Uma velha moldura habitada por silêncios, um fundo territorial e seis verbos para integrar: a formação territorial do Oeste catarinense (1880/1940)

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Data

2018-03-05

Autores

Moraes, Cristina de [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Esta pesquisa procurou analisar a formação territorial do Oeste de Santa Catarina, no período de 1880/1940, com o objetivo de desconstruir a interpretação de que os processos de formação possuem seu momento de gênese na implantação dos núcleos coloniais (a partir da segunda metade do século XX). Para isso, em um primeiro momento, constrói uma reflexão sobre como esta interpretação (da origem do Oeste catarinense a partir da colonização) produz uma moldura interpretativa que coloca em silêncio um significativo conjunto de eventos, agentes, relações e conflitos e acaba produzindo uma significação da “colonização” como evento fundador dessa região. Propõe-se como hipótese de investigação que essa perspectiva, de certo modo ainda vigente, acaba por tornar robusta a interpretação historiográfica proposta pela ideologia dominante. Sustenta-se, ainda, que a adoção do espaço-tempo de 1880-1940 como um fundo territorial em processo de integração corresponde a um fio investigativo que permite ultrapassar os silenciamentos produzidos pela historiografia. Também permite incorporar no enfoque acerca da formação dessa região alguns elementos que têm sido expurgados do passado oestino (como os conflitos advindos das relações de poder, os litígios territoriais, a atuação dos engenheiros militares na formação regional, o processo de mapeamento e racionalização etc). Conjuntamente com a ideia de fundo territorial, propõe-se que sejam consideradas as práticas espaciais que permitem a integração deste fundo. São identificadas seis práticas, as quais estão escritas na forma de verbos com o intuito de remeter a necessidade de compreendê-las sempre em uma perspectiva histórica, considerando-as sempre em movimento. São: partilhar, alinhavar, conhecer, significar, tecer e cultivar.
This research intended to analyze the West territory formation of the State of Santa Catarina – Brazil, in the period of 1880 – 1940, aiming to break up the interpretation that the formation processes have their genesis moment in the implementation of colonial centers (from the second half of the XX Century). In this regard, at a first moment, it builts a reflection about how this interpretation (of the Santa Catarina West origin from the colonization) produces an interpretative frame that puts in silence a significant set of events, agents, relations and conflicts. Also produces a significance of the “colonization” as the founder event of this region. As an investigation hypothesis it is proposed that this perspective, in a certain way still valid, turns robust the historiographic interpretation suggested by the dominant ideology. It is argued yet that the adoption of the time-space 1880-1940 as a territorial fund in integration process agrees to an investigative line which allows to overcome the silences produced by historiography. Also allows to incorporate some elements that have been pushed out of the West past in the approach about this region formation (such as the conflicts from power relations, territorial disputes, military engineers performance in the regional formation, mapping and rationalization process, etc). Together with the idea of territorial fund, it is offered that all the space practices which allow the fund integration should be considered. Six practices are identified, in verb form, with the goal of contemplate the necessity of understanding them always under a historical perspective, always in movement: to divide, to baste, to know, to mean, to weave and to cultivate.

Descrição

Palavras-chave

Fundo territorial, Oeste catarinense, Formação territorial, Moldura interpretativa, Práticas espaciais, Ideologias geográficas, Territorial fund, Santa Catarina Wes, Territory formation, Interpretative frame, Space practices, Geographical ideologies

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