Irrigação de hortaliças utilizando efluente secundário desinfectado por radiação solar

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Data

2018-04-16

Autores

Sales, Mariana Alexandre de Lima [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Associar o tratamento de água residuária doméstica (ARD) ao o uso pela agricultura familiar pode ser uma alternativa viável para a sustentabilidade ambiental no meio agrícola. No entanto, ainda são necessários diversos estudos sobre a reutilização desta água. O experimento foi realizado no Departamento de Engenharia Rural, Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) – Universidade Estadual Paulista (UNESP), Fazenda Experimental Lageado, no município de Botucatu, São Paulo, o qual consistiu em verificar diferentes porcentagens (0, 25, 50, 75 e 100%) de água residuária doméstica tratada, na lâmina total de irrigação e qual a relação desta com a produção, considerando a qualidade microbiológica dos produtos. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a influência dos tratamentos estudados no entupimento da fita gotejadora, no solo e nas culturas da cebolinha ‘todo ano’, salsa ‘graúda portuguesa’ e abobrinha ‘italiana’ tanto na produção agrícola, quanto na presença de E. coli. O delineamento estatístico adotado foi em DIC (delineamento inteiramente casualizado), cada tratamento consistiu de cinco linhas laterais de irrigação, com espaçamento de 0,8 m entre linhas e de 0,3 m entre gotejadores, onde havia um emissor por planta para as culturas de cebolinha ‘todo ano’ e salsa ‘graúda portuguesa’, porém para a cultura da abobrinha ‘italiana’ o espaçamento foi de 1,2 m entre plantas. Os resultados obtidos na pesquisa foram: no solo observou-se algumas mudanças nas características químicas, notando tanto aumento como diminuição nos níveis de determinados nutrientes. O sistema de irrigação apresentou uma redução nos coeficientes de uniformidade, no entanto ainda ficaram próximos a 90%. Em relação às culturas estudadas, no geral houve um aumento linear nos valores observados em função da água residuária doméstica tratada por radiação solar - ARD-TRS nos parâmetros de altura média da planta, número médio de talos, diâmetro médio do maior talo, diâmetro médio da touceira e massa da matéria fresca e seca, para as culturas de cebolinha ‘todo ano’ e salsa ‘graúda portuguesa’, enquanto que para a abobrinha ‘italiana’ foram determinados: número médio de frutos por plantas, tamanho médio do fruto, diâmetro médio do fruto, peso do maior fruto, e peso da matéria fresca e seca. Estes dados de produção foram submetidos à análise de variância através do Teste de LSD (least significant difference test – teste da diferença mínima significativa) de Fisher aos níveis de 1 ou 5% de probabilidade, observando-se diferenças significativas entre os tratamentos. A contagem de E. coli tanto na água residuária doméstica tratada por radiação solar, encontram-se dentro do padrão estabelecido respectivamente pela World Health Organization - WHO (1989). Porém as análises dos vegetais demonstraram que em alguns tratamentos houve contaminação acima do recomendado pela legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA n. 12 da, de 02 de janeiro de 2001, demonstrando a necessidade de verificar outras possíveis causas de contaminação ou reativação dos microrganismos. Logo conclui-se que, a aplicação de água residuária doméstica tratada por radiação solar é uma prática válida, pois em todas as porcentagens de ARD-TRS na lâmina apresentaram aumento na produção, sendo uma alternativa viável para os produtores, pois não representa risco sanitário para o irrigante.

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Palavras-chave

Radiação UV. Reuso da água. Sustentabilidade. Coliformes. Produtividade.

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