Proteína Anexina A1: modulação em placentas de gestantes com diagnóstico de diabetes mellitus gestacional

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2021-09-08

Autores

Santos, Mayk Ricardo dos

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Ao longo da gestação, a placenta cria um microambiente no qual células geneticamente distintas permanecem em contato e equilíbrio funcional. No entanto, o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) definido como qualquer grau de intolerância à glicose, iniciado ou detectado pela primeira vez na gestação, quando não tratado pode levar a resultados adversos maternos, placentários e, consequentemente, para o feto/recém-nascido. Nosso grupo de pesquisa tem investigado a proteína anti-inflamatória anexina A1 (ANXA1) em diferentes contextos gestacionais, incluindo placentas de gestações de risco, como aquelas associadas com as infecções por Toxoplasma gondii e Zika vírus. Com estas considerações, no presente trabalho foram avaliadas placentas de gestantes diabéticas (DMG) comparando com controles não diabéticos (ND) e, ainda, nas regiões do labirinto e zona juncional da placenta de camundongos BALB/c selvagens (WT) e nocautes para AnxA1 (Anxa1 -/-) com o objetivo de consolidar os resultados obtidos nas placentas humanas. As placentas foram avaliadas histologicamente e a expressão da ANXA1 foi relacionada com a modulação dos marcadores de sobrevivência celular, na presença de dano ao DNA e apoptose. As expressões de ANXA1, danos ao DNA (8-Hidroxiguanosina e γH2Ax), enzimas da via de reparo por excisão de base, BER, (OGG-1 e APE-1) e apoptose (caspase-3 clivada) foram detectadas por imuno-histoquímica em vilos placentários humanos (região fetal da placenta) e nos animais (regiões do labirinto e zona juncional). A intensidade das expressões proteicas foi medida por densitometria citoplasmática, e pela relação de núcleos marcados por área vilosa. Histopatologicamente, as placentas DMG apresentaram alterações estruturais como desorganização das células trofoblásticas, predomínio de nós sinciciais e regiões fibrinoides. A expressão da ANXA1 foi reduzida no sinciciotrofoblasto viloso, enquanto ocorreu aumento no dano ao DNA, diminuição da expressão das enzimas envolvidas no BER e aumento do processo de apoptose. Resultados semelhantes foram observados nos camundongos Anxa1 -/-, confirmando o papel da proteína ANXA1 na resposta celular placentária. Em conjunto, nossos dados sugerem que a ANXA1 nuclear tem envolvimento com o DNA danificado, modulando a resposta celular no DMG. Este fato pode representar um avanço nas investigações relacionadas com os mecanismos envolvidos na biologia placentária, e consequente prevenção dos resultados perinatais adversos nas gestações de risco.
Throughout pregnancy, the placenta creates a microenvironment in which genetically distinct cells remain in contact and functional balance. However, Gestational Diabetes Mellitus (GDM), defined as any degree of glucose intolerance initiated or first detected in gestation, when untreated may lead to adverse outcomes for mother and fetus/newborn. Our research group has investigated the annexin A1 anti-inflammatory protein (ANXA1) in different models of inflammation, including placentas from risk pregnancies, such as those associated with Toxoplasma gondii and Zika virus infections. With these considerations, in the present study, placentas from diabetic pregnant women (GDM) were compared with non-diabetic controls (DN), also in the labyrinth and junctional zone regions of the BALB/c mice placenta control (WT) and AnxA1-deficient (Anxa1 -/-) in order to consolidate the results obtained in human placentas. Placentas were analyzed histologically and ANXA1 expression was related to modulation of cell survival markers in the presence of DNA damage and apoptosis. ANXA1, DNA damage (8-Hydroxyguanosine and γH2Ax), base excision repair pathway enzymes, BER, (OGG-1 and APE-1) and apoptosis (cleaved caspase-3) expressions were detected by immunohistochemistry in human placental villi (fetal region of the placenta) and in animals (maze regions and junctional zone). The intensity of protein expressions was measured by cytoplasmic densitometry, and by the ratio of nuclei marked by villous area. Histopathologically, GDM placentas showed structural changes such as disorganization of trophoblastic cells, predominance of syncytial nodes and fibrinoid regions. ANXA1 expression was reduced in villous syncytiotrophoblast, while there was an increased in DNA damage, a decrease in the expression of enzymes involved in BER and an increase apoptosis process. Similar results were observed in Anxa1 -/- mice, confirming the role of the ANXA1 protein in this placental cell response. Our observations of human material, in combination with animal knockout model, may open important perspectives for further understanding of ANXA1 as a cell damage marker in the presence of GDM. This fact may represent an advance in investigations related to the mechanisms involved in placental biology, and consequent prevention of adverse perinatal outcomes in high-risk pregnancies.

Descrição

Palavras-chave

Anexina A1 nuclear, Vilos placentários, Danos ao DNA, Reparo por excisão de base (BER), Morte celular, Nuclear annexin A1, Placental villi, DNA damage, Base excision repair (BER), Cell death

Como citar