Tensionando a teoria queer: cisnormatividade, racismo e etnografia digital

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2021-10-27

Autores

Silva, Dani

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Este trabalho busca apresentar um estudo das violências em plataformas digitais contra pessoas transvestigêneres e negras, ou não-brancas, brasileiras. O objetivo é apresentar os significados da transfobia, ou cisnormatividade e do racismo a partir da experiência das violências digitais contra tais grupos sociais. Será proposto uma inter/conexão entre as categorias de identidade de gênero, raça, classe, território desde o ponto de vista possível da formação social, política e cultural brasileira relacionada com as lógicas não-lineares de reinvenção da colonialidade. Para que isto seja possível, será realizado uma etnografia no ambiente digital com auxílio de técnicas de pesquisa, como, análise crítica do discurso, interseccionalidade e análise de redes sociais. Especificamente, será feito uma etnografia digital com análise crítica dos discursos cisgêneros, cis+sexistas e racistas no twitter brasileiro. O trabalho recebe influências da teoria queer e queer of color, dos feminismos negros e decoloniais. Considerando uma observação-participante ao longo do período de seis meses, os resultados contrariam a ideia comum de que o ódio contra pessoas trans e travestis nas redes sociais impactam “fora” do ambiente digital pois as violências em plataformas digitais expressam a sua continuidade e não separação. A suposta ideia do impacto “fora” ou “dentro” expressa apenas formas equivocadas de uma realidade violenta; as experiências de transfobia nos espaços digitais e presenciais estão articulados entre si; ao interconectá-la com o racismo, sustenta-se o agravamento das violências; a partir da ideia de “lugar” foi possível observar a predominância cisgênera e branca através dos discursos nas plataformas digitais. Assim, “identidade de gênero”, “raça”, “classe”, território”, embora vistos separados, estão juntos e retroalimentam-se; são categorias fundamentais para revelar desigualdades e opressões em ambientes digitais.
This work seems to present a study about the violence against “transvestigêneres” and black, or non-black, brazilian people on digital platforms. The aim goal is to present a signify about “transfobia”, or cisnormativity and racism through the digital violence experiences against that social group. It will be proposal an inter/connection between gender identity, race, class, and territory categories through the Brazilian social, political and cultural formation related to the non-linear logical of coloniality reinvention. To make this possible, it will be done an ethnography on digital environment with some resource techniques as critical discourses analyses, intersectionality and social media analyses. Specifically, it will be done a digital ethnography with cisgender, cis+sexists and racists critical discourses analyses on brazilian twitter. This work is influenced by queer and queer of color theory, black and decolonizing feminism. Taking into account a participant observation along the period of six months, the results contradict the common idea of the hate against trans and "travestis" have an impact “outside” of digital environment because digital plataforms violences presents a continuity instead of a separation among them. The assumed idea of “outside” or “inside” impact expresses only a misunderstanding term of a one violent reality; the “transfobia” experiences on physical and digital space are articulate; the interconnection with racism sustains violence aggravation; through the “position” idea it was possible to observe the cisgender and white supremacy discourse on digital plataforms. “Gender identity”, “race”, “class”, “territory”, although seem as apart, they are connected and sustain as fundamental categories to revel oppressions and inequalities on digital environment.

Descrição

Palavras-chave

Cisnormatividade, Descolonização, Etnografia digital, Identidade de gênero, Interseccionalidade, Cisnormativity, Decolonization, Digital ethnography, Gender identity, Intersectionality

Como citar