Investigação de preditores clínicos, laboratoriais e de exames de imagem associados à apendicite complicada em pacientes de 0 a 15 anos

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2020-07-20

Autores

Silva, Camila de Paula [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Fundamentos: A apendicite aguda é uma inflamação/infecção do apêndice cecal, que pode evoluir para complicações em seu curso natural se não for identificada e tratada precocemente. Objetivos: Determinar preditores clínicos, laboratoriais e de exames de imagem, associados à presença de apendicite avançada e de suas possíveis complicações no pós-operatório em pacientes pediátricos, visando diminuir o tempo entre o diagnóstico e o tratamento de uma apendicite aguda complicada. Nosso estudo também se propôs a investigar se os escores PAS, Alvarado e AIR, utilizados para o diagnóstico de apendicite aguda, podem ser usados como indicadores de apendicite avançada nesses pacientes. Métodos: Estudo retrospectivo, no período de 2012 a 2019, longitudinal e observacional realizado em centro único com pacientes entre 0 a 15 anos de idade com diagnóstico confirmado de apendicite aguda. Dados pré-operatórios como a história clínica, o exame físico, os achados de exames laboratoriais e de imagem, dados do intraoperatório e complicações pós-operatórias foram analisados. Foram determinados preditores clínicos, laboratoriais e de exames de imagem para apendicite avançada e para complicações pós-operatórias. Resultados: Dos 485 pacientes avaliados, 43,9% tiveram o diagnóstico histopatológico de apendicite avançada e 2,3 % dos pacientes necessitaram ser reoperados por complicações pós-operatórias. Análise estatística realizada por modelo linear generalizado identificou oito fatores, presentes no momento da apresentação clínica, que predizem apendicite avançada na criança: tempo de história até a avaliação pelo cirurgião pediátrico, náuseas ou vômitos, febre, reação peritoneal difusa, massa abdominal palpável em fossa ilíaca direita, PCR elevada e nível hidroaéreo em fossa ilíaca direita na radiografia de abdome. A pontuação pelo escore AIR também teve predição para o desfecho de apendicite avançada na criança. Além disso, a ocorrência de complicações pós-operatórias esteve associada ao diagnóstico de apendicite avançada confirmada na avaliação intraoperatória. Conclusão: Fatores clínicos, laboratoriais e de exame de imagem, além da pontuação mais elevada do escore de AIR, podem ser utilizados como ferramentas preditoras da ocorrência de apendicite avançada e de suas complicações pós-operatórias na população pediátrica. A identificação dessas variáveis pode permitir diagnóstico e tratamento mais precoce, reduzindo a morbidade desses pacientes. Palavras-chave: apendicite complicada, população pediátrica, apendicectomia, complicações pós-operatórias, preditores.
Background: Appendicitis is an inflammatory / infectious condition of the cecal appendix, which can progress to complications if not identified and treated initially. Objective: To determine the clinical, laboratory and imaging findings that predict an evolution to complicated appendicitis and occurrence of postoperative complications in pediatric patients, in order to shorten the time between diagnosis and treatment of complicated appendicitis. Our study also aimed to identify if PAS, Alvarado e AIR scores, used for the diagnosis acute appendicitis, could also be used as an indicator of complicated appendicitis in these patients. Methods: This is single-center, retrospective, in the period from 2012 to 2019, longitudinal and observational study with patients from 0 to 15 of age and with confirmed diagnosis of acute appendicitis. Preoperative data information such as clinical history, physical examination, laboratory and imaging findings, intraoperative data and postoperative complications were analyzed. Clinical, laboratory and imaging predictors for advanced appendicitis and for postoperative complications were determined. Results: 485 patients were available in this study, 43,9 % of these patients had a complicated appendicitis histopathology diagnosis and 2,3 % required reoperation due to postoperative complications. Statistical analysis performed by generalized linear model identified eight risk factors, present at the time of clinical presentation, to predict complicated appendicitis in children: duration of symptoms until evaluation by the pediatric surgeon, nausea or vomiting, fever, diffuse peritoneal reaction, palpable abdominal mass in the right iliac fossa, CRP high and presence of air-liquid level in the right iliac fossa on abdominal radiography. The AIR score also predicted complicated appendicitis in children. In addition, there was a prediction for the occurrence of postoperative complications in patients diagnosed with advanced appendicitis confirmed by intraoperative evaluation. Conclusion: Clinical, laboratory and imaging factors, in addition to highest sum AIR score, can be used as predictive tools for complicated appendicitis and postoperative complications in children. Identify these variables can allow earlier diagnosis and treatment, which may reduce morbidity in these patients. Keywords: complicated appendicitis, pediatric population, appendectomy, postoperative complications, predictors.

Descrição

Palavras-chave

Abdome agudo, Diagnósticos e exames de laboratório, Diagnóstico por imagem, Exame clínico, Cirurgia Complicações e sequelas, Crianças, Complicated appendicitis, Pediatric population, Appendectomy, Postoperative complications, Predictors

Como citar