O que dizem famílias homoparentais sobre as relações estabelecidas com a escola de seus filhos: tensões entre aceitação e discriminação

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Data

2017-09-12

Autores

Tannuri, João Guilherme de Carvalho Gattás

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Trata-se de uma pesquisa exploratória no âmbito da violência da/na escola contra a família homoparental de abordagem, majoritariamente, qualitativa. O objetivo é apreender o que dizem pais e mães homossexuais sobre as relações estabelecidas com funcionários, docentes e discentes das escolas de seus filhos/as; suas expectativas e avaliações gerais sobre as instituições são igualmente apreendidas. A revisão bibliográfica resultou em 54 obras: 35 artigos; sete pesquisas em âmbito nacional; seis dissertações; quatro livros e duas teses. As fontes são entrevistas semiestruturadas, realizadas com três mães e sete pais- representantes de dez famílias homoparentais das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Além das entrevistas, aplicou-se um instrumento denominado Ficha de Identificação que possibilitou dados socioeconômicos sobre os sujeitos. A coleta dos dados foi amparada por autores como Thompson (1992), Woods (1999) e Bourdieu (1999), em triangulação com os autores da revisão bibliográfica focada na temática Família Homoparental. A análise dos dados foi realizada por meio de uma aproximação à Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977). A partir de Núcleos Informativos produzidos com as entrevistas, temos os seguintes resultados: 60% dos sujeitos afirmam não ter sofrido homofobia devido à homoparentalidade por parte de funcionários escolares. Todavia, identificamos situações de preconceito por uma criança portar necessidades especiais e um caso de bullying. Em 40% dos relatos encontramos as seguintes formas de violência: omissão de responsabilidade face possíveis casos de homofobia; inadmissão sobre a homoparentalidade em situações cadastrais; acusação da homoparentalidade como fator negativo na vivência de filhos em ambiente escolar. No que diz respeito à relação com docentes, 80% não evidenciou situações de preconceito, diferentemente de 20% expostos a violência como discordância sobre a homoparentalidade, ofensas devido à expressão sexual e rejeição em abordar a temática Família Homoparental em sala de aula. 70% não relatou violência cometida por amigos de escola. Já 20% sim, por razões como racismo e bullying homofóbico devido a um sobrenome e 10% sofreu violência por meio da expressão “sapatonas”. As expectativas e avaliações gerais dos/das participantes apontam a necessidade de diálogo sobre a Família Homoparental dentro das escolas. Em suma, existem tensões entre aceitação e discriminação para com a homoparentalidade em ambiente escolar, o que constata a realidade do preconceito ainda vigente sobre essa temática
It is an exploratory research in the scope of violence of/at school against the homoparental family of approach, mainly, qualitative. The objective of this research is to understand what homosexual parents say about the relationships established with employees, teachers and students in their children's schools; their expectations and general assessments of institutions are equally apprehended. The bibliographic review resulted in 54 works: 35 articles; seven national surveys; six dissertations; four books and two theses. The sources are semi-structured interviews, carried out with three mothers and seven fathers - representatives of ten homoparental families from the southeastern and center-western regions. In addition to the interviews, an instrument called Identification Card was applied to collect socioeconomic data of the subjects. The data collection was supported by authors such as Thompson (1992), Woods (1999) and Bourdieu (1999), in triangulation with the authors of the bibliographical review focused on the theme Homoparental Family. Data analysis was performed by means of a Content Analysis approach (BARDIN, 1977). From the Information Centers produced with the interviews, we have the following results: 60% of the subjects affirmed that they did not suffer homophobia due to homoparentality by school officials. However, we identified situations of prejudice agaisnt a child with special needs and a case of bullying. In 40% of the reports we found the following forms of violence: omission of responsibility against possible cases of homophobia; inadmissibility of homoparentality in registration situations; accusation of homoparentality as a negative factor in the experience of children in school environment. Regarding the relationship with teachers, 80% did not show situations of prejudice, differently from 20% exposed to violence such as disagreement about homoparentality, offenses due to sexual expression and rejection in addressing the Homoparental Family in the classroom. 70% did not report violence committed by school friends, but 20% suffered violence for reasons such as racism and homophobic bullying due to a surname and 10% were called "dykes". The expectations and general evaluations of the participants point to the need for dialogue on the Homoparental Family within the schools. In short, there are tensions between acceptance and discrimination towards homoparentality in the school environment, which confirms the reality of prejudice still prevailing on this theme.

Descrição

Palavras-chave

Violência, Homofobia, Família Homoparental, Escola, Violence, Homophobia, Homosexual Family, School

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