Nagib, Gustavo [UNESP]2024-10-292024-10-292024NAGIB, Gustavo. Hortas urbanas e ativismo. In: GARCIA, Mariana Tarricone; BÓGUS, Cláudia Maria; COELHO, Denise Eugenia Pereira (org.). Hortas comunitárias urbanas: promovendo a saúde e a segurança alimentar e nutricional nas cidades. São Paulo: Instituto de Saúde, 2024. p. 307-320. ISBN 978-65-997616-8-3. Disponível em: https://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-de-saude/homepage/pdfs/livro-hortasurbanas_digital1.pdf.9786599761683https://hdl.handle.net/11449/257923Reconhecendo o vasto espectro socioespacial que contempla a pluralidade de práticas de agricultura urbana, este capítulo aborda especificamente um conjunto de hortas comunitárias intraurbanas, localizadas no centro expandido da cidade de São Paulo, em espaços públicos (institucionais ou de livre acesso), sem fins comerciais, materializadas após o surgimento, em 2011, de uma rede ativista denominada “Hortelões Urbanos”. Apresenta-se o processo de estruturação da referida rede, cujo papel volta-se ao fomento do debate público e à troca de informações sobre a autoprodução de alimentos dentro da cidade e a promoção da horticultura comunitária. Dada a capilaridade da rede Hortelões Urbanos, o capítulo também aborda a consequente articulação política entre as experiências de hortas comunitárias que se perenizaram ao longo da década de 2010 na cidade de São Paulo, culminando, em 2018, na criação da “União de Hortas Comunitárias de São Paulo (UHCSP)”. Esta última reúne uma dezena de iniciativas a fim de promover a ajuda mútua, a resolução de problemas comuns e o fortalecimento político da horticultura comunitária em espaços públicos da capital. Objetiva-se, assim, demonstrar a relação entre um tipo de ativismo urbano e a materialização de hortas comunitárias em São Paulo a partir da década de 2010, contribuindo para inserir a horticultura urbana no debate contemporâneo acerca do direito à cidade. Esta análise visa compreender a relação entre horticultura urbana e ativismo a partir de um esforço tanto teórico quanto empírico, reconhecendo as particularidades socioambientais de cada horta comunitária estudada, especialmente devido à inexistência de uma política ou um programa público municipal voltado às hortas comunitárias. Estas, em sua expressão ativista, revelam-se experiências de baixo consumo (energético, de insumos etc.), de promoção da saúde, da alimentação saudável, da autonomia (individual e coletiva) e da biodiversidade urbana, além de serem territorialidades de redes de solidariedade que questionam o planejamento estatal por meio da ação “radical” de cultivar alimentos na cidade.307-320porHorta urbanaHorta comunitáriaAgricultura urbanaAtivismoHortas urbanas e ativismoUrban gardens and activismCapítulo de livroAcesso aberto