Murucututu, contadores de histórias no hospital

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Data

2005

Autores

Radino, Glória [UNESP]
Rogone, Heloísa Maria Heradão [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Desde há muito tempo, em uma tribo indígena, uma pequena coruja do mato de nome murucututu, é invocada pelas mães no início da noite, seu pio característico produz um sono repousante e acalentador nas crianças. Nos centros urbanos, sua presença foi substituída pela sua imagem, que em analogia pode ser encontrada na figura do Contador de Histórias e seu pio metaforiza-se nas histórias do mundo mágico dos contos de fadas, de encantamentos, das fábulas. Buscando acalentar crianças e adultos hospitalizados, foi criado em 2004, o Projeto Murucututu Contadores de histórias no hospital. Sendo o ambiente hospitalar, um local cujo manejo técnico dificulta a verbalização e a elaboração das angústias dos pacientes, criamos, por meio do conto e do contato com o narrador, um lugar de acalanto, possibilitando aos ouvintes das histórias entrarem em contato com seu mundo interno e expressarem suas angústias, desejos e fantasias, desencadeadas pelo processo de adoecimento e hospitalização. Na trajetória dos heróis das histórias, cada qual encontra um fio condutor de significação de sua própria história. A angústia ganha forma, cor, cheiro, uma lembrança, uma vivência concreta de dor ou amor, e assim simbolizada pode ser resignificada, e por momentos, narrador e ouvinte trocam de papeis. As atividades desenvolvidas diariamente no período noturno envolvem as crianças, adultos, familiares e equipe técnica de dois hospitais da cidade, e atua na clínica pediátrica, de adulto, materno-infantil e UTI. O Projeto Murucututu se completa com o empréstimo de livros da literatura infanto-juvenil, adulta, assim como revistas de diversas ordens, que são disponibilizados, aos pacientes, por meio de um carrinho-biblioteca. Para percorrer os 115 leitos da Santa Casa e os 24 leitos do Hospital Regional, contamos com um grupo de trinta alunos do Curso de Graduação em Psicologia, que durante o ano de 2004, atendeu a maioria dos 7.591 pacientes, crianças e adultos, internados na Santa Casa, assim como 101 pacientes da UTI e 322 mães do materno-infantil, de janeiro a abril de 2005. Sendo um trabalho inédito, principalmente por sua atuação na UTI, contribuímos para a humanização hospitalar, possibilitamos a criação de novos conhecimentos, e fomentamos a formação do psicólogo. O Projeto ultrapassou os muros hospitalares e sua atuação se faz presente também em diversos eventos que requerem nossa presença, em locais reservados ou em praça pública. Os efeitos deste trabalho têm sido amplamente divulgados em Congressos, entrevistas de rádio e televisão, bem como artigos que estão sendo realizados para publicação.

Descrição

Palavras-chave

Como citar

CONGRESSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 3., 2005, Águas de Lindólia. Anais... São paulo: PROEX; UNESP, 2005. p. 212