Lógica do capital na Bolívia e resistência popular: das lutas pela emancipação e desenvolvimento ao governo do MAS

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2016-10-25

Autores

Mendoza, Luís Gabriel Menten [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Este estudo tem por objeto a Bolívia, um dos países mais pobres da América do Sul, cujo terreno, devido às características geológicas, o fez dotado de uma elevada quantidade de recursos naturais. Mas a história de dominação o tornou um país de desenvolvimento retardatário, dependente dos investimentos externos, que, por mais que modifiquem o país a cada ciclo de matéria-prima (guano, borracha, estanho), proporcionam não muito mais que esperança de dias melhores. A partir disso, o objetivo principal deste trabalho foi refletir sobre as mudanças recentes que ocorreram no território boliviano à luz da teoria do Desenvolvimento Geográfico Desigual, estruturada pelo geógrafo britânico David Harvey. O processo aclamado como “processo de cambio” foi resultado das lutas populares por um projeto nacional em contraposição aos interesses do capital imperialista. É relevante, portanto, as grandes mobilizações que levaram Evo Morales ao poder (Guerra da Água e Guerra do Gás), prosseguindo com o começado pelos trabalhadores bolivianos do passado. Assim como as mudanças operadas posteriormente, sobretudo a nacionalização dos hidrocarbonetos, só foi possível pelo desenvolvimento auferido no período anterior. A escolha da teoria do desenvolvimento geográfico desigual deu-se em função deste potencial que ela proporciona para a compreensão da inserção dos espaços “atrasados”, como a Bolívia, no sistema capitalista internacional e decorrentes desdobramentos no interior do território, num processo contraditório, ao mesmo tempo destrutivo e em alguma medida progressista. Entre as categorias que Harvey proporciona está a ideia de acumulação por despossessão, a produzir ordenações espaço-temporais que criam uma configuração do território sobremaneira determinada pela lógica do capital em escala mundial, em profunda conexão com os Estados periféricos (e centrais), em processos nos quais o poder financeiro gera e alimenta o nexo Estados-Finanças. O enfoque de Harvey é também produtivo ao considerar a luta de classes em sua teoria de desenvolvimento, que, no caso efetivo da Bolívia, impõem um programa de nação a partir da lógica territorial emancipatória. Ao fim, essa pesquisa aborda o processo de desenvolvimento social na Bolívia baseado na distribuição dos recursos obtidos pela mudança da legislação dos hidrocarbonetos e na promulgação da Nova Constituição Política do Estado. Considerando as medidas do governo masista são de um processo de industrialização lento e que pouco representou até 2010 em termos de trabalho e emprego, gargalo fundamental para a modernização dos países retardatários. E em conclusão considera que o estudo de caso da Bolívia, a partir da teoria do Desenvolvimento Geográfico Desigual, permite apresentar a trama estabelecida pela lógica do capital, que utiliza de todos os meios legais e ilegais (law-like) para obter as melhores taxas de retorno, em detrimento das constituições e da democracia, como demonstrou a geografia histórica da Bolívia. A organização da luta dos trabalhadores foi essencial para mudar essa rotina de espoliação e dar a possibilidade de desenvolvimento, que ficou limitada, entretanto, pela disposição do MAS e de Morales em ir até o fim na aplicação da Agenda de Outubro.
Este estudio tiene por objeto Bolivia, uno de los países más pobres de América del Sur, cuya tierra, debido a su geología, lo dotó de una gran cantidad de recursos naturales. Pero la historia de dominación convirtió en un país de desarrollo tardío, dependiente de la inversión extranjera, que, por más que cada ciclo de la materia prima (el guano, el caucho, el estaño) modifica el país, no proporcionan mucho más que la esperanza de días mejores. Mientras, el objetivo principal de este trabajo fue reflexionar sobre los recientes cambios que han ocurrido en Bolivia a la luz de la teoría del desarrollo geográfico desigual, estructurada por el geógrafo británico David Harvey. El proceso aclamado como "proceso de cambio" fue consecuencia de las luchas populares por un proyecto nacional contrario a los intereses del capital imperialista. Es importante, por lo tanto, las grandes movilizaciones que llevaron a Evo Morales al poder (Guerra del Agua y Guerra del Gas), prosiguiendo con lo empezado por los trabajadores bolivianos del pasado. Así como los cambios operados más tarde, en particular la nacionalización de los hidrocarburos, fue posible gracias al desarrollo obtenido el año anterior. La opción por la teoría del desarrollo geográfico desigual se llevó a cabo debido al potencial que ofrece para la comprensión de la inserción de espacios "hacia atrás", como Bolivia, en el sistema capitalista internacional y la consiguiente evolución dentro del territorio, un proceso contradictorio al mismo tiempo destructivo, y en cierta medida progresista. Entre las categorías que ofrece Harvey está la idea de la acumulación por desposesión, que produce ordenanzas espacio-temporales que crean una configuración del territorio determinado en gran medida por la lógica del capital a escala mundial, en profunda conexión con los Estados periféricos (y central), procesos en la que el poder financiero genera y alimenta el nexo Estado- Finanzas. El enfoque de Harvey también es productivo al considerar la lucha de clases en su teoría de desarrollo, que en el caso real de Bolivia impone un programa de nación, de la lógica territorial emancipadora. Al final, esta investigación aborda el proceso de desarrollo social en Bolivia basado en la distribución de las ganancias obtenidas por el cambio de las leyes de hidrocarburos y en la promulgación de la nueva Constitución de la Política de Estado. Teniendo en cuenta que las medidas del gobierno masista resultaron en un lento proceso de industrialización y poco representativo hasta el 2010 en términos de trabajo y empleo, un punto clave para la modernización de los países rezagados. Y en conclusión considera que el estudio de caso de Bolivia, desde la teoría del desarrollo geográfico desigual, permite mostrar la trama establecida por la lógica del capital, que utiliza todos los medios legales e ilegales (law-like) para obtener las mejores tasas de rendimiento a expensas de las constituciones y de la democracia, como lo demuestra la geografía histórica de Bolivia. La organización de la lucha de los trabajadores fue esencial para cambiar este despojo de rutina y dar al país la posibilidad de desarrollo, que es limitada, sin embargo, por la disposición del MAS y de Morales a ir hasta el final en la aplicación de la Agenda de Octubre.

Descrição

Palavras-chave

Bolívia, Desenvolvimento desigual, Bolivia, Desarrollo desigual, Nacionalização, Luta de classes, Nacionalización, Lucha de clases

Como citar