A construção social dos mercados: O Pronaf e a oferta de cestas de alimentos orgânicos agroflorestais no assentamento Mario Lago em Ribeirão Preto/SP

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2018-02-27

Autores

Freitas, Giovanni Barillari de [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A pesquisa parte do pressuposto defendido pela sociologia econômica (como a utilizada nesta pesquisa, a sociologia reflexiva de Pierre Bourdieu), a saber, que os mercados são construções sociais, ou seja, formados por indivíduos de carne e osso embebidos no social, situados em um espaço e tempo determinados. Desta maneira, a proposta foi estudar a construção social da oferta de cestas de alimentos agrofloretais no assentamento Mario Lago em Ribeirão Preto (SP), identificando os fatores não-econômicos que influenciam esta construção, como fatores institucionais via políticas públicas e regulamentações. A principal política pública que objetiva impulsionar a agricultura familiar aos mercados é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Assim, o ponto de partida foi analisar a importância deste programa para o mercado das cestas. Para concretizar este objetivo, a pesquisa contou com 5 meses de trabalho de campo com visitas ao assentamento, conversas, entrevistas minimamente formais, participação na na dinâmica da organização das cestas, além da participação como consumidor dos alimentos. A pesquisa concluiu que o Pronaf (assim como a política nacional de assistência técnica) esbarraram em entraves territoriais e em desentendimento com os agentes, abrindo espaço para o protagonismo de outras políticas de desenvolvimento não estatais, fundamentais para formação do campo da produção agroflorestal. A partir da identificação dos fatores não econômicos que atuaram na construção da oferta de cestas, percebemos um ciclo de desenvolvimento rural baseado na ideia: capital social inicial que fortalecido pelo capital político é transformado em capital simbólico (baseado no reconhecimento) e objetivado em capital jurídico (leis e políticas públicas), aumentando novamente o capital social, podendo impulsionar o ciclo, gerando, assim, o desenvolvimento.
The national programme for the Strengthening of family agriculture was an inflection in the process of conservative modernization adopted since 1964 who favored the large and medium rurals producers with various incentives for adoption of technology known as Green Revolution started in the 1950. For the first time, the small family farmer entered for the Brazilian agenda of rural development on the impulse of the broad credit program at the disposal of a heterogeneous class that was articulated throughout the 20th century until it was called Family Agriculture. In this way, the objective of the research is to identify elements for beside the economic ones that build the market of familiar agriculture in the Mario Lago settlement in Ribeirão Preto / SP. Our preliminary data indicate the construction of the market for agroforestry organic food baskets by the settlers that compose the “Comuna da Terra” Group, in addition to considering the importance of Pronaf in the initial settlement structure. For this purpose, the research required 5 months of fieldwork with visits to the settlement, with conversations, minimally formal interviews, participation in the meeting and pregão on Monday and in the organization of the baskets on Tuesdays, besides the participation as a consumer of the baskets. The theoretical methodological resource of the research is formed by the economic sociology mainly the reflective sociology of Pierre Bourdieu.

Descrição

Palavras-chave

Pierre Bourdieu, Desenvolvimento rural, Assentamento Mario Lago, Sociologia econômica, Sistemas agroflorestais, Agricultura familiar

Como citar