Sedimentação da Bacia Bauru: cenário tectônico, idade dos depósitos e ambientes paleodeposicionais

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Data

2016-03-23

Autores

Menegazzo, Mirian Costa [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O objetivo desta pesquisa é entender o cenário tectônico e os ambientes deposicionais da Bacia Bauru. Essa bacia localizada no Centro-Leste da América do Sul é usualmente classificada como intracratônica, embora a geometria do preenchimento da bacia, os mecanismos subsidência envolvidos e da idade dos depósitos sejam pouco compreendidos. Neste trabalho, é realizada uma reavaliação das amplitudes estratigráficas dos táxons fósseis presentes nesses depósitos e novas idades são propostas para as unidades litoestratigráficas. Os intervalos estratigráficos do preenchimento da bacia foram reconstruídos por meio de mapas isópacas. A estratigrafia da Bacia Bauru é comparada com bacias adjacentes, e os dados são integrados com as informações disponíveis sobre geodinâmica da América do Sul. Os resultados indicam que os sedimentos foram acumulados do Cenomaniano ao início do Paleoceno, sendo o início da sedimentação concomitante com a Fase Mochica da orogenia andina. A geometria do preenchimento da bacia, analisado por meio de mapas de isópacas dos diferentes intervalos estratigráficos, demostra que ocorreu migração do depocentro da bacia. Tal migração foi simultânea com a migração da frente orogênica andina, imediatamente após a fase de orogenia Peruana. Tais observações indicam que a Bacia Bauru compõe um sistema de retroarco de antepaís desenvolvido durante os estágios iniciais da evolução andina, tendo se desenvolvido na província backbulge deste sistema. A Bacia Andina constituía depozona foredeep desse sistema foreland, incluindo as bacias Potosí, Oriente, Acre e Marañon. Os depósitos cretáceos das bacias do Solimões e Parecis provavelmente se desenvolveram na província back-bulge, como a Bacia Bauru. Considerando-se os modelos de sistemas de retroarco de antepaís, a relativa grande espessuara acumulada na Bacia Bauru indica que outros mecanismos podem ter sobreposto a subsidência flexural nesta província back-bulge. Os traços fósseis descritos nesta pesquisa são uma importante adição ao registro icnofossilífero da Bacia Bauru. Pela primeira vez são aqui descritos traços fósseis para as formações Pirapozinho, Santo Anastácio, Araçatuba, Birigui e São José do Rio Preto. Adicionalmente, o número de táxons de traços fósseis de invertebrados e de tipos de traços de raízes é significativamente acrescido para as formações Caiuá, Adamantina e Marília, que apresentavam um diminuto número de espécimens registrados. Esse estudo de caso demostra a importância da análise icnológica na interpretação de ambientes paleodeposicionais não marinhos, se mostrando particularmente útil para o reconhecimento de subambientes e paleossolos, e interpretações acerca da posição do lençol freático, do grau de umidade do substrato e da taxa de sedimentação. Assim, os ambientes paleodeposicionais das unidades analisadas foram reavaliados por meio da integração da análise de fácies e a caracterização icnológica sistemática das unidades amostradas, além da utilização de dados paleontológicos e perfis geofísicos. Adicionalmente, são retomadas as discussões sobre a litoestratigrafia da bacia, principalmente com relação as formações Caiuá, Adamantina, São José do Rio Preto e Itaqueri.

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Palavras-chave

Icnologia, Cretáceo, Sistema retroarco de antepaís, Mecanismos de subsidência, Orogenias Andinas, Ichnology, Cretaceous, Retroarc foreland system, Subsidence mechanisms, Andean oregenies

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