Integração conceptual na descrição de fenômenos gramaticais do português

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Data

2013

Autores

Abreu, Antônio Suárez [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Functional grammar currently has a great acceptance in linguistics, mainly because it can enlighten grammatical facts' motivation in the structure of a text. From its emergence, the tradition of studying grammar by grammar has come to an end. Demonstrative pronouns, for instance, have begun to be viewed as efficient tools of text cohesion, used to resume terms from previous clauses. This task, however, ends up leaving an endless trail of black boxes. How is it possible to explain the origin of demonstratives' anaphoric functioning if they are originally used to indicate things or people relative to the interlocutors' spatial position? This work aims at showing that Cognitive Linguistics arises just as an option for opening those black boxes. This article focuses on one of its themes - the conceptual blending theory - to support this possibility. Firstly, it was necessary to integrate the cognitive model into the complexity theory, according to Bybee (2010) and Castilho (2009), who understand language as a complex adaptive system. After that, a brief updated description on the conceptual blending theory is made and its application in some grammatical facts of the Brazilian Portuguese language is suggested under the morphological and syntactic levels.
A Gramática funcional tem atualmente grande aceitação nos meios linguísticos, principalmente por ser capaz de esclarecer a motivação de fatos gramaticais na construção de um texto. A partir dela, deixa-se a tradição de estudar a gramática pela gramática. Pronomes demonstrativos, por exemplo, passam a ser vistos como ferramentas eficazes de coesão textual, retomando anaforicamente termos de orações anteriores. Essa tarefa, contudo, acaba deixando pelo caminho um rastro infindável de caixas pretas. Como explicar a origem do funcionamento anafórico dos demonstrativos, se eles servem originalmente, na língua falada, para apontar coisas ou pessoas em relação à posição espacial dos interlocutores? O objetivo deste trabalho é mostrar que a Linguística Cognitiva surge justamente como uma opção de abertura dessas caixas pretas. No presente artigo, escolhi um de seus tópicos, a teoria da integração conceptual (blending) para defender essa possibilidade. Nessa tarefa, achei necessário, em primeiro lugar, integrar o modelo cognitivista dentro da Teoria da Complexidade, de acordo com Bybee (2010) e Castilho (2009), que defendem a linguagem humana como um sistema adaptativo complexo. Depois disso, faço uma breve descrição atualizada da teoria da integração conceptual e proponho sua aplicação a alguns fatos gramaticais da língua portuguesa, no nível morfológico e sintático.

Descrição

Palavras-chave

Integração conceptual, Blending, Complexidade, Gramática do português, Conceptual integration, Blending, Complexity, Portuguese grammar

Como citar

Alfa : Revista de Linguística (São José do Rio Preto). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, v. 57, n. 1, p. 229-256, 2013.