Mulheres camponesas em movimento: sua organização e resistência no assentamento Fernando Silva em Porangatu- Goiás

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Data

2014-03-20

Autores

Anzilago, Julciane Inês [UNESP]

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Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

The development of agrarian capitalism in Brazil, especially in recent decades, has caused a series of profound changes in the State of Goiás. Agribusiness, with its logic of productivity and profit, has de-territorialized peasants, disrupting established social relations and interfering in the social formation. Favored by public policies, agribusiness concentrates its control over the countryside, forcing small farmers to leave the land, exploiting workers, all with the intention to monopolize the factors of production. In this process, female peasants, who already suffer double duties, working in the fields as well at the home, have experienced worsening conditions, often becoming the only adult available to take responsibility for all the duties needed to support their families. Given these circumstances, their resistance is crucial to preserve peasant productivity and reproduction. The present study has as its main objective contributing to understanding the struggle of peasant women to build their leadership in securing beneficial public policies in the context of contemporary capitalist development in the countryside of Goiás. It analyzes the specific case of peasant settlements in the municipality Porangatu, especially the Fernando Silva Agrarian Reform Settlement, which has been the focus of organizing by the Peasant Women's Movement (Movimento de Mulheres Camponesas - MMC). Women there were interviewed and studied to understand the progress of their struggles through their growing awareness about the challenges of gender relations within their home...
El desarrollo del capitalismo agrario en Brasil, principalmente, en las últimas décadas, viene provocando un conjunto de cambios profundos en el campo del Estado de Goiás. La implantación del agronegocio, con su lógica de productividad y lucro, desterritorializa el campesinado, transformando las relaciones sociales del campo, interfiriendo en la formación social. A partir de políticas públicas favorables, el agronegocio concentra su control bajo el suelo, desterritorializa a los campesinos, explota a los trabajadores en busca de monopolizar todas las formas capitalistas de producción. En este proceso, las campesinas, que normalmente sufren ya una doble jornada de trabajo, pasan por condiciones aún peores, muchas veces siendo el único adulto para quien cae todos los deberes para sustentar la familia. En estas circunstancias, su resistencia es crucial para preservar la producción y reproducción del campesinado. Con base en estos elementos el presente trabajo tiene como objetivo principal contribuir para la comprensión del desarrollo contemporáneo del capitalismo en el campo del Estado de Goiás y la lucha de las mujeres en la construcción de su protagonismo con miras en las políticas públicas aplicadas. Analiza casos específicos de campesinas en los asentamientos del municipio Porangatu, en especial el Asentamiento Fernando Silva, que se viene organizando en unidades del Movimiento de las Mujeres Campesinas (MMC) donde a través de las luchas vienen progresando en su concientización, sobre los desafíos de las relaciones de género dentro de su casa, así como en las organizaciones, la sociedad, el mercado y las políticas públicas. Sostiene, por último, con toques de experiencias prácticas, a la luz de las historias de las luchas de las mujeres que acontecieron en la lucha...
Résumé: Le développement du capitalisme agraire au Brésil, en particulier au cours des dernières décennies, a conduit à une série de changements profonds dans le campagne de l'État de Goiás. L'implatation de l'agrobusiness, avec sa logique de productivité et le profit, déterritorialise la paysannerie, transformant les rapports sociaux de la campagne et interférant dans la formation sociale de la paysannerie. De la politique publique favorable, l'agrobusiness concentre son contrôle sous le sol, déterritorialise les paysans, exploite les travailleurs avec la finalité de monopoliser toutes les formes capitalistes de production. Dans ce processus, les paysannes, qui généralement souffrent déjà d'une double journée de travail, passent par des conditions encore pires, étant souvent les seules adultes sur qui retombent toutes les tâches à l'appui de la famille. Dans ces circonstances, leur résistance est cruciale pour préserver la production et la reproduction de la paysannerie. Sur cette base, le présent travail a pour objectif principal de contribuer à la compréhension du développement contemporain du capitalisme dans la campagne de l'État de Goiás et la lutte des femmes dans la construction de leur leadership, faisant attention aux politiques publiques appliquées à ces luttes. Ce travail analyse aussi des cas spécifiques de paysannes dans les colonies de la commune de Porangatu, en particulier la colonie Fernando Silva qui est en train de s'organiser, dans quelques temps, en groupes du Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) - Mouvement des Femme Paysanes...
O desenvolvimento do capitalismo agrário no Brasil, principalmente nas últimas décadas, vem provocando um conjunto de mudanças profundas no campo do Estado de Goiás. A implantação do agronegócio, com sua lógica de produtividade e lucro, desterritorializa o campesinato, transformando as relações sociais do campo, interferindo na formação social. A partir de políticas públicas favoráveis, o agronegócio concentra seu controle sob o solo, expulsa os camponeses, explora os trabalhadores em busca de monopolizar todas as formas de produção. Neste processo, as camponesas, que tipicamente sofrem já uma dupla jornada de trabalho, passam por condições ainda piores, muitas vezes sendo o único adulto para quem cai todos os deveres para sustentar a família. Nestas circunstâncias, sua resistência é crucial para preservar a produção e reprodução do campesinato. Com base nesses elementos o presente trabalho tem como seu objetivo principal contribuir para a compreensão do desenvolvimento contemporâneo do capitalismo no campo do Estado de Goiás e a luta das mulheres na construção de seu protagonismo com o olhar nas políticas públicas aplicadas em tal. Analisa casos específicos de camponesas nos assentamentos do município Porangatu, em especial o Assentamento Fernando Silva, que vem se organizando em unidades do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) onde através das lutas tem progredido na sua conscientização, sobre os desafios das relações de gênero dentro de seu lar, bem como nas organizações, na sociedade, no mercado e nas políticas públicas. Argumenta, por fim, com respingos de experiências e práticas, a luz das histórias das lutas das mulheres que antecederam, que há um papel fundamental das camponesas na construção do protagonismo dos trabalhadores na elaboração de um projeto de transformação social/estrutural de sociedade

Descrição

Palavras-chave

Socio-territorial movements, Women, Re-territorialization, Agribusiness, Geografia agrícola, Movimentos sociais, Mulheres do campo - Goiás (GO), Agronegócio, Assentamentos humanos - Goiás (GO), Geography

Como citar

ANZILAGO, Julciane Inês. Mulheres camponesas em movimento: sua organização e resistência no assentamento Fernando Silva em Porangatu- Goiás. 2014. 85 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2014.