sudoeste de Minas Gerais e no Norte do Estado de São Paulo e denominada de morte súbita dos citros (MSC), vem afetando laranjeiras e tangerineiras enxertadas em limoeiro ‘Cravo’ (GIMENES- FERNANDES & BASSANEZI, 2001) e em limoeiro ‘Volkameriano’ (C. volkameriana V. Ten. & Pasq.) (BASSANEZI et al., 2002). As plantas enxertadas sobre as tangerineiras ‘Cleópatra’ e ‘Sunki’, citrumelo ‘Swingle’ e Poncirus trifoliata [P. trifoliata (L.) Raf.] não mostram sintomas. O porta-enxerto possui na citricultura papel dos mais relevantes, visto que uma série de características apresentadas pela copa podem ser por ele modificadas, tais 3 como vigor, produtividade, precocidade de produção, qualidade dos frutos, conservação da fruta pós-colheita, composição orgânica e inorgânica das folhas e frutos, capacidade de absorção e utilização de nutrientes, tolerância à salinidade, resistência à seca, geada, doenças e pragas, dentre outras. Tais características são determinadas por interações específicas entre a copa e o porta-enxerto, manifestando-se por alterações anatômicas, morfológicas e metabólicas. O presente trabalho teve como objetivos relacionar alternativas viáveis de combinações copa e porta – enxertos de citros a serem introduzidas na região de Bauru-SP, tendo em vista o potencial que a região possui em relação à localização, tipo de solo e clima, favoráveis ao desenvolvimento da citricultura. Os resultados obtidos com o experimento poderão nortear os produtores da regional de Bauru, na utilização de combinações copa/porta- enxerto de citros a serem implantadas nas propriedades. 4 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Importância da Citricultura Brasileira O Brasil é o maior produtor mundial de frutas cítricas, com uma produção de 20,251 milhões de toneladas, correspondentes a 19,38% da produção mundial, registrada em 2002 (FAO, 2003). No comércio internacional de suco concentrado de laranja, principal produto da citricultura, o país responde por cerca de 80% (ESTANISLAU et al., 2001), tendo o setor citrícola, em 2000, participado com 2% do total das exportações brasileiras e com 6%, entre os produtos do agronegócio. Neves et al. (2001), analisando dados estatísticos consolidados de 1996 a 2000, revelam a importância da cadeia agroindustrial citrícola no Brasil, mediante a movimentação de recursos alocativos e distributivos, considerando a geração de empregos, a formação de capital e renda, a agregação de valor regional, a ativação do setor terciário (serviço, transporte, comércio, etc) e a interiorização do desenvolvimento, principalmente no Estado de São Paulo, onde a citricultura tem expressivo impacto na economia e na balança comercial. Informam os autores que, por produto exportado, verifica-se que o suco concentrado tem posicionado-se entre os principais produtos de exportação em divisas geradas e, embora pouco conhecido, por diversos anos, posicionou-se em primeiro lugar nas exportações paulistas, perdendo apenas (anos de 1999 e 2000) esta posição para a indústria aeronáutica. 5 2.2. Porta-enxertos para citros: características e influências sobre a variedade copa A bibliografia disponível a respeito do estudo e emprego dos porta- enxertos na citricultura é extensa e, em alguns casos, os resultados são conflitantes, refletindo a grande plasticidade genética dos citros em diversidade de climas e solos a que estão submetidos, assim como os grandes problemas da citricultura, principalmente anormalidades de causas conhecidas ou não. A citricultura sem o porta-enxerto não tem sustentação, por isso consideramos a planta cítrica comercial um conjunto completo cuja combinação deve ser a mais harmônica possível, para que a resposta aos outros fatores produtivos seja compensadora. Sob a ótica do complexo dessa combinação, assim como das distorções (incompatibilidade, doenças, fatores edáfícos, etc.) ocorridas, além das tentativas de melhoramento e produção de novos porta-enxertos. Sabe-se que o porta-enxerto, o qual podemos caracterizar como sendo a raiz da planta cítrica comercial, influencia na variedade copa numa série de características que determinarão sua maior ou menor capacidade produtiva. Note-se que, como sendo a “raiz” da planta cítrica, uma influência direta seria sua capacidade de absorver água e nutrientes, porém a capacidade de resistência de um porta-enxerto à seca, pode não estar relacionada com o vigor de seu sistema radicular. Por outro lado, pelo conjunto harmônico que formam a copa e o porta-enxerto, anatômica e fisiologicamente, busca-se como resultados finais a maior produtividade do “conjunto”, quantitativa e qualitativamente. Salibe (1974), abordando a relação do porta-enxerto com a variedade- copa comentou: “As plantas cítricas cultivadas comercialmente são compostas de dois indivíduos distintos, o enxerto e o porta-enxerto, crescendo intimamente unidos, como uma só entidade, em um estreito relacionamento simbiótico. Eles são interdependentes, cada um deles afetando em maior ou menor extensão o comportamento do outro”. Wutscher (1991) relacionou cinco razões principais para o uso das plantas cítricas enxertadas: frutificação precoce e supressão de problemas de juvenilidade, plantas de tamanho uniforme, controle da produção e qualidade dos frutos, tolerância a fatores 6 desfavoráveis no solo (salinidade, alto pH, má drenagem), tolerância a Phytophthora, viroses e nematóides parasitas. Castle (1987), relatou que aproximadamente vinte características das plantas cítricas são afetadas pelo porta-enxerto, e agrupa em três as principais características dos porta-enxertos: Embrionia nucelar e propagação – o grau de embrionia nucelar varia entre os porta-enxertos, desde 100% a menos de 50%, características horticulturais – influências sobre as copas: vigor, tamanho, produção e tamanho dos frutos, qualidade do suco, tolerância ao frio e à seca, características patológicas; problemas relacionados aos porta-enxertos: tolerância a Phytophthora, ao “burrowing nematode”, ao nematóide dos citros, a viroses e “virus-like” e ao “Declínio-Blight”. Com relação à importância da poliembrionia, Moreira (1946) assinalou que os estudos sobre a poliembrionia em citros podem ter aplicação prática, tanto na obtenção de novas variedades por cruzamento, como no estabelecimento de clones para porta-enxertos. Estudando espécies e variedades comumente usadas como porta- enxertos, Webber (1952) apud Cameron & Frost (1968), observou que a porcentagem de embriões apogâmicos em laranjeira doce foi de 40 a 95%; em laranjeira azeda, de 75 a 85%; em pomeleiro, de 60 a 95%; em mandarineira, de 10 a 100%; em limoeiro cravo, de 10 a 96%; em cidreira, de 40 a 50%; e em trifoliata, de 72%. Foram também obtidas altas percentagens de apogamia para os citranges ‘Rusk’, ‘Morton’ e ‘Colemon’ e tangelo ‘Sampson’, os quais apresentaram plantas jovens 100% apogâmicas. Salibe (1972), utilizando o método da contagem direta dos embriões nas sementes, retiradas de amostras de frutas de limoeiros ‘Cravo’ e ‘Volkameriano’, coletados na Estação Experimental de Limeira, determinou a taxa média de poliembrionia para os dois porta-enxertos: limoeiro ‘Cravo’, 49% e 1,7 embriões por semente e, ‘Volkameriano’ com 50% e 1,6 embriões por semente. Salibe (1978), Wutscher (1979, 1991) e Pompeu Júnior (1980 e 1991) relatam que, entre as diversas características da planta cítrica influenciadas ou modificadas pelo porta-enxerto, incluem-se: - Vigor da copa - Precocidade de produção 7 - Produtividade - Qualidade da fruta - Época de maturação e peso do fruto - Conservação da fruta pós-colheita - Transpiração das folhas - Composição química das folhas e frutos - Fertilidade do pólen - Capacidade de absorção e síntese de nutrientes - Tolerância à salinidade, alcalinidade e má drenagem - Resistência à seca e ao frio - Resistência e tolerância a moléstias e pragas Sendo o porta-enxerto a raiz da planta cítrica, torna-se de grande importância o conhecimento do sistema radicular dos porta-enxertos, cujo formato e vigor parecem ser dependentes de fatores genéticos inerentes a cada espécie/variedade, mas podem ser modificado pelas condições do ambiente (solo, doenças e pragas) e mesmo pela variedade- copa. Uma das características dos porta-enxertos relacionadas com o sistema radicular dessas plantas diz respeito a sua tolerância a seca, o que para as condições da citricultura brasileira é um fato de enorme relevância, que a torna competitiva no mercado internacional. As causas reais dessa resistência ainda não foram bem esclarecidas. Sobre esse aspecto, Rodriguez (1972) cita que existe um gradiente de resistência a seca dos porta-enxertos : limão cravo (maior), laranja azeda (grande), citrange troyer (regular); cleópatra, trifoliata e lima da pérsia (baixa) e laranja caipira (menor). Hume (1952) e Montenegro (1960) analisaram os porta-enxertos em relação as características do solo: laranja azeda adapta-se a solos aluviais; laranja caipira, solos médios e de boa drenagem natural, limão rugoso, solos arenosos, bem drenados e até pobres; P. trifoliata, solos úmidos e de textura franca; pomeleiros, solos argilosos e ricos em húmus. 8 2.3. Características dos porta-enxertos estudados nesta pesquisa São escassas as informações referentes à produção, características dos frutos, tamanho de plantas e tolerância a doenças e pragas envolvendo citrandarins (híbridos de trifoliata com microtangerinas) e outros híbridos de trifoliata, por constituírem uma nova geração de porta-enxertos. Os principais porta-enxertos utilizados na citricultura brasileira são: limoeiro ‘Cravo’, limoeiro ‘Rugoso’, limoeiro ‘Volkameriano’, laranjeira ‘Caipira’, tangerineira ‘Sunki’, Poncirus ‘Trifoliata’, citrumeleiro ‘Swingle’ e tangelo ‘Orlando’(CARVALHO, 2001). Já as variedades de copa mais importantes para a industrialização de suco concentrado de laranja são (ESTANISLAU et al., 2001): ‘Pêra’, ‘Valência’, ‘Natal’ e ‘Hamlin’. Limão ‘Cravo’ (Citrus limonia, Osb.) O limoeiro ‘Cravo’, destacado dentre os demais porta-enxertos pelo alto vigor e tolerância à seca (CARVALHO, 2001), é o principal porta-enxerto brasileiro, mas evidências têm sugerido seu relacionamento com a morte súbita dos citros, sendo divulgado que a convivência com mais esta doença pode depender da substituição desse porta-enxerto por outros não afetados. (MULLER et al., 2002). É tolerante ao vírus da tristeza ( GRANT et al., 1961), mas mostra caneluras quando infectado por raças severas do vírus, como a variante Capão Bonito (MULLER et al., 1968). É suscetível aos viróides da xiloporose e exocorte (MOREIRA, 1956), ao declínio dos citros (BERETTA et al., 1986) e à MSC (BASSANEZI et al., 2002). Induz produção precoce, alta produção de frutos de regular qualidade, compatibilidade com os cultivares copa, média resistência ao frio, boa resistência à seca. Tem melhor comportamento quando plantado em solos arenosos e profundos. Nos argilosos, sua produtividade pode ser inferior à das tangerinas ‘Cleópatra’e ‘Sunki’. Os frutos do limão ‘Cravo’ possuem, em média, 12 sementes e amadurecem de março a maio (TEÓFILO SOBRINHO, 1991). 9 Tangerina ‘Sunki’ (Citrus sunki Hort. ex. Tanaka) A tangerina ‘Sunki’ tem sido indicada como opção de diversificação de porta-enxertos cítricos, por ser recomendada para laranjeiras, tangerineiras e pomeleiros, possuir tolerância ao declíneo dos citros e à morte súbita, média resistência à gomose e induzir uma boa qualidade aos frutos (POMPEU JÚNIOR, 1991). Os frutos da tangerineira ‘Sunki’ apresentam em média 3 sementes por fruto e amadurecem de maio a julho (TEÓFILO SOBRINHO, 1991). Plantas enxertadas sob tangerineira ‘Cleópatra’, citrumeleiro ‘Swingle’ e tangerineira ‘Sunki’ não parecem ser afetadas pela morte súbita dos citros (MULLER et al., 2002), anormalidade que vem preocupando os citricultores, sendo estes porta-enxertos bastante indicados para substituição do limoeiro ‘Cravo’, especialmente para pomares livres de estresse hídrico prolongado. Uma importante restrição para o uso do ‘Swingle’ é sua incompatibilidade com a ‘Pêra’, principal variedade copa de laranjeira no Brasil. Já a ‘Cleópatra’ tem como desvantagem proporcionar o início da produção muito tardiamente. A tangerineira ‘Sunki’, por sua vez possui pequeno número de sementes por fruto, além do início de produção tardio, como a ‘Cleópatra’. Citrumelo ‘Swingle’ (Citrus paradisi x Poncirus trifoliata) O Citrumelo Swingle é um dos porta-enxertos mais utilizados no mundo. No Brasil, sua utilização vem crescendo anualmente, porém, ainda não se consolidou, em virtude de sua incompatibilidade com a laranjeira ‘Pêra’ (Citrus sinensis, Osbeck), o principal cultivar copa empregado na citricultura brasileira, além da incompatibilidade com o limoeiro ‘Siciliano’ (Citrus limon, Hort. Ex Tanaka). Este porta-enxerto possui alta resistência à gomose, tolerância ao declíneo e morte súbita dos citros. O vigor no viveiro é médio, bem como o início de produção dos frutos. Também induz uma boa qualidade aos frutos produzidos (POMPEU JÙNIOR, 1991). Possui um número médio de 20 sementes por fruto e sua maturação vai de maio a julho (CARVALHO, 2001) 10 2.4. Incompatibilidade em Citros Algumas variedades cítricas, quando enxertadas em determinados porta-enxertos apresentam na região de enxertia, externamente, uma linha de depressão na casca acompanhada por uma anormal brotação do enxerto. Internamente forma-se uma linha de goma de coloração pardo-amarelada, com projeções na face interna da casca e correspondentes orifícios no lenho. Ao anelamento formado dá-se o nome de “bud-union- crease” e as plantas que o apresentam mostram deficiências nutricionais, lento crescimento, baixas produções, podendo morrer. (POMPEU JÚNIOR, 1980 e 1991). Muitos trabalhos foram realizados para tentar esclarecer as causas da incompatibilidade existente entre alguns citros, podendo ser esta de natureza fisiológica. Salibe (1968a, 1968b, 1968c) desenvolveu estudos sobre a natureza da incompatibilidade em enxertias de citros, realizando vários testes com variedades incompatíveis com o P.Trifoliata, usando também inóculos da exocorte, sorose e xiloporose. Constatou que o problema não é transmissível pela enxertia e nem está ligado à presença de viroses, mas sim de uma incompatibilidade fisiológica entre a variedade-copa e o porta- enxerto de P.Trifoliata (confirmado por meio de enxertias recíprocas entre P.Trifoliata e limão ‘Eureca’). Goldschmidt-Blumental (1956) realizou estudos morfológico- anatômicos de laranjeira ‘Shamouti’ enxertada em nove porta-enxertos, no que se refere a natureza da união entre os tecidos dessas plantas. Na linha de união entre as partes, ocorreram alterações na largura e número de vasos e na capacidade de conduzir água. No caso de incompatibilidade de tecidos, ocorreu uma forte acumulação de amido no tecido da copa, o que resultou na formação de uma área escura acima do ponto de união. Salibe (1968a) relata que foram avaliadas quarenta variedades cítricas de clones nucleares sobre P.Trifoliata, tendo relacionado que as seguintes variedades apresentaram sintomas de incompatibilidade: laranjeira ‘Pêra’, ‘Seleta de Itaboraí’, Limoeiros ‘Eureka’, ‘Armstrong’s ’, ‘Harris’, ‘Genova’, ‘Deodoro’ e ‘Siciliano’; Limeiras ‘Selvagem’ e ‘Seda’; cidreira ‘Etrog’, ‘Doce’ e ‘Citremon of commerce’, Limeira ‘Francana’ e de ‘Umbigo’. 11 Pompeu Júnior (1980 e 1991) cita que os principais tipos de incompatibilidade entre copas e porta-enxertos ocorridos no Brasil são laranjeira ‘Pêra’ e ‘Seleta de Itaboraí’ sobre Trifoliata ou limoeiro ‘Rugoso-da-Flórida’; ‘Eureka’ e ‘Siciliano’ sobre Trifoliata e citranges; limoeiro ‘Siciliano’ e laranjeira ‘Pêra’ sobre Citrumelo ‘Swingle’, e laranjeira ‘Pêra’ sobre limoeiro ‘Volkameriano’. A enxertia possibilita o contato dos vegetais geneticamente diferentes com sistemas fisiológicos, bioquímicos e anatômicos distintos permitindo assim tanto interações favoráveis como desfavoráveis. Dentre estas, destaca-se a ocorrência de pouca afinidade e até incompatibilidade entre copas e porta-enxertos. Até o momento não são conhecidas as causas da incompatibilidade que ocorre nas plantas. Uma das hipóteses afirma que ela está associada a diferenças no vigor e no início e término do ciclo vegetativo do porta-enxerto e do enxerto. Outras atribuem-na a diferenças fisiológicas e bioquímicas, em decorrência de substâncias preexistentes ou formadas na região da enxertia. Alguns autores associam-na a fatores, provavelmente vírus, transmissíveis por borbulhas (BRIDGES & YOUTSEY, 1968; MCCLEAN, 1974). Os fatores ambientais exercem influência na expressão ou não da anomalia, o que poderia explicar a não visualização dos sintomas em determinadas situações. A incompatibilidade pode ser definida como um fenômeno de senescência prematura causada por processos fisiológicos e bioquímicos e que pode ser intensificado sob condições de estresse (FEUCHT, 1988). Nas plantas cítricas os sintomas de incompatibilidade são caracterizados por deficiências nutricionais, queda das folhas, seca de ponteiros, brotação exagerada do porta-enxerto e produções não econômicas de frutos, as plantas podem vir a morrer. Retirada a casca da região da enxertia, observa-se penetração da casca do lenho em parte ou em toda a circunferência do tronco quase sempre acompanhada pela formação da goma tanto na casca quanto no lenho (NAURIYAL et al.,1958; POMPEU JÙNIOR et al., 1972). No Brasil, as incompatibilidades mais importantes são as da laranja ‘Pêra’ e ‘Seleta de Itaboraí’ enxertadas em limão ‘Rugoso da Flórida’ (C.jambhiri Lush.) e trifoliata ‘Limeira’ (POMPEU JÚNIOR et al., 1972). Mais recentemente foi constatada incompatibilidade da laranja ‘Pêra’ com o limão ‘Rugoso da África’ (C.jambhiri Lush.) 12 (POMPEU JÚNIOR, 1996) e com o citrumelo ‘Swingle’ (POMPEU JÚNIOR, 1991), e dos clones ‘Pêra premunizada’ e ‘Pêra Bianchi’ com o citrumelo ‘Swingle’ e da ‘Pêra premunizada’ com os citrumelos ‘F80-3’ e F80-5’ (POMPEU JÚNIOR, 2000; POMPEU JÚNIOR & BLUMER, 2002). Laranjeiras ‘Valência’, com 14 anos de idade, passaram a apresentar sintomas de incompatibilidade quando enxertadas no limoeiro ‘Cravo’ e em citrange ‘Carrizo’ (POMPEU JUNIOR & BLUMER, 2002). Estudos conduzidos com o limão ‘Eureka’ enxertado em seleções de trifoliata mostraram que as seleções consideradas nanicantes não apresentam os sintomas de incompatibilidade constatados nos limoeiros formados sobre as seleções mais vigorosas (NAURIYAL et al., 1958). Cabe ressaltar que o maior diâmetro do tronco do porta-enxerto em relação ao da copa ou vice-versa nem sempre é indicativo de incompatibilidade. Diversos cultivares de citros enxertados sobre trifoliadas e seus híbridos mostram maior diâmetro do caule do porta-enxerto em relação ao da copa, porém as plantas não apresentam anel de goma e são produtivas longevas. Nas plantas cítricas as incompatibilidades podem ser superadas pelo uso de interenxertos, compatíveis com copa e porta-enxerto, inseridos por ocasião da formação da muda. Porém tal processo aumenta o custo final da muda. 2.5. Pesquisa em Melhoramento de Porta-Enxertos Embora a enxertia dos citros já fosse conhecida desde o século V, considera-se que o principal indutor da transição da citricultura de pés francos para a de plantas enxertadas foi o da doença gomose de Phytophthora na Ilha dos Açores, em 1842, e seu controle mediante porta-enxertos resistentes, entre os quais a laranja ‘Azeda’ (CHAPOT, 1975). Posteriormente, por volta de 1890, foi observado, na África do Sul e na Austrália, o declínio de laranjeiras e tangerineiras enxertadas em laranja ‘Azeda’, o que levou a sua substituição pelo limão ‘Rugoso’. A princípio, considerado como uma forma de incompatibilidade entre copas e porta-enxertos, teve a sua origem virótica, transmissão por borbulha e pelo pulgão-preto, demonstrada no Brasil em 1946 (MENEGHINI, 1946). A 13 inviabilidade do controle do vetor obrigou a substituição da laranja ‘Azeda’ por porta-enxertos tolerantes a essa virose, denominada de tristeza por Moreira (1942). Esses dois eventos são considerados os principais impulsionadores do melhoramento de porta-enxertos em todo o mundo. Nesse tipo de melhoramento busca-se a obtenção de variedades que sejam tolerantes/resistentes a fatores bióticos (doenças e pragas) e abióticos (adversidades). Dentre os fatores bióticos destacamos a tristeza, o declínio, à gomose, à morte súbita e os nematóides. Já em relação aos fatores abióticos, os porta-enxertos devem possuir boa tolerância aos altos teores de alumínio, à salinidade, ao frio, ao encharcamento e à seca. Além disso, é desejável que o porta-enxerto induza boa produção e qualidade de fruto, possua facilidade de propagação, seja compatível com as principais variedades copa e contribua para a maior longevidade das plantas. Os primeiros programas de melhoramento de porta-enxertos basearam- se em métodos tradicionais de seleção de variedades e clones e também em hibridações controladas. Após as devastadoras geadas ocorridas na Flórida em 1894-1895, Webber e Swingle iniciaram, em 1897, o primeiro programa de melhoramento por hibridação realizado pelo United States Departament of Agriculture, Flórida, EUA, o qual visava à transferência da resistência ao frio apresentada pelo trifoliata aos principais cultivares copas. Desse trabalho, surgiram dezenas de híbridos –citranges, citrumelos, citrandarins, citradinas, citremons e citrumquats—alguns dos quais vieram a se tornar porta-enxertos comerciais em diversos países, inclusive no Brasil. Naquela época, não havia nenhum problema sério relacionado com porta-enxertos, porque a quase totalidade dos pomares era formada por plantas originadas de sementes. Um programa de melhoramento também foi implementado na Califórnia, no início do século XX e desenvolvido por várias décadas dando origem, entre outros, aos citranges C-32 e C-35, ambos híbridos de trifoliata Webber-Fawcett, com laranja Ruby (ROOSE, 1990). Na ilha de Java, por volta de 1920, trabalhos conduzidos H. J. Toxopeus resultaram na seleção de porta-enxertos resistentes à gomose de Phytophthora (CAMERON & FROST, 1968). 14 Ao longo do século passado, diversos países, com destaque para os Estados Unidos e a Espanha, iniciaram programas de melhoramento de porta-enxertos utilizando hibridação controlada e, mais recentemente, a fusão de protoplastos e a transgenia (GROSSER & CHANDLER, 2002; FORNER et al., 2002, 2003). Nos Estados Unidos já estão em uso comercial os citrumelos F80-5, F80-3 e os citrandarins Changsha x English Large (US-815), bem como Sunki x Benecke (US- 812). Na Espanha, quatro híbridos já foram liberados para uso: citrandarins Cleópatra x Trifoliata (F&A-5) e (F&A-13), King x Trifoliata (F&A-517) e o híbrido citrange Troyer x Tangerina comum (F&A-418). No Brasil, os estudos visando ao melhoramento de porta-enxertos foram iniciados por volta de 1920 e até a década passada baseados essencialmente na seleção varietal ou clonal de variedades importadas. Um deles, iniciado em 1948, permitiu determinar a tolerância à tristeza de 400 citros e afins, introduzidos na quase totalidade dos Estados Unidos (GRANT et al., 1961), e incorporados ao banco de Germoplasma de Citros do Instituto Agronômico. Posteriormente, quase três centenas de outras introduções, do Brasil e do exterior, foram incluídas nesse acervo. Esse germoplasma vem sendo utilizado em São Paulo e em outros estados e países para estudos concernentes a porta-enxertos, tendo gerado a publicação de dezenas de artigos. Ao que parece, foi Dornelles o pioneiro na produção de híbridos, quando na Estação Experimental de Taquari, RS, criou dezenas de citranges pela polinização de laranjeiras [C. sinensis (L.) Osb.] ‘Pêra’ ou ‘Valência’. Dentre eles destacam-se o C-13 e o C-37, descendentes da laranja ‘Pêra’, tolerantes à tristeza e resistentes à gomose de Phytophthora (PORTO & SOUZA, 1984 apud SALIBE, 1968). Em 1974, na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias-UNESP, foram produzidos híbridos de tangerina ‘Satsuma’ (C. unshiu Marcow.), a princípio visando à obtenção de variedades produtoras de frutos de maturação precoce e resistentes ao cancro cítrico, os quais também vem sendo avaliados como porta-enxertos (DONADIO et al., 2001). A partir de 1990 diversas entidades iniciaram a produção de porta- enxertos. Na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”- USP, foram realizadas fusões de protoplastos, almejando a obtenção de híbridos de limão ‘Cravo’ e de limão ‘Volkameriano’ resistentes ao declínio e à MSC (MOURÃO FILHO & MENDES, 2002). 15 No Centro de Energia Nuclear na Agricultura-USP, foram criados, também por fusão de protoplastos, híbridos de tangerina ‘Cleópatra’ com limão ‘Cravo’ ou laranja ‘Caipira’ (LATADO et al., 2002). No Instituto Agronômico, a polinização controlada produziu híbridos entre limão ‘Cravo’, laranja ‘Azeda’, tangerina ‘Sunki’ e Trifoliata. Estes enxertados com laranja ‘Valência’, 396 mostraram-se tolerantes à tristeza, 100 induziram maior produção de frutos que a tangerina ‘Sunki’, e 47, mais que o limão ‘Cravo’ (SALIBE et al., 1969) Na Embrapa Mandioca e Fruticultura produziram-se porta-enxertos por hibridação e fusão de protoplastos a partir dos limões ‘Cravo’ e ‘Volkameriano’, laranja doce, laranja ‘Azeda’, tangerinas ‘Cleópatra’ e ‘Sunki’ e trifoliata (SOARES FILHO et al., 2002). No Centro APTA Citros “Sylvio Moreira”, mediante polinização controlada, foram produzidos híbridos entre limão ‘Cravo’, laranja ‘Caipira’, laranja ‘Azeda’, tangerina ‘Sunki’ e trifoliata ‘Rubidoux’ (CRISTOFANI, 1997). A Agrocitros Citrolima Ltda, em Santa Cruz das Palmeira (SP), criou híbridos a partir dos limões ‘Cravo’ e ‘Volkameriano’, laranjas ‘Valência’ e ‘Azeda’, trifoliata ‘Flying Dragon’ [P. trifoliata (L.) Raf. var. monstrosa], citrange ‘Carrizo’, citrumelo ‘Swingle’, tangerina ‘Sunki’ e tangelo ‘Orlando’ (C. reticulata Blanco x C. paradisi Macf.). A maior parte desse germoplasma está em fase inicial de avaliação de seu comportamento na presença dos agentes limitantes às plantas cítricas. Esses trabalhos permitirão reduzir a indesejável dependência da introdução de germoplasma do exterior, quase sempre sujeita à boa vontade de pesquisadores e instituições e potencialmente introdutora de novas pragas e doenças. Foram realizados inúmeros trabalhos de melhoramento genético e horticultural de porta-enxertos cítricos no Brasil e nos outros países produtores, envolvendo as várias áreas científicas do universo citrícola, indo desde a caracterização de espécies, passando pelos testes de variedades resistentes a moléstias e pragas, até os modernos métodos de melhoramento in vitro, via cultura de tecidos, fusão de protoplastos para obtenção de variedades e híbridos superiores. Os citros oferecem grandes dificuldades quanto aos processos de melhoramento, citando-se entre eles: o longo tempo (6 a 10 anos) para a planta originada de 16 sementes alcançar a fase reprodutiva, alta poliembrionia em algumas variedades/espécies; alta taxa de heterozigose resultando na produção de grande número de descendentes diferentes dos progenitores; e alta juvenilidade. Segundo Pompeu Júnior (1991), o estudo de porta-enxertos foi iniciado no Brasil em 1925, na ESALQ – Piracicaba, onde foram postos em competição cinco porta-enxertos para laranjeira ‘Bahia’, portadora de sorose. Visando eliminar o efeito depressivo de doenças viróticas nas plantas, que podem mascarar os resultados da interação copa-porta enxerto, Moreira (1956) postulou o seguinte: “Para se obter a reação real de uma variedade copa em um determinado porta-enxerto, os ensaios de porta-enxertos devem ser estabelecidos somente de pés francos, enxertados com copas de clones nucleares”. Observe-se que não é fácil a obtenção de um porta-enxerto que consiga reunir em seu mapa genético tantas características desejáveis e possa atender as exigências da variedade copa, citricultor e alternativas de mercado. Talvez, por essa razão, o limoeiro ‘Cravo’ no Brasil tenha alcançado tanta popularidade ainda que não seja insubstituível, na medida que surgem (caso da MSC) ou que possam surgir limitações para seu uso. Sobre essa vulnerabilidade a que as variedades estão sujeitas com o passar do tempo, é que a pesquisa deve atuar para oferecer, no momento oportuno e estratégico, outras alternativas para maior segurança da citricultura. Uma das espécies mais importantes utilizadas para obtenção de híbridos de citros é o Poncirus trifoliata. O Trifoliata e alguns de seus híbridos comportam-se como variedades porta-enxertos de valor, sendo os frutos de alguns dos híbridos mais ou menos comestíveis (tangelos). O gênero Poncirus foi estabelecido em 1815 por Rafinesque, e segundo Hodgson (1967) em decorrência de sua tolerância ao frio, o Poncirus trifoliata foi desde o início usado no programa de melhoramento de citros do USDA. Iniciados na Flórida em 1897 e depois por várias décadas, muitos cruzamentos foram feitos entre Trifoliata e espécies de Citrus e outros gêneros. Destes trabalhos, surgiu uma série de híbridos bigenéricos os Citranges, Citrumelos, Citrandarins, Citremons, Citradias e Citrangequats, alguns deles de importância horticultural. 17 Entre os citranges podem-se destacar o ‘Morton’, ‘Coleman’, ‘Savage’, ‘Carrizo’, ‘Rusk’, ‘Troyer’, ‘Rustic’, ‘Uvalde’ e ‘Benton’. Com relação aos Citrumelos, uma série deles foi produzida na Flórida por volta de 1900, por WALTER SWINGLE e H. G. WEBBER. O mais importante foi o Citrumelo ‘Swingle’, liberado em 1974 pelo USDA, da Flórida, sob o código CPB 4475 (CASTLE, 1986). É hoje, um porta-enxerto usado em vários países, e, só no ano agrícola 91/92, a metade das plantas em viveiros da Flórida foi produzida sobre citrumelo ‘Swingle’. No Brasil, o porta-enxerto mais importante é o limoeiro ‘Cravo’. Salibe (1969) cita que a planta é originária das florestas de Rungpore, na Índia, tendo sido introduzida no Brasil pelos portugueses no período de colonização. Pompeu Júnior (1991) informa que o Instituto Agronômico de Campinas, desde 1899, se dedica ao estudo dos citros e, no caso dos porta-enxertos, de um modo geral, o limoeiro’Cravo’ está sempre entre os mais produtivos. Outros porta-enxertos selecionados nos experimentos foram o limoeiro ‘Volkameriano’, tangerineiras ‘Oneco’, ‘Batangas’, ‘Swatow’, ‘Cleópatra’ e ‘Sunki’, tângelo ‘Orlando’ e as laranjeiras doces ‘DAC’, ‘Hamlin A’ e ‘Orvalho de Mel’. Observa ainda que o citrumelo ‘Swingle’ foi pouco estudado no Brasil. Salibe (1969) realizou caracterização horticultural do limoeiro ‘Volkameriano’. (Citrus volkamerina Pasquale), o qual foi introduzido no Brasil em 1959, por esse pesquisador, a partir da Itália. As quatro seleções, denominadas ‘Palermo’, ‘Catania’, ‘Acireale 1’ e ‘Acireale 2’, apresentaram as seguintes características como porta-enxerto: vigor, tolerância a tristeza e resistência a gomose de Phytophthora. 18 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Área experimental O experimento foi conduzido dentro de pomar comercial com idade de um ano e meio, implementado com espaçamento de 7 metros entrelinhas e 4 metros entre plantas, localizado na Fazenda Shangri-lá, no município de Bauru, SP, no Km 380 da Rodovia Bauru/Marília, com as seguintes coordenadas geográficas: 22o-21’ latitude sul, 49o 01’ longitude oeste e altitude de 630 metros. O município de Bauru/SP, segundo dados da Coordenadoria de Assistência Integral - CATI (2003), apresenta clima temperado quente (mesotérmico) com chuvas no verão e seca no inverno e temperatura média mais quente superior a 26oC. As características químicas do solo foram analisadas de acordo com a metodologia descrita pelo Boletim Técnico nº 100 (IAC, 1997). 19 Quadro 1. Resultados das análises químicas do solo em 2003 e 2004, Bauru-SP. Ano Prof. Amostra cm P-resina Μg.cm-3 K Ca Mmolc.dm-3 Mg V % M.O. 2003 0-20 34 1,4 21 8 60,5 1,3 2004 0-20 35 1,6 23 12 68,7 1,1 3.2. Combinações copa/porta enxertos avaliados Foram avaliadas oito combinações de porta-enxertos/copa cítricos, visando obter boas opções de cultivo para a região de Bauru/SP, sendo que eles encontram- se descritos no Quadro 2. Quadro 2. Combinações de copa/porta-enxertos cítricos avaliados no experimento. Bauru/SP/2003 e 2004. 1 Laranjeira- ‘IAC-2000’ / Limoeiro ‘Cravo’ 2 Laranjeira- ‘Folha Murcha’ / Citumeleiro ‘Swingle’ 3 Laranjeira- ‘IAC-2000’ / Tangerineira ‘Sunki’ 4 Laranjeira- ‘Folha Murcha’ / Limoeiro ‘Cravo’ 5 Laranjeira- ‘Pêra Natal’ / Citrumeleiro ‘Swingle’ 6 Laranjeira- ‘Pêra Natal’ / Limoeiro ‘Cravo’ 7 Laranjeira ‘João Nunes’ / Limoeiro ‘Cravo’ 8 Laranjeira ‘João Nunes’ / Tangerineira ‘Sunki’ 20 3.3. Avaliações As plantas foram avaliadas nos anos de 2003 e 2004 no período da safra principal, correspondente ao período de maio a agosto. Foram avaliados a altura das plantas (m), o perímetro da copa (m), o diâmetro do caule na altura da enxertia (mm), o teor de sólidos solúveis (SST) expresso em graus Brix e a acidez titulável (ATT) expressa em g de ácido cítrico/100g de polpa,, apenas no ano de 2004, quando iniciou-se a produção dos frutos. As mensurações foram realizadas com o auxílio de régua graduada em metros, as dimensões foram tomadas do solo até o ápice da planta para a altura e paralela a linha do plantio, na altura da cintura do observador (obtenção do diâmetro da copa) para o perímetro da copa, paquímetro digital em mm medido na altura da enxertia para o diâmetro do caule. No ano de 2004, quando se iniciou a produção de frutos, foram coletadas amostras de dez frutos dos quatro blocos e em seguida, foi determinado o teor de sólidos solúveis (SST), característica de grande interesse comercial. A medida dos sólidos solúveis totais foi feita por meio derefratômetro digital B&S mod. RFM 330, corrigido pela temperatura e pela acidez, expresso em graus Brix (oBrix) e a acidez titulável (ATT - % de ácido cítrico), conforme metodologia preconizada pelo Instituto Adolfo Lutz (1985). 3.4. Delineamento Experimental O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso. Foram utilizadas 128 plantas, as quais estavam divididas em 8 tratamentos correspondentes as combinações copa-porta enxertos cítricos, 4 repetições e 4 plantas úteis por parcela experimental. As plantas escolhidas estavam concentradas no interior dos talhões preservando a bordadura deles. Os resultados obtidos foram submetidos à analise de variância e teste de comparação de médias, segundo Banzatto & Kronka (1992). 21 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos no presente trabalho encontram-se nos quadros 3 a 6 e figuras 1 a 4. A análise de variância da altura da planta e do perímetro da copa em 2003 e 2004 e o diâmetro do caule na altura da enxertia em 2004 são apresentados no Quadro 3. Quadro 3. Análise de variância da altura da planta e perímetro da copa para as combinações de copa/porta-enxerto (2003 e 2004) e o diâmetro do caule na altura da enxertia (2004). Bauru/SP. Fonte de variação G. L. Quadrado médio ----------------------------------------------------------------------- Alt./03 cm Alt./04 cm Per./03 m Per./04 m Dia./04 mm Combinações 7 18,28** 17,82** 19,44** 9,81** 52,88** Blocos 3 3,58 2,06 0,62 0,94 5,58** CV (%) 4,3 5,3 9,7 15,68 15,79 ** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F Os dados da altura da planta e do perímetro da copa em 2003 e 2004 e do diâmetro do caule na altura da enxertia, em 2004, são apresentados no Quadro 4 e tiveram suas médias comparadas pelo teste de Tukey a 1% de probabilidade. 22 A análise dos dados mostra certa proporcionalidade entre a altura e o diâmetro das copas. As combinações de copa/porta-enxerto que induziram as maiores alturas, geralmente, também proporcionaram os maiores perímetros. Tal fato é interessante, tendo em vista que a altura da planta e o perímetro da copa estão entre os fatores que determinam o espaçamento mais adequado para uma determinada combinação copa/porta-enxerto. O porta-enxerto que induziu maior altura às plantas, foi o limoeiro ‘Cravo’, com a copa de laranjeira ‘João Nunes’. No entanto quando combinado com as laranjeiras ‘Pêra Natal’ e ‘IAC 2000’, seu desempenho foi intermediário, os porta-enxertos citrumeleiro ‘Swingle’ e tangerineira ‘Sunki’ apresentaram consistentemente as menores alturas. As copas que apresentaram os maiores perímetros foram as das laranjeiras ‘Folha Murcha’sobre citrumelo ‘Swingle’, ‘Pêra Natal’ sobre limoeiro ‘Cravo’ e ‘João Nunes’ sobre limoeiro ‘Cravo em 2004, com pequenas diferenças entre si e quando combinadas com diferentes porta-enxertos, apresentaram diferenças. A laranjeira ‘IAC 2000’/tangerineira ‘Sunki’, apresentou o menor perímetro, permitindo assim, um adensamento maior de plantas por área. Quadro 4. Médias da altura de plantas e perímetro da copa em 2003 e 2004 e diâmetro do caule na altura da enxertia em 2004. Bauru/SP. Copa/porta-enxerto Alt/2003 (cm) Alt/2004 (m) Per/2003 (m2) Per/2004 (m2) Diam/2004 (mm) IAC2000/L.Cravo 2,18BC 2,41B 5,36BC 7,32B 25B Folha murcha/C. Swingle 2,21BC 2,33B 5,72AB 8,46A 23,88BC IAC2000/T. Sunki 1,89D 2,01C 3,57E 4,99C 15,38D Folha murcha/L. Cravo 2,38AB 2,53AB 4,89CD 7,38B 23,31BC Pêra Natal/C. Swingle 2CD 2,31B 4,81CD 7,35B 21,94C Pêra Natal/L. Cravo 2,21BC 2,33B 6,59A 8,25A 25B João Nunes/L. Cravo 2,49A 2,78A 5,94AB 8,99A 29,56A João Nunes/T. Sunki 2,04CD 2,47B 4,28DE 7,37B 24,63B * médias seguidas pela mesma letra , na mesma coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey à 1% de probabilidade 23 Tendo em vista que o espaçamento utilizado no experimento foi de 7 m x 4 m e que, em 2004, apenas a combinação laranjeira ‘IAC 2000’ sobre tangerineira ‘Sunki’ apresentou perímetro de copa inferior a 7 m, é razoável supor que as plantas poderão crescer livremente e que as dimensões alcançadas aos 4 anos são reais. As Figuras 1, 2 e 3 mostram a variação da altura da planta e do perímetro da copa em 2003 e 2004 bem como diâmetro do caule na altura da enxertia em 2003, para as combinações estudadas, respectivamente. Figura 1. Altura da planta (cm) em 2003 e 2004. Bauru/SP. 0 0,5 1 1 ,5 2 2 ,5 3 IAC20 0 0/L Crav o F M urch a/C Swin gle IA C2 00 0 /T Sunk i F M urch a/L Crav o P N at al/C Swin gle P Nat al/L Crav o J Nunes/L Crav o J N un es/T Sunk i M et ro s Altura 2004 Altura2003 24 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 IAC2000/L Cravo F Murcha/C Swingle IAC2000/L Cravo F Murcha/C Swingle P Natal/C Swingle P Natal/L Cravo J Nunes/L Cravo J Nunes/T Sunki Metros Perímetro 2004 Perímetro 2003 Figura 2. Perímetro da copa (m2) em 2003 e 2004. Bauru/SP. Diâmetro 2004 0 5 10 15 20 25 30 35 IAC2000/L Cravo F Murcha/C Swingle IAC2000/T Sunki F Murcha/L Cravo P Natal/C Swingle P Natal/L Cravo J Nunes/L Cravo J Nunes/T Sunki Milimetros Figura 3. Diâmetro do caule na altura da enxertia (mm) em 2003. Bauru/SP. 25 A análise de variância para o teor de sólidos solúveis totais (SST) e acidez total titulável (ATT) em 2004, mostrou diferenças significativas, pelo teste F para as combinações estudadas (Quadros 5 e 6). De modo geral, os frutos cítricos são comercializados para consumo ao natural ou para processamento industrial atendendo as conveniências do produtor. Assim é desejável a seleção de copas/porta-enxertos que induzam às plantas teores adequados de sólidos solúveis. Os dados do Quadro 6 revelaram que a laranjeira ‘Pêra Natal’ apresentou, independentemente do porta-enxerto, alto teor de sólidos solúveis totais e acidez total titulável, enquanto as laranjeiras ‘João Nunes’, ‘Folha Murcha’ e ‘IAC 2000’ tinham os teores variáveis de acordo com o porta-enxerto usado. Nas condições experimentais, o porta- enxerto limoeiro ‘Cravo’ foi superior ao citrumeleiro ‘Swingle’ e a tangerineira ‘Sunki’, nesses aspectos. Quadro 5. Análise de variância para o teor de sólidos solúveis totais (SST) e acidez total titulável (ATT) em 2004. Bauru/SP. Fonte de variação G. L. F (SST) F (ATT) Combinações 7 24,56** 22,88** Blocos 3 5,34** 7,25** CV (%) 13,7 10,15 ** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. Quadro 6. Médias do teor de sólidos solúveis totais (SST), acidez total titulável (ATT) e ratio em 2004. Bauru/SP. Copa/porta-enxerto SST (º Brix) ATT (%) Ratio IAC2000/L. Cravo 7,75B 0,99AB 7,83AB Folha murcha/C. Swingle 8AB 0,86B 9,3ª IAC2000/T. Sunki 6,96BC 1,02AB 6,82B Folha murcha/L. Cravo 7,49B 1,63A 4,59C Pêra Natal/C. Swingle 9,55A 1,25A 7,64AB Pêra Natal/L. Cravo 9,46A 1,25A 7,57AB João Nunes/L. Cravo 7,36B 0,93AB 7,91AB João Nunes/T. Sunki 6,44C 0,57C 11,3ª * médias seguidas pela mesma letra , na mesma coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey à 1% de probabilidade 26 Figura 4. Teor de sólidos solúveis (SST), acidez titulável total (ATT) e Ratio em 2004. Bauru/SP. 0 2 4 6 8 10 12 IAC2000/L Cravo F Murcha/C Swingle IAC2000/T Sunki F Murcha/L Cravo P Natal/C Swingle P Natal/L Cravo J Nunes/L Cravo J Nunes/T Sunki SST (ºbrix) ATT (%) RATIO 27 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho, necessitaria de pelo menos 1 ano a mais de coleta de dados para que pudéssemos usar parâmetros de produtividade, visto que mesmo no segundo ano (2004) algumas plantas dentro das parcelas e dentro dos blocos não chegaram a produzir frutos. O tempo para conclusão do mestrado, inviabilizou a condução do experimento no campo, principalmente por tratar-se de plantas perenes, onde resultados indicativos da melhor combinação copa/porta-enxerto cítrico necessitariam mais anos de experimentação. 28 6. CONCLUSÕES Os resultados obtidos no experimento, que avaliou características de crescimento de três porta-enxertos cítricos, limoeiro ‘Cravo’, tangerineira ‘Sunki’ e citrumeleiro ‘Swingle’, enxertados em quatro cultivares copa, laranjeiras ‘Folha Murcha’, ‘IAC 2000’, ‘Pera Natal’ e ‘João Nunes’, na região de Bauru/SP, durante os anos agrícolas de 2003 e 2004, permitiram as seguintes conclusões: - A combinação do cultivar copa laranjeira ‘João Nunes’ sobre o porta-enxerto de limoeiro ‘Cravo’ apresentou a maior altura de plantas, perímetro e diâmetro do caule, diferindo estatisticamente das outras combinações estudadas e igualando-se à combinação laranjeira ‘Folha Murcha’ sobre o porta-enxerto de limoeiro ‘Cravo’, na altura da planta e perímetro do caule. - O maior teor de sólidos solúveis e acidez titulável foi observado na laranjeira ‘Pera Natal’ (9,46º Brix e 1,25%) independente do porta-enxerto usado. As laranjeiras ‘Folha Murcha’, ‘João Nunes’ e ‘IAC2000’ tiveram os teores variáveis de acordo com o porta-enxerto utilizado. - O porta-enxerto limoeiro ‘Cravo’ foi superior aos porta-enxertos citrumeleiro ‘Swingle’ e tangerineira ‘Sunki’, independente do cultivar copa usado. 29 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANZATTO, D.A. & KRONKA, S.N. Experimentação agrícola. FUNEP: Jaboticabal. 1992. 247 p. BASSANEZI, R. B.; GIMENES-FERNANDES, N.; MASSARI, C.A. Resultados do levantamento detalhado da morte súbita dos citros na região afetada – junho a setembro de 2002. Araraquara: Fundecitrus, 2002. 9p. BERETTA, M. J. G. POMPEU JUNIOR, J.; TEÓFILO SOBRINHO, J. et al. Avaliação do declínio de plantas em clones de limões ‘Cravo’ e ‘Volkameriano’. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 8., Brasília, 1986. Anais. Brasília: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 1986a. p. 243-247. BITANCOURT, A.A. A doença dos citros no Vale do Paraíba. O Biólogo, n.6., p.268-269, 1940. BRIDGES, G.D., YOUTSEY, C.O. 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Delineamento Experimental 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 6. CONCLUSÕES 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS