Avaliação no padrão de expressão gênica em células do sangue total de gestantes diabéticas e com hiperglicemia gestacional leve

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Data

2016-02-29

Autores

Gelaleti, Rafael Bottaro [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de expressão gênica em células do sangue total de gestantes com distúrbios glicêmicos. Foram recrutadas 52 gestantes distribuídas em 4 grupos: controle (Teste oral de tolerância glicose (TTG) e perfil glicêmico (PG) normal, com rastreamento negativo para DMG); Não diabético (ND) (TTG e PG normais, com rastreamento positivo para DMG); Hiperglicemia Gestacional Leve (HGL) (TTG normal e PG alterado) e DMG (TTG alterado e PG normal ou TTG e PG alterado). Células do sangue total foram coletadas e utilizadas para análise do perfil de expressão gênica pela técnica de microarray. A avaliação do perfil de expressão gênica mostrou diferenças significativas entre o grupo controle e o grupo ND, apresentando 22 genes diferencialmente expressos. Em relação ao grupo controle, o grupo HGL apresentou 5 genes diferencialmente expressos e quando comparado com o grupo rastreamento positivo, apresentou 3 genes diferencialmente expressos. O grupo DMG apresentou 17 genes diferencialmente expressos em relação ao grupo controle e quando comparado com o grupo ND, cinco genes. A comparação realizada entre os grupos HGL e diabético também foi estatisticamente significativa com 11 genes diferencialmente expressos e quando o conjunto de todos os outros três grupos juntos (ND, HGL e diabete) foi comparado ao grupo controle (P<0,05), foram verificados 8 genes diferencialmente expressos. Foram feitas redes gênicas e tabela de interações para avaliação de processos biológicos com todos os genes de interesse diferencialmente expressos nos grupos. No grupo com rastreamento positivo, existe um aparente balanceamento regulatório entre as funções dos genes diferencialmente expressos relacionados à patogênese do diabete (hiperexpressos) e uma tentativa compensatória de amenizar a possível etiologia da doença (hipoexpressos). Esses resultados fortalecem a estratégia “two steps de Carpenter-Coustan” porque as gestantes com rastreamento negativo não precisam prosseguir na investigação diagnóstica do diabete gestacional, diminuindo o custo em saúde e a medicalização da gestação. As pacientes com HGL tem perfil de expressão gênica relacionada com resistência à insulina e hiperinsulinemia e com níveis glicêmicos alterados representando o início da descompensação metabólica. Aparentam ser um grupo intermediário, descrito como síndrome metabólica na gestação, e suportam o conceito que mulheres com disglicemia gestacional têm não apenas uma síndrome metabólica basal latente, mas também um perfil de expressão que distingue essa população das demais. O perfil de expressão gênica nas DMG está relacionado à repercussão da hiperinsulinemia e resistência insulina nos processos inflamatórios, de angiogênese e sistemas de reparo contra danos de DNA, fatores reconhecidos na patogênese da doença. A análise conjunta destes dados sugerem que o rastreamento do diabete na gestação deve ser universal, e é suficiente para distinguir duas populações com perfil transcricional diferenciado. As gestantes com rastreamento positivo devem obrigatoriamente ir para a fase de diagnóstico para identificação dos subgrupos de distúrbios hiperglicêmicos na gestação, variando desde uma fase compensada (grupo ND), passando pelo inicio da descompensação metabólica, com resistência a insulina e hiperinsulinemia (HGL) até a fase de repercussão dos fatores relacionados à resistência à insulina (DMG).

Descrição

Palavras-chave

Diabete, Diabetes mellitus Gestacional, Hiperglicemia Gestacional Leve, Rastreamento Positivo, Microarray, Expressão Gênica

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