"Eu sou brasileiro e não desisto nunca": por uma análise antropofágica do discurso

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Data

2018-05-24

Autores

Silva, Thiago Ferreira da [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo descrever/interpretar a(s) identidade(s) do sujeito brasileiro que foram produzidas e difundidas pelas mídias audiovisuais quando dos dois maiores eventos esportivos realizados no Brasil na última década: a Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016. Para tanto, mobiliza-se e problematiza-se o aparato teóricometodológico da análise do discurso feita no Brasil a partir das leituras de Michel Foucault e da proposta de elaboração de uma semiologia histórica a fim de responder às seguintes questões: a) Quais foram as identidades/subjetividades que foram representadas e construídas do/para o povo brasileiro durante esses eventos? b) Quais foram as memórias de uma(s) brasilidade(s) que foram retomadas e atualizadas para a (re)produção dessas identidades? c) Qual a importância dos eventos políticos, sociais e econômicos contemporâneos para que se construíssem, discursivamente, esses modelos identitários? d) Quais foram os mecanismos utilizados pela mídia para que tais identidades pudessem, efetivamente, entrar na ordem do discurso que se estabelece contemporaneamente (que pode ser vista, também, como uma ordem do olhar)? Propõe-se, ao lançar um olhar genealógico sobre a produção de modelos de subjetividades para os sujeitos brasileiros através das descontinuidades da história, que nossas identidades, assim como nossa análise do discurso, se produziram e se (re)(des)constroem a cada dia por meio da prática antropofágica, aqui compreendida como absorção, processamento e transformação das epistemologias mas também das práticas identitárias herdadas, nos países do sul geográfico, dos colonizadores europeus. Por meio da análise de videoclipes e propagandas audiovisuais produzidos para esses eventos esportivos, constata-se que o brasileiro emerge como resultado desse ritual antropofágico epistemológico e cultural como uma possibilidade de identidade e fundação de um pensamento pós-colonial.
The present work aims to describe/to interpret the identity(ies) of the Brazilian subject that were produced and widespread by audio-visual media during the biggest sports events that took place in Brazil in this decade: the FIFA World Cup 2014 and the Olympic Games Rio 2016. To accomplish this, we use and problematize the theoretical and methodological basis of the discours analysis made in Brazil based on the interpretation of Michel Foucault's works and the proposition of an historical semiology to answer the following questions: what were the indentities/subjectivities represented and built to the brazilian people during those events? What were the memories of certain "brazilianities" resumed and updated aiming the (re)production of these identities? What is the relevance of the political, social and economic current events to the discoursive construction of these identity models? By what means the media can effectively put those identities in the order of the discours? It is proposed to take a genealogical look at the production of identity models for the Brazilian subjects through hirstory's discontinuities to understand tha our indentities, as well our discourse analysis,are produced and (un)(re)built each day by the anthropophagic practice seen as absorption, processing and transformation of epistemologies but also identity practices inherited, in countries of the geographical south, from the european colonizers. By the analysis of music videos and audiovisual advertisements produced for the World Cup and the Olympic Games, it is found that the Brazilian subject emerges as a result of this epistemological and cultural anthropofagic ritual as a possibility of identity and foundation of a postcolonial thought
L'objectif de ce travail-ci est de décrire/interpréter les identités du sujet brésilien qui ont été produites et diffusées à travers les média audiovisuels au moment de la réalisation des deux événements sportifs les plus grands organisés au Brésil au cours de la dernière décennie : la Coupe du Monde FIFA 2014 et les Jeux Olympiques Rio 2016. Pour le faire, on utilise et problématise l'appareil théorique-méthodologique de l'analyse du discours à la brésilienne, fondée sur les lectures de Michel Foucault et de la proposition d'élaboration d'une sémiologie historique afin de répondre aux questions suivantes : quelles sont les identités/subjectivités représentées et produites du/pour le peuple brésilien pendant ces événements ? Quelles sont les mémoires d'une "brésilienité" qui sont reprises et actualisées pour la (re)production de ces identités ? Quelle est l'importance des événements politiques, sociaux et économiques contemporains pour la production discursive de ces modèles d'identité ? Quels sont les mécanismes utilisés par les médias pour mettre ces identités à jour dans l'ordre du discours contemporain ? On propose de lancer un regard généalogique sur la production de modèles de subjectivités pour les sujets brésiliens à travers les discontinuités de l'histoire pour observer que nos identités, autant que notre analyse du discours, se sont produites et se (re)(dé)construisent à chaque jour à travers de la pratique antropophagique, comprise en tant qu'absorption, traitement et transformation des épistémologies et des pratiques identitaires hérités de nos colonisateurs européens. On cherche d'analyser des vidéoclips et des publicités audiovisuels produits pours ces événements sportifs pour montrer que le brésilien émerge comme résultat de ce rituel antropophagique épistémologique et culturel comme une possibilité d'identité et de fondation d'une pensée postcolonial

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Palavras-chave

Análise do Discurso, Semiologia, Brasileiro, Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, Discourse analysis, Semiology, Brazilian, World Cup, Olympic Games

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