Cordeiro, Ricardo [UNESP]2014-05-202014-05-202000-10-01Revista de Saúde Pública. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, v. 34, n. 5, p. 522-528, 2000.0034-8910http://hdl.handle.net/11449/13385OBJETIVO: Embora sejam freqüentes os estudos epidemiológicos trazendo informações ocupacionais obtidas em entrevistas com familiares de trabalhadores, há poucos trabalhos analisando a validade dessas informações, sendo nenhum deles realizados em países em desenvolvimento. Objetivou-se estudar a validade do uso de informações ocupacionais obtidas de informantes secundários em estudos epidemiológicos, pela análise de concordância entre histórias ocupacionais obtidas em entrevistas independentes com os próprios trabalhadores e seus familiares. MÉTODOS: A história ocupacional de trabalhadores, residentes no Município de Botucatu, SP, em 1998, foi obtida por entrevistas com os próprios trabalhadores e com os familiares próximos. Calcularam-se a sensibilidade e a especificidade das informações ocupacionais dos familiares, considerando-se padrão-ouro a informação do trabalhador. Avaliou-se a concordância dos pares de informação pelo coeficiente Kappa. RESULTADOS: Foram entrevistados 2.163 pares trabalhador/familiar. A sensibilidade da informação ocupacional dos familiares variou entre 77,5% (IC95%; 64,6% -- 90,4%) e 98,9% (97,3% -- 100,0%), enquanto a especificidade variou entre 96,9% (96,0% -- 97,7%) e 99,9% (99,7% -- 100,0%). O coeficiente Kappa para a concordância da informação ocupação principal, segundo as duas fontes, foi de 0,86 (0,85 -- 0,88). CONCLUSÕES: A utilização de informações ocupacionais obtidas de informantes secundários, se tratadas como variáveis categóricas, tem validade. Utilizando-se informações relativas a tempos acumulados de trabalho, concluiu-se que informantes secundários subestimam os tempos de exposição quando comparados com os próprios trabalhadores.OBJECTIVE: Occupational studies often use data obtained from proxy respondents. However, few investigations have been conducted on the validity of occupational data provided by workers' surrogates. This study aimed to compare self-reported occupational data to information obtained from next-of-kin, as a contribution to assess the validity of using proxy respondents to obtain information about workers. METHODS: Worker/next-of-kin pairs, residents in Southeastern Brazil, were interviewed separately in 1998 about worker's occupational past history. The concordance, sensitivity, and specificity of proxy reports about workers' occupations were examined comparing to self-reports. RESULTS: A total of 2.163 worker/next-of-kin pairs were interviewed. The Kappa statistic for the agreement between worker's and next-of-kin's report about the worker's main occupation was 0.86 (CI95%; 0.85 -- 0.88). The sensitivity of proxy reports on occupations ranged from 77.5% (64.6% -- 90.4%) to 98.9% (97.3% -- 100.0%), and specificity ranged from 96.9% (96.0% -- 97.7%) to 99.9% (99.7% -- 100.0%). CONCLUSIONS: These are encouraging findings for the use of proxy respondents in occupational studies when occupations are considered as categorical variables. However, caution is required when assessing occupational exposition by means of cumulative work time because next-of-kin may underestimates this information.522-528porSaúde ocupacionalValidadeTrabalhoEntrevistasSensibilidade e especificidadeFamíliaEstudos casos-controlesOcupaçõesHistória ocupacionalOccupational healthValidityWorkInterviewsSensibility and specificityFamilyWorkersOccupacional historyValidade de histórias ocupacionais de informantes secundáriosValidity of occupational histories from proxy respondentsArtigo10.1590/S0034-89102000000500013S0034-89102000000500013Acesso abertoS0034-89102000000500013.pdf