Dissertações - Biodiversidade de Ambientes Costeiros - São Vicente

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    Efeitos da morfodinâmica costeira na distribuição espacial de micropartículas antropogênicas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-08-14) Furlan, Isabela de Carvalho; Fornari, Milene [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As micropartículas antrópicas (MPA, <5mm) tornaram-se uma das principais ameaças aos ambientes marinhos, devido a sua natureza onipresente e os efeitos prejudiciais sobre a biota e os ecossistemas. A distribuição espacial de MPA, incluindo celulose modificada e microplástico (MP), em sedimentos de diferentes feições deposicionais (planície de maré, praia e duna frontal) e em água estuarina e marinha foi estuda em área de proteção ambiental do litoral sul do estado de São Paulo, Brasil. Amostras sedimentares e de água foram submetidas a análise de MPA em relação a quantidade, forma, cor, tamanho e composição química. Adicionalmente as amostras sedimentares foram submetidas à análise granulométrica. Os sedimentos lamosos da planície de maré retêm a maior concentração de MPA, com 20.500 particles/kg na porção supramareal e 18.500 particles/kg na porção inframareal. Isto pode refletir à condição de baixa ação hidrodinâmica do rio que favorece o transporte e deposição das MPA junto aos sedimentos, caracterizando a planície de maré como o principal sumidouro de MPA. Enquanto os sedimentos arenosos da praia se caracterizam por menores concentrações de MPA, 5.900 partículas/kg na face praial e 4.700 partículas/kg no pós-praia. A diferença na abundância de MPA entre os dois setores praiais reflete a hidrodinâmica das feições, uma vez que a face praial está sob ação direta de ondas e correntes o que gera sucessivos ciclos de erosão e deposição das MPA. Enquanto no pós-praia, as MPA são controladas pelo fluxo e refluxo das ondas. A menor concentração de MPA nos sedimentos foi observada em amostras de dunas eólicas frontais (4.350 partículas/kg) que se caracterizam pelos sedimentos arenosos mais finos, o que reflete o transporte eólico das partículas. Entre as amostras de água analisadas, a concentração de MPA foi maior nas amostras de água marinha (85 partículas/l) do que na água estuarina (35 partículas/l). As fibras foram a forma predominante de MPA nos sedimentos (99-100%) e nas águas (80-95%). A composição química das fibras foi de 73% celulose modificada, 16% exibiam apenas a assinatura de corante e 11% micropartículas plásticas. Os resultados demonstram que para compreender a distribuição espacial de MPA em sedimentos e águas costeiras é importante analisar as partículas antrópicas a partir de uma perspectiva integrada, onde dados de abundância, características e composição das MPA, são interpretados juntamente com resultados de granulometria dos sedimentos, condições hidrodinâmicas e morfologia de diferentes feições deposicionais costeiras.
  • ItemDissertação de mestrado
    Diversidade e abundância de aves limícolas em praias com diferentes ocupações humanas nos municípios de Peruíbe e Itanhaém, SP.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-26) Lima, Bruno de Almeida; Barbieri, Edison; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os estudos sobre aves costeiras no Estado de São Paulo são escassos, principalmente no litoral centro. O presente estudo visou analisar a diversidade e abundância de aves limícolas residentes e migratórias nas praias arenosas com diferentes pressões antrópicas, em Peruíbe e Itanhaém-SP. Para isso, a praia foi dividida em três setores com 5km cada, sendo “Praia do Ruínas” e “Praia do Gaivotas” os trechos presença de urbanização e “Praia do Tanigwá” com vegetação característica de praias e dunas. O estudo foi realizado entre agosto 2019 e janeiro 2022, onde foram registradas 23 espécies de aves limícolas residentes e migratórias, distribuídas em quatro famílias. Dessas, de acordo com o Cômite Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2022) tres são consideradas residentes (Charadrius collaris, Haematopus palliatus e Himantopus melanurus) e 20 migratórias do Hemisfério Norte. O setor de praia com maior abundância de indivíduos e diversidade de aves foi a “Praia do Tanigwá”, seguido da “Praia do Gaivotas” e “Praia do Ruínas”. Foram também calculados para cada setor analisado os índices de diversidade de Shannon-Wienner (H’) (Shannon & Wienner, 1963), a média de abundância com seus respectivos desvios padrões e a Riqueza. As quatro espécies dominantes foram Charadrius semipalmatus, Tringa melanoleuca, Haematopus palliatus e Calidris alba. Dentre as espécies dominantes, Charadrius semipalmatus, Calidris alba e Haematopus palliatus foram mais abundantes na Praia do Tanigwá, enquanto Tringa melanoleuca foi mais abundante na Praia do Gaivotas. O setor com mais impactos antrópicos foi a Praia do Tanigwá. Apesar disso, a Praia do Tanigwá é um importante ponto de parada no litoral centro para aves limícolas neárticas migratórias, além de ser importante para as espécies residentes Haematopus palliatus e Charadrius collaris.
  • ItemDissertação de mestrado
    Respostas metabólicas e ionoregulatórias de organismos aquáticos da bacia do Rio Preto (Itanhaém/SP) ao aumento de temperatura
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-16) Santos, Natalia Romano Ferreira dos; Duarte, Rafael Mendonça [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O aumento de temperatura nos corpos d’água doce em decorrência de eventos climáticos pode ultrapassar o limite térmico de algumas espécies animais ectotérmicas, causando alterações metabólicas e ionorregulatórias, como nas taxas de consumo de oxigênio, excreção de nitrogênio e fluxo iônico, podendo levar os animais à morte. Além da temperatura alta, rios e riachos possuem diferentes características limnológicas, com ambientes de águas claras e pretas, que apresentam diferenças no pH e na concentração de carbono orgânico dissolvido (COD), o que também interfere no metabolismo animal. A cidade de Itanhaém tem uma rica hidrografia, com rios e riachos de águas pretas e claras, e uma fauna aquática endêmica distribuída em grande parte de seu território, como os camarões Macrobrachium potiuna e Macrobrachium acanthurus e os peixes Scleromystax macropterus, Scleromystax barbatus e Phalloceros reisi. Assim, este estudo avaliou os efeitos do aumento da temperatura da água de origem sobre as respostas metabólicas e ionoregulatórias dessas espécies, verificando a influência do tipo de água de riachos da bacia do Rio Preto (Itanhaém/SP) sobre essas respostas. O experimento foi realizado em laboratório, separadamente para cada espécie, sendo M. potiuna, S. macropterus e P. reisi em água preta e M. acanthurus, S. barbatus e P. reisi em água clara, utilizando três temperaturas de aclimatação, duas de ocorrência nas águas dos riachos (22 ºC e 26 ºC) e uma reproduzindo a situação de extremo climático do IPCC 2021 (SSP3-7,0) (30 ºC), às quais os animais foram submetidos de 4 a 7 dias. O consumo de oxigênio (metabolismo de rotina; MO2), a excreção de amônia (JAmm), o uso de proteínas e os fluxos líquidos de Na+ (JNaNet) e Cl- (JClNet) foram determinados para o tempo de exposição de 2 horas em cada condição experimental de temperatura. O MO2 de M. acanthurus e P reisi, o JAmm das espécies de camarão e de P. reisi, o uso de proteínas de M. acanthurus e S. barbatus e o JNaNet de S. macropterus apresentaram aumento, acompanhando o aumento da temperatura. As espécies de água clara M. acanthurus e P. reisi foram as mais responsivas para todos os parâmetros avaliados em função do aumento de temperatura, exceto JClNet, o qual não apresentou alterações significativas em nenhuma condição experimental. Esses resultados demonstram que os animais de água clara da bacia do Rio Preto são mais responsivos ao aumento de temperatura, se tornando mais suscetíveis às alterações de regimes térmicos causados por emergências climáticas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Análise de conteúdo gastrointestinal de Chelonia mydas (Testudines: Cheloniidae) na região da Baixada Santista (São Paulo) e sua relação com o estado de saúde.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-28) Farah, Rosane Fernanda; Vaske Júnior, Teodoro [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A tartaruga-verde Chelonia mydas possui ampla distribuição geográfica, desde os trópicos até as zonas temperadas, sendo uma espécie que, dependendo da fase de vida, pode apresentar hábitos costeiros e oceânicos, utilizando inclusive estuários, além de possuir uma dieta variada ao longo de sua vida. Ao atingirem a fase juvenil, ocorre a mudança do habitat e da alimentação, retornando à zona litorânea, onde passam a ter uma dieta preferencialmente herbívora. Tais hábitos alimentares fazem com que os espécimes, principalmente juvenis, fiquem mais próximos à costa, contribuindo para o elevado número de encalhes no litoral brasileiro. O objetivo deste estudo foi analisar e identificar o conteúdo gastrointestinal de exemplares de tartarugas-verdes encalhadas na Baixada Santista (São Paulo), a fim de descrever sua dieta e identificar conteúdos de procedência antrópica, assim como avaliar suas correlações com as suspeitas clínicas e exames de necropsia. Durante o exame anatomopatológico, todo o conteúdo gastrointestinal (TGI) foi coletado, pesado e lavado, sendo posteriormente analisado quali e quantitativamente. Foram coletados no período de 01 de junho de 2021 a 01 de junho de 2022, 254 animais, porém apenas 156 passaram por análise, sendo em sua maioria, fêmeas, juvenis, com maior índice de encalhe no inverno. Foram identificados predominantemente três grupos de algas (verdes, vermelhas e pardas), propágulos de mangue e conteúdos de origem vegetal, além de peixes e invertebrados, confirmando a importância da região como área de alimentação. Foram quantificados 1.424 fragmentos de resíduos sólidos em 71,15% dos animais, os quais foram classificados em 13 tipos e 13 cores, sendo o plástico flexível e a cor transparente os mais frequentes. A ingestão desses itens resulta em uma condição nutricional ruim. Além disso, a causa mortis apresentou associação significante com a ingestão de linha de pesca mono e multifilamento, bem como de plástico rígido. Ainda existem lacunas sobre os aspectos ecológicos e biológicos dessa espécie, especialmente na Baixada Santista, no entanto este trabalho contribuiu com a promoção de dados científicos estratégicos para serem utilizados em políticas públicas de conservação.
  • ItemDissertação de mestrado
    Aspectos etários e reprodutivos de fêmeas de Pontoporia blainvillei (Cetacea: Pontoporiidae) no litoral de São Paulo, Sudeste do Brasil.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-25) Lemes, Ana Carolina Guimarães; Bertozzi, Carolina Pacheco [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O presente estudo descreve a biologia reprodutiva da Toninha (Pontoporia blainvillei) no litoral do estado de São Paulo, abrangendo os municípios de São Sebastião, Guarujá, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Foram analisadas 143 fêmeas, coletadas de capturas acidentais (n= 77) e encalhes (n= 66) entre os anos de 1998 a 2020. Os animais coletados foram necropsiados e cedidos pelo Instituto Biopesca. Os ovários foram analisados macroscopicamente, tendo suas medidas de comprimento, largura média e peso tomadas e também sendo observada a presença ou ausência de corpos de ovulação. O material foi processado histologicamente e as gônadas foram avaliadas microscopicamente para avaliação dos parâmetros reprodutivos e a classificação dos indivíduos em imaturos e maduros. A estimativa de idade foi realizada através da contagem de camadas de crescimento (Growth Layer Groups – GLG’s) depositadas anualmente no cemento dos dentes. Foi observada simetria entre os dois lados das gônadas e uma forte correlação entre os índices morfométricos das gônadas e o comprimento total (CT) do indivíduo. Ambos ovários se mostraram funcionais, havendo maior atividade no lado esquerdo. As fêmeas imaturas tiveram o comprimento total variando de 55,5 cm a 122,5 cm e as fêmeas maduras variaram de 123,5 cm a 144,8 cm. A idade média de maturação foi estimada em 2,57 anos pelo método de DeMaster e 2,06 anos pelo método de regressão logistíca. Já o tamanho médio de maturação foi estimado em 126 cm pelo método DeMaster e em 125,29 cm pelo método de regressão logística. Os filhotes de setembro a novembro tiveram o comprimento total variando de 55,5 a 67,3 cm, sendo o tamanho de nascimento médio estimado em 62,63 cm. O período de gestação foi de 9,37 meses e a taxa de crescimento fetal foi de 0,25 cm/dia. A taxa de prenhez foi de 0,38 e o intervalo reprodutivo foi de 2,63 anos. Não foram encontradas evidências de senescência reprodutiva.As informações deste estudo são uma ferramenta para melhorar a avaliação do estado de conservação das toninhas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Prospecção de fungos filamentosos marinhos na biodegradação de microplástico
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-10) Aguiar, Arthur Pérez; Ottoni, Cristiane Angélica [UNESP]; Fornari, Milene [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O constante acúmulo de microplásticos, principalmente no meio ambiente, oferece potenciais danos aos ecossistemas e à saúde pública. Com a necessidade de investigar alternativas menos agressivas ao meio ambiente e de baixo custo, a utilização de microrganismos como biorremediadores se apresenta como promissora. Dentre os microrganismos mais referenciados, os fungos filamentosos são os que possuem maior destaque quanto a capacidade de biorremediar microplásticos, visto que, são descritos como organismos que exercem papel crucial de mineralização de diversos poluentes. Entretanto, até a presente data, poucos estudos foram desenvolvidos para selecionar linhagens fúngicas capazes de biodegradar este composto antropogênico, assim como, tentar compreender o mecanismo de ação destes microrganismos. Diante do exposto, neste estudo foram avaliados os fungos filamentosos MQ1A, MQ1B, MQ1C, MQ2A, AQ2A e AQ3A, oriundos de sedimentos de Manguezal e Apicum, quanto a capacidade de biodegradar microplásticos de polietileno. Os microplásticos de polietileno submetidos a biodegradação fúngica foram obtidos comercialmente e caracterizados, em processo anterior aos ensaios de biodegradação, quanto a seu tamanho e morfologia por meio de peneiramento em vibrador mecânico e observação em estereoscópio, respectivamente. Todas as linhagens foram identificadas a nível gênero por análise macroscópica e microscópica, sendo que as linhagens fúngicas consideradas como promissoras quanto a capacidade de biodegradar microplásticos de polietileno foram encaminhadas para identificação molecular. Os ensaios ocorreram em modo batelada utilizando frascos Erlenmeyer de 250 mL preenchidos com 50 mL de meio de crescimento mínimo, 5 discos de 5 mm de diâmetro do isolado fúngico, previamente crescido em ágar batata dextrose, e 0,05 g de microplásticos de polietileno. Os ensaios ocorreram a 30 °C, sob agitação de 150 rpm por um período de 28 dias. A cada 7 dias foram avaliados os parâmetros relacionados ao crescimento celular e microplásticos residuais. A linhagem mais promissora foi também avaliada quanto às alterações no pH e atividade da enzima lacase. Os ensaios foram realizados em duplicata. As classes granulométricas dos microplásticos de polietileno avaliados variaram entre 500 e <63 µm, de modo que o tamanho de 250 µm foi o mais representativo. Três morfologias de microplásticos de polietileno foram detectadas: microfibra, microfragmento e microesfera, sendo esta última a de maior predominância. Após análise macroscópica e microscópica, as linhagens foram identificadas como pertencentes aos gêneros Aspergillus (MQ1C e AQ3A), Penicillium (MQ1A), Rhizopus (AQ2A) e Trichoderma (MQ1B e MQ2A). O fungo AQ3A apresentou uma taxa de redução de microplásticos de polietileno de 53,8% e formação de biomassa de 0,0865 g·mL-1 . A linhagem MQ1B apresentou perfil médio de 38% de redução de microplásticos de polietileno e formação de biomassa de 0,0505 g·mL-1 . Dentre as linhagens avaliadas, AQ3A apresentou os resultados mais promissores quanto a capacidade em biodegradar microplásticos de polietileno, sendo identificada por ITS como Aspergillus niger. Estudos complementares com A. niger destacaram a redução do pH durante o crescimento fúngico em contato com os microplásticos de polietileno. Em 28 dias, não foi identificada a presença de atividade da lacase no extrato extracelular, sugerindo a atividade de demais enzimas oxirredutases na biodegradação dos microplásticos de polietileno pela linhagem fúngica. Esses resultados indicam que isolados fúngicos podem contribuir ativamente para a biodegradação de microplástico em condições oligotróficas. No entanto, outras técnicas e parâmetros analíticos são necessários para comprovar a biodegradação efetiva, para que essas linhagens possam ser utilizadas em estudos futuros.
  • ItemDissertação de mestrado
    Ecotoxicidade em água de amostras de óleo recuperadas de áreas afetadas no litoral do nordeste brasileiro
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-27) Santana, Debora Cristina Nascimento de; Abessa, Denis Moledo de Souza [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    No segundo semestre de 2019 surgiram manchas de óleo que atingiram toda a extensão do nordeste brasileiro. Isso apresenta alto risco à saúde dos organismos marinhos em diversos âmbitos como o contato com as frações de óleo que se dissolvem na água. A fim de avaliar os riscos deste composto foram realizadas análises ecotoxicológicas para averiguar os efeitos causados pela exposição desse material. Desse modo, foram preparadas, em laboratório, frações solúveis em água a partir de três amostras coletadas em diferentes pontos. Com estas frações foram realizadas análises químicas para quantificar o total de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (TPHA) e alifáticos (THA) presentes nas frações solúveis e realizados testes com o objetivo de avaliar a mortalidade em Artemia salina e o desenvolvimento embrionário em Echinometra lucunter. Os resultados encontrados nas análises químicas detectaram valores quantificáveis para HA e HPA que foram superiores nas FSA da amostra 3 em comparação às outras amostras avaliadas. Quanto aos testes de toxicidade, o organismo Artemia salina apresentou concentrações que obtiveram diferença significativa com o controle a partir de 5% após 48 horas de exposição para a amostra 1. Já no para os testes realizados com Echinometra lucunter, expostos às FSA de 3 amostras, encontrou-se diferença significativa com o controle a partir das concentrações de 50% após 48hs de exposição. Os organismos avaliados mostraram baixa sensibilidade nas frações avaliadas quando comparadas a estudos anteriormente estudados com frações solúveis de óleo. Todavia, encontrou-se nas frações solúveis avaliadas concentrações de hidrocarbonetos compatíveis com estudos realizados com amostras ambientais e que apresentaram toxicidade aos organismos avaliados demonstrando assim o potencial tóxico dessas frações aos organismos que possam ser expostos as frações solúveis destes materiais. Conclui-se que o óleo que atingiu as praias brasileiras no ano de 2019 apresentava condições para contaminar a coluna d’água, pela solubilização de hidrocarbonetos, e afeta negativamente as populações de invertebrados marinhos após a exposição às frações solúveis deste óleo. Mais estudos precisam ser realizados para aperfeiçoar a compreensão dos efeitos dos óleos encontrados nas praias nordestinas em organismos marinhos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Impactos ambientais do óleo na costa leste do litoral Nordeste brasileiro: toxicidade de sedimentos sobre organismos aquáticos e risco ambiental.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-15) Carvalho, Maysa Ueda de; Abessa, Denis Moledo de Souza [UNESP]; Moreira, Lucas Buruaem; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Desde 30 agosto de 2019, toneladas de óleo bruto de origem desconhecida começaram a chegar à costa do Nordeste (NE) brasileiro, espalhando-se por 11 estados e atingindo mais de 55 áreas marinhas protegidas. Após atingir a costa, o óleo pode sofrer diversos processos de transformação, como interagir com diferentes matrizes sedimentares, podendo gerar efeitos nocivos a uma gama de organismos, comprometendo a biota local. Este estudo visou analisar o potencial tóxico de sedimentos de regiões afetadas pelo óleo, logo no início do evento em praias do Ceará (CE), e meses depois em áreas recifais de Pernambuco (PE) e estuarinas da Bahia (BA). Os sedimentos foram caracterizados quanto ao perfil químico, sedimentológico e ecotoxicológico. Em relação a toxicidade, foram empregados três tipos de exposição: (1) sedimento integral, pela toxicidade aguda com o anfípodo marinho Tiburonella viscana e crônica com o copépodo estuarino Nitocra sp.; (2) elutriatos e (3) interface sedimento água, ambos para toxicidade crônica com embriões do ouriço-do-mar (Echinometra lucunter) e Nitocra sp. Os resultados foram integrados através da análise de componentes principais (PCA). Nos sedimentos coletados no CE houve concentrações de HPAs e toxicidade para todos os organismos. Em PE, a toxicidade foi mais fortemente relacionada aos altos níveis de amônia e ao tamanho dos grãos, e houve a diminuição da toxicidade aguda para a T. viscana nas praias do Janga e Carneiros, ao longo do tempo, enquanto para E. lucunter e Nitocra sp., a maioria das amostras foi tóxica. Todas as amostras da BA foram tóxicas em pelo menos um teste, e algumas apresentaram altas concentrações de HPAs, além de amônia e sedimentos grosseiros. Em algumas das áreas da BA o baixo hidrodinamismo que pode ter favorecido o acúmulo dos componentes do óleo no sedimento. Em alguns pontos, sobretudo em PE, a toxicidade pode ter sido influenciada pelo histórico de contaminação antrópica difusa, e altos níveis de amônia natural. Estudos ecotoxicológicos com organismos tropicais são fundamentais para a efetiva avaliação dos impactos e riscos ambientais decorrentes de vazamentos de óleo, e deveriam constituir ferramentas dentro dos planos de contingência e ações de resposta a emergências por óleo que atingem os ecossistemas costeiros do Brasil. Palavras-chaves: Ecotoxicologia; petróleo; animais marinhos; emergências ambientais; poluição marinha.
  • ItemDissertação de mestrado
    Avaliação da ecotoxicidade crônica de 2-mercaptobenzotiazol livre e nanoestruturado em hidróxidos duplos lamelares
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-30) Santos, Juliana Vitoria Nicolau dos; Abessa, Denis Moledo de Souza [UNESP]; Martins, Roberto Carlos Domingues; Perina, Fernando César; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A corrosão é um fenômeno natural definido como a decomposição gradativa do metal, sendo provocada pela reação química e/ou eletroquímica deste material com o ambiente circundante. A prevenção deste processo consiste na aplicação de compostos ativos em superfícies metálicas, como o 2-mercaptobenzotiazol (MBT), inibidor de corrosão amplamente utilizado nas indústrias petrolífera e naval. As restrições ambientais sobre o uso destes compostos requerem o desenvolvimento de produtos inovadores, eficazes, não-tóxicos e se possível, biodegradáveis. Dessa forma, o encapsulamento destes compostos ativos em nanomateriais manufaturados (NM) apresenta-se como uma alternativa promissora, que visa a otimização de seu uso e redução de impactos ambientais associados. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa é avaliar o potencial da imobilização do anticorrosivo 2-mercaptobenzotiazol hidróxidos duplos lamelares (LDH, do inglês Layered Double Hydroxides) em reduzir a toxicidade do composto ativo sobre o desenvolvimento embriolarval ouriço-do-mar Echinometra lucunter e a taxa de reprodução do copépodo Nitokra sp. Para tal, ensaios ecotoxicológicos foram executados de modo a estimar a toxicidade do (A) inibidor de corrosão MBT, (B) MBT imobilizado em LDH-NO3 (MgAl LDH-MBT e ZnAl LDH-MBT) e dos (C) nanomateriais vazios (MgAl LDH e ZnAl LDH) para a avaliação da toxicidade das argilas aniônicas na ausência do inibidor de corrosão. As soluções-testes foram preparadas considerando as concentrações de 0,015; 0,046; 0,137; 0,41; 1,23 e 3,7 mg L-1 e um período de exposição crônico para ambos os organismos-teste. Os resultados foram submetidos a testes de normalidade e homogeneidade das variâncias, seguidos de ANOVA e o teste de Dunnett. O cálculo das Concentrações de Efeito para 50% dos organismos (CE50) foi realizado através de regressão não linear e a análise de variância multifatorial permutacional (PERMANOVA) foi executada de modo a comparar os diferentes tratamentos nas concentrações testadas. Os resultados obtidos para o ouriço-do-mar E. lucunter indicaram maior toxicidade para MBT livre (CE50 = 0,020) mg L -1), em comparação a MgAl LDH MBT (CE50 = 0,055 mg L -1), e ZnAl LDH MBT (CE50 = 0,054 mg L -1). Verificou-se também que ZnAl LDH (CE50 = 0,107 mg L -1) parece ser mais tóxico para este organismo-teste do que MgAl LDH (CE50 = 0,368 mg L -1). Os experimentos realizados com Nitokra sp. não indicaram diferença estatística entre o controle e as concentrações testadas de MgAl LDH, ZnAl LDH e MgAl LDH MBT. A respeito de MBT livre e ZnAl LDH MBT, entretanto, os valores de CE50 demonstraram menor toxicidade para o inibidor de corrosão nanoestruturado (CE50 = 0,520 mg L-1) em comparação à sua forma livre (CE50 = 0,223 mg L-1). O ZnAl LDH apresentou maior toxicidade para embriões de ouriço-do-mar e para Nitokra sp., em comparação a MgAl LDH; atribui-se esses efeitos a liberação de íons Zn2+ durante o período de exposição. Ressalta-se também que a exposição de fêmeas ovadas de Nitokra sp. a ZnAl LDH MBT, apresentou uma curva dose-resposta bifásica, caracterizando-se o fenômeno hormese, ou seja, efeitos benéficos em baixas concentrações. Ainda assim, as toxicidades deste composto e do MBT livre podem estar associadas com a ingestão destas substâncias a partir de sua interação com a matéria orgânica, provocando sua aglomeração. De maneira geral, a imobilização em nanomateriais demonstrou reduzir a toxicidade de MBT a respeito dos efeitos crônicos observados para ambos os organismos-teste. Os resultados do presente estudo sugerem que a alternativa mais promissora é o uso de nanoargilas a base de MgAl, no que se refere a redução da toxicidade crônica para organismos aquáticos neotropicais.
  • ItemDissertação de mestrado
    Estimativa da variação espaço-temporal de áreas ocupadas por manguezal e diferentes usos e coberturas da terra no Brasil entre 2000 e 2020
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-31) Vanin, Gabriel Tofanelo; Mori, Gustavo Maruyama [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os manguezais são ecossistemas fundamentais do ponto de vista social, econômico e ambiental. O Brasil é um dos países com maior extensão de manguezal do mundo, porém diferentes trabalhos têm mostrado que forçantes antrópicas e naturais têm suprimido áreas ocupadas por este ecossistema, ainda que em pequenas escalas geográficas. Esta pesquisa teve como objetivo estimar a variação espaço-temporal de manguezais no Brasil e diferentes usos e coberturas da terra (Land use and land cover – LULC) em diferentes escalas espaciais nas últimas duas décadas (2000-2020). Para isso, utilizamos dados dos projetos MapBiomas e Global Forest Change dentro da plataforma Google Earth Engine. Quantificamos o balanço de área de manguezal em escalas nacional, estadual e regiões (segmentos) climática-botanicamente semelhantes. Séries temporais de 20 anos foram construídas e decompostas. O banco de dados do Global Forest Change não apresentou um desempenho satisfatório na detecção de manguezais suprimidos no Brasil, quando comparado com dados previamente publicados. A partir dos dados do projeto MapBiomas, observamos que entre 2000 e 2020, o Brasil teve ganho líquido de 3982,51 km² de áreas ocupadas por manguezal. No mesmo período, 4143,43 km² de área de manguezal foi suprida, sendo que ~92% desta área pôde ser identificada com ao menos alguma das 17 LULC consideradas, as quais contribuíram diferentemente entre os estados políticos e regiões fitofisionomicamente semelhantes. As maiores conversões de manguezal ocorreram por classes de LULC não explicitamente atreladas as atividades humanas, destacando-se formação florestal e corpos d’água. Embora, comparativamente, as áreas de manguezais substituídas por classes antrópicas foram muito menores, sua identificação possibilita direcionar esforços para reduzir impactos de forçantes específicas por meio de políticas públicas e programas que lidem com uma ou pouca LULC, como pastagens, que substituiu 80,34 km² de área de manguezal preexistente. Nossos resultados corroboram evidências em escala global e no Brasil de que manguezais têm apresentado ganho líquido de área e reforçam que fatores naturais como os principais percussores de perda de manguezal. Abordagens mutli-escala como a utilizada neste estudo contribuem à gestão integrada dos manguezais, promovendo compreensão de temas que ultrapassam limites políticos. Este trabalho lança novos direcionamentos aos esforços de pesquisa, conservação e monitoramento em diferentes regiões geográficas do Brasil. Incentivamos o uso das ferramentas e dados disponibilizados neste trabalho por diferentes instituições e tomadores de decisão para ações de conservação, proteção e restauração dos manguezais brasileiros e ecossistemas adjacentes.
  • ItemDissertação de mestrado
    Cetáceos e tráfego marinho na Bacia de Santos: uma abordagem espacializada de avaliação de risco
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-22) Pratezi, Murilo Rainha; Rollo Junior, Mario Manoel [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os cetáceos estão presentes em todos os oceanos e coexistem com a crescente intensificação das atividades associadas ao meio aquático, sendo o tráfego de embarcações motorizadas uma das principais atividades antrópicas neste ambiente. O estudo de correlações espaciais possibilita elaborar respostas adequadas para esses impactos. Desta forma, este projeto investigou a correlação espacial entre a distribuição de cetáceos e as atividades de tráfego marinho na Bacia de Santos, Brasil. Foram coletadas informações de dois bancos de dados distintos, sendo o primeiro referente a distribuição de cetáceos e o outro sobre os tipos de tráfego marinho em geral. Foram obtidos 2352 registros de cetáceos e 718777 de embarcações. Posteriormente, foram realizadas análises de Similaridade Estrutural com o intuito de identificar sobreposição de nicho, com um resultado correspondente a 0,88. Além disso, foram realizadas as análises do vizinho mais próximo e o método fixo de densidade Kernel, o que permitiu identificar registros de sobreposição do tráfego com cetáceos e a confecção de mapas de calor, respectivamente. Mediante as informações relevantes identificadas, estratégias de conservação mandatórias e voluntárias foram então propostas. Entre as principais, estão a redução de velocidade e zonas de exclusão voluntárias. Espera-se que este trabalho contribua para a implementação destas estratégias na área estudada, assim como para com a conservação de cetáceos e da biodiversidade de Áreas Marinhas Protegidas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Análise espaço temporal da captura acidental de toninhas, Pontoporia blainvillei (CETACEA: Pontoporiidae) pela frota pesqueira artesanal da Praia Grande, litoral central de São Paulo.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-14) Penela, Giovanna Manuela de Oliveira; Bertozzi, Carolina Pacheco [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pesca extrativa marinha desempenha um papel fundamental em termos sociais e econômicos para o mercado mundial, porém a captura acidental de espécies não alvo representa uma ameaça para a conservação de diversas espécies. O efeito acumulativo desses eventos é, muitas vezes, subestimado, pois os registros são relativamente raros e representam uma pequena parcela da biomassa total capturada, porém, dado às características biológicas de diversas espécies, como crescimento lento e baixas taxas reprodutivas, podem ter importante efeito na viabilidade das populações, através disso se tornou uma importante questão na gestão e conservação da pesca mundial, particularmente para espécies de vida longa como os tubarões, tartarugas, aves e mamíferos marinhos. A toninha, também conhecida como franciscana (Pontoporia blainvillei), é um pequeno odontoceto com distribuição restrita às águas costeiras do Oceano Atlântico Sul Ocidental, ela é uma das principais espécies diretamente impactada por atividades antrópicas por isso é considerada ameaçada, devida a alta mortalidade em rede de pescas ao longo dos anos em toda a sua distribuição. O presente trabalho tem por objetivo analisar a distribuição espacial e temporal da captura acidental da Pontoporia blainvillei, onde foram analisados 24339 lances de pesca realizados pela frota pesqueira artesanal do município da Praia Grande, litoral central de São Paulo. Os resultados desse estudo completam lacunas acerca do conhecimento espacial, anual e trimestral das capturas acidentais no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2017, realizadas pelos tipos de rede: pescada, boeira, malhão, fundo grossa, feiticeira e emalhe (esse último sendo o nome utilizado para as redes não identificadas), e 191 registro de capturas acidentais de toninhas durante o período monitorado, Os maiores esforços de pesca foram nos anos 2002, 2013 e 2012, a rede de pesca pescada é a rede com maior número de esforço de pesca, sendo a mais utilizada na região, A rede de malhão foi a rede com maior dispersão de esforços de pesca. Visualizando a sazonalidade as capturas têm alto valor da captura por unidade de esforço (CPUE) no 2º trimestre (abril a junho), e no 3º trimestre (julho a setembro), através do mapa percebemos nitidamente que existe um ponto focal de pesca e alguns pontos altos próximos a outras regiões como São Vicente, Santos e o Guarujá. A criação e atualização de um banco de dados digital que registre os encalhes, avistamentos e capturas acidentais dessa espécie é fundamental, pois democratiza o acesso aos dados e permite sua acumulação, para que seja contínuo o uso de dados históricos para entender os padrões de ocorrência das toninhas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Efeitos de compostos naturais sobre a atividade peroxidásica de AhpCs e sobrevivência de bactérias patogênicas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-02) Cabrera, Vitória Isabela Montanhero; Oliveira, Marcos Antonio; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A resistência de bactérias patogênicas a múltiplos antibióticos aumentou em todo o mundo nos últimos anos, exigindo a busca de novos compostos antibacterianos. Estudos indicam que ação convergente de algumas classes de antibióticos, independente do mecanismo de ação, é a geração de espécies reativas de oxigênio (EROS), o que contribui para a morte de patógenos bacterianos. As bactérias possuem várias enzimas antioxidantes capazes de decompor as EROs, entre elas, as peroxirredoxinas 2-Cys típicas, denominadas de AhpC em bactérias, são peroxidases altamente reativas e extremamente abundantes no ambiente celular, e estudos sugerem que a atividade dessa enzima seria um fator importante para virulência de determinadas cepas bacterianas. A alta reatividade de AhpC está relacionada a uma tríade catalítica, composta por dois resíduos polares (Thr/Ser e Arg) que mantêm o enxofre da cisteína catalítica, denominada de cisteína peroxidásica (CP) na forma tiolato (S-) e estão envolvidos no direcionamento e estabilização do substrato para permitir a substituição nucleofílica bimolecular química (SN2). Apesar da importância da AhpC em bactérias, até o presente momento nenhum inibidor foi identificado para estas enzimas. Por outro lado, alguns produtos naturais foram identificados como inibidores de isoformas humanas. De forma geral estes compostos apresentam como características comuns um esqueleto hidrofóbico volumoso e um sistema carbonílico capaz de realizar uma adição de tiól-Michael. Neste trabalho, avaliamos a atividade inibitória de compostos naturais oriundos da biota costeira do estado de São Paulo sobre a atividade peroxidase de AhpC de Pseudomonas aeruginosa (PaAhpC) e Staphylococcus epidermidis (SeAhpC), duas bactérias oportunistas Gram negativas e positivas, respectivamente, responsáveis por diversas infecções hospitalares. A seleção dos compostos foi efetuada com base em características funcionais e estruturais de compostos naturais identificados para isoformas humanas. Através de ensaios bioquímicos identificamos um ácido benzoico prenilado (CN-ABP1) oriundo de Piper crassinervium foi capaz de inibir a atividade peroxidásica de PaAhpC, mas não inibiu SeAhpC ou da isoforma humana (HsPrx2). Adicionalmente demonstramos que CN-ABP1 não é capaz de inibir outras tiól enzimas. A determinação do IC50 foi de 20.3 μM e por SDS PAGE mostramos que o composto não foi capaz de realizar uma adição de tiól-Michael, indicando um modo de inibição ainda não descrito para este grupo de proteínas. Resultados de simulações envolvendo docking molecular, indicam que o composto é estabilizado no sítio catalítico com aminoácidos da tríade catalítica através de ligações polares e um grande número de interações hidrofóbicas. Neste contexto os resultados obtidos nesta investigação levaram a identificação do primeiro composto natural oriundo da biota costeira brasileira com alta especificidade para AhpC bacteriana. Como consequências diretas da investigação iniciamos procedimentos com uma série de compostos similares a CN-ABP1 visando a identificação de características estruturais/funcionais envolvidas na inibição promovida por CN-ABP1. Ainda baseado na estrutura hidrofóbica alongada do composto hipotetizamos que este poderia mimetizar um substrato biológico como peróxidos derivados de ácidos graxos de cadeia longa e resultados obtidos revelaram que AhpC possui alta afinidade por este tipo de substrato com taxas de hiperoxidação de 1.06 ´ 106M-1s-1 indicando que estes possam ser inibidores biológicos de AhpC. Visando aprofundar o conhecimento da biologia estrutural da enzima realizamos ensaios de cristalização e obtivemos cristais passiveis de difração de raios-X. A determinação da estrutura destas proteínas deve auxiliar em um maior entendimento da interação entre CN-ABP1-PaAhpC abrindo a perspectiva da identificação de outros inibidores que guardem semelhança com CN-ABP1 ou hidroperóxidos derivados de lipídeos de cadeia longa, que podem em última instancia auxiliar no combate a bactérias patogênicas resistentes a múltiplos antibióticos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Ecologia reprodutiva do trinta-réis-de-bico-vermelho, Sterna hirundinacea Lesson, 1831 (Aves: Laridae), em uma área artificial no litoral do estado de São Paulo, Brasil
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-10) Fonseca, Léo Cordeiro de Mello da; Barbieri, Edison [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Sterna hirundinacea Lesson, 1831 é uma espécie de ave marinha/costeira pertencente à ordem Charadriiformes e à família Laridae. Sua reprodução já foi estudada anteriormente no Brasil, porém apenas em ambientes naturais e com a maior parte dos estudos tendo sido realizada no sul do país. A reprodução da espécie em ambientes artificiais já foi estudada em Coquimbo, no Chile, porém nunca antes no Brasil e acompanhando um número elevado de indivíduos. A presente pesquisa foi realizada no Terminal Aquaviário da Petrobrás (TEBAR), uma área artificial localizada no Canal de São Sebastião, durante os meses de abril a setembro de 2021. A contagem dos ninhos foi executada de maio a setembro de 2021, e 57 do total de ninhos foram selecionados para monitoramento a cada 48-72 horas. Além de S. hirundinacea, outras espécies de aves utilizaram o TEBAR em 2021, e poucos indivíduos de Thalasseus acuflavidus foram observados no local. A duração da estação reprodutiva de S. hirundinacea foi de 145 dias. Foram contabilizados 159 ninhos e 318 indivíduos maduros se reproduzindo. O local de construção dos ninhos variou dentro do TEBAR, podendo ocorrer no Píer Sul, Estação Meteorológica, Looping 2 ou na Ponte de Acesso. As aves nidificaram sobre substratos de cimento, grama, metade grama/metade terra e metade grama/metade cimento. Os materiais utilizados para a construção dos ninhos incluíram pedras, nenhum material, ferro, madeira, terra, grama, plástico e pano. O tamanho médio das ninhadas foi de 1,21 ± 0,41 ovos por ninho, incluindo ninhos com um ovo (n = 45) e com dois (n = 12). Eventos de repostura (n = 9) envolveram a postura de um novo ovo para nove casais que haviam perdido o (s) seu (s) anteriormente. O intervalo médio entre a postura do primeiro e segundo ovo em ninhos com dois ovos foi de 94,00 ± 49,50 horas. O número total de ovos postos correspondeu a 78; as medidas de comprimento, largura e volume médios no valor de 4,56 ± 0,22 cm, 3,26 ± 0,09 cm e 25,45 ± 2,01 cm³, respectivamente. Foi verificada diferença significativa nos valores biométricos em função do tipo de ovo no que diz respeito ao comprimento e volume do primeiro ovo e do segundo ovo posto. A redução média na massa dos ovos por intervalo foi calculada em 0,39 ± 0,02 g, e foi encontrada diferença significativa nas médias de massa por intervalo entre o primeiro e segundo ovo posto, e também entre o primeiro ovo posto e o ovo de repostura. Os ovos perdidos (n = 63) o foram por predação (60,3%), por gorar (34,9%) e pela presença de natimortos (4,8%). O período médio de incubação foi de 23,73 ± 2,34 dias, não tendo sido identificada diferença significativa em função do tipo de ovo. Os ninhegos nascidos saudáveis somaram 15 indivíduos (sucesso de incubação de 19,2%), dos quais 11 (73,3%) não sobreviveram. As causas de mortalidade dos ninhegos incluíram predação ou queda no mar (54,5%), atropelamento (36,4%) e causas naturais (9,1%). O maior número de mortes de ninhegos ocorreu durante os primeiros nove dias após a eclosão, e o risco demonstrou novo aumento ao atingirem 21-30 dias de vida. Quatro ninhegos atingiram a habilidade de voo, e o sucesso reprodutivo obtido se deu no valor de 5,1%. A média da estação reprodutiva para pares bem-sucedidos foi de 58,25 ± 4,19 dias, e o tempo médio para um ninhego atingir o voo se deu em 31,75 ± 2,87 dias. Os diferentes fatores estudados indicaram que a preferência das aves para reprodução no TEBAR se deu no Píer Sul, sobre o cimento e utilizando pedras para a construção dos ninhos. O maior sucesso de incubação e reprodutivo foi obtido na Estação Meteorológica, sobre a grama e utilizando grama para a construção dos ninhos. O TEBAR se mostrou um ambiente com determinadas semelhanças e diferenças na reprodução de S. hirundinacea quando comparado às áreas naturais de nidificação da espécie. A área exposta e com desenvolvimento constante de atividades antrópicas possivelmente acarretou uma maior perda de ovos e ninhegos por predação e causas relacionadas à aproximação humana. Mais estudos, e realizados de forma periódica, são necessários para diagnosticar a área do TEBAR como de fato prejudicial à S. hirundinacea, possibilitando, em caso positivo, a elaboração e implementação de medidas de conservação no local.
  • ItemDissertação de mestrado
    Helmintos de tartarugas marinhas (TESTUDINES; CHELONIIDAE), do litoral centro – sul de São Paulo, SP.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-16) Silva, Maria Luisa Previati; Bertozzi, Carolina Pacheco [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As tartarugas marinhas habitam os oceanos tropicais e subtropicais ao redor do mundo sendo que, das sete espécies existentes, cinco são encontradas na costa brasileira. O conhecimento sobre a helmintofauna de tartarugas marinhas tem sido uma importante ferramenta para a compreensão de aspectos ecológicos, tais como padrões de migração, comportamento, distribuição, ecologia alimentar, bem como para avaliar o estado de saúde dessas populações. No Brasil estudos apontam a existência de pelo menos 20 espécies da Classe Trematoda e quatro espécies de nematódeos, porém este número pode estar subestimado, devido a carência de informações para diversas partes do litoral. O presente trabalho teve por objetivo descrever a fauna helmíntica presente no trato gastrointestinal e urogenital de tartarugas-marinhas do litoral centro-sul de São Paulo, no período de 2015 à 2020. Os índices parasitológicos de prevalência, abundância média e intensidade média de infecção foram calculados para avaliar e descrever a fauna parasitária. Ao todo 629 tartarugas foram analisadas, sendo 598 exemplares de Chelonia mydas, 27 de Caretta caretta, duas deLepidochelys olivacea e duas de Eretmochelys imbricata. Das tartarugas analisadas 167 estavam parasitadas (uma prevalência total de 26,55%) e os parasitas gastrointestinais Cricocephalus albus, Metacetabulum invaginatum ePronocephalus obliquus, foram as espécies de maior prevalência para Chelonia mydas, enquanto Pyelosomum cochlear e Plesiochorus cymbiformis foram encontrados apenas infectando a bexiga. Nos dois exemplares de Lepidochelys olivacea a espécie predominante foi Plesiochorus cymbiformis, porém ao contrário do observado em C. mydas, estes foram encontrados apenas no intestino. O parasita predomindante em Caretta caretta foi Orchidasma amphiorchispresente exclusivamente no intestino. Cricocephalus albus foi a único parasita encontrado em Eretmochelys imbricata.O índice prevalência não apresentou diferença estatística para C. mydas e C. caretta, porém foi verificada diferença quanto ao sítio de infecção, sendo o intestino o local de maior prevalência, seguido do estômago e bexiga.
  • ItemDissertação de mestrado
    Mapeamento de contaminantes na vegetação de área impactada por hidrocarbonetos pelo método de phytoscreening
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-09) Lopez, Marcela de Barros Yamamoto; Ottoni, Cristiane Angélica [UNESP]; Chang, Hung Kiang; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O gerenciamento de áreas contaminadas (GAC) é uma temática bem difundida no estudo do meio físico. Em 1999, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) publicou o primeiro manual de gerenciamento no Estado, promovendo a implementação do GAC. Contudo, até os dias atuais existem estudos esparsos correlacionados ao uso da biodiversidade destas áreas como ferramenta no mapeamento de contaminações. Nesse contexto, a metodologia de “phytoscreening” é uma abordagem promissora que poderá fornecer informações relevantes por meio da vegetação que está em contato direto com o meio contaminado. O presente trabalho objetiva avaliar a aplicabilidade da metodologia em uma área contaminada por hidrocarbonetos aromáticos em Cubatão – SP. O estudo consiste na coleta de amostras do xilema de árvores para análise de contaminantes. Foram realizadas 4 campanhas de coleta onde foi identificada a presença de BTEX em diferentes indivíduos. Três eucaliptos apresentaram resposta para benzeno, com concentrações variando de 22,1 µg/kg até 128,9 µg/kg, sendo as maiores em período de menor intensidade pluviométrica (86 µg/kg no T09, 46 µg/kg no T10 e 128,9 µg/kg no T12). Outros três indivíduos apresentaram concentrações de etilbenzeno na primeira campanha, com máximas de 203,3 µg/kg (T15 eucalipto), 294,8 µg/kg (T16 abacateiro) e 52,2 µg/kg (T17 embaúba). Desse modo, os resultados demonstraram que a ferramenta é de grande valia para incorporação em estudos ambientais, quando realizada em locais com condições climáticas/hidrogeológicas aqui ensaiadas. Estudos adicionais, principalmente quanto à biodegradação de contaminantes previamente à entrada na planta, podem ser conduzidos para refinar a compreensão do método e das variáveis associadas.
  • ItemDissertação de mestrado
    A atividade da pesca amadora nos municípios de Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe (SP – Brasil).
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-09-16) Lentini-Kian, Andréia da Conceição; Vaske Junior, Teodoro [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pesca amadora (recreativa ou esportiva) no mundo está adquirindo um reconhecimento científico cada vez maior, devido à sua importância sociocultural, econômica e ecológica. Cada vez mais, pesquisas sobre a pesca estão sendo incluídas nos estudos científicos das pescarias de captura globais, dada a carência de informações e ausência de dados precisos e confiáveis. O Brasil apresenta a maior diversidade de peixes no mundo. Muitas dessas espécies geram interesse para a pesca amadora e por isso, o setor da pesca recreativa (amadora) vem crescendo e se inovando nos últimos anos. Entretanto, a falta de dados sistematizados em âmbito nacional dificulta a obtenção de estimativas e impactos nos serviços ecossistêmicos. O objetivo deste estudo foi entrevistar pescadores amadores de três municípios do Litoral centro-sul paulista (Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe) para levantar informações sobre as características da pesca, seu perfil socioeconômico e seu conhecimento. De modo geral, os pescadores amadores entrevistados foram, em sua maioria, homens, casados, com idade igual ou maior do que 42 anos, que residem próximo à área de estudo e possuem, em média, 20 anos de experiência na arte dessa atividade recreativa. Eles preferem praticar a pesca não embarcada, semanalmente, utilizando vara com molinete e isca de camarão. Entre as espécies mais pescadas, de modo geral, estão o Bagre (Ariidae), a Corvina (Micropogonias furnieri), a Espada (Trichiurus lepturus), o Robalo (Centropomus spp.) e a Betara (Menticirrhus spp.). Sendo assim essas informações poderão contribuir com futuras ações de conservação e manejo sustentável da pesca amadora.
  • ItemDissertação de mestrado
    Fotogrametria de uma paleotoca escavada por preguiças-gigantes (megaichnus major)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-09-14) Audi, Caroline; Buchmann, Francisco Sekiguchi de Carvalho e [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Durante o Plioceno e Pleistoceno, mamíferos gigantes que viveram na América do Sul tinham o comportamento escavador que, em busca de abrigo e refúgio, construiram grandes icnofósseis denominados Megaichnus (paleotocas). Megaichnus são estruturas biogênicas na forma de túneis e salões escavados por Folivora (Megaichnus major) e Cingulata (Megaichnus minor). No teto e nas paredes dessas paleotocas é possível observar traços de escavação desses animais. Foi realizada a fotogrametria digital através do imageamento de M. major para gerar um Modelo Digital Tridimensional (M3D). A paleotoca estudada está localizada na cidade de Doutor Pedrinho, Santa Catarina, sul do Brasil, sendo estaescavada no arenito da Formação Taciba (Permiano). As fotografias foram registradas com uma câmera GoPro 4 e uma Nikon D7000, processadas para geração de dois M3D. Os M3D estão disponíveis para visualização no site Sketchfab por meio dos links (GoPro 4; https://skfb.ly/6RYyn (GoPro 4) e https://skfb.ly/ooprJ (Nikon D7000). O modelo gerado com as fotografias GoPro foi transformado em realidade virtual através do programa Unity, o qual gerou um aplicativo para smartphones que necessita de óculos 3D para imersão na paleotoca, disponível online. O M3D permite o acesso virtual ao interior dos icnofósseis, tornando possível seu estudo remoto de qualquer lugar do mundo. A construção de M3Ds das paleotocas, por meio da fotogrametria de alta resolução, permite ampla divulgação do conhecimento sobre estas estruturas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Seleção e identificação de compostos anti fosfolipase A2 a partir da avaliação in sílico combinado com HPLC-MS e avaliação in vitro e vivo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-23) Moraes, Laila Lucyane Ferreira de; Toyama, Marcos Hikari [UNESP]; Oliveira, Marcos Antônio de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As fosfolipases A2 (PLA2, EC 3.1.1.4) são um grupo de enzimas que pertencem a fontes de recursos renováveis como da Mata Atlântica que é uma das mais importantes do Brasil, com moléculas bioativas para inibir enzimas relacionadas a determinadas patologias humanas. No atual contexto da pandemia a síndrome respiratória induzida pela COVID-19 pode ser considerada um processo inflamatório agudo induzido por duas classes de PLA2 secretória (sPLA2). Uma é similar sPLA2 de serpentes e a outra sPLA2 associada a lipoproteínas plasmáticas (LP-sPLA2), que gera em sua reação o principal agente da aterosclerose. Por isso a busca por compostos que inibem a PLA2 e auxilia em novas moléculas com potencial no controle do processo inflamatório e replicação de vírus cresceu ultimamente. No nosso trabalho investigamos plantas descritas com propriedade anti-inflamatória, como as do gênero gêneros Bacchari sp., Moquiniastrum sp. e Phyllanthus sp. Nossa pesquisa mostrou resultados obtidos através de técnicas in sílico de mineração de dados, com docking molecular, testes in vitro e in vivo, onde foram selecionados três compostos (Miricitrina, ácido gálico e ácido cafeico), que tem potenciais inibidores de atividade fosfolipásica A2. Utilizamos o medicamento ácido acetilsalicílico in sílico e in vitro para comparação de atividade fosfolipásica A2 com os compostos naturais e a AchE frente o ácido gálico, ASS e ácido cafeico também para avaliar a atividade de inibir a esterase. Usamos a PAF-AH com a mesma finalidade frente aos compostos. Os resultados obtidos foram que o ácido cafeico e o composto fenólico ácido gálico apresentaram o melhor resultado de interação no sítio ativo da sPLA2 de Cdt e da AchE demostrando assim elevado potencial inibitório da enzima.
  • ItemDissertação de mestrado
    Integração de genômica de populações e modelagem biofísica de dispersão por correntes oceânicas para inferência da conectividade de árvores de mangue do litoral brasileiro
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-29) Madeira, André Guilherme; Mori, Gustavo Maruyama [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A dispersão é um mecanismo crucial, permitindo que populações e espécies possam alcançar novos recursos e explorar novas condições ambientais. No entanto, descrever mecanismos de dispersão de espécies que podem estar distribuídas por grandes áreas pode ser custoso ou mesmo inviável, como é o caso para as árvores de mangue. A influência das correntes oceânicas na dispersão dos propágulos de mangue tem sido cada vez mais evidente; entretanto, poucos estudos relacionam mecanisticamente os padrões de distribuição populacional com a dispersão pelas correntes oceânicas de forma integrada. Nesse trabalho, avaliamos o papel das correntes oceânicas na dispersão e conectividade do mangue vermelho, Rhizophora mangle, ao longo da costa do Sudoeste do Atlântico. Inferimos a estrutura populacional as taxas de migração a partir de polimorfismos de base única, simulamos o deslocamento de propágulos ao longo da região do Sudoeste do Atlântico e testamos nossas hipóteses com testes de Mantel e análise de redundância. Observamos uma estrutura genética de populações composta por dois grupos, norte e sul, que é corroborada por outros estudos com R. mangle e outras plantas costeiras. As taxas de migração recentes inferidas não indicaram migração atual entre os locais amostrados. Por outro lado, inferências de migração históricas demonstraram baixas taxas de migração entre os grupos e padrões de dispersão diferentes para cada um deles, o que está de acordo com o esperado para eventos de dispersão a longa distância. Nossos testes de hipóteses sugerem que tanto o isolamento por distância quanto o isolamento por resistência (derivado das correntes oceânicas) podem explicar a variação genética neutra de R. mangle na região. Nossas descobertas expandem o conhecimento atual sobre conectividade de mangues e revelam como a combinação de evidências moleculares e modelagens oceanográficas ampliam a capacidade de interpretação do processo de dispersão, que têm implicações ecológicas e evolutivas.