Influência da insônia na associação entre disfunção temporomandibular dolorosa e sensibilização central

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2019-02-26

Autores

Mercante, Fernanda Gruninger

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Introdução: Estudos recentes demonstram a existência de sensibilização central (SC) associada com a disfunção temporomandibular (DTM) dolorosa. A presença de SC inclui hipofunção do sistema inibitório descendente da dor, afetando a modulação dos fenômenos nociceptivos. Há indícios de associação entre insônia e SC em pacientes com dores crônicas. Entretanto, a literatura não dispõe de estudos investigando esta associação em pacientes com DTM dolorosa. Objetivos: Estimar a associação entre SC, DTM dolorosa e insônia, e avaliar a qualidade, duração total, latência e eficiência de sono em indivíduos com e sem SC. Metodologia: O presente estudo clínico transversal, foi conduzido em uma amostra composta por 104 indivíduos adultos (20 a 65 anos de idade), distribuídos em dois grupos: 1) DTM; 2) DTM e insônia. A DTM foi classificada pelo Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders. O diagnóstico da insônia foi realizado de acordo com os critérios da 3ª Classificação Internacional de Distúrbios de Sono e quantificado por meio do questionário do Índice de Gravidade de Insônia. A presença de SC foi avaliada por meio dos testes quantitativos sensoriais (limiar de dor à pressão e somação temporal) e o teste de Modulação Condicionada da Dor (CPM). Os parâmetros dos testes quantitativos sensoriais foram transformados em valores de z-score. O teste ANCOVA a 2 fatores foi utilizado para testar a diferença entre os grupos. Para testar o efeito do CPM, utilizamos o teste ANCOVA a 2 fatores para medidas repetidas. Foi considerado o nível de significância de 5%. Resultados: Não foram encontradas associações entre os grupos para a somação temporal na área trigeminal (F=0,242; p=0,624) e na área extratrigeminal (F=0,006; p=0,939), assim como não foram encontradas associações entre os grupos para o teste de limiar de dor à pressão na área trigeminal (F=0,023; p=0,880) e na área extratrigeminal (F=0,127; p=0,722). Não foram encontradas diferenças estatísticas para o teste CPM na área trigeminal (F=0,019; p=0,890) e na área extratrigeminal (F=0,809; p=0,371). Além disso, não foram encontradas diferenças estatísticas para duração total (F=0,130, p=0,643; F=1,590, p=0,211), latência (F=0,521, p=0,473; F=0,013, p=0,910), eficiência (F=0,687, p=0,410; F-1,075; p=0,310) e qualidade do sono (p=0,864; p=0,695) para área trigeminal e extratrigeminal, respectivamente. Conclusão: A insônia não influenciou a magnitude de associação entre DTM e SC. Complementarmente, a SC não influenciou os parâmetros do sono.
Previous studies have shown an association between temporomandibular disorders (TMD) and central sensitization(CS). The presence of CS includes hypofunction of the pain inhibitory system, affecting the modulation of the nociceptive function. There is evidence of the association between insomnia and CS in individuals with chronic pain. However, there are no studies about this association in patients with TMD. Aim: To estimate the association between CS, TMD pain and insomnia and to assess sleep quality, duration, latency and efficiency in individuals with and without CS. Methods: This cross-sectional study was conducted in a sample of 104 individuals, aged between 20-65 years, stratified into two groups: 1) TMD; and 2) TMD and insomnia. TMD were classified according to Research Diagnosis Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD). Insomnia was assessed according to the criteria of the 3rd International Classification of Sleep Disorders, and quantified by the Insomnia Severity Index questionnaire. The presence of SC was evaluated through quantitative sensorial testing (QST), which were pressure pain threshold (PPT) and temporal summation (TS) and the conditioned pain modulation test (CPM). The QST parameters (LDP and ST) were transformed into z-score profiles. The 2-factor ANCOVA was used to test the difference between groups. To test the CPM effect, we used a 2-factor ANCOVA for repeated measures. The level of significance adopted was 5%. Results: There were no associations between groups for TS in the trigeminal (F=0,242; p=0,624) and extratrigeminal (F=0,006; p=0,939) areas. Also, there were no associations between groups for the PPT in the trigeminal (F=0,023; p=0,880) and extratrigeminal (F=0,127; p=0,722) area and no significant difference between groups for the CPM test in the trigeminal (F=0,019; p=0,890) and extratrigeminal (F=0,809; p=0,371) areas. Furthermore, no difference was found for total sleep duration (F=0,130, p=0,643; F=1,590, p=0,211), sleep latency (F=0,521, p=0,473; F=0,013, p=0,910), sleep efficiency (F=0,687, p=0,410; F-1,075; p=0,310) and sleep quality (p=0,864; p=0,695) for the trigeminal and extratrigeminal áreas, in this order. Conclusion: Insomnia did not influence the association between TMD and CS. Also, CS did not influence subjective sleep parameters.

Descrição

Palavras-chave

Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular, Sensibilização do sistema nervoso central, Distúrbios do início e da manutenção do sono, Temporomandibular joint dysfunction syndrome, Central nervous system sensitization, Sleep initiation and maintenance disorders.

Como citar