Fórum da Globalização: a Universidade Pública à serviço da consciência-cidadã

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Data

2001

Autores

Alves, Giovanni Antonio Pinto [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O "Fórum da Globalização" trata-se de uma série integrada de iniciativas de Extensão Universitária que procura criar na comunidade local um espaço público de reflexão dos problemas da contemporaneidade, da região, do Brasil e do mundo. Surgiu em 1997, como um curso de extensão que procurou esclarecer para uma ampla clientela local o que significa a globalização. Nos anos seguintes, em 1998 e 1999, procurou-se dar continuidade abordando diversos aspectos da globalização. Em 1998 denominou-se "Os Paradoxos da Globalização" e em 1999, "Globalização e Desemprego". A partir de 1999 o Curso de Extensão Universitária, sob a nossa coordenação, incluiu num "Fórum da Globalização", outras atividades da UNESP local que procuravam abordar a problemática da globalização. A integração de atividades de extensão contribuiu para salientar a necessidade de formação, no Campus de Marília, de um núcleo de estudos da globalização, um centro de reflexão crítica dos problemas da contemporansiedade, voltado para desenvolver pesquisas e assessorar as lideranças comunitárias, sindicais, políticas e populares voltadas para a transformação social consciente. Pretende-se, em 2000, abordar no "Fórum da Globalização", o tema "A Política da Globalização". A iniciativa encontra como elemento favorável para o seu desenvolvimento, as aceleradas transformações sociais, políticas, culturais e econômicas que atingem o Brasil e o mundo, tornando propicia concentrar interesse nos temas escolhidos. É bastante significativa o interesse da comunidade local, que possui uma ampla concentração de centros universitários, em discutir os significados da globalização e o papel da cidadania diante dela. O elemento desfavorável, em se tratando da universidade pública, é a falta de recursos financeiros capazes de contribuir para a vinda, como palestrantes especiais, de convidados ilustres do campo científico e político do Brasil e do mundo. Além disso, a universidade pública não possui uma instância mais dinâmica de divulgação e relações sociais com a comunidade local, principalmente em seu contato com a mídia impressa e eletrônica local. Os agentes envolvidos na iniciativa de extensão são basicamente docentes do Departamento de Sociologia e Antropologia e do Departamento de Ciências Políticas e Econômicas do Campus de Marília. Algumas vezes, são convidados docentes ilustres de outras instituições universitárias ou então lideranças políticas, sindicais e populares para debater com a clientela inscrita e presente os temas do "Fórum da Globalização". Como a temática é sempre candente, a motivação dos agentes envolvidos na iniciativa tende a ser bastante elevada, contribuindo para envolver a comunidade local nos debates sociais e políticos intrínsecos a universidade pública. A iniciativa é bastante simples em seu modo de implementação, pois apenas requer a elaboração, por parte do docente responsável, de um programa de curso de extensão universitária, seguindo as orientações institucionais necessárias. O "Fórum da Globalização", que até 1998, era constituído apenas de 01 curso de extensão universitária, passou a ser constituído em 1999, de 02 cursos de extensão universitária e de cursos avulsos dados por docentes na graduação, além da formação de vários grupos de estudos. As principais iniciativas de extensão dizem respeito aos cursos de extensão, envolvendo ampla divulgação na imprensa escrita e eletrônica local. Os diversos módulos de cada curso de extensão são constituídos por palestras de docentes, utilizando algumas vezes de recursos multimídia. Os obstáculos que tiveram que ser superados dizem respeito a falta de recursos financeiros, como salientamos, e a dificuldade de criar uma rede de divulgação mais eficaz que possa envolver a comunidade local, principalmente alunos da graduação e pós-graduação, professores da rede pública e privada, profissionais liberais, lideranças políticas, sindicais e comunitárias. Esta iniciativa de extensão é basicamente auto-financiável, como demonstramos em 1999. Apesar da profunda crise financeira, conseguimos ampliar a iniciativa de extensão, para isso utilizando a motivação do corpo docente local e dos recursos auferidos das taxas de inscrição, cujo valor é de caráter simbólico. Os resultados alcançados pela iniciativa de extensão são, por um lado, de caráter político e social, pois contribui para a construção de uma consciência-cidadã tão imprescindível num momento de grandes mudanças sociais no Brasil e no mundo. Por outro lado, projeta a Universidade Pública na comunidade local, atraindo-a para o debate aberto e franco sobre os desafios da contemporaneidade, evitando cair seja na estreiteza provinciana seja no abstracionismo infrutífero. A sociedade aproveita esta valorosa oportunidade para refletir sobre si mesma e reconhece o valor das ciências sociais como instrumentos de construção da consciência-cidadã.

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