Teses - Fonoaudiologia - FFC

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    Desenvolvimento de linguagem e sono em crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-22) Silva, Nathani Cristina da; Pinato, Luciana [UNESP]
    O vírus Zika é um teratógeno humano recentemente reconhecido, e as consequências clínicas desta infecção pré-natal no desenvolvimento da prole de mães infectadas ainda estão sendo delineadas. Os casos mais graves compõem a chamada Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZ), na qual os bebês apresentam, ao nascimento, microcefalia com alterações cerebrais, além de alterações oftalmológicas, musculares, articulares, entre outras. Como o surto da infecção ocorreu no nordeste brasileiro em 2015, as crianças que sobreviveram estão agora na faixa etária de 7 a 8 anos, e seu acompanhamento é essencial para a descrição do curso temporal da Síndrome. Para avançarmos na compreensão do fenótipo e no desenvolvimento de abordagens terapêuticas para crianças afetadas pela Síndrome Congênita do Zika Vírus, propusemos um estudo longitudinal focado em duas importantes características do neurodesenvolvimento: a linguagem e o sono. Nosso objetivo foi investigar suas trajetórias ao longo do tempo e suas possíveis inter-relações, visando contribuir para um melhor entendimento da condição e para aprimorar as estratégias de intervenção. Metodologia: Participaram desta pesquisa 93 bebês e crianças, de ambos os sexos, cujos dados foram coletados em mutirões semestrais realizados desde 2016 no Instituto Caviver (Fortaleza-CE). Em cada seção desta tese, está descrito o número de crianças avaliadas em cada faixa etária para atingir cada um dos três objetivos. O desenvolvimento da linguagem foi avaliado por meio da Escala de Aquisições Iniciais de Linguagem (ELM) e das Escalas Bayley de Desenvolvimento do Bebê e da Criança Pequena – 3ª edição (Bayley III); a qualidade do sono, por meio do Breve Questionário sobre Sono na Infância (BQSI) e da Escala de Distúrbios de Sono em Crianças (EDSC). Resultados: 100% das crianças no grupo etário de 12 a 36 meses apresentaram habilidade auditiva expressiva e receptiva abaixo do esperado para a idade cronológica. Todas as crianças responderam à presença de sons, mas apenas 2,4% foram capazes de acatar ordens simples. Não houve correlação significativa entre perímetro cefálico e linguagem em nenhuma faixa etária. Ao comparar as habilidades de linguagem da ELM entre os diferentes grupos, não houve melhora no desempenho das crianças nos grupos etários mais avançados. Quanto aos dados da Bayley III, foram encontradas diferenças na comunicação receptiva, com melhora entre 19-24 meses e 25-30 meses, e piora no desempenho entre 25-30 meses e 31-36 meses. Houve diferença significativa na habilidade cognitiva, com pior desempenho entre 12-18 meses e 19-24 meses, e melhor desempenho entre 19-24 meses e 25-30 meses. Na habilidade motora fina, houve diferença entre 19-24 meses e 25-30 meses, representando discreta melhora no desempenho motor. Já na habilidade social, a diferença encontrada foi entre 25-30 meses e 31-36 meses, o que representa diminuição das habilidades sociais nesta faixa etária. Em relação à análise qualitativa da duração do sono, aproximadamente 80% das crianças apresentaram tempo total de sono abaixo das diretrizes recomendadas. A análise longitudinal dos parâmetros de sono não revelou diferenças significativas entre as crianças nos quatro grupos etários examinados. As análises de correlação revelaram que, de zero aos 12 meses de idade, há uma relação negativa entre a habilidade auditiva expressiva e o horário de dormir, assim como com os despertares noturnos, e uma relação negativa entre a habilidade visual e os despertares noturnos. As análises de correlação mostraram que a linguagem expressiva e receptiva apresentou relação com outras habilidades do neurodesenvolvimento. Não foram encontradas correlações entre os dados de sono do BQSI e as habilidades de linguagem a partir da Bayley III. Conclusões: As crianças com SCZ chegaram aos 36 meses de idade com um desempenho nas escalas de desenvolvimento de linguagem equivalente a uma faixa etária de 2 a 3 meses. Não houve evolução nos parâmetros da linguagem receptiva e expressiva durante os primeiros 36 meses de idade. Não houve evolução nos parâmetros de sono durante os primeiros 36 meses de idade. Quanto mais tarde o horário de dormir e quanto maior o número de despertares, pior foi a habilidade auditiva expressiva das crianças. Quanto mais tempo a criança demorou para dormir e quanto menor a duração do sono, pior a habilidade auditiva receptiva. Quanto maior a duração do sono, melhor foi o desempenho na habilidade visual.
  • ItemTese de doutorado
    Efeito da melatonina no sono e comportamento em crianças com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-10-27) Souza, Ana Luiza Decanini Miranda de; Pinato, Luciana [UNESP]
    Introdução: O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que apresenta a tríade de sintomas: hiperatividade, déficit de atenção e impulsividade. Problemas de sono são muito frequentes em crianças com TDAH e podem agravar problemas cognitivos e comportamentais. Os distúrbios de sono (DS) podem ter causa multifatorial, incluindo alterações em genes e neurotransmissores do sistema de temporização circadiano e hormônios como a melatonina. Quando baixos níveis são detectados, a suplementação com melatonina pode ser indicada para melhora da qualidade do sono e consequente melhora do comportamento, atenção e memória. No TDAH os resultados ainda são incipientes com a necessidade de dados mais completos em que se investigue os níveis de melatonina endógeno, sua relação com DS e efeitos do tratamento com melatonina no sono e no comportamento. Objetivos: Avaliar o conteúdo de melatonina, e caracterizar os distúrbios de sono e o comportamento antes e após o tratamento com melatonina em crianças com TDAH. Métodos: O conteúdo de melatonina salivar foi avaliado em crianças de seis a 14 anos de idade com diagnóstico de TDAH e crianças com desenvolvimento típico (DT) por meio do método ELISA. A presença de distúrbios de sono foi avaliada em crianças com TDAH por meio da Escala de Distúrbios de Sono para Crianças (EDSC) e por actigrafia, e o comportamento foi investigado por meio do Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), antes e após o tratamento com placebo seguido por melatonina (3mg). Resultados: O conteúdo noturno de melatonina do grupo TDAH (11,65[5,4-21,9]) foi menor que o do grupo DT (16,91[12,9-25,63]) (p< 0,05). Este conteúdo apresentou relação com o distúrbio de sonolência excessiva diurna. Houve diminuição dos escores da sonolência excessiva diurna (SED), distúrbio de início e manutenção do sono (DIMS), distúrbio de transição sono-vigília (DTSV) e no escore total da EDSC após tratamento com melatonina. Conclusões: Crianças com TDAH apresentaram menor conteúdo noturno de melatonina em comparação com as crianças com desenvolvimento típico. Houve melhora neste distúrbio, assim como em outros parâmetros da qualidade do sono após o tratamento com melatonina. O quadro comportamental apresentou melhora quanto a hiperatividade, problemas de relacionamento com os colegas e comportamento pró-social após o tratamento com melatonina.
  • ItemTese de doutorado
    Efeito da cafeína nos potenciais evocados auditivos: revisão sistemática
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-09-13) Góes, Viviane Borim de [UNESP]; Valenti, Vitor Engrácia [UNESP]; Frizzo, Ana Cláudia Figueiredo; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A avaliação do processamento auditivo pode ser realizada por meio de exames auditivos eletrofisiológicos e comportamentais que refletem o desempenho das habilidades auditivas, incluindo também a atenção. Desta maneira, o Potencial Evocado Auditivo é um exame eletrofisiológico que avalia as mudanças elétricas que ocorrem nos sistemas auditivos periférico e central em resposta a um estímulo acústico. Devido ao conhecimento dos efeitos da cafeína como estimulante do sistema nervoso central, a hipótese inicial dessa revisão sistemática se baseou em encontrar nos estudos selecionados os efeitos da cafeína nos potenciais evocados auditivos. Objetivo: Analisar os efeitos da cafeína nos potenciais evocados auditivos. Método: Este estudo trata-se de uma revisão sistemática. Após a definição dos descritores, utilizando a plataforma Decs, as buscas foram feitas nas bases de dados PubMed, LILACS, Web of Science e Scopus. Resultados: De 704 artigos encontrados nas bases de dados, apenas 12 atenderam aos critérios de elegibilidade e foram utilizados para discussão. Dos 12 artigos, 10 analisaram o Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência, um analisou o Potencial Evocado Auditivo de Média Latência e um analisou o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico. Conclusão: A cafeína causa efeitos principalmente no Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência, sendo tais efeitos o aumento da amplitude do componente N1, a diminuição da amplitude do componente P2 e o aumento da amplitude e diminuição da latência do potencial relacionado a evento P300.
  • ItemTese de doutorado
    Escala de avaliação de problemas de comportamentos internalizantes e externalizantes nas habilidades acadêmicas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-08-10) Alcantara, Graziele Kerges; Capellini, Simone Aparecida [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Objetivo: O objetivo deste estudo foi desenvolver a Escala de Avaliação de Problemas de Comportamentos Internalizantes e Externalizantes nas Habilidades Acadêmicas para professores do Ensino Fundamental I e apresentar os achados da sua validação. Método: Este estudo foi realizado em quatro fases: 1) construção dos itens e dos critérios da escala; 2) validação do conteúdo; 3) análise de consistência interna; e 4) normatização. Na Fase 1 foi realizado levantamento bibliográfico permitindo a identificação e seleção de descritores específicos para elaboração dos itens e critérios da escala. Fase 2: participaram do estudo de validação juízes independentes (fonoaudiólogos, pedagogos e psicólogos), os quais analisaram a escala desenvolvida e cujos resultados foram examinados através da metodologia estatística de Kappa de Fleiss. Na Fase 3, como forma de estimar a confiabilidade e consistência interna da escala desenvolvida, participaram do estudo de consistência interna seis professores de uma escola estadual de Ensino Fundamental anos iniciais, sendo um do 1º ano, um do 2º ano, dois do 3º ano, um do 4º ano e um do 5º ano, todos do sexo feminino, no município de Marília, SP. Os professores avaliaram, por meio do preenchimento da escala, 42 alunos selecionados de forma randomizada, com média de idade de 8,57 anos, de ambos os sexos, do 1º ao 5º ano. Para a análise dos dados foi utilizado o Coeficiente Alfa de Cronbach, com nível de significância de 0,05 (5%), com intervalos de confiança construídos com 95% de confiança. Na Fase 4, buscando estabelecer padrões para interpretação dos escores, permitindo sua contextualização e possibilitando sua interpretação, participaram seis professores de uma escola estadual de Ensino Fundamental anos iniciais, sendo um do 1º ano, um do 2º ano, dois do 3º ano, um do 4º ano e um do 5º ano, todos do sexo feminino, no município de Marília, SP. Os professores avaliaram, por meio do preenchimento da escala, 178 alunos selecionados de forma randomizada, de ambos os sexos, com média de idade de 8,57 anos, do 1º ao 5º ano. Resultados: Os valores de Kappa de Fleiss demonstraram que no geral não houve concordância entre os juízes, pois em nenhuma das análises tivemos significância estatística ou ao menos valores consideráveis. Alterações na escala foram realizadas e os resultados obtidos, a partir da segunda análise, demonstraram que todas as análises atingiram o resultado máximo de Kappa de Fleiss. Os resultados obtidos através do estudo de consistência interna permitiram averiguar que na amostra o Alfa de Cronbach foi classificado como quase perfeito, sendo o menor valor encontrado para a Classe de Comportamento Internalizante em Escrita com 0,814, revelando consistência interna em todas as Classes de Comportamento, Categorias de Habilidades Acadêmicas e mesmo no Total. A partir do estudo de normatização foi possível estabelecer padrões para interpretação dos escores que os escolares receberam na escala, permitindo sua contextualização e possibilitando sua interpretação. Conclusão: A escala desenvolvida possui validade e confiabilidade suficientes para sua aplicação em outros estudos sobre a identificação de comportamentos internalizantes e externalizantes em escolares do Ensino Fundamental I.
  • ItemTese de doutorado
    Dando voz para a saúde vocal infantil: elaboração e avaliação do curso on-line para pais de crianças
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-08-11) Oliveira, Amanda Gabriela de; Fabbron, Eliana Maria Gradim [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Crianças são influenciadas pelo modelo vocal inadequado e não há estudos para orientação de pais sobre voz infantil. Ademais, a educação à distância mostra-se favorável. Objetivos: Criar e validar um curso on-line sobre saúde vocal infantil para pais/responsáveis de crianças com/sem queixas vocais. Além disso, verificar o efeito da aplicação deste curso quanto à compreensão/ampliação do conhecimento de pais/crianças sobre voz infantil. Material e Métodos: Etapa 1 – Elaboração do curso no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e Avaliação do Curso On-line por Especialistas e Leigos: elaboração do curso sobre saúde vocal infantil no MOODLE (carga horária estimada: oito horas), com parceria de um programador/analista de sistemas e três fases de avaliação, por meio de um checklist via Google Forms, elaborado pela pesquisadora, sobre design, organização/conteúdo, abordagem de fácil compreensão/adequada ao público-alvo, tempo fornecido e questões específicas de cada módulo. 1° Fase: comitê de juízes experientes em AVA (três a cinco anos); 2° Fase: juíza especialista em voz; 3° Fase: participantes leigos. Etapa 2 – Estudo Piloto: convidados pais/responsáveis de crianças (quatro a onze anos), com/sem queixa vocal, que realizaram o curso, com questões para pais/filhos e materiais para casa. Presencialmente, as crianças realizaram uma prova com figuras sobre comportamentos vocais adequados/inadequados pré/pós-curso dos pais. Aos pais, via Google Forms, foi aplicado questionário pré-curso de caracterização de perfil e uma prova de conteúdo pré/pós-curso. Etapa 3 – Avaliação do Curso On-line por mais Pais Participantes: acrescentada a Escala de Avaliação de Implementação de Programas. Para a comparação do desempenho dos pais nas provas pré/pós-curso, foi utilizado o Teste t Student Pareado; para verificar associação/correlação entre ser necessária experiência para navegar na plataforma e tipo de dispositivo utilizado, o teste Exato de Fisher/Kendall´s Tau e para a comparação dos acessos entre os módulos, o ANOVA de Medidas Repetidas/Least Significant Difference (Post-Hoc), além de análises descritivas/porcentagem. Resultados: Etapa 1 – o curso foi composto por: MÓDULO I – Como a voz é produzida?, MÓDULO II – Mitos e Verdades: alimentos benéficos para a voz, MÓDULO III – Conceitos e causas da disfonia infantil, MÓDULO IV – Comportamentos vocais saudáveis, MÓDULO ADICIONAL – Vamos relembrar?, glossários/fóruns/vídeos, com adequações sugeridas pelos juízes, que avaliaram o curso, no geral, com design atrativo/de fácil entendimento/organizado; conteúdo adequado para o público-alvo; instruções de fácil compreensão/suficientes/organizadas e tempo para realização ideal/suficiente. O conteúdo foi validado. Etapa 2 – 5 pais/7 crianças sem queixas vocais. Os pais apresentaram melhor desempenho na prova pós-curso (p = 0,009) e as crianças, maior porcentagem de acertos. O Módulo Adicional foi o menos acessado. Etapa 3 – 10 pais/12 crianças sem queixas vocais. Os pais apresentaram melhor desempenho na prova pós-curso (p = 0,001). O Módulo I foi o mais acessado. Não houve associação entre ser necessária experiência para navegar na plataforma/tipo de dispositivo utilizado (p = 0,999). A avaliação global da qualidade do curso apresentou classificação entre “bom–muito bom”. Conclusão: Foi construído um curso on-line sobre saúde vocal infantil para pais/responsáveis no MOODLE, avaliado como atraente/organizado/facilmente compreendido, com conteúdo validado e alta qualidade, que ampliou o conhecimento de pais/filhos.
  • ItemTese de doutorado
    Efeito da consistência e volume alimentar nos parâmetros da deglutição na disfagia orofaríngea neurogênica: análise ultrassonográfica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-06-07) Bragato, Simone Galli Rocha; Berti, Larissa Cristina [UNESP]; Silva, Roberta Gonçalves da [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A avaliação ultrassonográfica tem ganhado destaque na literatura científica pela sua potencialidade em avaliar alguns parâmetros da disfagia orofaríngea. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito da consistência e volume alimentar nos parâmetros da deglutição obtidos por ultrassonografia do indivíduo adulto com disfagia orofaríngea neurogênica. Método: Foram realizadas avaliações ultrassonográficas da disfagia orofaríngea (ultrassom portátil modelo Micro ultrasound system com transdutor microconvex 5-10 MHz, acoplado a um computador, além do estabilizador de cabeça) de 27 indivíduos adultos com distintas doenças neurológicas com as consistências extremamente espessado, levemente espessado e líquido fino (respectivamente níveis 4, 2 e 0 da International Dysphagia Diet Standardisation Initiative) nos volumes de 5 ml e 10 ml. Os parâmetros utilizados para a análise foram tempo de trânsito oral, distância resultante da aproximação do osso hióide em direção ao músculo milo-hióideo, tempo da trajetória do osso hióide, velocidade da aproximação do osso hióide em direção ao músculo milo-hióideo. Resultados: Os resultados mostraram que a média do tempo de trânsito oral diminuiu em função da consistência alimentar, indicando que a consistência alimentar nível 0 tende a ter uma menor duração do que a consistência de nível 2 e nível 4, respectivamente, mas não alterou diante do volume. Para o tempo da trajetória do osso hióide não foi observado efeito para as consistências do alimento, nem para o volume. Para a distância resultante da aproximação do osso hióide em direção ao músculo milo-hióideo houve um efeito estatisticamente significante para a consistência e para o volume indicando que a consistência alimentar nível 0 tende a ter uma maior distância do que a consistência nível 2 e nível 4, respectivamente. Por fim, para a velocidade da aproximação do osso hióide em direção ao músculo milo-hióideo não foi observado efeito para as consistências do alimento, nem para o volume. Conclusão: Os parâmetros da deglutição relativos ao tempo de trânsito oral e à distância do osso hióide sofreram efeitos significante principalmente da consistência alimentar.
  • ItemTese de doutorado
    Efeito do tratamento com melatonina sobre o comportamento, expressão gênica e neuroquímica em um modelo animal de autismo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-10) Spilla, Caio Sergio Galina; Pinato, Luciana [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A ativação imunológica do organismo materno na gestação pode acarretar alterações no desenvolvimento fetal. A endotoxina proveniente da parede de bactérias gram-negativas, o LPS, é capaz de desencadear a produção de citocinas, mimetizando um quadro de inflamação pré-natal ao ser administrado na gestação. Sabe-se que em quadros inflamatórios pode ocorrer a redução na produção de melatonina (MEL) pela glândula pineal, com consequente redução na circulação. A MEL apresenta funções sincronizadora, antioxidante e neuroprotetora. Em estudo anterior do nosso grupo foi demonstrado que fêmeas prenhas injetadas com LPS, cuja prole apresenta problemas no neurodesenvolvimento, tem redução no conteúdo circulante de MEL. Entre os mais diversos quadros que podem resultar de alterações no neurodesenvolvimento está o transtorno do espectro autista (TEA). Dependendo do grau de acometimento é comum encontrar nos indivíduos com TEA problemas comportamentais, atencionais, de aprendizado e memória. Várias alterações comportamentais e em processos cognitivos foram observadas neste modelo animal caracterizando-o como um modelo animal cuja exposição a um quadro inflamatório pré-natal resulta em uma prole com comportamentos autísticos. Nossa hipótese no presente estudo é de que as alterações na síntese e liberação da MEL no organismo materno no decorrer da gestação tem relação com as alterações de neurodesenvolvimento da prole. Para testar esta hipótese o objetivo geral deste estudo foi avaliar se o tratamento com MEL associado à infecção com LPS em fêmeas prenhas reverteria algumas das alterações comportamentais, neuroquímicas e moleculares já demonstradas na prole de fêmeas prenhes expostas ao LPS, causadas pelo quadro inflamatório pré-natal nesse modelo animal experimental. Para isso, primeiramente foram avaliados parâmetros como peso, ingesta hídrica e alimentar das fêmeas prenhes em resposta aos diferentes tratamentos. As proles de ratas expostas ao LPS com ou sem associação ao tratamento com MEL foram avaliadas quanto à memória espacial e comportamento inflexível por meio de teste comportamental de alternância espontânea no labirinto em T. Quanto à neuroquímica foi avaliada a expressão da proteína ligante de cálcio Calretinina em neurônios das diferentes regiões do hipocampo, por já ter sido demonstrada estar alterada neste modelo. Quanto a parte molecular, foi avaliado se administração de LPS durante a gestação pode alterar a expressão gênica de receptores de melatonina MT1 e MT2 e do fator neurotrófico derivado do cérebro BDNF no hipocampo da prole e se o tratamento com MEL em associação ao LPS durante o período gestacional reverteria estas alterações. Os resultados mostraram que no período pós-tratamento o grupo de ratas prenhez injetadas com LPS apresentou menor ganho de peso (27,4 ± 5,6) que o grupo salina (59,3 ± 4,1, p = 0,001) e menor consumo de água (salina 55,4 ± 5,9 vs. LPS 44,5 ± 7,7, p< 0,001). Não houve diferença na ingesta alimentar das fêmeas prenhes nem no número de filhotes das ninhadas entre os grupos, no peso dos filhotes e no peso do encéfalo dos filhotes. No teste comportamental o número total de erros na escolha do braço durante o teste do labirinto em T foi menor no grupo salina (1,7 ± 0,9) em relação ao grupo LPS (4,1 ± 0,9; p < 0,01). Os grupos melatonina (2,3 ± 0,8, p=0,02) e LPS + melatonina (2,3 ± 1,4, p=0,02) apresentaram menor quantidade de erros em relação ao grupo LPS (4,12 ± 0,99, p=0,01).Na análise da neuroquímica das regiões do hipocampo para as células imunorreativas a calretinina foi possível observar que na região do giro denteado (GD) houve diferença entre os grupos salina (34,3 ± 11,8) e LPS (58,3 ± 1,1; p= 0,02) com maior expressão no grupo LPS. Essa diferença não foi encontrada quando comparados os grupos salina (34,3 ± 11,8) e LPS+Mel (44,6 ± 6,1) (p= 0,45). Na análise da expressão de RNAm do MT1 no hipocampo, não foi encontrada diferença na prole dos diferentes grupos. Quanto ao MT2, a prole do grupo LPS apresentou menor valor do RNAm relativo (0,16 ± 0,12) que a do grupo salina (1,18 ± 0,7) (p< 0,05). O grupo LPS+MEL não apresentou diminuição na expressão dos receptores MT2 em relação ao grupo salina. Na análise da expressão de RNAm do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) não foi observado diferença estatística entre os grupos salina (1,74 ± 1,90) e LPS (1,28 ± 0,99) (p= 0,98). Os resultados permitem concluir que: (1) O quadro inflamatório gestacional em ratas prenhes levou a alterações no peso corporal e ingesta hídrica, sem alterar a ingesta de alimento desses animais e o tratamento com MEL reverteu estas alterações. (2) A prole das ratas prenhes com quadro inflamatório gestacional mostrou alteração no teste de memória espacial, aumento na imunorreatividade da calretinina e diminuição na expressão dos receptores MT2 em neurônios do hipocampo. (3) A prole das ratas prenhes com quadro inflamatório gestacional não mostrou alteração na expressão dos receptores MT2 ou do BDNF em neurônios do hipocampo. (4) A MEL quando ofertada previamente e após o desafio imunológico durante o período gestacional promoveu a reversão do efeito do LPS no desempenho no teste de memória espacial da prole e não permitiu a diminuição na expressão do receptor MT2 e o aumento da imunorreatividade da calretinina em neurônios no hipocampo.
  • ItemTese de doutorado
    Disfagia orofaríngea em indivíduos com COVID-19 em Unidade de Terapia Intensiva
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-30) Brandão, Bárbara Carolina [UNESP]; Silva, Roberta Gonçalves da [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A progressão grave da COVID-19 esteve frequentemente associada ao desenvolvimento da Síndrome Respiratória Aguda Grave com necessidade de distintos meios de suporte respiratório e via alternativa de alimentação, e outros marcadores de risco para disfagia orofaríngea (DO). Objetivo: caracterizar a disfagia orofaríngea em pacientes acometidos pela COVID-19 e comparar os graus da DO com distintos fatores de risco para a deglutição. Método: Participaram desse estudo 130 indivíduos com COVID-19 diagnosticados por meio de exames laboratoriais, internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Base de São José do Rio Preto, no período de junho de 2020 a julho de 2021, encaminhados para a equipe de Fonoaudiologia seguindo os critérios estabelecidos para risco de DO. Foram coletadas as variáveis idade, sexo, comorbidades, via de alimentação, uso de intubação orotraqueal (IOT), uso de posição prona, ventilação mecânica (VM), traqueostomia, nível de ingestão oral, tempo total de internação e desfecho clínico. Realizada avaliação clínica da deglutição por meio de protocolo específico do Serviço de Fonoaudiologia. Para conclusão diagnóstica foi proposta uma escala de classificação do grau de comprometimento da DO para indivíduos com COVID-19, previamente analisada por um comitê de especialistas. Aplicada a classificação do nível de ingestão oral pela Functional Oral Intake Scale (FOIS - CRARY et al., 2005) e American Speech-Language-Hearing Association National Outcome Measurement System - Swallowing Scale (ASHA NOMS – ROCKVILLE, 1998). Resultados: Verificou-se que 70 (53,8%) indivíduos eram do sexo masculino com média de idade de 56,2 anos. 69 (53,1%) indivíduos apresentavam duas ou mais comorbidades, sendo a hipertensão arterial (HAS) a mais frequente (48,5%), seguida de obesidade (30,8%) e diabetes (30%). Constatou-se que 114 (87,7%) necessitaram de IOT, 62 (48,1%) de posição prona, 27 (20,8%) de traqueostomia e 102 (78,5%) em uso de via alternativa de alimentação. Quanto ao grau de comprometimento da DO, 70 (53,8%) foram classificados como leve, 50 (38,5%) moderado e 10 (7,7%) grave. Os níveis da escala FOIS e ASHA NOMS variaram de 1 a 6, com maior frequência no nível 1 nas duas escalas. O grau de comprometimento da DO se relacionou com IOT, desfecho clínico e com as vias de alimentação. Os níveis de ingestão oral se relacionaram com o tempo de IOT e com as vias de alimentação e não houve relação entre grau de comprometimento da DO e a posição prona. Conclusão: A disfagia orofaríngea no indivíduo com COVID-19 em Unidade de Terapia Intensiva ocorreu em distintos graus de comprometimento, mais frequentemente no grau leve do que moderado e grave, e o uso de IOT, desfecho clínico e vias de alimentação tiveram relação com o grau da disfagia e o nível de ingestão oral nesta população.
  • ItemTese de doutorado
    Compreensão de leitura em alunos do ensino fundamental II: elaboração de instrumento avaliativo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-02) Albrecht, Renata Graziele Morini [UNESP]; Capellini, Simone Aparecida [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A compreensão da leitura é uma complexa atividade e imprescindível para o sucesso acadêmico. A educação brasileira vivencia baixos índices em desempenho escolar, por isto, as dificuldades neste processo devem ser detectadas para ações que impulsionem o desenvolvimento. Em contrapartida, a literatura é escassa na identificação das dificuldades em compreensão de leitura no Ensino Fundamental II. Este trabalho teve por objetivo elaborar um instrumento de avaliação da compreensão de leitura para alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II, verificar sua aplicabilidade em um estudo piloto e o desempenho de cada grupo de alunos para cada nível de estrutura da compreensão de leitura, além de investigar se os textos mostram diferença entre os anos escolares. O instrumento proposto pretende avaliar a compreensão de leitura nos níveis de representação mental das proposições literais e inferenciais de microestrutura e macroestruturas de textos expositivos e narrativos por meio de questões de múltipla escolha. Dessa forma, o presente estudo foi dividido em três fases. Na fase 1 foi realizado o estudo do embasamento teórico respaldado pela psicologia cognitivista e para elaboração de um instrumento validado pela psicometria. A fase 2 contemplou uma revisão bibliográfica no período de 1988 a 2022 dos instrumentos de avaliação da compreensão de leitura para o público-alvo. A partir disto foi possível iniciar a elaboração do instrumento que começou pela seleção de textos a partir de 12 coleções de materiais didáticos de escolas públicas e privadas. Levantou-se 545 textos que foram analisados pela pesquisadora, duas bancas de juízes formadas por professores e pesquisadores, análise estatística e análise computadorizada, podendo enfim chegar a quatro textos, sendo dois narrativos e dois expositivos. A elaboração das perguntas foi realizada a partir de critérios propostos em pesquisas anteriores e analisada por uma banca de juízes experientes, a versão final contemplou oito questões de múltiplas escolhas. Na fase 3 foi realizado um estudo piloto com 44 alunos, divididos em quatro grupos do 6º ao 9º ano de onze alunos. Os resultados sugeriram que houve diferença estatisticamente significante entre os níveis que se pretendia avaliar, para ambos os gêneros textuais em todos os anos escolares. Há a necessidade de se dar continuidade a este estudo a fim de aprofundar a análise dos seus resultados e validar o instrumento proposto.
  • ItemTese de doutorado
    Efeitos da indução da fala lenta e rápida na fluência de indivíduos com e sem transtorno da fluência
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-07) Palharini, Talissa Almeida; Oliveira, Cristiane Moço Canhetti de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Apesar das evidências científicas a respeito da relevância da velocidade da fala para a fluência, pouco se sabe sobre os efeitos da fala lenta e da fala rápida na produção das mensagens dos falantes com transtornos da fluência. Objetivo: Investigar os efeitos da fala lenta e da fala rápida induzidas na fluência, na inteligibilidade e na naturalidade da fala de adultos com gagueira, com taquifemia e fluentes. Método: Pesquisa com 70 adultos participantes de ambos os sexos, divididos em quatro grupos: Grupo Pesquisa Gagueira (GPG), composto por 20 adultos com gagueira do desenvolvimento persistente; Grupo Comparativo Gagueira (GCG), composto por 20 adultos fluentes; Grupo Pesquisa Taquifemia (GPT), composto por 15 adultos com taquifemia; e, Grupo Comparativo Taquifemia (GCT) composto por 15 adultos fluentes. O estudo incluiu 5 juízas fonoaudiólogas para a análise da inteligibilidade e da naturalidade da fala. Foram coletadas 3 amostras de fala espontânea: velocidade habitual, lenta e rápida induzidas. Os seguintes procedimentos foram utilizados: avaliação da fluência da fala, classificação da gravidade da gagueira no GPG e aplicação do Inventário Preditivo da Taquifemia (IPT) no GPT, análise da inteligibilidade e da naturalidade de fala. A análise dos dados utilizou o software STATISTICA versão 10.0. Resultados: A fala lenta induzida ocasionou, no GPG, uma discreta redução de 5,8% no fluxo de sílabas por minuto (SPM) e de 4,6% no fluxo de palavras por minuto (PPM); os GPT, GCG e GCT reduziram os fluxos de SPM (25,2%) e PPM (22,6%). A fala rápida induzida ocasionou, no GPG, um leve aumento dos fluxos de SPM (14,20%) e PPM (12,7%), porém o aumento da velocidade de fala foi estatisticamente significativo nos GPT, GCP e GCT. O efeito da fala lenta induzida na fluência mostrou que houve redução estatisticamente significativa das disfluências típicas da gagueira no GPG e diminuição das outras disfluências e do total das disfluências no GPT; não houve alterações nos adultos fluentes. A fala rápida induzida também levou à diminuição das outras disfluências e do total de disfluências no GPT. Houve redução dos escores da frequência, dos concomitantes físicos e do escore total do Instrumento de Gravidade da Gagueira no GPG na fala lenta induzida, e em 80% ocorreu diminuição de pelo menos um grau do acometimento do distúrbio. No GPG houve melhora na inteligibilidade na fala lenta induzida, e, segundo as juízas, piora na maioria dos adultos na fala rápida induzida. No GPT, o excesso de coarticulação prejudicou a inteligibilidade na fala habitual e rápida induzida, e, segundo as juízas, houve piora em todos os casos analisados na fala rápida quando comparada com a fala habitual. A análise da naturalidade da fala mostrou uma diversidade dos achados: no GPG, 50% não mostraram efeito na fala lenta induzida e 50% melhoraram na fala rápida induzida, e no GPT houve piora na naturalidade na fala lenta e rápida induzida em 66,6% da amostra avaliada. Os adultos com gagueira mostraram que ocorre uma relação negativa entre as disfluências típicas da gagueira e o total de disfluências com a velocidade de fala nas três amostras de fala analisadas. Houve relação negativa entre as outras disfluências e o total de disfluências com a velocidade de fala nos adultos com taquifemia na fala habitual e rápida induzida. Conclusão: Os efeitos da fala lenta induzida foram benéficos para o grupo de adultos com gagueira, pois houve melhora da fluência, redução do escore total do instrumento de gravidade da gagueira e aumento da inteligibilidade da fala. No entanto, a fala rápida induzida prejudicou a inteligibilidade da fala. Os adultos com taquifemia manifestaram efeitos positivos na fala lenta induzida e na fala habitual devido à melhora na velocidade, na fluência e na inteligibilidade da fala. Os dados da naturalidade da fala foram diversos e não conclusivos.
  • ItemTese de doutorado
    Parâmetros da fluência em indivíduos que gaguejam falantes do português brasileiro
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-08) Picoloto, Luana Altran; Oliveira, Cristiane Moço Canhetti de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: O conhecimento do perfil evolutivo da gagueira por meio da investigação dos parâmetros da fluência e da classificação da gravidade da gagueira em diferentes faixas etárias é necessário devido às possíveis implicações científicas e clínicas. No entanto, a literatura sobre este tema é escassa. Objetivo: investigar e comparar os parâmetros da fluência, e classificar a gravidade da gagueira em indivíduos com diagnóstico de distúrbio desenvolvimental da fluência da fala em diferentes ciclos de vida. Metodologia: Participaram 200 indivíduos com diagnóstico de gagueira, de ambos os sexos, na faixa etária de 3 a 55 anos e 11 meses, divididos em: Grupo de Pré-Escolares com Gagueira (GPEG) composto por 43 crianças; Grupo de Escolares com Gagueira (GEG) composto por 75 crianças; Grupo de Adolescentes com Gagueira (GAG) constituído por 49 indivíduos, e; Grupo de Adultos com Gagueira (GAdG) composto por 33 adultos. Os procedimentos utilizados foram avaliação da fluência realizada por meio de um registro audiovisual da amostra de fala espontânea, protocolo de transcrição da fala com a análise qualitativa e quantitativa das disfluências, classificadas como Disfluências Típicas da Gagueira (DTG) ou Outras Disfluências (OD) e por fim, o protocolo do Instrumento de Gravidade da Gagueira que teve por objetivo mensurar o grau de acometimento do distúrbio. A análise estatística dos dados foi realizada com auxílio software STATISTIC (versão 23.0), com nível de significância de 5%. Resultados: Os participantes apresentaram maior frequência das disfluências típicas da gagueira (X̅ = 16,1) quando comparadas com a frequência de outras disfluências (X̅ = 14,3). Houve variabilidade na velocidade de fala e na gravidade da gagueira, e a gagueira leve ocorreu em 43% participantes. As tipologias das disfluências típicas da gagueira mais frequentes foram: repetição de palavra monossilábica (X̅ = 5,2), prolongamento (X̅ = 3,0) e bloqueio (X̅ = 3,0). Pré–escolares apresentaram maior frequência de repetição de palavra monossilábica do que os adolescentes (p= 0,012) e adultos (p= 0,008). As pausas ocorreram com maior frequência nos escolares do que os adultos (p= 0,002). Para as outras disfluências as mais frequentes foram hesitação (X̅ = 6,3) e interjeição (X̅ = 4,0). A velocidade de fala dos pré-escolares (130 SPM e 74 PPM) e escolares (137,9 SPM e 77,6 PPM) foi reduzida quando comparada com a velocidade de fala de adolescentes (155,8 SPM e 89 PPM) e adultos (193,5 SPM e 109,5 PPM). O escore de concomitantes físicos dos pré-escolares foi menor quando comparado aos grupos de adolescentes (p= 0,054) e adultos com gagueira (p= 0,170). Os achados similares em todos os grupos foram: quanto maior quantidade de disfluências típicas da gagueira, maior quantidade do total de disfluências e maior escore do Instrumento de Gravidade da Gagueira, e; quanto maior frequência de disfluências típicas da gagueira, menores os fluxos de sílabas e de palavras por minuto. Conclusão: A descontinuidade na fala ocorreu em todos os indivíduos, com predomínio das disfluências típicas da gagueira em relação às outras disfluências. Pré-escolares apresentaram maior mediana de disfluências típicas da gagueira e os adultos maior mediana de outras disfluências. A repetição de palavra monossilábica foi a tipologia de disfluência mais frequente, seguida pelo bloqueio e prolongamento em todos os grupos. A velocidade de fala foi muito variável, sendo menor nos pré-escolares e escolares quando comparados com os adolescentes e adultos. A gagueira leve foi predominante nos escolares, adolescentes e adultos enquanto a moderada prevaleceu nos pré-escolares. Houve relação positiva entre as disfluências típicas da gagueira com o total de disfluências e com o Escore do Total do Instrumento de Gravidade da Gagueira, e relação negativa com a velocidade de fala em todos os grupos etários.
  • ItemTese de doutorado
    Videoendoscopia de deglutição em disfagia orofaríngea neurogênica em adultos: revisão de escopo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-10) Alves, Thaís Coelho [UNESP]; Silva, Roberta Gonçalves da [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A Videoendoscopia de Deglutição (VED) é exame instrumental frequentemente usado no manejo da disfagia orofaríngea e em diferentes métodos de pesquisa, e sua aplicação é relevante para a tomada de decisão clínica. Entretanto, ainda há necessidade de protocolo e parâmetros consensuais para a forma de execução e análise. Objetivo: Este estudo teve como objetivo descrever as características encontradas no protocolo de VED, incluindo os parâmetros qualitativos e quantitativos temporais em disfagia orofaríngea neurogênica em adultos. Método: Estudo de revisão de escopo. Foram seguidas as recomendações da Joanna Briggs Institute (JBI) e utilizado o Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR). Para esta revisão de escopo, foi criado um protocolo a priori. Posteriormente à definição, a busca foi realizada sem restrição do desenho metodológico do estudo, data de publicação ou idioma em seis bases de dados internacionais. Para selecionar, revisar e extrair todos o conteúdo de acordo com os critérios de exclusão, dois avaliadores independentes cegos foram nomeados. Foi nomeado também um terceiro avaliador para resolver as divergências. Resultados: Após buscas em distintas bases de dados, este estudo resultou em 6.033 resumos selecionados para a leitura, desses foram incluídos 515 para leitura do texto na íntegra e, posteriormente, 115 publicações sobre VED na disfagia orofaríngea foram incluídas. Os resultados mostraram que as informações sobre a VED e os protocolos de execução são distintos. A descrição das consistências dos alimentos, consistência inicial ofertada, uso de corante e volume administrado são descritos mais frequentemente, porém de forma não consensual. Em relação aos parâmetros de análise da VED, verificou-se que alguns dos qualitativos foram mais citados do que os quantitativos temporais. Conclusão: O protocolo de VED aplicado para a população adulta com disfagia orofaríngea neurogênica não possui uniformidade em sua descrição, execução e análise.
  • ItemTese de doutorado
    Evidências de validade de um instrumento de rastreamento para disfagia orofaríngea no acidente vascular encefálico
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-02) Gritti, Tatiana Magalhães de Almeida; Silva, Roberta Gonçalves da [UNESP]; Pernambuco, Leandro; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A disfagia orofaríngea é uma condição frequente na população com Acidente Vascular Encefálico (AVE), sendo preditor independente de mal prognóstico e, desta forma, o rastreamento realizado por meio de protocolos válidos e confiáveis é primordial para minimizar as possíveis complicações. Objetivo: Obter evidências de validade de um instrumento de rastreamento para disfagia orofaríngea no AVE (RADAVE). Método: A metodologia da pesquisa deste estudo de validação, transversal, seguiu as premissas dos Standards for Educational and Psychological Testing. A coleta da pesquisa, realizada de junho de 2020 a dezembro de 2021, incluiu pacientes adultos com diagnóstico confirmado de AVE. Na etapa de validação de evidência baseada na estrutura interna o instrumento foi administrado em 174 pacientes para realização da análise fatorial confirmatória sendo realizado alguns ajustes no modelo. Para a confiabilidade, dois enfermeiros aplicaram o RADAVE no intervalo de até duas horas em 20 pacientes da amostra e utilizou-se Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) e a consistência interna por meio do alfa de Cronbach com intervalo de confiança de 95%. Optou-se por realizar a validade de critério com análise da acurácia sendo que os resultados do RADAVE foram analisados em relação ao desfecho disfagia e aspiração laringotraqueal por meio da videofluoroscopia da deglutição (VFD) ou avaliação clínica. Foram analisados os indicadores sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN), razão de verossimilhança positiva (RV+) e verossimilhança negativa (RV-). Resultados: O RADAVE foi ajustado em sua estrutura interna no modelo de 13 questões, com boa confiabilidade (ICC = 0,88; IC: 0,85-0,90) e moderada consistência interna ( = 0,79). O valor para a área abaixo da curva ROC foi de 0,941 (IC 95%:0,99-0,89) acima do ponto de corte 2 para identificação da disfagia e 0,719 (IC 95%: 0,835- 0,604) acima do ponto de corte 4 para aspiração laringotraqueal. O RADAVE apresentou bons parâmetros de sensibilidade, 0,99, e especificidade 0,91 para disfagia, VPP:0,96%, VPN: 0,98%, RV+:12,74, RV-:0,04 e para aspiração laringotraqueal 0,80, 0,80,0,67%, 0,89%, 2,42 e 0,37 respectivamente. Conclusão: O RADAVE produziu respostas válidas e confiáveis para identificar risco de disfagia orofaríngea e aspiração laringotraqueal em pacientes com AVE.
  • ItemTese de doutorado
    Mudanças vocais ao longo da vida: análise cepstral
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-03) Spazzapan, Evelyn Alves [UNESP]; Fabbron, Eliana Maria Gradim [UNESP]; Marino, Viviane Cristina de Castro [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Mudanças vocais acometem o indivíduo da infância à terceira idade e podem ser detectadas na análise acústica. A análise cepstral tem tido destaque nos estudos que envolvem a análise de vozes disfônicas e saudáveis. Valores de referência para a população brasileira são necessários para fins clínicos e para auxiliar no entendimento das mudanças vocais observadas na infância até a velhice. Objetivo: Investigar características da produção da voz de falantes do português brasileiro (PB), vocalmente saudáveis, nos diferentes ciclos da vida, a partir da medida CPPS (Cepstral Peak Prominence Smoothed) e estabelecer valores de referência desta medida para o PB com tarefas de fala padronizadas. Metodologia: Foram analisadas 1542 gravações (coletadas em estudo prévio) de vozes de 522 sujeitos vocalmente saudáveis com idades de 5 a 93 anos divididos em 6 grupos etários: 5 a 10 anos; 11 a 13; 14 a 18; 19 a 49; 50 a 65 e 66 a 93 anos. Foi extraída a medida CPPS por meio do software PRAAT. Foram analisadas três tarefas de fala diferentes: vogal /a/ sustentada (CPPS vogal), frase constituída por componentes orais (CPPS frase oral) e frase constituída por componentes oronasais (CPPS frase oronasal). Para a comparação entre as variáveis sexo, idade e as diferentes tarefas, foi utilizado o teste Mann-Whitney. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado a fim de verificar as diferenças entre os diversos grupos etários nas três tarefas de fala, seguido do teste de Tukey com correção de Bonferroni. Realizou-se a regressão linear múltipla para prever a variável dependente CPPS nos contextos de fala, pelo método stepwise. Resultados: Em relação à idade, de forma geral crianças de 5 a 10 anos apresentam menores valores de CPPS, indicando pior estrutura harmônica do que os grupos com maior idade. Há diferenças nos resultados encontrados ao considerar tarefas fonatórias distintas. Relacionado ao sexo, no geral, homens apresentam maiores valores de CPPS em relação às mulheres na tarefa de CPPS frase vogal. Mulheres apresentam valores maiores de CPPS no contexto de frase oronasal. A tarefa CPPS vogal é a que apresenta valores maiores em relação às tarefas de fala encadeada. A tarefa CPPS frase oronasal é a tarefa com menor valor encontrado. As variáveis grupo etário 5 a 10 anos, 11 a 13 anos e sexo são as que mais impactam no valor do CPPS. Conclusão: Da infância à terceira idade ocorrem mudanças vocais que são refletidas na medida CPPS nos três contextos de fala investigados, com diferenças entre os sexos. A população infantil é a que mais se diferencia ao longo da vida, em todas as tarefas investigadas. A medida CPPS sofre influência do contexto de fala da amostra, apresentando comportamento diferente ao longo da vida para a vogal, frase com componentes orais e frase com componentes oronasais