As tentativas históricas de disciplinarização dos corpos rebeldes: a produção da subjetividade em grupo de crianças em situação de risco pessoal e social e adolescentes em conflito com a lei

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Data

2003

Autores

Cruz, Soraia Georgina Ferreira de Paiva [UNESP]
Tebaldi, Danilo Lima [UNESP]
Uesono, Juliana [UNESP]
Lima, Marina Bevilacqua Alves de [UNESP]
Fiochi, Paula Ione da Costa Quinterno [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A presente pesquisa-intervenção teve como objetivo problematizar a produção da subjetividade em grupo de crianças em situação de risco pessoal e social e adolescente em conflito com a lei. Para tanto, foi necessário inicialmente dar visibilidade à constituição desses sujeitos como efeito de forças políticas e capitalísticas que deram os contornos da subjetividade dessa população ao longo da história. A partir deste referencial e utilizando-nos do trabalho em grupo como dispositivo de modos de subjetivação pudemos cartografar as produções havidas no decorrer dos encontros. Acompanhamos as linhas que foram tecidas e destecidas, os movimentos de ruptura ou de endurecimento dos modos de existencialização. Ao longo dos acontecimentos grupais ganharam visibilidade dos organizadores: sobrevivência, sexualidade, infância, adolescência, analisadores estes que nos permitiram problematizar como estes coletivos, que vivem à borda da sociedade, rompem com saberes veiculados sobre ser criança, sobreviver, sexualidade, ser adolescente, ser infrator e, constróem e inventam modos de experimentar o mundo que coloca em questão conhecimentos teóricos que se pretendiam universais. Surge em cena crianças e jovens que lutam para sobreviver. Essas práticas dão visibilidade a processos de subjetivação que ora são atravessados por linha dura e ora por linhas flexíveis e de fuga, através das quais emergem táticas para se manter em território à borda da sociedade. Suas práticas sexuais são disruptivas e subversivas pois mostram como esses personagens desconstróem as idéias sobre sexualidade infantil e juvenil. Quanto ao analisador ser criança e ser adolescente, mostra que o tempo desses personagens se conecta independente daquele definido pelas teorias psicológicas e psicanalíticas. Máquinas de guerra onde as instituições de tutela não conseguem capturá-los e normatizá-los nas definidas fases de desenvolvimento humano. Singularizam-se de forma a virtualizar a vida num tempo não linear, sem sentido único, pois fabricam para si um tempo ilimitado da ordem das intensidades. O poder de tomar a vida com objetivo, questão relacionada a subjetividade, tornar a vida mais alegre e prazerosa, foi um acontecimento produzido pelo grupo, eles inventaram os analisadores, inventaram cenas e dramatizações, inventaram novas formas de lidar com a vida, onde a cada encontro era um ato de festa, de celebração da vida.

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