Efeito do nível de condicionamento físico nas concentrações de óxido nítrico, atividade da enzima conversora de angiotensina, pressão arterial e a relação do perfil genético em idosos hipertensos

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Data

2021-12-10

Autores

Silva, Roberta Fernanda da

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A hipertensão arterial (HA) possui uma etiologia multifatorial envolvendo fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e psicológicos, e apresenta alta prevalência na população mundial. Nesse sentido, o entendimento dos mecanismos envolvidos na gênese da hipertensão arterial é fundamental para o planejamento de medidas preventivas e terapêuticas visando ao controle da pressão arterial. O óxido nítrico (NO) produzido pelas células endoteliais tem sido considerado um potente vasodilatador, e a enzima conversora de angiotensina (ECA) é uma das principais proteínas do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), estando presente na superfície vascular e possuindo a importante função de vasoconstrição. Ambos os sistemas assumem um importante papel no controle cardiovascular e trabalham na regulação da pressão arterial. Entretanto, as disfunções endoteliais, caracterizadas pela baixa produção e/ou biodisponibilidade do NO, a exacerbação da atividade da ECA e alguns fatores genéticos (polimorfismos) podem contribuir para o surgimento e/ou descontrole da pressão arterial (PA). Contrapondo-se aos efeitos deletérios desses mecanismos supramencionados, o exercício físico é considerado uma das principais ferramentas não farmacológicas para o controle da hipertensão. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito do condicionamento físico (CF) nas concentrações plasmáticas de nitrito (NO2-), atividade da ECA, PA e a relação destas variáveis com os polimorfismos da eNOS e do SRAA. Participaram deste estudo 95 idosos hipertensos de ambos os sexos (65,40±7,48 anos de idade), os quais foram agrupados de acordo com o nível inicial de condicionamento físico (NICF). O diagnóstico genético foi realizado pela técnica de PCR, e as análises de concentrações de NO, atividade da ECA, pressão arterial, a avaliação do CF, entre outras variáveis de controle, foram realizadas antes e após 12 semanas da participação do idoso em um programa de exercício físico. Os resultados mostraram que os idosos hipertensos classificados inicialmente nos níveis de condicionamento físico (NCF) fraco e regular conseguiram melhorar o índice de aptidão funcional geral (IAFG). Os programas de exercício físico não geraram mudanças significativas nas variáveis estudadas para o grupo de NCF fraco, mas identificou-se uma diminuição significativa na atividade da ECA e nos valores de PAS no grupo de NCF regular e um aumento significativo nas concentrações plasmáticas de NO2- e redução nos valores de PAS nos idosos hipertensos com NCF bom. Também foi possível verificar que o treinamento físico gerou melhora em alguns componentes de aptidão funcional quando analisados isoladamente nos grupos de NCF fraco (Coordenação; Força e Agilidade), NCF regular (Coordenação; Flexibilidade; Força e Agilidade) e NCF bom (apenas Agilidade), porém constatou-se que os componentes de aptidão funcional de forma isolada não influenciaram nas variáveis de concentrações plasmáticas de NO2-, na atividade da ECA e nos valores de PA em idosos hipertensos. E em relação à genética, os resultados mostraram que não houve diferença nas concentrações plasmáticas de NO2-, na atividade da ECA e nos valores de PA após a participação em programas de exercício físico de acordo com diferentes níveis de CF e perfis genéticos. Entretanto, foi observada uma associação negativa do genótipo GG do polimorfismo g.894G>T do gene da eNOS com a PAS no modelo de herança dominante e uma associação negativa do genótipo AA do polimorfismo AT1 do gene do SRAA com as respostas da PAD também no modelo de herança dominante. Conclui-se que parece haver uma vantagem nas respostas de NO2-, atividade da ECA e consequentemente nos valores de PAS em idosos hipertensos que possuem NCF regular ou bom, e naqueles em que há influência do polimorfismo g.894G>T do gene da eNOS nas respostas da PAS e do polimorfismo AT1 do gene do SRAA nas respostas da PAD no modelo de herança dominante.
Hypertension (HT) has a multifactorial etiology involving genetic/epigenetic, environmental and psychological factors, and its prevalence is high worldwide. In this sense, understanding the mechanisms involved in this etiology is essential in the planning of preventive and therapeutic measures for better blood pressure (BP) control. Nitric oxide (NO) produced by endothelial cells and the angiotensin-converting enzyme (ACE), a protein from the renin- angiotensin-aldosterone system (RAAS), have been considered a potent vasodilator and vasoconstrictor, respectively, playing an important role in cardiovascular control and BP regulation. However, endothelial dysfunctions, characterized by low NO production and/or bioavailability, exacerbation of ACE activity and some genetic factors (polymorphisms) may contribute to HT emergence or uncontrolled BP. Conversely to the deleterious effects of the aforementioned mechanisms, physical exercise is considered the main non-pharmacological tool for controlling HT. Thus, the purpose of this study was to verify the effect of training status (TS) on nitrite (NO2-) plasma concentrations, ACE activity, BP and the relationship of these variables with eNOS and RAAS polymorphisms. A total of 95 HT older adults (65.40±7.48 years old), both genders, participated in this study. They were grouped according to the initial level of TS (iTS). The genetic diagnosis was performed using the RT-PCR and the analyzes of NO concentrations, ACE activity, BP, FC evaluation, among other control variables, were performed before and after 12 weeks of the participation in a physical exercise program. The results showed that participants whose initial TS classification was weak and regular were able to improve the general functional fitness index (GFFI). The physical exercise programs did not promote significant changes in the studied variables for the weak TS group, but a significant decrease in ACE activity and systolic BP (SBP) values was identified in the regular TS group. Significant increase in plasma concentrations of NO2- and reduction in SBP values were found in the good TS group. It was also possible to ascertain that physical exercise program improved some components of TS in the weak TS group (coordination; strength and agility), regular TS group (coordination; flexibility; strength and agility) and good TS group (only agility). In general, isolated components of the TS did not influence NO2- plasma concentrations, ACE activity and BP values in HT older adults. Regarding genetic evaluation, the results showed that there was no difference in NO2- plasma concentrations, ACE activity and BP values after participation in physical exercise programs regardless of iTS and genetic profile. However, negative associations between the GG genotype from the g.894G>T polymorphism of the eNOS gene and SBP in the dominant model and between the AA genotype from the RAAS gene of the AT1 polymorphism and DBP responses in the dominant model were also observed. In conclusion, it seems there is an advantage in NO2- responses, ACE activity and consequently in SBP values for HT older adults with regular or good TS and for those in whom there’s an influence from the g.894G>T polymorphism of the eNOS gene on the SBP responses and from the AT1 polymorphism of the RAAS gene on DBP responses in the dominant inheritance model.

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Palavras-chave

envelhecimento, exercício físico, doenças cardiovasculares, polimorfismos genéticos, Aging, Physical exercise, Cardiovascular disease, Genetic polymorphisms

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