Correlação entre os Aspectos Laparoscópicos e os Achados Histológicos das Lesões Endometrióticas Peritoneais

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Data

2002-03-01

Autores

Viscomi, Francesco Antonio [UNESP]
Dias, Rogerio [UNESP]
Luca, Laurival de [UNESP]
Ihlenfeld, Mauro Fernando Kürten [UNESP]

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Editor

Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia

Resumo

Objetivos: avaliar a correlação entre os aspectos laparoscópicos e os achados histológicos estromais incluindo, a profundidade da lesão endometriótica peritoneal, e na relação com a teoria evolutiva da endometriose. Métodos: foram selecionadas para o estudo 67 pacientes submetidas à laparoscopia por algia pélvica, infertilidade, tumor anexial e outras indicações. A avaliação laparoscópica baseou-se no aspecto visual do implante suspeito de endometriose peritoneal, o qual foi biopsiado. de acordo com o aspecto laparoscópico, as lesões foram agrupadas em: grupo V - lesões vermelhas, grupo N - lesões negras e grupo B - lesões brancas. Os parâmetros histológicos estudados foram: profundidade da lesão, presença de hemossiderina no estroma, vascularização estromal e presença de fibrose no estroma. Resultados: a profundidade da lesão mostrou diferenças estatisticamente significantes entre os grupos de estudo. As lesões vermelhas mostraram-se superficiais em 100% dos casos. As lesões negras apresentaram-se superficiais em 55,6%, intermediárias em 38,9% e profundas em 5,5%. As lesões brancas mostraram-se superficiais em 28%, intermediárias em 68% e profundas em 4%. A presença de hemossiderina no estroma se mostrou equivalente nos 3 grupos. A presença de vasos no estroma da lesão endometriótica, que foi classificada de I a III de acordo com a quantidade, demonstrou diferenças significantes entre os 3 grupos, sendo que a vascularização exuberante (grau III) esteve presente em 60% das lesões vermelhas e em 10% das lesões brancas. A presença de tecido fibrótico na lesão endometriótica apresentou diferenças estatisticamente significantes nos 3 grupos de estudo, sendo mais freqüente no grupo B (lesões brancas), com 70,6%. Conclusão: as variáveis analisadas nos diferentes grupos de estudo demostraram diferença significantes entre os grupos, reforçando a teoria evolutiva da endometriose peritoneal.
Purpose: to evaluate the correlation between the laparoscopic aspects and the stromal histologic findings of peritoneal endometriosis in order to understand the evolutive theory of endometriosis. Methods: sixty-seven women were submitted to laparoscopy for pelvic pain, infertility, ovarian tumor and other pathologies. A peritoneal biopsy was taken from the typical (puckered black) and atypical endometriotic implants. The different aspects of endometriosis were classified as follows: red lesions (Group V), black lesions (Group N) and white lesions (Group B). The histological sections were examined according to a standardized protocol. The histologic parameters used were: depth of the lesion, presence of hemosiderin, vascularization of the stroma and fibrotic tissue in stroma. Results: regarding lesion depth, there were significant differences between the groups. Red lesions were located consistently on the surface of the peritoneum (100%) and black lesions were superficial in 55.6%, intermediate in 38.9% and deep in 5.5%. White lesions were superficial in 28%, intermediate in 68% and deep in 4%. The presence of hemosiderin showed equivalent results in the 3 groups. The large stromal vascularization was present in the red lesions (60%), which a statistically significant difference compared to the other groups. Fibrotic tissue was present in 70.6% of the white lesions (group B), a fact that was significantly different when compared to groups V and N. Conclusion: the parameters analyzed in this study confirmed the importance of the evolutive theory of endometriosis.

Descrição

Palavras-chave

Endometriose, Laparoscopia, Hemossiderina, Endométrio, Dor pélvica, Endometriosis, Laparoscopy, Pelvic pain, Hemosiderin

Como citar

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, v. 24, n. 2, p. 93-99, 2002.