A Viva Rio no Haiti: uma análise das ações sociais da ONG e da sua participação na MINUSTAH

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2019-05-31

Autores

Gois, Diego Araujo [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para estabilização no Haiti) contou com a liderança militar do Exército Brasileiro, de 2004 a 2017, e teve como objetivo restabelecer a segurança e a normalidade institucional no Haiti após sucessivos episódios de turbulência política. Apesar da atuação de instituições, como as Forças Armadas, o Ministério das Relações Exteriores e do Governo Federal chamarem mais a atenção da mídia e dos analistas, a participação brasileira na MINUSTAH vai mais além do que a presença de entidades estatais. O envolvimento brasileiro na missão contou também com atores não estatais, da sociedade civil, que estavam, e ainda estão, presentes na tentativa declarada de pacificar e reconstruir o país caribenho. Um exemplo é caso da ONG brasileira Viva Rio, que desenvolve projetos de pacificação e mediação de conflitos urbanos nas comunidades de Porto Príncipe desde 2006. Apontada como um ator importante e um exemplo de iniciativa singular do modelo brasileiro de construção da paz, a Viva Rio ganhou destaque nas análises que se propuseram a explicar a participação brasileira na tentativa de reconstruir o Haiti. Com efeito, o objetivo deste trabalho é examinar a atuação da ONG Viva Rio no Haiti no contexto de uma missão de paz liderada pelo Exército Brasileiro. Argumentamos que, através da análise do caso da Viva Rio, podemos compreender algumas dinâmicas concretas sobre a participação brasileira na MINUSTAH de maneira mais precisa. A hipótese defendida é de que, por meio dos programas sociais e da prestação de serviços, a Viva Rio colabora para conquistar “mentes e corações”, pacificando a população das comunidades de Porto Príncipe. Os programas sociais e de mediação de conflitos ajudam a construir e aprimorar uma rede de governança que tem como principal objetivo administrar a sociedade civil e controlar as comunidades pobres de Porto Príncipe.
The MINUSTAH (United Nations Stabilization Mission in Haiti) relied on the military leadership of the Brazilian Army from 2004 to 2017, and aimed to restore security and institutional normalcy in Haiti after successive episodes of political turmoil. Despite the performance of institutions such as the Military, the Ministry of Foreign Affairs and the Federal Government, more attention is being paid to the media and analysts, the Brazilian participation in MINUSTAH goes beyond the presence of state entities. The Brazilian involvement in the mission also included non-state actors from civil society who were and are still present in an attempt to pacify and rebuild the Caribbean country. An example is the case of the Brazilian NGO Viva Rio, which has been developing pacification and mediation of urban conflicts in the communities of Port-au-Prince since 2006. Appointed as an important actor and an example of a singular initiative of the Brazilian model of peace building, Viva Rio has been highlighted in the analyzes that proposed to explain the Brazilian participation in the attempt to rebuild Haiti. In fact, the objective of this work is to examine the performance of the NGO Viva Rio in Haiti in the context of a peacekeeping mission led by the Brazilian Army. We argue that through the analysis of the Viva Rio case, we can understand some concrete dynamics about the Brazilian participation in MINUSTAH in a more precise way. The hypothesis is that, through social programs and services, Viva Rio collaborates to win "minds and hearts" by pacifying the population of the communities of Port-au-Prince. Social and conflict mediation programs help build and enhance a governance network which main goal is to manage civil society and control poor communities in Port-au-Prince.
La MINUSTAH (Misión de las Naciones Unidas para la estabilización en Haití) contó con el liderazgo militar del Ejército Brasileño, de 2004 a 2017, y tuvo como objetivo restablecer la seguridad y la normalidad institucional en Haití tras sucesivos episodios de turbulencia política. A pesar de la actuación de instituciones como las Fuerzas Armadas, el Ministerio de Relaciones Exteriores y del Gobierno Federal, que más ha llamado la atención de los medios y de los analistas, la participación brasileña en la MINUSTAH va más allá de la presencia de entidades estatales. La implicación brasileña en la misión contó también con actores no estatales de la sociedad civil, que estaban, y todavía están presentes, en el intento de pacificar y reconstruir el país caribeño. Un ejemplo es el caso de la ONG brasileña Viva Rio, que desarrolla proyectos de pacificación y mediación de conflictos urbanos en las comunidades de Puerto Príncipe desde 2006, la cual puede considerarse como un actor importante y un ejemplo de iniciativa singular del modelo brasileño de construcción de la paz. Viva Rio ganó destacada relevancia en los análisis que se propusieron explicar la participación brasileña en el intento de reconstruir Haití. En efecto, el objetivo de este trabajo es examinar la actuación de la ONG Viva Rio en Haití, en el contexto de una misión de paz liderada por el Ejército Brasileño. Argumentamos que, a través del análisis del caso de Viva Rio, podemos comprender algunas dinámicas concretas sobre la participación brasileña en la MINUSTAH de manera más precisa. La hipótesis defendida es que, a través de los programas sociales y de la prestación de servicios, Viva Rio colabora para conquistar "mentes y corazones", pacificando la población de las comunidades de Puerto Príncipe. Los programas sociales y de mediación de conflictos ayudan a construir y mejorar una red de gobernanza que tiene como principal objetivo administrar a la sociedad civil y controlar a las comunidades pobres de Puerto Príncipe.

Descrição

Palavras-chave

ONG Viva Rio, ONGs, Haiti, MINUSTAH, Pacificação de comunidades, Mediação de conflitos, Viva Rio NGO, NGOs, Pacification of communities, Conflict mediation, Pacificación de comunidades, Mediación de conflictos

Como citar