O capital cultural na interpretação de imagens por adultos surdos

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Data

2021-12-20

Autores

Carneiro, Marília Ignatius Nogueira [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A educação de surdos é uma tarefa complexa cujos princípios vêm mudando radicalmente ao longo dos tempos. Entretanto, estas mudanças não são metodológicas dentro de um mesmo paradigma. O que está mudando são as concepções sobre o sujeito surdo. Atualmente, diversos autores como Skliar; Quadros, Ferreira- Brito, Botelho, Perlin, entre outros, entendem a surdez como uma experiência visual e isso significa que todos os mecanismos de processamento da informação, e todas as formas de compreender o universo em seu entorno, se constroem como experiência visual o que demonstra a importância da imagem na comunicação e interação sociocultural dos surdos. Em investigação anterior (CARNEIRO, 2016), foi constatado que os surdos, ao interpretarem uma notícia de jornal escrita em Língua Portuguesa, ao se depararem com palavras que desconheciam, faziam inferências baseadas em suas experiências pessoais para dar sentido ao que liam, muitas vezes alterando o teor do que liam. Considerando este resultado e a concepção de surdez como experiência visual, esta tese pretendeu identificar se o capital cultural, no sentido de Bourdieu, influencia na interpretação de imagens por surdos escolarizados e não escolarizados. Os resultados encontrados apontam que a experiência visual é determinante para a percepção de imagens pelos surdos, possibilitando a análise dos signos, entretanto, esta interpretação é influenciada pelo capital cultural. Como contribuição teórica, como a principal recomendação para a educação de surdos é a utilização de apoio visual, a compreensão de como surdos escolarizados ou não interpretam imagens, poderá subsidiar o estabelecimento de estratégias pedagógicas que favoreçam a aprendizagem dos surdos.
Deaf education is a complex process whose principles have changed dramatically over time. However, these are not methodological changes within the same paradigm. Instead, what is changing are the notions people have of the deaf. Currently, several authors, such as Skliar, Quadros, Ferreira-Brito, Botelho, Perlin and others, understand deafness as a visual experience. This means that all information-processing mechanisms, as well as all ways of understanding the surrounding universe, are built as a visual experience, which indicates the importance of images for the communication and sociocultural interaction of deaf people. Carneiro (2016) found that deaf people, when interpreting a newspaper article written in Portuguese and coming across words they did not know, made inferences based on their personal experiences to make sense of what they were reading, often changing the content. Considering such finding and the concept of deafness as a visual experience, this work aimed to identify whether cultural capital (as understood by Bourdieu) influences the interpretation of images by educated and non-educated deaf people. The results show that visual experience is crucial for the perception of images by the deaf, for it allows them to analyze signs. Yet, this interpretation is influenced by cultural capital. As a theoretical contribution, since the main recommendation for deaf education is the use of visual support, the understanding of how deaf students, educated or not, interpret images, may result in pedagogical strategies capable of better assisting deaf people in their learning process

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Palavras-chave

Surdez. Experiência Visual. Capital Cultural. Bourdieu., Surdez, Experiência visual, Capital cultural, Bourdieu, Deafness, Visual Experience, Cultural Capital

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