Efeitos do método pilates de solo e a aderência ao treinamento sobre parâmetros físicos de mulheres em tratamento hormonal para o câncer de mama: um ensaio clínico randomizado controlado

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Data

2022-01-31

Autores

Bertoli, Josefina

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

INTRODUÇÃO: Embora a hormonioterapia adjuvante para o tratamento de câncer de mama (CM) diminua o risco de recidiva e metástase, observam-se efeitos adversos no sistema musculoesquelético. Somado a isso, as mulheres sobreviventes ao câncer de mama (SCM), tendem a passar maior tempo em comportamento sedentário e a apresentarem baixo nível de atividade, com baixa aderência a programas de intervenção com exercício físico. O Método Pilates (MP) poderia ser um meio para mitigar esses efeitos, já que trabalha a flexibilidade, a força e a coordenação motora. OBJETIVO: Verificar o efeito de 24 semanas com o Método Pilates de Solo (MPS) em parâmetros de força muscular dos extensores da coluna, abdutores do ombro, flexores e extensores do quadril, força de preensão manual, flexibilidade dos membros superiores e inferiores, bem como o efeito de uma alta e baixa aderência ao treinamento nesses desfechos, em mulheres em tratamento hormonal com inibidores de aromatase (IAs) e com tamoxifeno (TMX). MÉTODOS: Participaram do estudo 43 mulheres em tratamento hormonal para CM randomizadas e estratificadas por tipo de medicamento (IAs e TMX) em Grupo Pilates (GP) e Grupo Controle (GC). O GP treinou três vezes por semana, com duração de 60 minutos a sessão. O grau de dificuldade dos exercícios e o número de repetições foram incrementados no decorrer das semanas. O GC foi orientado a não realizar treinamento de Pilates durante o estudo ou qualquer treinamento sistematizado que envolvesse ganhos de força e flexibilidade durante o período de intervenção. Esse grupo participou de encontros quinzenais nos quais foram ministrados exercícios de respiração, relaxamento e dinâmicas com enfoque psicológico. As comparações entre os grupos foram realizadas por meio de modelo de equações generalizadas (p-valor <0,05). RESULTADOS: O pico de torque (PT) isométrico dos músculos extensores e flexores, PT concêntrico e excêntrico dos flexores do quadril aumentaram no GP (p-valor<0,05), bem como o trabalho mecânico (TM) concêntrico dos extensores e, o TM concêntrico e excêntrico dos flexores (p-valor<0,05). O tempo para atingir a força máxima (TFmáx) dos músculos abdutores do ombro esquerdo melhorou no GP, bem com a Força Máxima (Fmáx.kg-1) dos abdutores do ombro direito e esquerdo e dos extensores da coluna (p-valor<0,05). O índice de força rápida (IFR.kg-1) dos músculos abdutores do ombro esquerdo aumentou significativamente no GP (p-valor<0,05). A flexibilidade dos membros superiores e inferiores direito e esquerdo aumentou no GP (p-valor<0,05). O TFmáx, a Fmax.kg-1 e o IFR.kg-1 aumentaram tanto para o lado do membro cirúrgico 9 quando para o lado não cirúrgico (p-valor<0,05), já a flexibilidade aumentou para o lado não cirúrgico (p-valor<0,05). O GC não mostrou aumentos para nenhuma das variáveis mensuradas. O grupo de alta aderência melhorou o TFmax dos músculos abdutores do ombro esquerdo e a flexibilidade dos membros superiores e inferiores esquerdo e direito comparado aos valores baseline (p-valor<0,05). O grupo com baixa aderência melhorou o TFmax e o IFR.kg-1 dos músculos abdutores esquerdo, Fmax.kg-1 dos abdutores do ombro direito e extensores da coluna e, o do IFR.kg1 extensores da coluna. Conclusão: o MPS praticado durante 24 semanas, três vezes por semana, com sessões de 60 minutos e com progressão da carga produziu melhoras significativas na maioria dos desfechos de força e, na flexibilidade dos membros superiores e inferiores em SCM em tratamento hormonal. As SCM com baixa aderência ao treinamento melhoraram o PT dos músculos extensores-flexores do quadril, bem como a maioria dos desfechos de força dos membros superiores, enquanto que, as SCM com alta aderência melhoraram todos os desfechos de flexibilidade e algumas variáveis de força dos membros superiores.
INTRODUCTION: Although adjuvant hormone therapy for breast cancer (BC) decreases the risk of recurrence and metastasis, adverse effects on the musculoskeletal system are observed. In addition, breast cancer survivors (BCS) women tend to have a greater sedentary behavior and low adherence to intervention with physical exercise. The Pilates Method could mitigate these effects, as it works on flexibility, strength and motor coordination. AIM: To verify the effect of 24 weeks with Mat Pilates (MP) on muscle strength parameters of the spine extensors, shoulder abductors, hip extensor-flexors, handgrip strength, shoulder and lower limb flexibility, as well as the effect of high and low adherence to training on these outcomes, in women undergoing hormone therapy with aromatase inhibitors (AIs) and tamoxifen (TMX). METHODS: BCS undergoing hormone therapy took part in this study randomized in intervention group (IG) and control group (CG) stratified by AIs and TMX. The IG trained MP three times per week; with 60 min per session. The exercises difficulty and the number of repetitions increased throughout the weeks. The CG was orientated to not practice MP or any other systematized training, which involve strength and flexibility. The CG attended the university every 15 days for self-knowledge activities and 10 relaxation techniques. The generalized estimating equations (GEE) model was used to compare each outcome measure. The Bonferroni post hoc test was applied when significant differences were identified for the time (p<0.05). RESULTS: The isometric peak torque (PT) of the flexor and extensor hip muscles, the concentric and eccentric PT of the hip flexors increased in the IG (p<0.05). The same was observed for the mechanical work (MW) of the hip extensors at the concentric contraction, and for the hip flexors MW in concentric and eccentric contraction (p<0.05). The time to reach the maximal force (TFmax) of the left shoulder abductor muscles improved significantly (p<0.05) in the IG, as well as the Fmax.kg-1 of the right and left shoulder abductors and trunk extensors. The rapid force index (RFI.kg-1) of the shoulder abductor muscles of the left shoulder also increased (p<0.05) in IG. The flexibility of the right and left upper and lower body increased for the IG (p<0.05). TFmax, Fmax.kg-1 and RFI.kg-1 increased both for the surgical and non-surgical side (p<0.05), whereas flexibility only increased for the non-surgical side (p <0.05). The CG The high-adherence group improved (p<0.05) the TFmax left shoulder abductor muscles and the flexibility of the left and right upper and lower body compared to baseline. The low adherence group improved (p<0.05) the TFmax and IFR.kg-1 of the left shoulder abductor muscles, Fmax.kg-1 of the right shoulder abductors and trunk extensors of the flexion, and trunk extensors IFR.kg-1. Conclusion: MP practiced during 24 weeks, three times a week, with 60-min sessions, with load progression, improved in most strength outcomes, upper and lower limb flexibility in BCS undergoing hormone therapy. BCS with low adherence to training improved hip extensor-flexor muscles PT, as well as most upper limb strength outcomes, while BCS with high adherence improved all flexibility outcomes and some strength variables of the upper limbs.

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Palavras-chave

Neoplasias de mama, Exercício, Força muscular, Flexibilidade, Capacidade funcional, Saúde, Breast neoplasms, Exercise, Muscle Strength, Flexibility, Functional capacity, Health

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