Influência da preservação na cor e na resistência biológica das madeiras de Khaya senegalensis (Mogno africano), Khaya ivorensis (Mogno africano) e Calophyllum brasiliense (Guanandi)

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Data

2018-12-17

Autores

Lima, Felipe Camargo de Campos

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A silvicultura moderna tem desafiado os profissionais da Engenharia Florestal a buscar soluções, que possibilitem maximizar os ganhos dos produtores. Uma dessas soluções é o emprego comercial de novas espécies, o qual exige, por necessidade, o conhecimento das características da madeira para que seja definida a destinação de uso. Contudo, a dificuldade de indicação de uso é maior, quando se utiliza madeiras jovens provenientes de desbaste. O objetivo geral desta pesquisa foi avaliar o efeito da preservação com CCA-C e IPBC + Cipermetrina na resistência natural e na cor das madeiras de Khaya senegalensis (Mogno Africano), Khaya ivorensis (Mogno Africano) e Calophyllum brasiliense (Guanandi). Foram amostradas 10 árvores por espécie, cortadas aos 7 anos de idade de um plantio com espaçamento 3x2m, localizado na região centro-oeste paulista. Cada árvore foi seccionada em 2 toretes de 1,2m de comprimento, sendo um retirado abaixo da linha do DAP e outro acima dessa região para análises de penetração e retenção de preservativo químico. Da região do DAP foi retirado um disco de 0,10 m para análise de massa específica básica, e um torete menor de 0,50 m utilizado para as análises de degradação biológica e colorimetria. As espécies em questão foram torneadas a 8,0 cm de diâmetro. Os toretes torneados de 1,2 m foram submetidos à análise de qualidade de penetração e retenção de produto químico em processo industrial tipo célula-cheia. Os toretes foram estudadas em 3 condições: impregnadas com preservativo CCA-C; Impregnadas com preservativo IPBC+Cipermetrina; e sem aplicação de produto de preservação. As amostras foram submetidas à ação de degradação dos fungos Pycnosporus sanguineus e Gloephyllum trabeum pelo método “Soil-Block”. Simultaneamente, as amostras foram submetidas à ação de degradação por cupins Cryptotermes brevis e também, submetidas à avaliação da mudança de coloração em função do processo de preservação química, utilizando o método de observação de cores CIE L*a*b* (1976) com a leitura realizada por Espectrofotômetro de Reflectância Pontual. Os resultados apontaram para a necessidade de aplicação de produto químico preservativo, com a ação do fungo P. sanguineus causando a perda massa em K. ivorensis de 38,9%, K. senegalensis de 36,3% e C. brasiliense de 19,9%. E o fungo G. trabeum causando a perda massa em K. ivorensis de 38,2%, K. senegalensis de 32,4% e C. brasiliense de 38,8% A degradação por cupim classificou com nota de dano 2 (dano moderado) as espécies K. ivorensis e K. senegalensis e caracterizou com nota de dano 4 (dano profundo) a espécie C. brasiliense. Com esses resultados, é indicada a preservação química da madeira. Os tratamentos com IPBC+Cipermetrina causaram 100% de mortalidade nos cupins e isolamento da amostra quanto a ação do fungo. Os tratamentos com CCA-C repercutiram em mais de 97,5% de mortalidade dos cupins e impediu a propagação normal dos micélios do fungo degradador. Quanto à penetração e retenção de produto preservativo hidrossolúvel CCA-C, a espécie K. ivorensis apresentou 70% das amostras com penetração insatisfatória, classificada entre Penetração Irregular ou Penetração Nula, refletindo em uma retenção média de 2,54 Kg I.A./m³. Enquanto que a espécies K. senegalensis apresentou 100% das amostras com penetração insatisfatória, classificada entre Penetração Irregular, Penetração Vascular ou Penetração Nula, refletindo em uma retenção média de 2,78 Kg I.A./m³. A espécie C. brasiliense obteve bons resultados, com penetração satisfatória em 80% das amostras, classificadas entre Penetração Total e Penetração Parcial Periférica, resultando em uma retenção média de 8,57 Kg I.A./m³. A aplicação de produto químico preservativo IPBC + Cipermetrina alterou a cor da madeira de K. ivorensis, C. brasiliense e K. senegalensis, alterando ∆b* respectivamente em 5,14, 3,71 e 4,58, deixando a madeira com um tom mais amarelado. Enquanto que o produto preservativo CCA-C alterou a cor da madeira de K. ivorensis, C. brasiliense e K. senegalensis com ∆a* -3,11, -2,11 e -4,04, aproximando a madeira à cor verde. De forma conclusiva, a ação do produto químico na madeira foi satisfatório. Assim, com a ótica do risco à degradação da madeira, é possível utilizar as madeiras de C. brasiliense, K. ivorensis e K. senegalensis desde que tomadas as devidas precauções quanto a aplicação de produtos químicos preservativos de forma a proteger a madeira adequadamente.

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Palavras-chave

Construção em madeira, Xilófago, Uso de desbaste, Madeira jovem

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