Animais e homens de um oriente distante (Séculos XII – XIV)

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2016-06-22

Autores

Gonçalves, Rafael Afonso [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A partir de meados do século XII, um número significativo de letrados cristãos passou a reunir descrições de diversos animais – quadrúpedes, aves, peixes e serpentes – em livros que ficaram conhecidos sob a designação “bestiários”. Entre a coleção de bichos ajuntados por eles, encontravam-se espécies relativamente comuns na Europa, mas sobretudo aquelas “estranhas” e desconhecidas, que acreditavam habitar em lugares como a Pérsia, a Arábia, a Índia, enfim, em um oriente que costumavam ver apenas por meio de escritos legados pelos sábios antigos ou pelas autoridades cristãs. No século XIII, entretanto, o novo tabuleiro político-militar, que veio a dar lugar ao avanço dos domínios mongóis, tornou possível aos latinos aliar condições e esforços para se aplicarem no envio frequente de homens para as terras orientais, nomeadamente a Mongólia e a China. Os animais dessas plagas, cujo retrato havia sido em parte difundido pelos bestiários, mas em parte eram ainda desconhecidos nas terras ocidentais, passaram a ser alvo da atenção desses viajantes, atentos, também, ao poder dos soberanos orientais e às possibilidades de converter os povos encontrados à fé cristã. A proposta central deste estudo é examinar o lugar reservado aos animais tanto nos bestiários quanto nesses relatos, em um período circunscrito entre meados do século XII e meados do XIV, quando as viagens para o oriente acabaram por ser dificultadas dada a fragmentação dos territórios anteriormente controlados pelo Grande Cã. Debruçando-se sobre esses cerca de dois séculos, estas páginas são dedicadas a perscrutar as diversas referências à fauna que ilustram o desejo desses homens de desvendar suas qualidades, seus comportamentos e suas serventias às gentes daquelas terras distantes.
From the mid-twelfth century, a significant number of cultivated Christian began to gather descriptions of various animals – quadrupeds, birds, fishes and snakes – in books known as “bestiary”. Among these collections of beasts, there were species relatively common in Europe, but especially some “strange” and unknown ones, which were believed to dwell in places like Persia, Arabia, India; in an East they used to see only through the written legacy by the ancient or the Christian authorities. In the thirteenth century, however, the new political-military board, with the significant expansion of the Mongols areas, made possible for Latins to ally conditions and efforts to apply the frequent deployment of men to the eastern lands, including Mongolia and China. Animals of those sites, whose portrait was partly spread by the bestiary, but partly were still unknown in Western lands, became to draw the travellers’ attention, who were aware, too, to the power of Oriental sovereigns and the possibilities of converting Eastern people to the Christian faith. The central purpose of this study is to examine the place reserved for animals, both in the bestiary as in these reports, in a period from the mid-twelfth century to the middle fourteenth century. Then, traveling to the East eventually became tougher, given to the fragmentation of previously controlled territories by the Great Khan. Leaning over these nearly two centuries, these pages are devoted to scrutinizing the various references to fauna, references that illustrate the desire of these men to unveil the qualities, the behaviour and the possible uses of animals to the people of those faraway lands.
À partir du milieu du XIIe siècle, un grand nombre de savants chrétiens ont commencé à recueillir des descriptions sur divers animaux - quadrupèdes, oiseaux, poissons et serpents – dans des livres devenus connus sous le nom de “bestiaires”. Parmi la collection des bêtes réuni pour ces savants, il y avait des espèces relativement communes en Europe, mais surtout celles “étrange” et inconnu, qu’ils croyaient habiter dans des endroits comme la Perse, l'Arabie, l'Inde, enfin, dans un orient qu'ils étaient habitué à voir par les écris hérités des anciens sages ou des autorités chrétiennes. Au XIIIe siècle, cependant, le nouvel échiquier politique-militaire, ce qui a donné lieu à l'avance des domaines mongols, a permis l’existence des conditions et des efforts pour l’envoi fréquent d’hommes aux pays d’orient, y compris la Mongolie et la Chine. Les animaux de ces régions, dont le portrait a été en parti diffusé par le bestiaire, mais en partie était inconnus dans les pays occidentaux, est devenu cible d'attention de ces voyageurs, attentifs, aussi, au pouvoir des souverains orientaux et aux possibilités de convertir les gens à la foi chrétienne. L'objectif central de cette étude est d'examiner la place réservée aux animaux, tant chez les bestiaires que chez les récits de voyage, dans une période limitée entre le milieu du XIIe siècle et le milieu du XIVe, lorsque les voyages à l’orient ont été entravés, étant donné la fragmentation des territoires contrôlés précédemment par le Grand Khan. Penché sur ces près de deux siècles, ces pages sont consacrées à scruter les diverses références à la faune qu’illustrent le désir de ces hommes de dévoiler leurs qualités, leurs comportements et leurs valeurs chez les peuples de ces contrées lointaines.

Descrição

Palavras-chave

Animais, Viagens, Oriente, Natureza, Idade Média, Animals, Travels, East, Nature, Middle Ages

Como citar