Dissertações - Geociências e Meio Ambiente - IGCE

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    Formação Exu: registro fluvial da continentalização da Bacia do Araripe durante a fase pós-rifte
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-27) Lorenso, Paloma Promenzio de; Assine, Mario Luis [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A sequência pós-rifte II da Bacia do Araripe registra uma importante fase de rearranjo do mergulho deposicional da bacia e do padrão das paleodrenagens continentais no interior do Nordeste brasileiro, após a abertura do Oceano Atlântico Sul. Enquanto nas bacias marginais brasileiras a transição entre Cretáceo Inferior e Cretáceo Superior é caracterizada por condições marinhas transgressivas que perduram até o final do Cretáceo, no interior do continente depósitos exclusivamente continentais indicam uma mudança paleogeográfica que implicou a perda de conexão com o recém formado Oceano Atlântico Sul. O último ciclo deposicional da Bacia do Araripe, representado pela Formação Exu, registra esta mudança paleogeográfica e, portanto, representa uma unidade-chave para o entendimento da evolução deposicional e do relevo no Nordeste brasileiro durante a fase pós-rifte. A fim de integrar o registro continental da Formação Exu ao contexto paleogeográfico regional, a presente pesquisa centrou-se na identificação do sistema deposicional e das principais áreas-fonte desta unidade. As análises estratigráfica e sedimentológica da Formação Exu indicam que a unidade, com espessura máxima de ~200 metros, é constituída por seis associações de fácies depositadas principalmente nas porções proximal e central de um sistema fluvial distributivo. Dados de paleocorrentes fluviais indicam paleodrenagens para oeste, o que é corroborado por idades U-Pb de zircões detríticos que sugerem bacia de captação localizada na porção leste do Domínio Transversal da Província Borborema. Variações de arquitetura deposicional e dispersão sedimentar entre as unidades subjacentes (Grupo Santana e Formação Araripina) e a Formação Exu reiteram a relação entre o soerguimento da região leste da Província Borborema e a inversão da pendente da bacia, com o aumento do suprimento sedimentar para a área deposicional e o estabelecimento de um leque fluvial de grande escala. Com base no empilhamento estratigráfico, foi possível discutir a influência de fatores alogênicos, principalmente soerguimento e quiescência na área-fonte, tanto para o estabelecimento do sistema, como para sua evolução estratigráfica. Por fim, a completa continentalização das drenagens da Bacia do Araripe revela uma nova paleogeografia para a região, após a abertura do Oceano Atlântico Sul, e o fim das periódicas ingressões marinhas na bacia, características do Aptiano.
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    Avaliação química e de fluxo das águas em área úmida sobre diabásio, Cordeirópolis (SP)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-07-10) Franco, Isabella de Oliveira; Rosolen, Vania Silvia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As áreas úmidas desempenham um papel crucial na regulação do fluxo de água em uma bacia hidrográfica, armazenando água da chuva, recarregando aquíferos e mantendo cursos d'água em períodos de estiagem. Compreender a dinâmica de fluxo e a hidroquímica nessas áreas é fundamental para a gestão sustentável dos recursos hídricos e segurança hídrica regional. Este estudo investigou a hidroquímica de uma área úmida desenvolvida sobre diabásio na Depressão Periférica Paulista, visando compreender o papel hidrogeológico e a evolução desse sistema dentro do contexto da paisagem, considerando possíveis impactos do uso da terra. Utilizando uma abordagem multi-metodológica, incluindo técnicas de campo, análises laboratoriais, modelagem hidrológica e interpretação de dados topográficos, foram obtidas informações sobre o fluxo de água, composição química e interação com os corpos hídricos da região. O monitoramento de nível d'água (raso) revelou a sazonalidade e a importância da chuva como principal fonte de entrada de água no sistema. As análises físicas e químicas classificaram a água como Sódica Bicarbonatada, evidenciando a influência sazonal, com picos de bicarbonato e carbonato durante as chuvas e concentrações de sódio e cloreto aumentando e durante os períodos de estiagem. Observou-se o acúmulo de sais nos poços a montante da área úmida, indicando que a região recebe e retém sais provenientes do cultivo circundante. A correlação positiva entre os íons Na, HCO3+CO3, SO4 e condutividade elétrica sugere que esses íons são liberados simultaneamente para a água devido à alteração dos minerais presentes no diabásio e no solo. Baixos teores de cálcio e magnésio sugerem que o saprólito ou a rocha não são as principais fontes dos íons dissolvidos. A correlação negativa entre PO43- e Ca, e PO43- e Mg sugere que a concentração de fosfato esteja condicionada pela adsorção e precipitação de fosfato de cálcio e magnésio. As análises de fluxo permitiram identificar a área úmida como um lago de fluxo, recebendo descarga de montante e recarregando a jusante, com sentido preferencial de fluxo para Leste. A análise morfológica relacionou a área úmida estudada com outras estruturas na paisagem e evidenciou sua possível contribuição para a nascente do Córrego Santa Gertrudes. Sugere-se que estudos futuros quantifiquem o tempo de residência da água na área úmida e investiguem detalhadamente sua origem e evolução.
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    Geocronologia e geotermometria das unidades intermediárias da Nappe de Passos (MG) e suas implicações tectônicas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-06-07) Clemence Junior, George William; Luvizotto, George Luiz [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O Orógeno Brasília, formado durante a colisão continental que consolidou o supercontinente Gondwana no Neoproterozoico, exibe atualmente as raízes de um antigo orógeno de grandes proporções, comparáveis aos Himalaias. Na sua porção meridional, onde está localizada a Nappe de Passos, há um sistema de nappes que possui vergência para leste. Historicamente, as rochas dessa nappe foram interpretadas como pertencentes ao Grupo Araxá, representando uma sequência plataformal depositada na margem oeste do Cráton São Francisco. A Nappe de Passos é composta por metassedimentos de baixo a alto grau metamórfico com intercalação de rochas máficas e quartzito. Essas rochas são divididas em nove unidades litoestratigráficas, da base ao topo, em Unidade A à Unidade I. O pico metamórfico para essas rochas ocorreu entre 640 e 630 Ma, evidenciado pela cristalização de monazita em leucossoma. O retrometamorfismo ocorreu em torno de 600 Ma, com uma segunda fase de crescimento de monazita, que foi seguido por resfriamento final entre 570 e 580 Ma, representado por datação em mica branca e rutilo. A sequência da Nappe de Passos é interpretada como contínua, mas ocorrências de eclogito associados granulito de alta pressão podem indicar descontinuidades. Com o objetivo de estudar a possibilidade de descontinuidades ao longo da Nappe de Passos, foram utilizados métodos geocronológicos e termométricos em rochas posicionadas tectonoestratigraficamente acima e abaixo das ocorrências de retroeclogito, localizadas na interface entre as Unidades E, F e G. As idades médias U-Th-PbT das unidades intermediárias da Nappe de Passos indicam o crescimento de monazita entre 640 e 604 Ma para a Unidade E, 628 a 621 Ma para a Unidade F, e 658 a 608 Ma para a Unidade G. As idades U-Pb em rutilo variam de acordo com a textura: cristais da matriz possuem idade de 602 Ma, relacionados à exumação e resfriamento, enquanto os inclusos em granada possuem idade de 627 Ma, relacionados à cristalização do rutilo. O geotermômetro Zr-em-rutilo indica temperaturas entre 638 e 667ºC para a Unidade E, 665ºC para a Unidade F e 673 a 709ºC para a Unidade G. O aumento gradual da temperatura, da base para o topo das unidades, evidencia a inversão do gradiente metamórfico. Devido à ampla variação das idades em monazita, tanto na matriz (682 a 567 Ma) quanto nos inclusos (670 a 557 Ma), foram criados gráficos de Estimativa de Densidade por Kernel (KDE), que indicam picos em 625 Ma e 605 Ma. Essas idades são semelhantes às obtidas para o pico metamórfico e o retrometamorfismo, respectivamente. Com base nas idades de monazita e rutilo, foi possível subdividir os dados geocronológicos em três estágios metamórficos: inicial (acima de 640 Ma), pico metamórfico (entre 640 e 625 Ma) e exumação/transporte (idades abaixo de 625 Ma). A associação dos dados geocronológicos e de temperatura indica que descontinuidades metamórficas são improváveis na Nappe de Passos, pois não há saltos significativos de idade ou temperatura ao longo da sequência estudada.
  • ItemDissertação de mestrado
    Depósitos supérgenos de manganês na região de Ouro Fino e Careaçu, Minas Gerais: caracterização mineralógica e química mineral
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-17) Parrotti, Davi Diorio; Conceição, Fabiano Tomazini da [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Em regiões equatoriais e tropicais são encontrados depósitos minerais gerados a partir de processos de intemperismo químico, chamados de depósitos supérgenos, os quais são originados pela interação entre rocha, clima, vegetação e relevo. Basicamente, estes depósitos supérgenos são formados por meio de acumulação de íons de baixa solubilidade ou através da preservação de minerais primários. Os depósitos supérgenos de manganês (Mn) são exemplos da importância econômica associada aos processos de intemperismo químico. A região localizada nos municípios de Ouro Fino e Careaçu, Minas Gerais, está inserida no Sistema de Nappes de Empurrão Socorro-Guaxupé e possui vários depósitos supérgenos de Mn, os quais foram gerados a partir do intemperismo químico das rochas do Complexo Amparo. Este trabalho teve como objetivo a caracterização mineralógica e química mineral dos depósitos supérgenos de Mn nesta região. Para isso, foram coletadas amostras em três diferentes locais no município de Ouro Fino e um em Careaçu. Os depósitos supérgenos de Mn possuem uma diversificada assembleia mineral, sendo compostos pelos minerais: espessartita alterada rica em manganês [Mn3Al2(SiO4)3], criptomelana [(K,Ba)1-2Mn8O16.H2O], romanechita (Ba2Mn5O10), pirolusita (MnO2), hollandita [(Ba,K)1-2Mn8O16.H2O] e litioforita [(Al,Li)MnO2.(OH)2]. Além disso, foi identificado outros tipos de minerais como hematita (Fe2O3), goethita (FeO(OH), ilmenita (FeTiO3) e caulinita (Al2Si2O5[OH]4). Os resultados obtidos através da análise química mineral indicam uma concentração média de MnO de 26,87 % na região de Ouro Fino e de 17,95 % em Careaçu. Ambas as regiões estudadas se mostraram relevantes para possíveis aberturas de lavra para a comercialização de Mn.
  • ItemDissertação de mestrado
    Geologia e metalogênese do garimpo de Au ± Cu da Raimunda, na Província Mineral de Alta Floresta (MT)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-02) Mata, Suelen Portughesi da; Luvizotto, George Luiz [UNESP]; Assis, Rafael Rodrigues de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Província Mineral de Alta Floresta (PMAF), ao sul do Cráton Amazônico, corresponde a uma faixa alongada na direção NW-SE, composta por diversas unidades graníticas, vulcânicas e vulcanossedimentares paleoproterozoicas, que se estendem por mais de 500 km na direção NW-SE. Entre as décadas de 1980 e 1990, a Província foi uma das principais regiões produtoras de ouro do país, com uma produção de aproximadamente 160 t. A colocação de corpos graníticos cálcio-alcalinos, pós-orogênicos do tipo I (2,0-1,87 Ga), a partir de um contexto de arcos magmáticos continentais, tem sido considerada como essencial na instalação de sistemas magmático-hidrotermais disseminados, venulares e stockworks de Au ± Cu ± Zn ± Pb ± Mo. O estudo sistemático e integrado dessas mineralizações têm possibilitado a sua interpretação dentro de um modelo magmático-hidrotermal semelhante ao de ouro pórfiro e epitermal, porém, com depósitos posicionados em distintos níveis crustais. O Garimpo da Raimunda se insere nesse contexto, sendo hospedado por rochas graníticas associadas a unidade Granito Novo Mundo. As análises pretrográficas e geoquímicas feitas a partir do estudo de testemunhos de sondagem evidenciaram a ocorrência de duas rochas hospedeiras principais da mineralização: (1) tonalito; e (2) granodiorito, sendo elas pertencentes a série cálcio-alcalina, de caráter predominantemente metaluminoso, correspondentes ao granitos magnesianos do tipo I, pré-colisionais a sin-colisionais. Dados geocronológicos U-Pb SHRIMP em zircão revelaram que a idade de cristalização do granodiorito é de 1975.1 ±4.5 Ma. Todas as características analisadas confirmam que a rocha hospedeira seria pertencente ao Granito Novo Mundo. Foram reconhecidos seis estágios hidrotermais que afetam as hospedeiras, sendo eles em ordem cronológica de ocorrência: (1) alteração sódica com albita; (2) alteração potássica com K-feldspato e biotita; (3) alteração sericítica; (4) alteração propilítica; (5) injeção de sílica; (6) vênulas tardias de variada composição. O minério aurífero é filonar e está temporal e espacialmente associado a veios de quartzo ± carbonato, que correspondem ao 5º estágio de alteração descrito. O minério é representado pela paragênese pirita ± calcopirita ± pirrotita ± esfalerita ± hematita ± bismutinita ± ouro. Todas as análises feitas sugerem que o garimpo da Raimunda se insere no contexto dos sistemas auríferos disseminados e confinados a veios e stockwork de quartzo em granitos cálcio-alcalinos descritos na província. A hipótese adotada neste trabalho é de que o sistema hidrotermal e as zonas sulfetadas e mineralizadas do garimpo da Raimunda teriam se formado a partir do desenvolvimento de um sistema epitermal de sulfetização intermediária (epitermal intermediate sulfidation) que teria sobreposto (telescopado) um possível sistema do tipo pórfiro.
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    Magnetoestratigrafia da Bacia Bauru (Cretáceo) nos estados de São Paulo e Paraná
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-30) Bispo, Malena Sandim; Scardia, Giancarlo [UNESP]; Batezelli, Alessandro [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A magnetoestratigrafia é uma importante ferramenta de correlação estratigráfica e datação por se basear nas alternâncias de polaridade do campo geomagnético que ocorreram globalmente ao longo do tempo geológico. A investigação apresentada nessa dissertação busca refinar a cronoestratigrafia da Bacia Bauru, uma bacia presente na porção sudeste do Brasil e com idade estimada do Cretáceo Superior. Análises paleomagnéticas realizadas através de desmagnetização térmica e por aplicação de campos magnéticos alternados foram conduzidas em 135 amostras de 21 sítios das formações Rio Paraná (Grupo Caiuá), Santo Anastácio (Grupo Caiuá), Araçatuba (Grupo Bauru), Adamantina (Grupo Bauru) e Marília (Grupo Bauru). Também foram realizados estudos da mineralogia magnética que identificaram magnetita e hematita como principais portadores magnéticos nos sedimentos amostrados. A integração entre a magnetoestratigrafia determinada e os dados já existentes da paleontologia e geocronologia indicam idades do Campaniano Superior (entre 79,8 e 71.4 Ma) para todo o Grupo Bauru na área estudada, sendo documentados os chrons C33n e C32.
  • ItemDissertação de mestrado
    Diagnóstico geofísico da percolação de drenagem ácida de mina em aquífero fraturado
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-12) Buchi, Fernanda Miranda de Siqueira; Moreira, Cesar Augusto [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As atividades mineiras provocam profundas mudanças ambientais, devido à mobilização de milhares de toneladas de solo e rocha. O material estéril consiste em solo ou rocha ausente de minerais econômicos ou com teores não econômicos, produzido durante a lavra ou beneficiamento de minérios, que pode ser disposto em bacias de decantação, em pilhas ou bota-foras. Tanto a disposição dessas pilhas como sua interação com o ambiente consistem num dos maiores problemas ambientais relacionados à indústria mineira. Um passivo ambiental frequentemente gerado nesses empreendimentos é a drenagem ácida de mina (DAM), devido à exposição de materiais que contêm sulfetos, principalmente pirita, a condições oxidantes. Como resultado, ocorre a geração de águas com baixos valores de pH e que favorecem a dissolução de elementos químicos tóxicos, como metais pesados, associados às matrizes rochosas. Nesse contexto, está inserida a mina de urânio Osamu Utsumi, localizada no município de Caldas – MG. Desde a década de 1995, a mina está em fase de descomissionamento e enfrenta sérias dificuldades relacionadas à geração de DAM, tanto nos bota-foras quanto na cava. A fim de auxiliar a tomada de decisões que visem a remediação do passivo ambiental, o presente trabalho aplicou o método geofísico da Eletrorresistividade na interface entre uma pilha de rejeitos conhecida como BF-04 e rochas fraturadas a jusante, com o intuito de diagnosticar o fluxo subterrâneo local e averiguar a eventual percolação de drenagem ácida de mina para o aquífero fraturado. Para tanto, foram definidas 9 linhas de aquisição geofísica em arranjo Schlumberger e Dipolo-Dipolo, através da técnica de tomografia elétrica, além da análise de dados hidroquímicos de poços de monitoramento de modo a complementar as interpretações geofísicas referentes ao ambiente hidrogelógico local. Os resultados foram apresentados em seções 2D e 3D de resistividade e mostram o contraste de zonas saturadas livres de contaminação e zonas afetadas pela DAM, apontadas nos modelos como regiões com valores de resistividade da ordem de 40Ω.m. As interpretações geofísicas sugerem que há conectividade hidrogeológica entre a pilha de rejeito e o leito rochoso fraturado sotoposto, o que promove a infiltração das águas ácidas para o aquífero regional e dispersão dos efluentes para além das dependências da mina. Os dados hidroquímicos corroboram as interpretações geofísicas, e evidenciam a percolação de efluentes ácidos no sistema fraturado, o que demonstra a necessidade da implementação de ações que tornem a geração de DAM restrita e com características químicas próximas dos padrões naturais, para que seja possível o descomissionamento do empreendimento mineiro.
  • ItemDissertação de mestrado
    Desenvolvimento de metodologia analítica para determinação e avaliação da biogeodisponibilidade de elementos tecnologicamente críticos utilizando a espectrometria de massas com plasma acoplado indutivamente (ICP-MS) associada a técnica de difusão em filmes finos por gradiente de concentração (DGT)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-23) Moreira, Luiz Felipe Pompeu Prado [UNESP]; Menegário, Amauri Antonio [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Um tópico muito importante dentro das ciências ambientais são os contaminantes emergentes, compostos que surgem da atividade humana dentro de diversas áreas como agricultura, indústria, medicina, dentro outras e que acabam escoando para o ambiente seja para o solo ou meios aquáticos. Dentre essa classe de contaminantes os elementos tecnologicamente críticos têm ganhado grande interesse, devido a sua importância em diversas áreas, dentro da indústria de alta tecnologia à medicina. O elementos tecnologicamente críticos dentre os quais estão incluídos o telúrio (Te), germânio (Ge), gálio (Ga), índio (In), nióbio (Nb), tântalo (Ta), os elementos do grupo da platina e também terras raras (La, Ce, Pr, Nd, Sm, Eu, Gd, Tb, Dy, Ho, Er, Yb, Lu). Esse estudo foi focado nos elementos terras raras visando o desenvolvimento de uma nova metodologia analítica utilizando a técnica de espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) e a técnica de difusão em Filmes Finos por Gradiente (DGT) (para a aplicação em ambientes aquáticos). No trabalho foram testados novos géis ligantes para o dispositivo DGT utilizando o ácido carmínico como agente ligante. O reagente foi testado em duas configurações distintas, disperso diretamente em gel de agarose e utilizando a resina XAD-16 com base para imobilização do ácido. A partir de um dos testes realizados (fator de troca e retenção) para os analitos concluiu-se que a dispersão de ácido diretamente em agarose apresentava o melhor desempenho, além de oferecer um método mais simples, rápido e verde para a fase ligante da técnica DGT. Foi observado pelo teste de imersão que todos s elementos analisados apresentaram linearidade em sua retenção pelo agente ligante desenvolvido, confirmando a principal premissa da técnica DGT: obedecer a lei de difusão de Fick. Pela primeira vez foram obtidos os coeficientes de difusão (cm²s-1 ) em géis de agarose (meio difusivo): para La, Ce, Pr, Nd, Sm, Eu, Gd, Dy, Ho, Er, Tm, Yb, Lu, de 3,94x10-6 , 3,87x10-6, 3,90 x10-6, 3,79 x10-6, 3,71 x10-6, 4,13 x10-6, 3,75 x10-6, 3,94 x10-6, 3,45 x10-6, 3,97 x10-6, 3,25 8 x10-6, 4,06 x10-6, 3,50 x10-6, respectivamente. Foi realizado também estudos da influência do pH e da força iônica na retenção das terras raras no disco de ácido carmínico desenvolvido, com os quais foi possível observar que, dentro da faixa estudada desses parâmetros, todos os elementos, com exceção do tório, apresentaram baixa variação na retenção. Estes resultados indicam uma a possibilidade de uma ampla faixa de trabalho para o método desenvolvido.
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    Procedimentos metodológicos de investigação geotécnica de barragens de rejeito de mineração para projetos de “As Is”
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-24) Marchi, Eduardo; Reis, Fabio Augusto Gomes Vieira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Com base na Política Nacional de Segurança de Barragens, nº 12.334, de 2010, regulamentada e consolidada pela resolução ANM 95 de 2022, todas as Barragens de Mineração precisam apresentar o estudo “As Built” (como construído). No entanto, grande parte das barragens construídas, anteriormente a 2010, não dispõe desse estudo. Para suprir essa necessidade, a legislação brasileira estabeleceu um novo tipo de projeto denominado “As Is” (como está). Nesse sentido, alguns autores vêm desenvolvendo técnicas de investigação “As Is”. O objetivo desta pesquisa é integrar as técnicas da eletrorresistividade e da sísmica (Masw), com ensaios diretos tipo resistência à penetração no solo (SPT) e sondagem via seca com revestimento (Hollow), realizadas em duas barragens de rejeito usadas em uma mineração de areia no interior de São Paulo, de modo a avaliar os procedimentos metodológicos de investigação geotécnica mais adequados na análise das condições atuais (projeto “As Is”) e propor uma metodologia geral de investigação. Os resultados mostram que, devido aos cálculos matemáticos usados pelos softwares de interpretação geofísica, as linhas de divisa das mudanças de velocidade e resistência não são exatas. A continuidade lateral de uma anomalia pode sofrer interferência dos resultados superiores e inferiores, criando uma linha não contínua onde deveria ter tal característica, como nos casos de filtros horizontais. Mesmo assim, as alternâncias se mostraram bem marcadas e, portanto, não é difícil interpretar que algumas descontinuidades são, na realidade, superfícies contínuas. O uso integrado dos dois métodos geofísicos mostra-se ideal na identificação de alvos em subsuperfície para a realização de ensaios diretos. Correlacionando os resultados, é possível reconstituir a forma com que a barragem foi construída e seu comportamento no momento das investigações, permitindo identificar possíveis pontos de fragilidade e gerar seções-bases para a elaboração do estudo de estabilidade.
  • ItemDissertação de mestrado
    Avaliação de aves aquáticas como sentinelas no monitoramento de metais em área de influência das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-12) Lima, Guilherme dos Santos [UNESP]; Menegario, Amauri Antonio [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O aumento de fontes difusas de poluentes e contaminantes nas regiões costeiras causam impactos negativos a longo prazo à vida presente neste ecossistema. Sabe-se que a contaminação em organismos marinhos por metais e metaloides tem aumentado nos últimos anos em decorrência de descargas de contaminantes químicos provenientes de atividades antrópicas. Dentre as atividades antrópicas que podem ser fontes de contaminação para organismos marinhos, temos as atividades relacionadas à exploração e produção de petróleo e gás natural. Além disso, mais recentemente desastres ambientais envolvendo derramamento de óleo nas águas costeiras brasileiras têm sido ameaças constantes aos organismos e ao ecossistema costeiro. O presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial uso de aves pelágicas (oceânicas); Thalassarche melanophris e Thalassarche chlororhynchos e aves de águas interiores (Nannopterum brasilianus) que vivem na área de influência das atividades de produção de petróleo e gás natural, como sentinelas da contaminação de As, Cd, Cr, Cu, Pb, Mn, Mo, Zn, Ni, Ba, V e Hg. As amostras de tecido hepático das três espécies foram provenientes de indivíduos encontrados encalhados no sul e sudeste da costa brasileira, durante monitoramento diário realizado pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) entre os anos de 2015 e 2022. Agrupando todas as espécies os elementos com maiores concentrações foram, em ordem decrescente: Zn > Cu > Mn > Hg > As > Cd > Mo > V > Cr> Ba> Ni> Pb. Aves pelágicas apresentaram maiores níveis de concentrações para Hg, As e Cd, indicando que ocorre uma maior biodisponibilidade desses elementos nas áreas forrageadas por espécies pelágicas. Alguns indivíduos apresentaram níveis elevados apara alguns elementos, provavelmente devido a contaminação por origem antrópica. Não houve variação temporal e grande diferença espacial na distribuição das concentrações. Os resultados apresentados indicam que as três espécies acumulam os elementos estudados e são boas sentinelas ambientais, no entanto, a comparação entre as diferentes espécies deve ser feita com cautela, visto que espécies de guildas diferentes apresentam concentrações em diferentes ordens de grandeza para alguns elementos.
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    Estudo sobre os deslocamentos superficiais dos taludes do setor GW da mina de Fe de Brucutu (Quadrilátero Ferrífero-MG) por meio de dados de radar orbital
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-10-10) Boulhosa, Gabrieli Santos [UNESP]; Hartwig, Marcos Eduardo; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Mina de Brucutu encontra-se na porção nordeste do Quadrilátero Ferrífero, no município de São Gonçalo do Rio Abaixo, a aproximadamente 120 km a leste de Belo Horizonte/MG. Nesse local a empresa Vale S.A. opera uma das maiores minas de minério de ferro do Brasil. O minério de ferro encontra-se alojado nos Itabiritos e corpos de hematita da Formação Cauê. Essas rochas possuem diferentes comportamentos geomecânicos, visto que, elas ocorrem em contato com rochas intrusivas e encontram-se brechadas, intensamente foliadas e fortemente intemperizadas. Os taludes das cotas 1.030 a 1.000 do setor GW da cava de Brucutu, vem registrando instabilidades nos últimos anos. O presente estudo visa analisar os deslocamentos superficiais e discutir os prováveis fatores controladores. Utilizou-se a técnica Advanced Differential Radar Interferometry (A-DInSAR) a partir de imagens do sensor COSMO-SkyMed em modo StripMap para monitorar os deslocamentos. Os períodos abrangidos para o desenvolvimento do presente trabalho foram de junho de 2018 a agosto de 2019 e junho de 2019 a novembro de 2020. As imagens utilizadas foram fornecidas e processadas pela empresa Telespazio Brasil. Foram utilizadas também ortoimagens provenientes de Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), dados geológico-geotécnico de campo e dados pluviométricos. Utilizou-se dados de radar terrestre para ser mais uma ferramenta de análise e compreensão dos deslocamentos. Os resultados obtidos através do monitoramento A-DInSAR mostram que foram identificadas taxas de deslocamento consideráveis (até -76,3 mm/ano) no período chuvoso. As instabilidades presentes na área de estudo são condicionadas pelos seguintes fatores: 1) contato entre rochas intrusivas (IN) e itabirito friável (IF); 2) atitude desfavorável da foliação; e 3) índices pluviométricos elevados que produzem o desmantelamento (erosão) da face dos taludes.
  • ItemDissertação de mestrado
    Petrocronologia de granulitos e migmatito de temperatura ultra-alta da nappe Guaxupé nas regiões de Caconde e São José do Rio Pardo (SE, Brasil)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-22) Silva, Otavio Sant' Anna Gonçalves; Luvizotto, George Luiz [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Granulitos e migmatitos são rochas metamórficas de alto grau, formadas em contextos geológicos diversos, como zonas de convergência de placas tectônicas, rifts continentais, hot- spots e zonas adjacentes a grandes intrusões graníticas profundas. Desvendar o registro metamórfico (trajetórias P-T-t) destas rochas é fundamental para a compreensão de processos geodinâmicos relacionados a formação, evolução e exumação de orógenos. A nappe Socorro- Guaxupé corresponde a uma unidade tectono-estratigráfica neoproterozoica, localizada na porção sul do Orógeno Brasília Meridional (SE, Brasil), que hospeda uma ampla variedade de rochas ígneas (granitoides e rochas da série charnockítica) e metamórficas de alto grau (granulitos e migmatitos diversos). Sua gênese remonta aos estágios de convergência entre os paleocrátons São Francisco e Paranapanema, durante a amalgamação do Gondwana Ocidental, no Neoproterozoico. Estudos recentes apontam que as rochas da nappe Guaxupé (bloco setentrional da nappe Socorro-Guaxupé) foram submetidas a um metamorfismo de temperatura ultra-alta (UHTM; i.e., T ≥ 900 °C) durante a evolução do orógeno. No entanto, a maioria destes estudos foram empreendidos nos segmentos mais basais da nappe e, por isso, o metamorfismo nos demais níveis crustais carece de mais detalhamento. Além disso, até o momento, não há consenso sobre quando foi iniciado o UHTM nem sobre o modelo geotectônico que melhor explica como tais temperaturas extremas foram atingidas. Neste trabalho, é definida uma trajetória metamórfica P-T-t horaria a partir da investigação de granulitos com dois piroxênios (hornblenda granulito máfico e pargasita granulito félsico) e migmatito metapelítico (biotita- granada migmatito com sillimanita e feldspato potássico) das regiões de São José do Rio Pardo e Caconde (segmento centro-noroeste da nappe Guaxupé) utilizando (i) mapas composicionais e de temperatura, (ii) modelagem de equilíbrio de fases, (iii) geotermometria de elementos traço (Zr-no-rutilo e Ti-no-quartzo) e (iv) geocronologia U-Th-PT em monazita. As paragêneses de pico metamórfico correspondem a Opx + Cpx + Amp + Pl ± Ilm nos granulitos e Grt + Qz + Pl + Rt no migmatito metapelítico; demais fases como quartzo e feldspato potássico no granulito félsico e sillimanita, biotita, feldspato potássico e ilmenita no migmatito metapelítico correspondem a associações retrometamórficas. Nas amostras, predominam as texturas indicativas de retrometamorfismo, tais como uralitização dos piroxênios, substituição da ilmenita por magnetita, substituição da granada por biotita, intercrescimento de sillimanita + quartzo (± biotita) a partir de feldspato potássico e granada e substituição de rutilo por ilmenita. A condição P-T de pico metamórfico (aproximadamente 975-1030 °C e 9,0-9,5 kb) foi determinada com base na sobreposição dos campos de estabilidade interpretado para as paragêneses de pico das amostras e no cruzamento das isopletas de Al (iv) em orto e clinopiroxênio e Ti em anfibólio do granulito máfico. Após o pico metamórfico, é interpretado que o sistema foi submetido a sutil descompressão, seguida de resfriamento quase-isobárico até atingir condições de fácies anfibolito, em aproximadamente 750 °C e 7,0 kb. Idades próximas ao pico metamórfico, de ca. 642 ± 22 a 638 ± 19 Ma, são indicadas por núcleos de monazitas com alto Y. Já a idade do resfriamento, de ca. 627 ± 6, Ma foi inferida utilizando a média das idades obtidas em domínio com baixo-Y/alto-Th. O registro metamórfico levantado nestas rochas sugere que as condições de temperatura ultra-alta foram alcançadas provavelmente em regime de colisão continental, no qual foi edificado um Extenso Orógeno Quente (LHO: Large Hot Orogen). Neste contexto, a nappe Socorro-Guaxupé teria sido sobreaquecida quase- homogeneamente no núcleo do orógeno por conta principalmente de calor radioativo (decaimento de U, Th e K) advindo de material migmatítito remobilizado e sua exumação (junto aos demais compartimentos tectônicos do Orógeno Brasília Meridional) teria ocorrido somente após seu resfriamento até condições de fácies anfibolito.
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    Petrologia dos granitos associados aos depósitos primários de estanho e metais base da mina Bom Futuro, Rondônia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-06-17) Ciotta, Matheus Ramos; Godoy, Antonio Misson [UNESP]; Leite Júnior, Washington Barbosa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A mina Bom Futuro está localizada na Província Estanífera de Rondônia, Brasil, situada na borda sudoeste do Cráton Amazônico. A mina compreende dois morros adjacentes, Bom Futuro (ao sul) e Palanqueta (ao norte), que reúnem as principais áreas de exposição de rochas proterozóicas, e superfícies aplainadas, compostas por coberturas sedimentares mais jovens. No morro Bom Futuro, afloram gnaisses, anfibolitos e xistos do embasamento (> 1,3 Ga), pipes de brecha subvulcânica, diques de sienito/traquito (~ 1000 Ma), diques de topázio riólito pórfiro e topázio granito pórfiro, duas fases de veios de Li-Fe mica topázio pegmatitos (~ 995 Ma) mineralizados em Sn (Zn±Cu±Pb), vênulas tardias de quartzo, fluorita, carbonato e sulfetos de metais base e stockworks de caulinita. O morro Palanqueta expõe cinco unidades ígneas graníticas do maciço de mesmo nome, sendo estas: biotita álcali-feldspato granito equigranular (ca. 1026 Ma) e quatro Li-Fe mica álcali-feldspato granitos com topázio (ca. 1000 Ma), individualizados por aspectos estruturais e/ou texturais em inequigranular, pórfiro I, pórfiro II e miarolítico. Cavidades miarolíticas e/ou greisens sob forma de pipe mineralizados em Sn (W±Cu±Pb±Zn) estão associados a algumas destas fácies com topázio. As feições geológicas, associadas às características petrográficas e geoquímicas de rocha total, indicam que a mina Bom Futuro representa um sistema magmático-hidrotermal altamente dinâmico desenvolvido, em ambiente subvulcânico. As características texturais e mineralógicas das fácies graníticas com topázio são semelhantes aos granitos peraluminosos com metais raros. Os granitoides com topázio do morro Bom Futuro são relativamente mais evoluídos que os do morro da Palanqueta, como indica o trend evolutivo da geoquímica de rocha total e química mineral das micas, enquanto o biotita granito é precoce e menos evoluído. As composições isotópicas de Nd [εNd(t) = + 3,25 a – 3,68] sugerem componentes de fontes crustais e mantélicas para os magmas de origem dos granitos do Bom Futuro. As rochas graníticas da mina Bom Futuro compõem a porção apical de uma cúpula granítica zonada, altamente evoluída, rica em flúor, com grandes quantidades de fluidos exsolvidos, associados a mineralização de Sn. Os limites físicos entre as diferentes fácies graníticas dos morros Bom Futuro e Palanqueta são desconhecidos, mas poderão explicitar o singular desenvolvimento de cúpulas graníticas altamente fracionadas. O potencial metalogenético em subsuperfície é incerto, porém, dada à individualidade do sistema Bom Futuro, é de grande interesse.
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    Ciclicidade de alta frequência e quimioestratigrafia da Formação Tagatiya Guazu, Grupo Itapucumi, Paraguai: evidências da passagem Ediacarano-Cambriano
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-06-15) Antunes, Gabriel Correa; Warren, Lucas Veríssimo [UNESP]; Okubo, Juliana [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O intervalo final do Período Ediacarano e sua transição para o Cambriano reúnem algumas das maiores mudanças já ocorridas na história da Terra, como a formação do supercontinente Gondwana, distintos padrões e anomalias geoquímicas, bem como sua relação com o surgimento dos animais e a “Explosão Cambriana”. Com o objetivo de compreender tais fenômenos, diversas sucessões ao redor do mundo vêm sendo intensamente estudadas. Nesse contexto se insere a Formação Tagatiya Guazu (Grupo Itapucumi, Paraguai). No entanto, ao contrário de sucessões muito bem estudadas na China, Namíbia e Rússia, a sucessão superior da Formação Tagatiya Guazu ainda carece de estudos de detalhe quanto seus aspectos estratigráficos e geoquímicos. Frente a esta perspectiva, duas seções colunares de detalhe foram estudadas. As fácies sedimentares descritas constituem típica associação de rochas carbonáticas de perimaré depositadas em ambiente lagunar, organizadas em ciclos de raseamento ascendente, formados por grainstones em sua base, trombólitos, estromatólitos planares, margas e mudstones no topo, verticalmente configurando sucessões maiores de progradação e retrogradação. A presença de espécimes in situ de Cloudina sp. e Corumbella sp. bem preservados atestam a idade ediacarana terminal. Os valores entre +1 e +5 ‰ obtidos para δ13Ccarb se enquadram no platô positivo globalmente observado em sucessões contendo Cloudina (EPIP, Late Ediacaran Positive Carbon Isotope Plateau), reforçando a idade ediacarana terminal. Variações cíclicas de alta frequência nos valores de δ13Ccarb resultam de um gradiente isotópico gerado pela estratificação redox do corpo aquoso ou pela diminuição das taxas de produtividade juntamente à oxidação de matéria orgânica, mostrando forte relação com as fácies e batimetria. A presença de icnofósseis com hábitos complexos permite afirmar que a Fm. Tagatiya Guazu registra a passagem para o Cambriano e o Éon Fanerozoico, resultando em quatro hipóteses a serem testadas: (a) a anomalia isotópica negativa da base do Cambriano (BACE, Basal Cambrian Negative Carbon Isotope Excursion) não possui caráter global; (b) a anomalia BACE ocorre acima do limite E-C; (c) um aumento na restrição durante a deposição da porção de topo da unidade impediu o registro do sinal oceânico global, ou (d) processos orgânicos e/ou inorgânicos locais obliteraram o sinal global. De qualquer maneira, o incomum grau de preservação da assembleia fóssil presente e o detalhamento e originalidade do sinal isotópico preservado fazem com que a Fm. Tagatiya Guazu se configure como seção-chave para o entendimento do Ediacarano terminal na porção oeste de Gondwana.
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    Análise de infiltração de canal de desvio e contribuição na geração de drenagem ácida de mina em pilha de rejeito de mineração de urânio
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-13) Nascimento, Matheus Mistrinel Pacine Feitoza do; Moreira, César Augusto [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A drenagem ácida de mina (DAM) é um problema comum a muitas minerações em cujos depósitos ocorrem sulfetos como minerais de minério ou associados. Este processo natural decorre da oxidação de sulfetos minerais como a pirita e posterior interação com água, com a geração de sulfato e ácido sulfúrico. Na indústria mineral este problema é agravado como consequência do acúmulo e da maior exposição desses minerais reativos aos agentes atmosféricos. É neste contexto que está inserida a Mina Osamu Utsumi (MOU), a primeira a lavrar e beneficiar minério de urânio no Brasil, administrada pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB). A mina está localizada no Maciço Alcalino de Poços de Caldas num contexto geológico caracterizado por rochas alcalinas como a nefelina-sienito, além de mineralizações uraníferas com altos teores de sulfetos. Durante sua operação foram movimentados milhões de toneladas de rejeitos que tiveram como destino final os bota-foras (BF) da mina, onde eram depositados o material proveniente do decapeamento e rochas com baixo teor de urânio. Atualmente a mina está num processo de descomissionamento, que compreende o período pós-encerramento das atividades no qual é preciso lidar com os passivos ambientais. A drenagem ácida de mina é o mais complexo dos passivos ambientais presentes na área. Os materiais foram lançados na área sob a forma de ponte de aterro, que promoveu o rearranjo das frações granulométricas em partículas mais grossas embaixo e as mais finas em cima. Este fato somado à heterogeneidade do material depositado permite que o BF-04 funcione como um sistema hidrogeológico permeável ao fluxo de água e oxigênio, ambos reativos aos sulfetos existentes. Um fator agravante é a presença do canal de desvio da antiga drenagem que fluía pelo vale (córrego da Consulta) e que foi posicionado na lateral NW do BF-04 em canal escavado diretamente em solo e rocha. Diante do exposto, esta pesquisa visa avaliar a influência da infiltração de águas do canal de desvio e a contribuição na geração de drenagem ácida de mina no interior do BF-04. Neste estudo são empregados os métodos geofísicos da Eletrorresistividade e da Polarização Induzida, obtidos de forma simultânea por meio de linhas de tomografia elétrica. Os modelos de inversão 2D realçam zonas de baixa resistividade (~50 Ω.m) em semelhança com resultados obtidos em estudos anteriores em áreas de fluxo de DAM. Também foi possível identificar zonas de alta cargabilidade (~10mV/V) em zonas de fluxo de água proveniente do canal de desvio e no interior do BF-04. Tais evidências indicam a efetiva contribuição do canal de desvio na geração de DAM no interior do BF-04 e a necessidade de sua impermeabilização para redução deste passível ambiental.
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    Estudo comparativo das taxas de crescimento recente de espeleotemas carbonáticos de cavernas pelo método geocronológico do Pb-210
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-28) Figols, André Ponce; Bonotto, Daniel Marcos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Espeleotemas carbonáticos contêm altas concentrações de Pb-210 em sua composição, e esse excesso pode ser empregado na determinação de suas taxas de crescimento recentes para uma escala de tempo em até 120 anos. Contudo, dados referentes a tal aplicação desse método geocronológico são escassos no Hemisfério Sul, sendo a maioria dos estudos pautada em localidades de clima temperado dos continentes norte-americano e asiático. Tal carência de dados dificulta uma comparação investigativa sobre os principais parâmetros físicos que influenciam na velocidade de precipitação do carbonato de cálcio em cavernas. Nesse contexto, o presente trabalho descreve o registro de taxas de crescimento longitudinais de espeleotemas carbonáticos amostrados em distintas regiões brasileiras: Pains (centro oeste de Minas Gerais) e Região Metropolitana de Curitiba (RMC, leste do Paraná), cujos climas são subtropical de invernos secos (Cwa) e temperado úmido (Cfb), respectivamente. Segmentos de espessura variável de oito estalactites foram submetidos à dissolução de HCl, deposição de Po-210 em discos de cobre e análise de Po-210 por espectrometria alfa para se obter os dados de concentração de atividade. Os dados de concentração de atividade de Po-210 adquiridos forneceram os valores de Pb-210 devido às condições de equilíbrio radioativo secular entre esses radionuclídeos. Embora todos os espeleotemas exibissem excesso de Pb-210 em seus segmentos sequenciais, para três dos oito amostrados não foi possível estimar a taxa de crescimento longitudinal. A média das taxas de crescimento dos espeleotemas procedentes do município de Pains (MG) é de 1,6 mm/ano, enquanto a média obtida para os outros oriundos da RMC equivale a 1,2 mm/ano. A princípio, condicionantes tanto climáticos (temperatura e umidade) como geológicos (composição química, padrão estrutural regional etc.) exercem influência na cinética de reação de dissolução e consequente precipitação do carbonato de cálcio; entretanto, futuros estudos ainda são necessários para entender a complexidade de atuação desses fatores.
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    Variação espaço-temporal da composição isotópica das águas subterrâneas de um aquífero basáltico, e sua implicação na construção de um modelo de fluxo, na Bacia Hidrográfica do Paraná 3.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-01) Garpelli, Lia Nogueira [UNESP]; Gastmans, Didier [UNESP]; Athayde, Gustavo Barbosa; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Compreender as condições climáticas e as suas relações com as águas que recarregam os aquíferos é primordial para uma gestão pública mais correta. Na região da Bacia do Paraná 3, no oeste do estado do Paraná, ocorrem rochas vulcânicas que caracterizam o Sistema Aquífero Serra Geral (SASG), amplamente utilizado pelas companhias de abastecimento do estado. A utilização de traçadores ambientais, como isótopos de oxigênio e deutério, auxiliam na compreensão das origens das águas, e dos fluxos das águas subterrâneas em aquíferos como o SASG. O estudo consistiu em coletas trimestrais de 35 amostras de poços tubulares, uma cacimba e coletas em três locais distintos do rio Lopeí, iniciadas em abril de 2019, até janeiro de 2020, além de coletas mensais de recipitação (de maio de 2019 a dezembro de 2020). Foram realizadas análises físico-químicas, medidas in situ, análises hidroquímicas dos principais cátions e ânions e a caracterização isotópica de oxigênio e deutério. Os resultados obtidos permitiram a caracterização climática e isotópica da precipitação, água superficial e subterrânea. As chuvas com variação de -9,02 a 0,24‰ (δ18O) e de -57,92 a 16,56‰ (δ2H), apresentaram os valores mais depletados nos períodos de maior incidência de chuva que culminaram com o fim da primavera e início do verão, com característico efeito quantidade e, os valores mais enriquecidos, nos períodos de menor umidade relativa e pluviosidade, típicos do inverno. As águas superficiais variaram o δ18O de -5,28 a -4,83‰, de -29,46 a -26,39‰ para δ2H, e apresentaram efeito altitude de 0,21‰ a cada 100 m de altitude. As águas subterrâneas com variação isotópica que foi de -5,81 a -4,30‰ e de -34,06 a -24,29‰, para δ18O e δ2H, respectivamente. Possuem três fácies hidroquímicas distintas, o grupo 1, do tipo Ca-Mg-HCO3, que representa a porção intermediária entre os dois grupos, indicativo de mistura de águas; o grupo 2, do tipo Ca-Mg-HCO3 com NO3 que representa águas de porções mais rasas com recargas pluviais recentes, e valores da composição isotópica mais enriquecidos e; o grupo 3, com tipologia Na-HCO3, que são marcadas por águas de fluxo mais profundo, com características de águas mais evoluídas hidroquimicamente e assinaturas isotópicas com valores mais depletados.
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    Revisão dos fósseis de Titanosauria (Saurischia, Sauropoda) do Neo-Cretáceo do Grupo Bauru, formações Adamantina, Uberaba e Marília, Bacia do Paraná, Sudeste do Brasil
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-01-19) Melo, Ariana Carmelin de Sousa; Bertini, Reinaldo José [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O Grupo Bauru é uma região geológica de grande importância paleontológica, sendo representada por diversos grupos paleobióticos, entre eles se destaca o Clado Titanosauria, pela quantidade expressiva de fósseis a ele atribuido, coletados nos afloramentos desta unidade geológica. Até o momento foram descritas, para esta unidade, as espécies Gondwanatitan faustoi, Adamantisaurus mezzalirai, Maxakalisaurus topai, Aeolosaurus maximus, Brasilotitan nemophagus, Austroposeidon magnificus, Trigonosaurus pricei, Baurutitan britoi e Uberabatitan ribeiroi. O presente trabalho teve como objetivo efetuar uma revisão dos fósseis previamente descritos de titanosauros procedentes do Grupo Bauru, e realizar uma análise filogenética dos morfótipos formalmente descritos. No estudo se teve confirmado o observado nas análises anteriores de Santucci (2002, 2005), onde a maioria dos morfótipos do Grupo Bauru são próximos filogeneticamente, aqui interpretados como pertencentes ao Grupo Aeolosaurini. Também foi observada uma próximidade filogenética de eolossaurinos e saltassaurinos. Os diversos registros de titanossauros aqui levantados também contribuem com as evidências geológicas de que no Grupo Bauru prevalecia um paleoambiente semi-árido.
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    Interação rio-aquífero e fluxos de nitrogênio em área de afloramento do Sistema Aquífero Guarani, identificados a partir da utilização de isótopos estáveis (H e O)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-12-14) Lima, Camila de; Gastmans, Didier [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os fluxos de nitrogênio na natureza podem aumentar devido fontes antrópicas ou naturais. A utilização de fertilizantes nitrogenados na agricultura gera ganhos na produtividade, porém quando usado em demasia ocasiona um aumento nas concentrações de nitrato nas águas (superficiais e subterrâneas) podendo acarretar problemas de saúde para a população que consome desta água. Deste modo, compreender a movimentação das águas dentro de uma bacia e avaliar a possível interferência da produção agrícola nos fluxos de nitrogênio é importante para a correta gestão dos recursos hídricos locais. Situada na porção central do estado de São Paulo, a Sub-Bacia do Alto Jacaré-Pepira está inserida na área de afloramento do Sistema Aquífero Guarani (SAG). Por meio da análise da evolução do uso e ocupação da terra dos anos de 1989 a 2019 observou-se um aumento de quase 5 vezes na área plantada com cana-de-açúcar na região. Devido a fragilidade ambiental e pelo fato de estar em uma área onde o avanço da agricultura está ganhando mais espaço a cada ano, três áreas dessa sub-bacia foram escolhidas para desenvolver o estudo. Em nove campanhas de amostragem no período de setembro de 2019 a julho de 2020, em três rios foram coletadas amostras representativas de suas águas superficiais e da descarga subterrânea em seus leitos, e ainda de água subterrânea em poços e surgências próximas a esses pontos para análises isotópicas e das concentrações de nitrato. Os traçadores isotópicos (δ18O e δ2H) nas amostras das águas dos rios, subterrâneas e da precipitação foram utilizados para compreender que as redes de drenagens estudadas são abastecidas pela descarga subterrânea. Nas águas superficiais dos rios as concentrações de nitrato variaram de 0,2 a 1,1 NO3--N (mg.L-1), na descarga subterrânea no leito dos rios variaram de < 0,1 a 0,8 NO3--N (mg.L-1) e nas águas subterrâneas de 0,2 a 3,4 NO3--N (mg.L-1). Apesar do cenário atual não indicar contaminação na sub-bacia, é visto uma concentração maior nas águas subterrâneas, o que leva a acreditar que esse nitrato observado atingiu o aquífero em um tempo pretérito e está caminhando para os rios. Portanto, o avanço da produção de cana-de-açúcar na região, e consequentemente o aumento da fertirrigação, aumenta ainda mais a possibilidade do nitrato lançado alcançar níveis considerados contaminantes nas águas dessa sub-bacia.
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    Tafonomia de alta resolução da Camada Amargosa, Formação Marizal, Cretáceo Inferior, Sub-bacia do Tucano Central, Bahia: implicações para a dinâmica paleoambiental e paleoecológica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-01-07) Souza, Talita Gabriela Lucas de; Simões, Marcello Guimarães [UNESP]; Silva, Suzana Aparecida Matos da; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Nesta dissertação, reportamos a biota da Camada Amargosa, como pertencente a um novo depósito do tipo Konservat-Lagerstätte, do Cretáceo Inferior, da Formação Marizal, Sub-Bacia do Tucano Central, NE do Brasil. A análise de uma seção colunar de detalhe, com aproximadamente 4 metros de espessura, próximo à Vila Amargosa, Euclides da Cunha, Bahia, revelou uma sucessão de argilitos bem laminados, lamitos, siltitos e arenitos muito finos. Os fósseis estão restritos ao intervalo inferior da seção, com aproximadamente 1 metro de espessura, onde sete níveis (N0-N6), com atributos sedimentológicos e tafonômicos distintos foram reconhecidos. Estes contêm ostracodes, “conchostráceos”, camarões palaemonídeos, peixes e restos de plantas. Os fósseis ocorrem em alta concentração em pelo menos quatro níveis (N2, N3, N5, N6), formando assembleias politípicas dominadas por um grupo particular de fósseis. Exceto no caso dos ostracodes, que formam pavimentos densos com menos de um milímetro de espessura, os fósseis estão dispersos ou fracamente empacotados e sem orientação preferencial na matriz sedimentar. Da base para o topo, o primeiro nível ricamente fossilífero (N2) é dominado por carapaças de “conchostráceos" não fragmentadas, várias ainda articuladas, sugerindo condições de baixa energia e nenhum transporte hidráulico. O segundo nível (N3) é formado por espécimes de camarões lateralmente comprimidos, desarticulados, total ou parcialmente articulados e preservados como filmes carbonosos. Camarões total ou parcialmente articulados sugerem reduzido tempo de exposição na interface água-sedimento em fundos pobremente oxigenados. Peixes fósseis excepcionalmente preservados são comuns em dois níveis (N5-N6), na parte superior do intervalo fossilífero estudado. Os indivíduos estão dispersos na matriz e lateralmente comprimidos, indicando a ausência de quantidades consideráveis de gases produzidos durante a decomposição e nenhuma reorientação das carcaças devido à flutuabilidade. Os peixes estão, em geral, totalmente articulados, alguns exibindo coluna vertebral ligeiramente curvada, nadadeiras e bocas abertas, provavelmente refletindo contrações musculares involuntárias (i.e., tetania), devido à anoxia e/ou variações acentuadas na salinidade e pH das águas. As assembleias são formadas principalmente por elementos autóctones a parautóctones e a mistura temporal deve ter sido variável, porém, não muito extensa. Um atributo-chave dos níveis ricos em fósseis (e.g., N3, N5, N6) é a preservação, como filmes carbonosos, de invertebrados com exoesqueleto fracamente biomineralizado e/ou órgãos com tecidos moles (i.e., olhos de peixes), os quais são tipicamente propensos à rápida destruição pela necrólise, ataque de necrófagos e/ou bioturbação. A natureza politípica das assembleias fósseis, intercaladas com intervalos afossilíferos, sugere eventos de mortalidade em massa, causados por mudanças abruptas na oxigenação (anoxia), salinidade, e pH das águas. Localmente, a natureza finamente laminada das rochas indica ausência de vida bentônica de infauna ou, pelo menos, que essa foi muito limitada nos fundos relativamente “profundos” e pobres em oxigênio do lago. Condições de anoxia e salinidade elevada, associadas ao clima semi-árido durante o Cretáceo Inferior podem ter desempenhado fatores essenciais para a preservação excepcional de alguns fósseis (camarões e peixes). Finalmente, os dados aqui apresentados fornecem um melhor entendimento da distribuição vertical dos grupos e dos processos tafonômicos associados à complexa gênese do intervalo fossilífero da Camada Amargosa na sua localidade tipo.