Associação entre prática de atividades físicas, tempo de tela, complicações em saúde e gastos entre crianças usuárias dos serviços de atenção primária do município de Bauru/SP: estudo transversal retrospectivo

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Data

2017-11-20

Autores

Araújo, Lia Grego Muniz de

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O objetivo geral da presente pesquisa foi verificar se existe associação entre a prática de atividades físicas habituais com morbidades e gastos com saúde entre crianças usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). A amostra foi composta por 505 crianças de três a doze anos, de ambos os sexos, atendidas nas 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Bauru, São Paulo. Foi investigado através de questionários específicos, nível de atividade física habitual das mães e das crianças e condição econômica. Para avaliar os gastos com os tratamentos de doenças/agravos específicos foram utilizados os registros dos prontuários clínicos, retroagindo 12 meses a partir da data da consulta. As crianças também tiveram peso, estatura e circunferência de cintura aferidos. Os resultados mostraram que as crianças pré-escolares se mostraram pouco ativas com média de 830,17+294 minutos semanais de atividades físicas não estruturadas ao ar livre. A média de tempo de tela gasto pela amostra (58,07+35,96 min/dia) foi adequada segundo diretrizes internacionais. Constatou-se que as mães dos préescolares que são ativas ou muito ativas têm 3,39 (1.12-9.99) vezes mais chances de ter filhos ativos. Os escolares também apresentaram média de atividade física semanal abaixo do recomendado (score de 3,2 + 0,9) e tempo de tela acima do adequado (2.6 + 1.5 horas por dia). Constatou-se que meninos de 7 a 12 anos são mais propensos a serem ativos quando comparados às meninas [OR = 2,56 (IC 95% = (1,43 a 4,58)]. As crianças de 7 a 12 anos que acumulavam menos tempo de tela se apresentaram mais propensas a estarem no grupo mais ativo [OR = 0,41; IC 95% = 0,24 a 0,72]. Em síntese, as doenças mais prevalentes entre as crianças em idade pré-escolar foram as do aparelho respiratório. Em relação ao estado nutricional, os com sobrepeso e obesidade adoeceram mais do que os eutróficos com doenças do CID R (Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte), onde a tosse foi a complicação em saúde mais prevalente (62,5%). Sobre a atividade física, os resultados apontaram que os meninos em idade préescolar mais ativos tiveram mais doenças da CID A e B (doenças parasitárias e infecciosas) que os menos ativos. Entre os escolares, as complicações em saúde mais prevalentes foram as da CID R, com a tosse apresentando a maior frequência. Em relação ao estado nutricional, os escolares com sobrepeso e obesidade adoeceram mais do que os eutróficos com doenças da CID R (tosse mais prevalente) e CID J (doenças respiratórias) do que os do grupo Magreza/ Eutróficos. Em se tratando dos gastos com saúde, pré-escolares moderadamente ativos geraram mais gastos em consultas e total que os mais ativos. Por outro lado, entre os escolares, observou-se que os mais ativos gastaram mais com medicamentos do que os menos ativos.
The overall objective of the present study was to verify if there is an association between habitual physical activitity, diseases and health expenditures among children users of the Brazilian National Health System (SUS). The sample consisted of 505 children aged three to twelve years, both sexes, attended at 19 Basic Healthcare Units (BHU) of Bauru, São Paulo. Habitual physical activity of mothers and children and economic status were investigated through specific questionnaires. Health expenditures related to the treatment of specific diseases were assessed through medical records, retroacting 12 months from the date of the consultation. The children also had weight, height and waist circumference measured. The results showed that the preschool children showed low score of physical activity, average of 830.17 + 294 minutes per week of unstructured outdoor activities. The average screen time spent by the sample (58.07 + 35.96 min / day) was adequate according to international guidelines. It was found that mothers of pre-schoolers who were active or very active were 3.29 times more likely to have active children. Schoolchildren also presented lower scores of physical activities (score of 3.2 + 0.9) and screen time above adequate levels (2.6 + 1.5 hours per day). It was found that boys from 7 to 12 years wre more likely to be active when compared to the girls [OR = 2.56 (95%CI = (1.43 to 4.58)]. Children aged 7 to 12 years who had less screen time were more likely to be in the more active group [OR = 0.41, 95%CI = 0.24 to 0.72]. In summary, the most prevalent disease among preeschol children were those of the respiratory tract. Regarding nutritional status, those with overweight and obesity had higher rates of ICD R diseases than eutrophic patients, and coughing was the most prevalent health complication (62.5%). Concerning physical activity, the results showed that the most active preschool children had higher rates of ICD AB (which are parasitic and infectious diseases) than the less active ones. Among the school children, the most prevalent disease was relatd to ICD R, and coughing presented the highest frequency. According to nutritional status, overweight and obese schoolchildren had higher rates of ICD R diseases (most prevalent coughing) and ICD J diseases (respiratory diseases) than those in the normal BMI group. Regarding health expenditure, moderately active preschoolers showed higher expenditures on consultations and total than the most active children. On the other hand, among schoolchildren, it was observed that the most active spent more on medication than the less active ones.

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Palavras-chave

Sistema Único de Saúde, Atividade física, Escolares, Doenças, Gastos, Brazilian National Health System, Physical activity, School children, Diseases, Expenditures

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