Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu

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  • ItemDissertação de mestrado
    Transmissão de begomovírus por Bemisia tabaci Mediterranean e levantamento de espécies crípticas e vírus associados em estufas de pimentão e tomate no estado de São Paulo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-26) Oliveira, Cíntia Sabino [UNESP]; Sakate, Renate Krause [UNESP]; Nogueira, Angélica Maria [UNESP]
    As moscas brancas do complexo de espécies crípticas Bemisia tabaci causam severos danos na agricultura devido ao seu hábito polífago e por serem vetoras de diversos vírus, como dos gêneros Begomovirus e Crinivirus. No Brasil, B. tabaci Middle East-Asia Minor 1 (MEAM1) é a espécie críptica predominante desde 1990. A espécie críptica B. tabaci Mediterranean (MED) foi detectada no país em 2014, e desde então, altas infestações do inseto têm sido reportadas em estufas de solanáceas em várias regiões do estado de São Paulo. Após a invasão de B. tabaci MED, muitas dúvidas surgiram sobre a epidemiologia das doenças causadas por vírus transmitidos por mosca branca. Os principais objetivos do trabalho foram avaliar a eficiência de transmissão dos begomovírus tomato severe rugose virus (ToSRV) e tomato rugose mosaic virus (ToRMV) para plantas de tomate e do bean golden mosaic virus (BGMV) para plantas de feijão, por B. tabaci MEAM1 e quatro populações de B. tabaci MED, e verificar a incidência de espécies crípticas de mosca branca e vírus associados em estufas de tomate e pimentão no estado de São Paulo. Os resultados demonstraram que B. tabaci MEAM1 é uma excelente vetora de begomovírus e foi capaz de transmitir o ToSRV e o ToRMV para tomateiros e o BGMV para feijoeiro com alta eficiência. B. tabaci MED não foi capaz de transmitir o ToSRV e o ToRMV para plantas de tomate. Apenas uma população de B. tabaci MED foi capaz de transmitir BGMV para uma planta de feijão, o que demonstra que a espécie pode transmitir o vírus com uma baixa eficiência. Ao avaliar a aquisição dos vírus pelo inseto, observou-se que tanto B. tabaci MEAM1 como B. tabaci MED são capazes de adquirir o ToSRV, ToRMV e BGMV. Para verificar o avanço da espécie críptica MED e vírus em ambiente de cultivo protegido de tomate e pimentão, foram feitas coletas de folhas e moscas brancas em diferentes municípios produtores no estado de São Paulo. Os resultados demonstraram predominância de B. tabaci MED nas duas culturas, maior incidência de crinivírus em tomate do que em pimentão e ausência de begomovírus nas estufas analisadas. Esses resultados corroboram com os dados obtidos nos ensaios de transmissão e aquisição, e sugerem que a prevalência de B. tabaci MED pode alterar o cenário de ocorrência de vírus nessas culturas no estado de São Paulo.
  • ItemTese de doutorado
    Produção de berinjela com adubação fosfatada orgânica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-12-12) Ávila, Jorgiani de; Cardoso, Antonio Ismael Inacio [UNESP]
    A berinjela é uma hortaliça fruto que tem apresentado um expressivo aumento no consumo nos últimos anos, devido à grande procura da população por opções de alimentos mais saudáveis. Por ser uma espécie que demanda poucos tratos culturais e que se adapta bem ao cultivo orgânico, os produtores têm apostado nesse sistema de cultivo para a berinjela. Porém, ainda existem poucas informações técnicas acerca das exigências nutricionais dessa hortaliça que auxiliem no cultivo mais eficiente e lucrativo. Diante disso, objetivou-se com esta pesquisa avaliar o efeito de doses de duas fontes de fósforo orgânico sobre o desempenho agronômico e o acúmulo de macronutrientes em frutos de berinjela. As plantas do experimento foram conduzidas em vasos, em ambiente protegido na Fazenda Experimental Lageado, pertencente a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) localizada em Botucatu, São Paulo, Brasil. Foram avaliados nove tratamentos no delineamento experimental em blocos casualizados, com cinco repetições. Os tratamentos resultaram do esquema fatorial 2 x 4 + 1, sendo o primeiro fator constituído por duas fontes de adubo fosfatado (farinha de ossos e termofosfato Yoorin®) e o segundo fator foi constituído por quatro doses de fósforo (160, 320, 480 e 640 kg ha-1 de P2O5), além do tratamento controle sem estes adubos fosfatados (considerado como dose 0). Foram avaliados o número e a massa de frutos total e comercial, massa média por fruto, comprimento e diâmetro de frutos comerciais, além da matéria seca e o acúmulo de macronutrientes nos frutos. Quando houve diferença entre os adubos para as características agronômicas, o termofosfato Yoorin® foi superior a farinha de ossos, com maior produção de frutos. Quanto as doses, recomenda-se de 402 e 479 kg ha-1 de P2O5 quando se utiliza o termofosfato Yoorin®. Por outro lado, o acúmulo de matéria seca e de P nos frutos de berinjela não foram influenciados pelos adubos fosfatados termofosfato Yoorin® e a farinha de ossos. No entanto, a aplicação de farinha de ossos resultou em maior acúmulo de N, K, Ca, Mg e S em frutos de berinjela em comparação ao termofosfato Yoorin®, com o maior acúmulo de matéria seca nos frutos de berinjela estimado na dose de 424 kg ha-1 de P2O5, e o acúmulo de macronutrientes em função das doses de fósforo seguiu o mesmo padrão de aumento da matéria seca. A ordem decrescente de acúmulo de macronutrientes nos frutos de berinjela foi: N > K > P> Mg > Ca > S. Dessa forma, recomenda-se, para um solo pobre em fósforo, doses entre 402 e 479 kg ha-1 de P2O5.
  • ItemDissertação de mestrado
    Avaliação comparativa entre colhedoras de cana-de-açúcar de uma linha e de duas linhas, com espaçamento simples
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-08-02) Melo, André Campos [UNESP]; Lanças, Kleber Pereira [UNESP]
    Os fabricantes de máquinas agrícolas com o objetivo de desenvolver seus equipamentos investem em pesquisas e novos projetos. Objetivos como a melhoria da qualidade operacional e desempenho de colheita aliados com menores consumos de combustível são indicadores desejados. Novos equipamentos e melhorias são entregues aos mercados todos os anos e os clientes finais têm a necessidade de saber quais são os impactos dessas mudanças. Desse modo torna-se essencial a realização de ensaios para avaliar a eficácia das colhedoras de cana-de-açúcar e identificar quais são os melhores parâmetros operacionais, a fim de garantir a máxima eficiência na colheita. Os ensaios realizados neste trabalho foram conduzidos em um canavial com a variedade SP 801842, em seu quarto corte, com espaçamento entre linhas de 1,5 m e produtividade agrícola estimada de 75 t ha-1, caracterizando um plantio de porte ereto. As velocidades de deslocamento avaliadas foram 3 km h-1, 4 km h-1 e 5 km h-1. Os parâmetros avaliados nos ensaios foram a eficiência operacional e energética, a qualidade de colheita e perdas visíveis de matéria prima em duas colhedoras de cana-de-açúcar sendo uma de uma e outra de duas linhas. Nas avaliações de eficiência energética a colhedora de duas linhas apresentou menor consumo específico e maior capacidade de campo em relação a colhedora de uma linha. As avaliações de perdas visíveis de matéria prima a colhedora de duas linhas demonstrou maior quantidade de perdas, um maior dano periférico aos rebolos e menor qualidade de corte que a colhedora de uma linha. Este estudo fornece ideias valiosos para fabricantes, agricultores e pesquisadores interessados em melhorar a eficiência das colheitadeiras de cana-de-açúcar. A compreensão das complexidades envolvidas na seleção e operação desses equipamentos é essencial para maximizar os benefícios econômicos e ambientais da colheita mecanizada de cana-de-açúcar.
  • ItemTese de doutorado
    Contagem automática de plantas de soja por meio de Inteligência Artificial e dados de Aeronave Remotamente Pilotada – RPA
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-23) Souza, Flávia Luize Pereira de [UNESP]; Campos, Sérgio [UNESP]; Shiratsuchi, Luciano Shozo; Dias, Mauricio Acconcia; Favan, João Ricardo; Louisiana State University; University of Connecticut
    Soja, um componente vital da agricultura global, possui uma importância econômica significativa no Brasil e Estados Unidos, juntos produzem 69% da produção global de soja. As sementes representaram 26% dos custos operacionais associados à produção de soja nos EUA em 2022, e seus custos aumentaram em mais de 230% entre 1997 e 2022; no contexto brasileiro os custos operacionais associados à produção de soja também têm aumentado, principalmente devido ao aumento dos preços dos agrotóxicos e sementes usados em cultivos. Assim, a semente, que há dez anos representava menos de 10% do custo de aquisição de insumos, agora representa entre 10 e 20% no Brasil. A falta de sementes capazes de iniciar a germinação, emergir de forma adequada ou progredir para o desenvolvimento pode causar uma grande perda econômica. Além disso, o espaçamento inadequado nas linhas de cultivo de soja pode resultar em vários desafios que impactam negativamente a produtividade geral. Entretanto a evolução contínua do conhecimento e os avanços tecnológicos desempenham papel fundamental no impulsionamento da produtividade da soja. O mapeamento preciso da população de plantas por imagens é um desafio, especialmente quando não há informações sobre a qualidade das imagens e o melhor momento para capturá-las. Diante deste cenário o estudo foi realizado no Brasil na Fazenda Experimental Lageado, município de Botucatu, SP e nos Estados Unidos, na fazenda Ben Hur, município de Baton Rouge, LA. Neste estudo foi avaliado os impactos de diferentes algoritmos, sensores de captura de imagens, estádio da cultura, velocidade de semeadura e processos de análises de imagens e algoritmos de machine learning em relação a densidade de plantas de soja. Os resultados desta pesquisa destacam o potencial significativo das Redes Neurais na classificação de falhas de soja em imagens de Aeronaves Remotamente Pilotada (RPA). Ao analisar a contagem de plantas, o estádio de cotilédone (VC) e velocidade de 1,1 m/s (aproximadamente 4 km/h) apresentaram melhor acurácia, devido a sobreposição de plantas aumentar conforme o crescimento da planta, o que resulta em uma redução na precisão da estimativa. Em relação à velocidade de semeadura, foi observado que a precisão do modelo diminuiu conforme aumenta a velocidade de semeadura, pois a velocidade de deslocamento da semeadora pode prejudicar a homogeneidade entre as plantas e aumentar o número de sobreposições. As análises do número de plantas com o uso de recortes de ortomosaicos obtidos por câmeras equipadas com sensores RGB (Red, Green, Blue) e a aplicação de Redes Neurais demonstraram alta precisão, em contraste, a análise utilizando processamento de imagens na linguagem R demonstrou alta precisão apenas em cenários de ausência de sobreposição de plantas, dessa forma, para solucionar essa limitação em estudos futuros, outras estratégias técnicas podem investigadas e avaliadas. Esses resultados servem como uma base sólida para o desenvolvimento futuro de algoritmos destinados à detecção de falhas na semeadura por meio da análise de imagens e fornece diretrizes para escolher estádio, sensores de captura de imagens e algoritmo para estimar a densidade de plantas por meio do processamento de imagens. Este avanço pode ter implicações significativas para a agricultura de precisão e o manejo de culturas.
  • ItemTese de doutorado
    Aspectos agroclimatológicos da cultura do lúpulo no Estado de São Paulo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-21) Silva, Amanda Maria de Almeida; Sarnighausen, Valéria Cristina Rodrigues [UNESP]
    Sabe-se que as condições ambientais em que estão inseridas as plantas de lúpulo determinam o desenvolvimento e a qualidade dos compostos, assim sendo, é de suma importância que o produtor tenha orientação, no que se refere aos fatores ambientais, doenças e especialmente no que se diz respeito ao planejamento da safra. Todavia a produção de lúpulo no Brasil tem mostrado potencial de expansão e aptidão de produtividade, sendo que tal expansão necessita de incentivo, desenvolvimento e informações de estratégias referentes ao manejo, consumo hídrico, nutrição, controle de pragas e doenças, exigências climáticas e variedades adaptadas. Dessa forma, o estudo teve como objetivo a caracterização das regiões de produção de lúpulo no Estado de São Paulo, visando caracterizar o perfil da cultura do estado indicando manejos mais frequentes assim como desafios frente às condições climáticas de cultivo. Diante dos estudos realizados, foi possível identificar com a ajuda do balanço hídrico climatológico normal que as regiões de Bragança Paulista, Fartura e São Bento do Sapucaí possuem temperaturas equivalentes às regiões de cultivo do Hemisfério Norte (16,4 a 32,0 °C), fotoperíodo durante as fases de desenvolvimento de 13,5 e 13,4 horas, sendo regiões que possuem maior disponibilidade hídrica para o cultivo de lúpulo. Mira Estrela, Nova Granada e São José do Rio Preto possuem temperaturas mais elevadas (20,9 a 25,7 °C), menores índices de fotoperíodo, correspondendo a 13,2 horas para o período de desenvolvimento, e maior restrição hídrica para o cultivo de lúpulo. Quando comparado com as regiões produtoras do Hemisfério Norte, observa-se que não há ocorrência de hibernação por parte da cultura, não sendo um fator que afeta de modo negativo o cultivo para as regiões.
  • ItemTese de doutorado
    Dinâmica florestal e estoque de carbono em fragmentos de Mata Atlântica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-29) Justino, Servio Tulio Pereira; Guerrini, Iraê Amaral [UNESP]; Sivisaca, Deicy Carolina Lozano; Università Degli Studi di Sassari
    A Mata Atlântica brasileira (BAF), reconhecida como um hotspot de biodiversidade, encontra-se em grave ameaça devido à fragmentação de sua paisagem, resultado de impactos ambientais. A diversidade existente nos fragmentos apresenta desafios consideráveis na identificação e mensuração dos recursos florestais, incluindo o estoque de carbono presente tanto acima quanto abaixo do solo. Aqui, avaliamos a dinâmica florestal, estoque de carbono acima e abaixo do solo, além da dinâmica de carbono em fragmentos de Mata Atlântica, ao longo de uma antroposequência caracterizada por históricos decrescentes de perturbação humana: secundária (SF) > perturbada (DF) > floresta tardia (LF). Utilizamos dados provenientes de 18 parcelas, totalizando 3,6 hectares, distribuídas ao longo de um gradiente de perturbação. Dessas, 4 parcelas estão localizadas em áreas de Floresta Secundária, 8 em Floresta Perturbadas e 6 em Florestas Tardia. Realizamos dois inventários, em 2017 e 2022, em cada um dos quais mensuramos todas as árvores vivas e mortas com DAP≥ 5 cm, contabilizando sobreviventes, recrutas e indivíduos mortos entre os intervalos. Além disso, determinamos parâmetros demográficos, como taxas de recrutamento, crescimento e mortalidade do caule, juntamente com a área basal. Para o estoque de carbono acima do solo, estimamos os estoques na biomassa aérea, madeira morta e serrapilheira. Abaixo do solo, determinamos os estoques de carbono em diferentes profundidades (0-20, 20-40, 40-60, 60-80, 80-100 cm). Na dinâmica do carbono, avaliamos as mudanças nos estoques de carbono em árvores vivas, serrapilheira, madeira morta, carbono total e carbono orgânico do solo até um metro de profundidade, bem como o recrutamento e perda de carbono. Descobrimos que as taxas de recrutamento, crescimento e rotatividade de espécies da Floresta secundária que sofreram intensamente atividades antrópicas foi significativamente maior do que aqueles que sofreram menos perturbações. A mortalidade de caule e perda de área basal foi mais significativa a medida que diminuía o gradiente de perturbação com destaque a Floresta tardia. A Floresta tardia destacou-se com o maior estoque de carbono nas árvores vivas e com médias de 99,0 ± 8,6 Mg ha-1. No estoque de carbono do solo até um metro de profundidade, a Floresta perturbada e Floresta tardia apresentaram o maior estoque de carbono com 182,3 ± 28,1 Mg ha-1 e 176,5 ± 19,4 Mg ha-1 respectivamente. Enquanto, o estoque de carbono total apresentou uma tendência crescente (p < 0.05) com a diminuição do gradiente de perturbação humana (SF → DF → LF). Observamos mudanças significativas no estoque de carbono das árvores vivas (63,3 Mg ha-1 em 2017 para 75,2 Mg ha-1 em 2022) e no solo (121,4 Mg ha-1 em 2017 para 136,5 Mg ha-1 em 2022 na Floresta Secundária. A dinâmica anual do carbono nas árvores foi mais acentuada na Floresta Secundária, devido ao recrutamento (1,0 Mg ha-1). A Floresta Secundária destacou-se no estoque de carbono total, com aumento significativo (p<0.05) de 27,3 Mg ha-1. A influência negativa da perturbação humana torna evidente que os fragmentos florestais com menor grau de interferência ou ausência dela desempenham um papel significativo no armazenamento dos estoques de carbono, enquanto esse papel diminui à medida que o grau de perturbação aumenta. Os estudos de estoque de carbono em fragmentos de Mata Atlântica com diferentes graus de perturbação humana são de extrema importância, pois não apenas evidenciam a capacidade dessas florestas em mitigar as mudanças climáticas, atuando como sumidouros de carbono, mas também destacam seu papel na conservação da biodiversidade e na prestação de diversos serviços ecossistêmicos.
  • ItemTese de doutorado
    Aspectos reprodutivos e de oviposição de Gonipterus spp. (Coleoptera: Curculionidae) e aplicações para criação laboratorial da praga e de seu parasitoide Anaphes nitens (Hymenoptera: Mymaridae)
    (Unesp, 2023-03-02) Ribeiro, Murilo Fonseca [UNESP]; Wilcken, Carlos Frederico [UNESP]; Hurley, Brett Philipp
    O gênero Eucalyptus está entre os gêneros de árvores mais plantados no mundo e está sujeito ao ataque de pragas. Conhecidos popularmente como gorgulho-do-eucalipto, besouros desfolhadores do gênero Gonipterus (Coleoptera: Curculionidae) foram relatados como praga exótica na África, América, Europa e Oceania. No Brasil, a espécie predominante em surtos é Gonipterus platensis Marelli, enquanto na África do Sul a espécie existente é Gonipterus sp. 2. O controle biológico é atualmente uma das principais estratégias de manejo desses insetos-praga, com destaque para a utilização de parasitoides de ovos, como Anaphes nitens Girault (Hymenoptera: Mymaridae). Contudo, a multiplicação destes insetos em laboratório é um desafio, uma vez que podem ficar semanas sem oviposição. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de oviposição e cópula de Gonipterus spp. visando otimizar condições de criação de Gonipterus spp. e A. nitens. No primeiro capítulo a dispersão geográfica de G. platensis no Brasil foi atualizada a partir do primeiro relato do inseto para Minas Gerais, território que concentra a maior área de plantações florestais no país. No segundo capítulo foi abordada a influência de poliandria e macho impositivo nos aspectos reprodutivos de G. platensis em laboratório. Os experimentos foram conduzidos com insetos virgens submetidos a tratamentos de monogamia e poliandria com e sem chance de escolha, ou modificando o número de machos presentes durante o período reprodutivo das fêmeas com avaliação dos períodos de pré-oviposição e oviposição, fertilidade e fecundidade. Influências negativas não foram encontradas associadas a macho impositivo em laboratório e o tratamento de poliandria com chance de escolha apresentou os maiores período de oviposição, fecundidade e número de ovos por escatoteca. No terceiro capítulo foi avaliado o tempo ótimo de armazenamento em geladeira a 7ºC de ovos de G. platensis para criação e multiplicação do parasitoide A. nitens. O período de 20 dias de armazenamento foi o maior tempo encontrado sem interferências negativas em G. platensis ou A. nitens. O quarto capítulo teve como objetivo adaptar uma dieta artificial merídica, que possa ser utilizada em criação laboratorial de Gonipterus spp. Embora, nenhuma formulação tenha mostrado resultados aceitáveis para implementação, o capítulo apresenta avanços e hipóteses para a formulação e melhoria dos aspectos nutricionais. O quinto capítulo envolve apresentação e discussão sobre as diferenças de criação, sobrevivência e comportamento entre G. platensis e G. sp. 2 no Brasil e na África do Sul.
  • ItemDissertação de mestrado
    Prospecção de óleos essenciais de plantas medicinais nativas de um fragmento de floresta: sazonalidade, composição química e atividade antimicrobiana
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-28) Reis, Rafael Bonchristiano; Marques, Marcia Ortiz Mayo; Ming, Lin Chau; Instituto Agronômico de Campinas (IAC)
    Com a aprovação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, instituído em dezembro de 2008 pela Portaria nº 2.960, diversas iniciativas foram tomadas para que as plantas medicinais pudessem ser empregadas no sistema único de saúde brasileiro. Conjuntamente foi elaborada a Relação Nacional de Plantas Medicinais de interesse ao SUS (RENISUS), que inclui espécies nativas com eficácia terapêutica comprovada e utilizadas tradicionalmente pela população. O emprego criterioso destas plantas como medicamento requer estudos que forneçam parâmetros de identificação e controle de qualidade. Os princípios ativos encontrados nestas plantas podem ter ocorrência comum entre gêneros pertencentes à mesma família botânica, ou predominarem em uma única espécie. Sendo assim, a realização de análises da droga vegetal possibilita a caracterização do material e descoberta de substâncias com potencial uso terapêutico. A análise da composição química de uma droga vegetal deve sempre estar agregada às informações sobre os fatores bióticos e abióticos a qual a espécie foi cultivada ou coletada. Este projeto teve como objetivo a caracterização da composição química dos óleos essenciais e avaliação in vitro da atividade antimicrobiana dos seus óleos essenciais (OE) a partir da bioprospecção de espécies coletadas em duas épocas do ano (estação seca e chuvosa) na fitofisionomia de Floresta Estacional Semidecidual, Botucatu –SP, a partir da busca de espécies aparentadas citadas na lista RENISUS. Foram feitas coletas nas estações seca e chuvosa das folhas das seguintes espécies: Schinus terebinthifolia Raddi (Anacardiaceae); Baccharis dracunculifolia DC., Baccharis spp., Mikania glomerata Spreng., Vernonanthura polyanthes (Sprengel) Vega & Dematteis (Asteraceae); Cordia americana (L.) Gottschling & J.S. Mill., Cordia ecalyculata Vell., Cordia sellowiana Cham., Cordia superba Cham. (Cordiaceae); Croton floribundus Spreng, Croton urucurana Baill. (Euphorbiaceae); Bauhinia forficata Link, Copaifera langsdorffii Desf., Erythrina falcata Benth, Machaerium scleroxylon Tul. (Fabaceae); Eugenia uniflora L., Psidium guajava L. (Myrtaceae); Casearia sylvestris Sw. (Salicaceae). A extração dos óleos essenciais foi realizada por hidrodestilação em aparato Clevenger, em triplicata. A análise da composição química dos óleos essenciais foi realizada por cromatografia em fase gasosa acoplada a espectrometria de massas (GC-EM). Após a verificação da normalidade dos dados de rendimento e dos compostos majoritários, procedeu-se com a análise estatística, aplicando o teste t-pareado com um nível de significância de 5%. Realizou-se a Análise de Componentes Principais para avaliar o conjunto de compostos observados nas diferentes espécies. Os óleos essenciais apresentaram rendimentos variáveis conforme as espécies, com rendimentos maiores para Casearia sylvestris (0,81% e 0,75%), Baccharis dracunculifolia (0,34% e 0,39%), Copaifera langsdorffii (0,49% e 0,29%) e Eugenia uniflora (0,25% e 0,36%). As espécies Eugenia uniflora, Baccharis dracunculifolia, Casearia sylvestris, Croton floribundus, Croton urucurana e Machaerium scleroxylon se destacaram pela atividade inibitória contra Bacillus cereus e Escherichia coli.
  • ItemDissertação de mestrado
    Sorção do herbicida indaziflam em diferentes materiais orgânicos no solo como estratégia que permita a germinação e desenvolvimento de sementes florestais
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-16) Sebok, Fabricio Gomes de Oliveira [UNESP]; Velini, Edivaldo Domingues [UNESP]; Kilian, Ernst Michael
    O indaziflam é um herbicida pré-emergente com amplo espectro de ação e persistência devido às suas características físico-químicas e meia-vida de 150 dias. Entretanto, a capacidade sortiva pode reduzir sua disponibilidade e eficácia, e, assim, promover seletividade por posicionamento. Nessa perspectiva, investigaram-se diversos materiais potencialmente sorventes do herbicida em solução. Além disso, construiu-se a curva dose-resposta para a sorção em carvão ativado, e analisaram-se diferentes marcas comerciais além de seus efeitos biológicos para a proteção contra a fitotoxicidade em bioindicadores. Realizou-se, nesse sentido, um experimento com 10 diferentes materiais puros ou em mistura com solo, no qual o carvão ativado apresentou maior capacidade de retenção do ingrediente ativo. Neste estudo utilizou-se bomba de vácuo para a extração da solução do solo após 24 horas de descanso em seringas, e, posteriormente, analisados por cromatografia. Conduziu-se outro experimento com a mesma metodologia para a criação de curva dose-resposta do carvão ativado, em relação à retenção do herbicida, considerando-se as doses de 0; 0,15625; 0,3125; 0,625; 1,25; 2,5; 5 e 10% da massa de carvão ativado pela massa de solo seco superficial, em que a dose de 0,3125% foi suficiente para a redução da quantidade disponível do ingrediente ativo na solução. Para a investigação de possíveis diferenças entre marcas comerciais de carvão, realizou-se outro experimento, seguindo a mesma metodologia, com as doses de 0,15 e 0,5% m/m. Após essas etapas, definido o carvão ativado e as marcas com maior potencial de sorção do indaziflam, sucederam-se outros 4 experimentos com bioindicadores, em casa-de-vegetação. Em dois destes, com delineamento experimental totalmente casualizado, com 5 repetições e em três solos diferentes, com o bioindicador Urochloa decumbens. Em cada tratamento, semearam-se 25 sementes misturadas à camada superficial do solo, com ou sem mistura de carvão ativado na dose de 0,6% m/m, juntamente à aplicação proporcional à área dos vasos de 75 g de indaziflam por hectare sobre a superfície do solo. Aos 60 dias após a aplicação, observaram-se, a partir do acúmulo de biomassa seca das partes aéreas, raízes e total. Definiu-se que, nas condições estudadas, quando houve a presença do carvão ativado em mistura no solo superficial, ocorreu também a proteção da germinação da gramínea nos três solos estudados, enquanto sua ausência resultou, por sua vez, em redução ou ausência de biomassa. Por fim, conduziram-se outros dois experimentos, seguindo a mesma metodologia, com duas espécies de adubação verde e sete florestais nativas da Mata Atlântica, com avaliações da contagem de plântulas germinadas e estabelecidas, aos 47 DAA. Considerando os resultados obtidos, é possível concluir que o uso do carvão ativado é eficaz para a germinação, emergência e desenvolvimento inicial de todas as espécies estudadas, oferecendo proteção contra os efeitos herbicidas do indaziflam. Considerando a capacidade pré-emergente desse herbicida, este estudo sugere a possibilidade de soluções sustentáveis em escala real contra a matocompetição e o estabelecimento eficiente da restauração florestal ou de outros ecossistemas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Produção de biogás via integração lavoura-pecuária a partir do resíduo lignocelulósico do lúpulo e dejeto de bovinos
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-01-18) Ferreira, Estela Gato [UNESP]; Rabelo, Sarita Cândida [UNESP]; Sarnighausen, Valeria Cristina Rodrigues [UNESP]
    A bioenergia, especialmente o biogás, vem despertando grande interesse mundial devido à crescente demanda energética e viabilidade técnico-econômica. Neste mercado, os dejetos bovinos, muitas vezes mal gerenciados e poluentes, são uma fonte de energia significativa, com volume expressivo de matéria-prima. Além disso, devido à expansão do cultivo de lúpulo (Humulus lupulus L.) no Brasil, os resíduos gerados em sua poda também podem ser utilizados na digestão anaeróbica (DA), sendo uma alternativa de manejo e aproveitamento. Sendo assim, a junção destes resíduos pode promover uma integração da cadeia lavoura-pecuária, proporcionando um manejo adequado através da geração de bioenergia e biofertilizante. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial metanogênico do resíduo da cultura do lúpulo em processos de mono e co-digestão (co-DA) com dejetos de bovinos. A biomassa lignocelulósica foi pré-tratada hidrotermicamente em três condições, 175, 190 e 205°C por 10 min, visando avaliar como a severidade do processo influencia na biodegradabilidade do material. Os ensaios de DA foram avaliados empregando a biomassa in-natura, pré-tratada integralmente (lama) e utilizando apenas a fração líquida (hidrolisado hemicelulósico, HH), em processos de mono e co-DA. Ao final do processo, o digestato de cada ensaio foi avaliado quimicamente e biologicamente a fim de mensurar as modificações na microbiota e seu potencial de aplicabilidade. Os resultados indicaram que a condição mais severa de pré-tratamento (205°C, 10 min) proporcionou a maior produção acumulada de biometano em processos de mono e co-DA, empregando tanto o HH quanto a lama de pré-tratamento. Nesta condição, considerando o processo de mono-DA, a lama e o HH proporcionaram uma produção de biometano 84,78 e 57,27% maior, respectivamente, quando comparado à biomassa in-natura. Já para o processo de co-DA, a mistura da lama com o dejeto promoveu um aumento da produção de biometano de 220,66% quando comparado a mistura da biomassa in-natura com o dejeto. Quanto a mistura de HH e dejeto, houve um aumento de 167,45% na produção de biometano em relação à mistura da biomassa in-natura e dejeto, demonstrando, em ambos os casos, a importância da etapa de pré-tratamento da biomassa. As análises do digestato indicaram seu potencial como biofertilizante, demonstrando a presença de nutrientes essenciais disponíveis para a nutrição de plantas. A microbiota detectada nos digestatos apresentou grupos de bactérias e arqueas essencialmente relevantes para as diferentes etapas do processo de DA, indicando bom desempenho do sistema e a falta de patógenos ao final do processo.
  • ItemTese de doutorado
    Estimativas de irradiação solar com horas de brilho solar processadas de forma automatizada por um programa computacional
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-01-29) Raniero, Matheus Rodrigues [UNESP]; Dal Pai, Alexandre [UNESP]
    O objetivo deste estudo consistiu em propor modelos empíricos para estimar a irradiação solar global e a irradiação solar difusa, ambas em superfície horizontal e em escala diária (MJ/m²/dia), para o município de Botucatu, São Paulo, Brasil. Além disso, foram propostos modelos empíricos para estimar as horas de brilho solar utilizando medidas de irradiação solar como base. As horas de brilho solar foram coletadas por um programa computacional, empregando técnicas de processamento digital de imagens. Foram selecionados 6 modelos empíricos de irradiação solar e de horas de brilho solar, incluindo funções polinomiais de grau 1 a grau 4, logarítmicas e exponenciais. O teste de desempenho dos modelos empíricos ocorreu por meio dos indicadores de desempenho MBE, rMBE, RMSE, rRMSE e r. Para classificar os modelos com melhor desempenho utilizou-se o Índice de Desempenho Global (IDG). A utilização do IDG simplificou a análise de desempenho dos modelos empíricos, permitindo integrar os resultados individuais dos indicadores em um único valor. O modelo de polinômio de grau 3, construído com base nas horas de brilho solar, demonstrou desempenho superior na estimativa da irradiação solar global (MBE: 0,0357 MJ/m2 /dia, rMBE: 0,2179%, RMSE: 1,1945 MJ/m2 /dia, rRMSE: 7,2840%, r: 0,9732, IDG: 0,7705). No que diz respeito à irradiação solar difusa, o modelo de função exponencial, que incorporou as horas de brilho solar juntamente com a irradiação solar global, destacou-se, superando o desempenho dos demais modelos considerados (MBE: 0,3253 MJ/m2 /dia, rMBE: 5,2587%, RMSE: 0,9819 MJ/m2 /dia, rRMSE: 15,8733%, r: 0,9517, IDG: 0,7638). Para as horas de brilho solar, o modelo com polinômio de grau 4, baseado na irradiação solar global, mostrou-se mais adequado (MBE: -0,0203 h/dia, rMBE: -0,3010%, RMSE: 0,8129 h/dia, rRMSE: 12,0384%, r: 0,9691, IDG: 1,5150).
  • ItemTese de doutorado
    Cultivo da videira ‘BRS Vitória’ em combinação com diferentes porta-enxertos em região subtropical
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-19) Callili, Daniel [UNESP]; Tecchio, Marco Antonio [UNESP]
    Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos dos porta-enxertos ‘IAC 572 Jales’, ‘IAC 766 Campinas’ e ‘Paulsen 1103’ quanto às características agronômicas da uva para mesa ‘BRS Vitória’ em condições subtropicais. Durante três ciclos de produção, foram avaliados: duração dos estádios fenológicos, requerimento térmico e maturação das bagas; desempenho produtivo, vigor e características físicas de cachos e bagas; composição química e teores de compostos bioativos das bagas; teores e exportação de nutrientes e a eficiência em função da fertilização. Os porta-enxertos influenciaram diretamente na maioria das características avaliadas. Quanto à fenologia, demanda térmica e evolução da maturação das bagas, observou-se que as videiras enxertadas sobre o ‘1103P’ foram mais precoces quando comparadas às cultivadas sobre os porta-enxertos ‘IAC 572’ e ‘IAC 766’. A duração do ciclo da videira ‘BRS Vitória’ em condições subtropicais variou de 131 a 143 dias, com a demanda térmica variando de 1.545 a 1.725 GD. Foi verificado alta correlação positiva entre o vigor e produtividade das videiras e alta correlação negativa entre o vigor e qualidade química e bioquímica das uvas. Nesse caso, o ‘IAC 572’ induziu maior vigor e produtividade, enquanto que o ‘1103P’ promoveu maiores concentrações de sólidos solúveis, fenóis, flavonóides e antocianinas. O teor, extração e eficiência na utilização dos nutrientes também foram maiores nas videiras enxertadas sobre o ‘IAC 572’. Assim, os resultados sugerem que o porta-enxerto ‘IAC 572’ é mais indicado em combinação com a ‘BRS Vitória’ sob condições subtropicais. Além do mais, enfatiza-se que a ‘BRS Vitória’ apresentou boa produtividade e qualidade da uva. Desse modo, o aumento do seu cultivo em regiões subtropicais torna-se uma boa alternativa para suprir a crescente demanda de uvas sem semente.
  • ItemTese de doutorado
    Desempenho agronômico da videira 'BRS ISIS’ sobre diferentes porta-enxertos em clima subtropical
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-01-23) Sánchez, Camilo André Pereira Contreras [UNESP]; Tecchio, Marco Antonio [UNESP]
    As tradicionais uvas sem sementes, perderam competitividade de mercado nos últimos anos em função da baixa produtividade e alta demanda de mão de obra para o manejo cultural. Com a introdução das uvas sem sementes e as novas variedades nacionais, o leque de opções de produção foi estendido. A cultivar BRS Isis, lançada em 2013 pela EMBRAPA, caracteriza-se como uma uva de mesa sem sementes, atualmente difundida no Vale do São Francisco. Com isso, existe uma carência de estudos relacionados a uvas sem sementes em regiões de condição de clima subtropical, como por exemplo, algumas regiões do Estado de São Paulo. A necessidade de pesquisa, principalmente relacionados a relação entre porta-enxertos e copa, são fundamentais para nortear e incentivar o cultivo das cultivares em regiões produtoras e na expansão agrícola da cultura. Com isso, o objetivo geral do estudo é avaliar e estabelecer a melhor relação entre porta-enxerto e copa, avaliando a cultivar de uva para mesa BRS Isis enxertada nos porta-enxertos IAC 766 Campinas, IAC 572 Jales e Paulsen 1103. O experimento avaliou os estádios fenológicos, demanda térmica, evolução da maturação, produção, produtividade, parâmetros físico-químicos, compostos bioativos da cultivar em condição de clima subtropical. No quesito das avaliações fenológicas, as condições climáticas influenciaram mais que os porta-enxertos, sendo o ‘Paulsen 1103’ atribuindo um ciclo mais tardio a BRS Isis, consequentemente a uma maior demanda térmica. Os porta-enxertos IAC 572 e IAC 766 resultaram em maiores produções e características físicas do cacho da BRS Isis, entretanto o ‘Paulsen 1103’ foi o porta-enxerto que acumulou maiores compostos fenólicos.
  • ItemTese de doutorado
    Biomassa arbórea e carbono em áreas de restauração da Mata Atlântica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-01) Mores, Guilherme José [UNESP]; Engel, Vera Lex [UNESP]; Nogueira Junior, Lauro Rodrigues [UNESP]
    As florestas em processo de restauração têm grande potencial de produtividade no estoque de biomassa e carbono, mas a escassez de equações ajustadas para diferentes sistemas e idades geram incertezas nas estimativas. Além disso, não está claro sobre quais variáveis mais contribuem para o estoque de biomassa nesses sistemas. Objetivamos, com este trabalho, analisar as estimativas de biomassa e carbono em sistema de restauração florestal na Mata Atlântica, com a finalidade de ampliar o conhecimento dos principais fatores que afetam essas variáveis e também aperfeiçoar métodos de estimativa com o ajuste de equações locais para florestas restauradas com cerca de 23 anos de idade. Pretendemos também verificar se diferentes tratamentos de restauração afetam o acúmulo de biomassa e carbono ao longo de 23 anos, e se o efeito pode ser atribuído à sua complexidade e diversidade de espécies. O trabalho foi estruturado em três capítulos. No capítulo 1, analisamos o estado da arte dos estudos sobre estoques de biomassa e carbono acima e abaixo do solo, em florestas em restauração no domínio do bioma Mata Atlântica, visando identificar os principais métodos e variáveis que mais afetam a produtividade desses sistemas. Nossos resultados mostraram que a temperatura, precipitação, idade e altitude foram os fatores que melhor explicaram o acúmulo de biomassa em sítios de restauração. Os trabalhos utilizaram, em sua maioria, equações da literatura, enquanto o ajuste de equações foi realizado principalmente para florestas jovens, com menos de 15 anos de restauração. Constatamos que o estoque de biomassa em áreas restauradas se assemelha ao de florestas nativas a partir de 25 anos. No capítulo 2, realizamos o ajuste de novas equações alométricas através do método destrutivo, e verificamos o erro da estimativa da biomassa ao usar equações gerais da literatura. Para isso, abatemos 60 árvores de 20 espécies mais abundantes (3 indivíduos por espécie), de um sistema de restauração implantado há 23 anos. A biomassa total das árvores abatidas foi de 18.499,26 kg, distribuídas entre: folhas 3,8%, galhos 38,5%, tronco/fuste 34,9% e raízes 22,9%. Comparamos o erro ao utilizar o modelo ajustado e equações gerais e não verificamos diferenças significativas para a maioria dos modelos. Concluímos que, nossos modelos ajustados fornecem estimativas confiáveis da biomassa aérea e radicular, principalmente para florestas mais maduras, devido à maior amplitude de variação no conjunto de dados. No capítulo 3, avaliamos um projeto de restauração com 23 anos de idade, com delineamento em blocos ao acaso, com sete tratamentos e três repetições em duas áreas de estudo e com diferentes tipos de solos. Nosso objetivo foi compreender melhor a relação entre diversidade de espécies e o acúmulo de biomassa em florestas restauradas por diferentes métodos de restauração. Inventariamos todos os indivíduos arbóreos com DAP (diâmetro à altura do peito) ≥ 5 cm. Comparamos os tratamentos entre si quanto à diversidade de espécies, densidade de indivíduos, área basal e estoque de biomassa e carbono. A área basal, diversidade de espécies, biomassa e carbono diferiram entre os tratamentos. Todos os tratamentos de restauração ativa foram semelhantes entre si quanto à biomassa aérea (91,97 Mg.ha-1 a 152,56 Mg.ha-1) e radicular (16,71 Mg.ha-1 a 24,68 Mg.ha-1), exceto para a restauração passiva com menor acúmulo de biomassa. O incremento médio anual total variou de 7,70 Mg.ha-1/ano-1 a 4,75 Mg.ha-1/ano-1, e a taxa de sequestro de carbono foi de 3,39 Mg./há-1/ano-1 a 2,16 Mg.ha-1/ano-1 nos sistemas de restauração ativa e de apenas 0,94 Mg.ha-1/ano-1 de carbono para a restauração passiva. A diversidade de espécies teve um papel marginal no estoque de biomassa arbórea, indicando que outros fatores devem ser explorados. Concluímos que os tratamentos ativamente restaurados têm contribuído significativamente para o acúmulo de biomassa e sequestro de carbono ao longo do tempo nessas florestas restauradas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Processamento de banana para a produção de chips fritos: efeitos do pré-tratamento com hidrocolóides sobre as caracteríticas físicas e químicas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-11-07) Santos, Julia Silva Pereira dos [UNESP]; Leonel, Magali [UNESP]
    Os alimentos fritos ocupam grande parte do mercado de conveniência, ou seja, produtos de rápido consumo. No entanto, o aumento da conscientização dos consumidores sobre a saúde tem afetado suas escolhas e estão impulsionando pesquisas para a minimização do teor de óleos em produtos fritos. Uma das formas de reduzir os lipídios em alimentos fritos é usar barreiras específicas para evitar a elevada absorção de óleo durante o processamento. Os hidrocoloides são polímeros hidrofílicos de cadeia longa e alto peso molecular com vários grupos funcionais e têm sido amplamente utilizados na indústria de alimentos. Estes polímeros são utilizados para melhorar as propriedades funcionais em produtos alimentícios e podem ajudar a reduzir a absorção de óleo em chips. A banana destaca-se entre os alimentos bases para a segurança alimentar, apresentando-se como fonte de energia, vitaminas e minerais. Apesar do grande volume produzido, devido às características intrínsecas de perecibilidade do fruto e de manejos pós-colheita inadequados, têm sido identificados elevados índices de perdas. Nesta linha, este estudo teve por objetivo avaliar as características físico-químicas de frutos de duas cultivares de bananeira e estudar a aplicação de coberturas de hidrocoloides sobre os atributos de qualidade de chips fritos de banana. Foram colhidos oito cachos das cultivares BRS Platina e FHIA 18 do pomar experimental da Fazenda Experimental Lageado, UNESP. Os cachos foram despencados e as segundas e terceiras pencas de cada cacho foram separadas. Nestas pencas foram analisadas as características físicas, como: comprimento do fruto, diâmetro, peso do fruto, peso da casca, peso da polpa, razão polpa/casca, firmeza do fruto, firmeza da casca, firmeza da polpa, cor da casca, cor da polpa. A polpa dos frutos foi analisada para: umidade, açúcares totais, açúcares redutores, matéria graxa, sólidos solúveis totais, pH, acidez titulável e ratio. As polpas dos frutos foram cortadas em fatiador elétrico na espessura de 2mm e aplicadas os pré-tratamentos de cobertura com os hidrocoloides: carboximetilcelulose (CMC), alginato de sódio, goma guar e maltodextrina. Foi realizado o tratamento controle no qual as fatias não receberam pré-tratamento. A cultivar BRS Platina apresentou frutos maiores (15,76cm), com diâmetro médio de 38,63mm e com maior massa de polpa (74,12g) que a FHIA 18 que apresentou frutos com 12,5cm de comprimento, 26,84mm de diâmetro médio e peso médio de polpa de 30,65g. Não houve diferença entre as cultivares para as características de cor e firmeza dos frutos. As polpas da cultivar FHIA 18 diferenciaram-se se pelo maior teor de açúcares totais e menores teores lipídeos, de sólidos solúveis e de acidez que as polpas dos frutos da BRS Platina. Após o pré-tratamento com as soluções de hidrocoloides, foram observados efeitos do tratamento sobre o ganho de peso para as duas cultivares, com os maiores ganhos no tratamento com goma guar e o menor no tratamento com maltodextrina. Este fator está relacionado às características físico-químicas próprias de cada hidrocoloide. Após a fritura, foi observado efeitos da cultivar e dos tratamentos sobre os teores de umidade e perda de umidade, com maiores umidades nos chips da FHIA 18 e maiores perdas nos chips da BRS Platina. As maiores perdas de umidade ocorreram nos chips controle e no tratamento com maltodextrina na cultivar BRS Platina. Os produtos com cobertura de solução de goma guar tiveram maior ganho de peso com o pré-tratamento, mas com a maior porcentagem de perda de peso após a fritura. Houve aumentos expressivos no teor de lipídeos nos produtos após a fritura, com teores de lipídeos variando de 25,38 a 31,72%, e os pré-tratamentos promoveram reduções na absorção de óleo de 9,14 a 26,54%. O processamento levou a alterações na textura e cor dos produtos. A dureza dos chips fritos variou de 2,24 a 5,22N, com os maiores valores para os da FHIA 18 e o tratamento com maltodextrina. Os parâmetros de cor foram influenciados pelos cultivares e tratamentos, com maiores variação de cor (ΔE) e índice de escurecimento (IE) para os chips de banana BRS Platina com o tratamento com goma guar. Os resultados desse estudo são importantes, pois contribuem para a ampliação da diversificação varietal na cadeia produtiva de banana, ampliando a possibilidade de comercialização de frutos e agregando valor. A importância do pré-tratamento com hidrocoloides na redução da absorção de óleo foi confirmada nesse estudo, com o pré-tratamento com goma guar mostrando melhor resultado, o que contribui para a qualidade nutricional da banana chips.
  • ItemTese de doutorado
    Manejo da irrigação e doses de nitrogênio no desenvolvimento, qualidade estética e jogabilidade em gramado de ‘Tifton 419’
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-29) Santos, Patrick Luan Ferreira dos [UNESP]; Villas Bôas, Roberto Lyra [UNESP]; Godoy, Leandro José Grava de [UNESP]
    A grama bermuda híbrida ‘Tifton 419’ é amplamente utilizada em campos esportivos, devido a sua resistência ao pisoteio, folhas finas que conferem maciez ao gramado e amortece o impacto dos jogadores e rápida recuperação de danos ocasionados pelo jogo. Contudo, áreas gramadas necessitam de manejos de adubação e irrigação adequados para seu o desenvolvimento e para propiciar uma boa prática do esporte. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o manejo da irrigação e doses de nitrogênio no desenvolvimento de ‘Tifton 419’. O delineamento experimental foi em esquema fatorial (2x5), com dois manejos de irrigação (irrigação diária e irrigado a cada dois dias) e 5 doses de N (fonte Sulfato de amônia) (0; 281,25; 421,88; 703,13 e 843,75 kg N ha-1 ano-1), com 4 repetições. Cada parcela era de 25m2 (5,0 x 5,0m), com 1,0m de bordadura. As doses de N, foram parceladas tendo como base a exigência da cultura (15% inverno, 25% primavera, 35% verão, 25% outono). As avaliações foram: desenvolvimento, qualidade estética e jogabilidade do gramado e ainda avaliações físicas e químicas do solo. Observou-se que uma irrigação a cada dois dias mantém a estética e jogabilidade sem interferir no desenvolvimento da grama. Ainda, doses muito baixas ou muito elevadas são prejudiciais para a qualidade do gramado. Assim, conclui-se que o uso da dose de 421,88 kg N ha-1 ano-1 parcelada em 12 vezes respeitando a porcentagem para cada estação (15% inverno, 25% outono, 35% verão e 25% primavera) e utilizando como fonte sulfato de amônio, aliada a uma frequência de irrigação a cada dois dias é recomendada para o desenvolvimento da grama bermuda ‘Tifton 419’.
  • ItemDissertação de mestrado
    Acurácia e precisão de calibração na pulverização com drones
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 0031-07-23) Salatta Junior, Adevair Bataiel [UNESP]; Antuniassi, Ulisses Rocha [UNESP]
    Os drones são utilizados na agricultura para a realização de diversas atividades e estão cada vez mais inseridos no contexto de aplicação de defensivos. A pulverização com drones ajuda a otimizar recursos, permitindo a pulverização aérea em locais de difícil acesso, onde pulverizadores terrestres e aeronaves agrícolas convencionais teriam dificuldades, tornando-os uma alternativa interessante à pulverização. Porém, é necessário compreender seu desempenho como máquina de pulverização de defensivos, bem como analisar seu desempenho para garantir uma aplicação eficiente e precisa. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho foi determinar a acurácia e precisão do processo de calibração da taxa de aplicação de diferentes modelos de drone de pulverização. Foram avaliados os seguintes modelos de drone: DJI MG-1P (carga útil de 10 kg, equipado com bicos hidráulicos), ARPAC (carga útil de 10 kg, equipado com bicos rotativos), DJI T-16 (carga útil de 16 kg, equipado com bicos hidráulicos) e XAG P30 (carga útil de 16 kg, equipado com bicos rotativos). Considerando todos os ensaios, um total de 152 parcelas (repetições) foram pulverizadas. Os dados de calibração dessas parcelas foram divididos em 9 cenários de calibração, considerando o modelo do drone, a taxa de aplicação e o tamanho da área pulverizada. A precisão da calibração foi avaliada medindo a quantidade de líquido usado para pulverizar a área (pesando a solução de pulverização para reabastecimento). Os resultados mostraram que os erros de calibração para os diferentes modelos de drone ocorreram de forma variável, atingindo valores acima de 15% em alguns cenários específicos de calibração. Os erros absolutos médios de calibração variaram de 1,9 a 15,5%, com valores superiores a 10% em 2 dos 9 cenários e valores inferiores a 5% em apenas 3 dos 9 cenários. O desvio padrão em cada cenário de calibração foi encontrado num intervalo entre 1,7 e 9,5%, com valores inferiores a 5% em 7 dos 9 cenários. A precisão e a acurácia do algoritmo de controle de fluxo do drone e dos sistemas de posicionamento GPS podem ser elementos causadores dos erros observados.
  • ItemTese de doutorado
    Modelagem dos impactos das mudanças climáticas nas bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí considerando o nexo água-energia-alimento
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-11-14) Silva, Tamires Lima da; Román, Rodrigo Máximo Sánchez [UNESP]
    Devido à estreita relação existente no Brasil entre recursos hídricos, geração de energia e produção de alimentos, é essencial o desenvolvimento de estudos aplicando a abordagem nexo água-energia-alimento (AEA). Nesse contexto, esta pesquisa buscou avaliar os potenciais impactos das mudanças climáticas no regime hidrológico das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) considerando o nexo AEA. Para tal, modelos foram criados nos programas Water Evaluation and Planning” System (WEAP) e Low Emissions Analysis Platform (LEAP). A troca de dados entre os modelos WEAP e LEAP ocorreu por meio do WEAP-KIB-LEAP framework. O Modelo Climático Regional Eta-HadGEM2-ES na resolução de 5 km projeta decréscimos na precipitação, umidade relativa do ar e velocidade do vento, e aumento da temperatura e evapotranspiração potencial nos cenários de mudança climática RCP4.5 e RCP8.5 (2020-2070). As mudanças climáticas alteram a vazão média anual das bacias PCJ, que sofre redução de 79,6% e 84,9% nos cenários RCP4.5 e RCP8.5, respectivamente, em comparação ao cenário Business as usual (1995-2019). Nos cenários RCP4.5 e RCP8.5, o Índice Padronizado de Precipitação indicou longos períodos de estiagem. Em virtude dos déficits de precipitação previstos, o aumento da produção agrícola, projetado em 21,3%, poderá ser alcançado por meio da agricultura irrigada. Todavia, a redução da vazão compromete a disponibilidade hídrica para irrigação, bem como para a dessedentação dos rebanhos e a geração de hidroeletricidade. Para garantir segurança hídrica e alimentar, o uso de fontes alternativas de água como águas pluviais e águas residuárias deve ser estimulado. Também, deve-se dar preferência ao uso de fontes de energia renováveis não dependentes de recursos hídricos como o biogás e a energia solar para garantia da segurança energética, podendo-se ampliar a geração de bioenergia por meio da biomassa do bagaço de cana-de-açúcar, pois há a possibilidade do uso de água residuária (vinhaça) para irrigação da cana-de-açúcar. A participação de 82,9% de fontes de energia renováveis na matriz elétrica das bacias PCJ em 2070 pode reduzir as emissões específicas de toneladas CO2 equivalente em 49%. Os sistemas água, energia e alimentos das bacias PCJ coevoluem juntos e são afetados e capazes de afetar as mudanças climáticas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Compatibilidade de inseticidas com nematoides entomopatogênicos
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-12-13) Santos Neto, Argemiro Rodrigues dos [UNESP]; Wilcken, Silvia Renata Siciliano [UNESP]; Gabia, Adriana Aparecida [UNESP]
    O uso de nematoides entomopatogênicos (NEP) se mostra uma alternativa aos métodos usuais de controle de pragas. Os gêneros Heterorhabditis e Steinernema são os principais gêneros de nematoides entomopatogênicos para o controle biológico de pragas agrícolas. Esses nematoides atuam como vetores de determinadas espécies de bactérias, dos gêneros Photorhabdus e Xenorhabdus, que são o agente de controle dos insetos. A compatibilidade entre nematoides entomopatogênicos e inseticidas vem sendo estudados há tempos para que os NEPs também possam ser utilizados em combinação com os químicos em pulverização. Este trabalho foi conduzido com o objetivo de determinar o efeito de inseticidas recomendados para o controle de S. frugiperda na cultura da soja, sobre os nematoides entomopatogênicos S. braziliense CB06, S. diaprepesi Ponto01, S. glaseri CB01 e S. rarum PAM95. Os nematoides foram submetidos à exposição em sete tratamentos, sendo seis inseticidas e uma testemunha (1- Testemunha; 2- Metomil (1000 mL/ha), 3- Indoxacarbe (400 mL/ha), 4- Espinetoram (150 mL/ha), 5- Clorfenapir (1200 mL/ha); 6- Clorantraniliprole (200 mL/ha); 7- Ciclaniliprole (800 mL/ha)) utilizando a dose cheia, ou superior, recomendada em bula para o controle de S. frugiperda. Após o preparo da calda nos recipientes, cerca de 100 nematoides foram pipetados em cada frasco, os quais permaneceram em meio inseticida durante o período proposto. Os bioensaios foram conduzidos em laboratório em condições controladas a 25 ± 2 °C. As avaliações da mortalidade de nematoides foram realizadas até 4 horas após a inoculação em calda inseticida, sendo realizadas com intervalo de 30 minutos entre si até 240 minutos após imersão em calda inseticida. Os resultados de mortalidade dos nematoides foram submetidos ao teste de variância ANOVA e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Indoxacarbe apresentou mortalidades de 52,5%, 28,4%, 17,1% e 14,7% respectivamente para S. braziliense CB06, S. diaprepesi Ponto01, S. rarum PAM95 e S. glaseri CB01. Ainda, quando comparadas as espécies de nematoide, S. braziliense CB06 se mostrou significativamente mais suscetível ao indoxacarbe que as demais espécies. Os demais inseticidas ocasionaram mortalidade inferior a 10% para todos os isolados de nematoides avaliados. Os inseticidas metomil (1000 mL/ha), espinetoram (150 mL/ha), clorfenapir (1200 mL/ha), clorantraniliprole (200 mL/ha) e ciclaniliprole (800 mL/ha) foram compatíveis com os nematoides entomopatogênicos S. braziliense CB06, S. diaprepesi Ponto01, S. glaseri CB01 e S. rarum PAM95 nas condições em que foram testados. O inseticida indoxacarbe (400 mL/ha) apresentou maior toxicidade para os nematoides avaliados. O efeito dos inseticidas testados precisam ser avaliados sobre a infectividade e virulência dos NEPs para aumentar e fundamentar as afirmações de compatibilidade.
  • ItemTese de doutorado
    Crosta-negra da seringueira: resistência clonal e identificação do agente causal
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-01) Antonio, Gabriel Leonardi [UNESP]; Furtado, Edson Luiz [UNESP]; Firmino, Ana Carolina [UNESP]
    Crosta-negra é uma doença foliar da seringueira (Hevea brasiliensis Muell.), cujo os sintomas são a formação de placas negras com incrustações estromáticas dos agentes causais na parte abaxial dos folíolos que são refletidas através de áreas cloróticas e pontos necróticos na face adaxial dos tecidos afetados. O primeiro fungo relacionado a crosta-negra foi Phyllacora huberi P. Henn., em 1899, na região amazônica, posteriormente, em 1990, Rosenscheldiella heveae também foi relatado como agente causal. Por ser considerada uma doença secundária durante as últimas décadas, existem poucos estudos acerca da taxonomia dos agentes causais da doença, epidemiologia e métodos de controle da crosta-negra. Atualmente não há produtos registrados para o controle dessa enfermidade ou estudos acerca da resistência dos clones comerciais mais utilizados no Brasil. O objetivo desse estudo foi identificar fontes de resistência a crosta-negra, as condições climáticas que favorecem o desenvolvimento da doença e avançar nos estudos relativos a identificação dos agentes causais. Para isso, 21 clones de seringueira, implantados em jardim clonal, foram avaliados durante dois anos, em oito avaliações. Em cada avaliação foram coletados 45 folíolos de três plantas diferentes do mesmo clone, sendo que em cada planta eram retirados 15 folíolos do baixeiro, 15 do terço médio e 15 da copa da planta, totalizando 135 folíolos por clone em cada coleta. Os folíolos foram então levados ao laboratório, escaneados, e a porcentagem da área foliar com sintomas de crosta-negra avaliada através do software Leaf Doctor. Os resultados foram analisados por meio do teste Scott Knott a nível de probabilidade de 5%. Visando avaliar a influência climática no desenvolvimento da doença durante o período de avaliações, as informações meteorológicas da área do experimento, Votuporanga-SP, foram coletadas de uma estação meteorológica presente no local. A identificação do agente causal ocorreu a partir de isolamentos regiões de tecidos lesionadas de folíolos do clone RRIM 600. Após os isolamentos, foram realizadas análises morfológicas por meio de microscopia ótica e moleculares através do sequenciamento parcial da região ITS-5.8S rDNA para determinar o gênero do fungo. Além disso foram conduzidos testes de patogenicidade em casa de vegetação com as fases sexuadas e assexuadas dos fungos isolados. Os clones IAC300, IAC 418, IAC503, PB311 e RRIM600 apresentaram as maiores porcentagens de área foliar com sintomas da doença, enquanto IAC511 não apresentou lesões e IAC301, IAC 411, IAC501, IAC507 e IRCA111 tiveram uma baixa porcentagem de área foliar lesionada. Também foi constatado que a doença se manifesta com maior severidade em períodos com precipitações pluviométricas seguidas de temperaturas amenas. Em relação ao agente causal, o fungo teleomórfico Davidiella sp. foi identificado como agente causal da crosta-negra. A fase anamórfica do patógeno corresponde a Cladosporium sp.