Dissertações - Biodiversidade - IBILCE

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  • ItemDissertação de mestrado
    Estudos morfométricos e ecológicos para a delimitação de táxons associados ao complexo Machaerium acutifolium (Leguminosae, Papilionoideae, clado Dalbergia)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-08-30) Jordão, Valner Matheus Milanezi; Silveira, Daniela Sampaio [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Machaerium Pers. (Leguminosae Juss) apresenta cerca de 130 espécies e uma distribuição predominantemente na América tropical. No Brasil, são encontradas 74 espécies, sendo destas 44 endêmicas. Entre as espécies mais representativas do gênero, Machaerium acutifolium Vogel. representa um grupo-chave para uma análise de reconstrução biogeográfica de biomas neotropicais megadiversos, contudo, possui um histórico taxonômico complexo. Para solucionar os problemas de circunscrição em grupos de difícil delimitação, estudos taxonômicos vêm utilizando análises morfométricas para a identificação dos caracteres considerados diagnósticos para a delimitação de táxons. Combinados com abordagens ecológicas, esses dados podem contribuir para a compreensão de como os fatores abióticos podem influenciar na distribuição geográfica das espécies e, se esses fatores podem levar a alterações específicas nos padrões de variação morfológica. Dessa forma, o presente trabalho pretendeu elucidar as relações morfotípicas do complexo Machaerium acutifolium com base na análise dos tipos nomenclaturais e seus sinônimos (M. acutifolium var. enneandrum; M. acutifolium var. muticum; M. acutifolium var. pseudacutifolium; M. junglandifolium e Sweetia atrata) bem como das espécies morfologicamente relacionadas, M. mucronulatum Mart. ex Benth. e M. opacum Vogel. Para a realização das análises morfológicas e morfométricas, foram realizadas quatro expedições de campo, onde o complexo possui maior distribuição (Bahia, Distrito Federal Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo), além do estudo de materiais depositados nos herbários nacionais CEN, CEPEC, HUEFS, R, RB, SJRP e UB e a análise de imagens em alta resolução tanto de amostras depositadas em herbários nacionais quanto internacionais. Cinquenta variáveis morfológicas foram escolhidas para medições e os dados obtidos foram analisados por meio da Análise de Agrupamento (Dendrograma), Ordenação (PCA) e pelo Index de Critério Bayesiano (NMMs) pelo programa R versão 4.3. Para a produção das análises ecológicas foram utilizadas duas variáveis bioclimáticas, Precipitação Anual (BIO 12) e Sazonalidade da Precipitação – Coeficiente de Variação (BIO 15). Foram realizadas as tipificações de quatro nomes relacionados à M. mucronulatum e M. opacum. Como resultado das análises morfométricas e dos estudos taxonômicos, também são apresentadas três novas espécies de Machaerium com ocorrência para as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil e características dos Domínios da Caatinga e do Cerrado.
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    Controle ambiental sobre a estrutura e multifuncionamento de ecossistemas bromelícolas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2015-06-30) Neutzling, Alexandre Schneid; Romero, Gustavo Quevedo; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este estudo explora os efeitos multiestressores do ambiente sobre as propriedades estruturais da biodiversidade e estabilidade do funcionamento de ecossistemas bromelícolas. Através de um experimento de colonização em habitat conservado, simulamos diferentes cenários pluviométricos em duas áreas, extremos de um gradiente de cobertura de dossel de restinga. Nosso objetivo foi verificar se diferentes condições ambientais resultam em diferentes importâncias relativas dos parâmetros de redes tróficas sobre o funcionamento global de ecossistemas. Nossos resultados evidenciam que os parâmetros de redes tróficas têm diferentes importâncias para o multifuncionamento do processamento da matéria orgânica quando os ecossistemas estão sujeitos a diferentes condições ambientais. A conectância aliada à variação de temperatura determinam o multifuncionamento em áreas de menor estresse ambiental. Em áreas de maior variação ambiental, a riqueza de espécies é o único fator que determina o multifuncionamento. Além disso, quando consideramos cenários de mudanças climáticas, como chuvas acentuadas, os ecossistemas em áreas de menor variação ambiental aparentam perder os efeitos positivos da conectância. Nossos resultados evidenciam a necessidade de considerar parâmetros gerais de redes ecológicas e a variação ambiental nos futuros estudos de biodiversidade e funcionamento ecossistêmico (B-EF). Este estudo avança na compreensão da teoria B-EF e fornece informações importantes sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre a organização e funcionamento da biodiversidade.
  • ItemDissertação de mestrado
    Interação espaço-temporal entre onça-parda (Puma concolor) e cão-doméstico (Canis familiaris)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-07-28) Gonçalves da Silva, Rodolpho; Bianchi, Rita de Cassia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Interações negativas entre carnívoros, como competição e predação, podem afetar diretamente as populações de espécies carnívoras e suas presas. Essas interações podem afetar diretamente a sobrevivência e reprodução, resultando em mudanças nos padrões de atividade e ocupação. Compreender as interações temporais e espaciais entre as espécies fornece informações valiosas sobre a distribuição, uso de habitat e a dinâmica predador-presa. A compreensão das interações entre carnívoros silvestres e o invasor/exótico ainda é limitada. Neste estudo, especificamente, foi investigada a relação entre a onça-parda (Puma concolor) e o cão-doméstico (Canis familiaris) em Unidades de Conservação, localizadas em Águas de Santa Bárbara/SP, coletando dados através de armadilhas fotográficas em 67 pontos amostrais. A análise do padrão de atividade foi realizada usando densidade de kernel e sobreposição de horários. Avaliou-se a evitação temporal da onça-parda em relação à presença de cães-domésticos, comparando-se os intervalos de tempo entre suas passagens. A sobreposição espacial foi analisada por meio de modelos de ocupação, considerando os fatores que influenciam o uso da paisagem pelas espécies. A onça-parda apresentou atividade predominantemente crepuscular-noturna, enquanto o cão-doméstico apresentava atividade predominantemente diurna. Houve sobreposição no horário de atividade das espécies, mas essa sobreposição diminuiu nos pontos de coocorrência espacial. Em relação aos intervalos de tempo entre os registros, não houve diferença significativa para os cães-domésticos após o registro de onças-pardas. No entanto, as onças-pardas demoraram em média três dias para passar após o registro de cães-domésticos. A porcentagem de formação savânica afetou positivamente o uso da área pela onça-parda, enquanto o mosaico de uso agropecuário diminuiu essa probabilidade, indicando uma dependência da vegetação nativa e áreas protegidas. A proximidade com rodovias mostrou-se um fator importante na utilização do espaço pelos cães-domésticos, reforçando sua associação à atividade humana. A presença de cães-domésticos reduziu a utilização da formação savânica pelas onças-pardas. O estudo demonstrou que mesmo sendo uma espécie de menor porte, como o cão-doméstico afetou espacialmente a onça-parda. Portanto, é crucial entender e mitigar o impacto das espécies exóticas na fauna nativa e adotar um manejo adequado dos cães-domésticos, considerando os potenciais impactos negativos na vida selvagem e a importância da preservação de habitats naturais.
  • ItemDissertação de mestrado
    A influência dos cães-domésticos (Canis familiaris) na distribuição espacial e temporal da irara (Eira barbara)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-06-28) Manzo, Isabele Aparecida; Bianchi, Rita de Cassia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O cão doméstico (Canis familiaris) é uma espécie exótica conhecida por ter impactos na fauna nativa, podendo levar outras espécies à segregação espacial e temporal como mecanismo de reduzir interações agonísticas. A irara (Eira barbara), um mustelídeo de porte médio, de ampla distribuição, é umas das espécies que pode ser afetada apresentando segregação espacial ou temporal. Para testar esta hipótese, instalei armadilhas fotográficas em uma paisagem agrícola composta por uma Unidade de Conservação, plantação de café e canavial, uma área urbana e vários domicílios rurais. Calculei os padrões de atividades, seus coeficientes de sobreposição e gerei modelos para explicar a ocupação das espécies e verificar possíveis interferências. Obtive 32 registros de iraras e 100 de cães-domésticos. Em apenas 8 pontos, as duas espécies ocorreram concomitantemente. A sobreposição da atividade foi de 68%; entretanto, nos pontos onde ambas as espécies ocorreram, a porcentagem foi de 43%, sendo que a atividade da irara foi deslocada para o período matutino enquanto os cães-domésticos estiveram ativos ao longo de todo o dia, incluindo muitos registros noturnos. Em relação ao uso do espaço, a irara demonstrou estar positivamente associada a áreas de floresta, e negativamente a áreas de exploração agrícola. Cães ocuparam predominantemente áreas agrícolas, estando negativamente relacionados a áreas florestais. A presença concomitante das duas espécies teve um efeito negativo na ocupação das iraras nas áreas florestais. Além da interferência do cão, que parece interferir no uso da paisagem pela irara, as condições ambientais também são essenciais para descrever a ocupação da espécie subordinada. É possível que seu hábito escansorial seja importante para evitar eventos agonísticos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Hábitos alimentares de dinossauros e crocodiliformes continentais através de análise de Elementos Finitos e Micro-estrias de Desgaste: implicações para a paleoecologia da Bacia Bauru (Cretáceo Superior, Brasil).
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-23) Barbosa, Gabriel Gonzalez; Montefeltro, Felipe Chinaglia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A fauna da Bacia Bauru (Cretáceo Superior, Brasil) é uma das mais diversas dentre os registros continentais desta época. Este abundante registro indica uma cadeia alimentar complexa com táxons de vertebrados em vários dos níveis tróficos deste ecossistema. Dentre os grandes predadores desta Bacia, se destacam os Crocodyliformes Notosuchia, pela sua abundância e pela qualidade de preservação dos fósseis conhecidos. A diversidade morfológica conhecida para estes crocodiliformes na Bacia Bauru indica que este grupo ocupava diferentes habitats. Outro grupo de predadores que estão presentes nesta Bacia são os dinossauros Theropoda. Entretanto, a maior parte dos materiais conhecidos do grupo são dentes e elementos esqueletais isolados. Estudos com foco na paleoecologia destes grupos e suas relações são escassos ou limitados a trabalhos descritivos. Em busca de melhores informações sobre a paleoecologia destes grupos predadores da Bacia Bauru, este projeto utilizou a combinação de duas técnicas que vem sendo incorporadas na paleontologia nos últimos anos, a Análise de Elementos Finitos (FEA) e a Análise de Micro-estrias de desgaste, com o objetivo de reconhecer diferentes tipos de estratégias de abate, tipos de presas e de realizar comparações das performances in sílico nas coroas dentárias analisadas. Esta combinação de técnicas foi aplicada a dentes de quatro grupos de predadores, dois dentre os Crocodyliformes Notosuchia (Baurusuchidae e Peirosauridae) e dois dentre os dinossauros Theropoda (Abelisauridae e Noasauridae). No resultado geral de FEA, os dentes de Baurusuchidae, Pissarrachampsa sera e Peirosauridae apresentaram uma boa performance nos testes, junto com Abelisauridae, que apresentou a melhor performance em todos os cenários testados dentre todos os materiais analisados. O dente do dinossauro Noasauridae e Aphaurosuchus escharafacies (Baurusuchidae) apresentaram as piores performances, indicando que estes dois últimos táxons, provavelmente, teriam dentes mais propícios a falhar do que os outros dentes testados. Os resultados indicam que Baurusuchidae e Abelisauridae poderiam disputar os mesmo recursos e hábitats entre si. A análise mais detalhada (FEA e Micro-estrias de Desgaste) para Abelisauridae indica um resultado inédito em que esta espécie apresenta dentes capazes de suportar o estresse de morder e puxar as presas. Entre os Notosuchia, os Baurusuchidae não competiam por recursos entre si, pois os resultados de FEA destes materiais são bem díspares. No Peirosauridae analisado, os resultados mostraram que o dente deste táxon suporta um hábito alimentar de morder e segurar a sua presa, suportando presas maiores, assim como observado em Crocodyliformes viventes. Em relação a Noasauridae, os resultados corroboram as hipóteses levantadas na descrição original de Vespersaurus paranaensis, de que esta espécie se alimentava de invertebrados, pequenos vertebrados ou carcaças. Estes resultados inéditos corroboram com estudos sobre a paleoecologia destes grupos analisados, em que Baurusuchidae e Abelisauridae seriam grandes hipercarnívoros e predadores terrestres. Peirosauridae que tendem a ter um hábito semiaquático também poderiam predar grandes presas e Noasauridae sendo um táxon terrestre com hábitos mais generalista, predando menores presas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Rhynchosaurus articeps (Archosauromorpha, Rhynchosauria) reanalyzed by computed tomography: Anatomy and Phylogeny
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-04) Freire, Alice Barra; Montefeltro, Felipe Chinaglia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Rhynchosauria compõe um grupo de Archosauromorpha restrito aos depósitos triássicos, sendo que a origem e irradiação do grupo ocorreu no contexto das mudanças faunísticas drásticas causadas pela extinção em massa do Permo-Triássico. Rhynchosauria alcançou uma ampla distribuição geográfica no Triássico Superior, representando os consumidores primários mais abundantes em algumas partes do Pangeia. Este claro sucesso do grupo tem sido relacionado ao surgimento de um aparato mastigatório peculiar, formado por sulcos maxilares e cristas dentárias, sem paralelos em qualquer outro grupo de vertebrados. A monofila de Rhychosauria é bem estabelecida, com a presença também do clado Rhynchosauridae, que congrega todos os rincossauros com o aparato mastigatório peculiar. As variações morfológicas observadas no aparato mastigatório dos Rhynchosauridae são uma das principais fontes de caracteres filogeneticamente relevantes para o grupo. Rhynchosaurus articeps é o membro mais basal de Rhynchosauridae; entretanto, dos 16 espécimes conhecidos do táxon, apenas o lectótipo (SHYMS 1) representa um crânio completo, não deformado e com o aparato mastigatório completo. Porém, este espécime foi preservado com as mandíbulas adpressas; logo, não é possível reconhecer os estados de caracteres do aparato mastigatório peculiar presente na origem de Rhynchosauridae e formular explicações de como esta estrutura única do grupo surgiu. Este projeto investigou a anatomia do aparelho mastigatório do espécime de Rhynchosaurus articeps SHYMS 1 através de dados de microtomografia computadorizada, ampliando o conhecimento sobre a anatomia do táxon, evolução do aparelho mastigatório em Rhynchosauria com base em uma nova análise filogenética do grupo.
  • ItemDissertação de mestrado
    Revisão taxonômica de Phalotris matogrossensis (Squamata: Dipsadidae), com comentários sobre o grupo Phalotris tricolor
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-01-13) Cavalheri, Diego Gomiero; Silva, Diego José Santana; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O gênero Phalotris, composto atualmente por 20 espécies, compreende serpentes de médio porte que se alimentam de répteis serpentiformes, possuem hábitos fossoriais e são tipicamente encontradas na diagonal de formações abertas da América do Sul. Muitas espécies do gênero carecem de revisões sistemáticas que usem da taxonomia integrativa para compreender as variações morfológicas, a presença de espécies crípticas e suas relações filogenéticas. Neste estudo utilizamos de dados de morfologia externa e hemipeniana, dados morfométricos, coloração e dados moleculares a fim de verificar o status taxonômico de P. matogrossensis. Analisamos os limites de sua variação ao longo da distribuição, a existência de espécies crípticas dentro da entidade taxonômica, e avaliamos os caracteres utilizados para diagnosticar esta espécie. Nossos resultados moleculares mostraram que, apesar de possuir alta diversidade genética, P. matogrossensis representa uma única entidade taxonômica e válida, e o grupo de espécies P. tricolor é parafilético, com P. mertensi como grupo irmão do grupo P. bilineatus, e P. matogrossensis como irmão das demais espécies do gênero. Os dados morfológicos mostram que P. matogrossensis possui caracteres que a diferenciam das demais espécies do gênero, com exceção de P. sansebastiani, não sendo possível separar as duas espécies com nenhum dos caracteres analisados neste estudo. Por conta da ausência de diferenças entre P. matogrossensis e P. sansebastiani, decidimos considerar P. sansebastiani como sinônimo junior de P. matogrossensis. Dado a divergências da osteologia craniana, hemipeniana e dos padrões dos colares nucais, optamos por retirar P. mertensi do grupo P. tricolo, e apresentamos uma redescrição da espécie. Phalotris matogrossensis então inclui espécimes com ocorrência na região centro-oeste, sudeste e sul do Brasil, leste do Paraguai, norte da Argentina, e oeste da Bolívia, possui dimorfismo sexual, e apresenta bons caracteres diagnósticos com relação as demais espécies do gênero.
  • ItemDissertação de mestrado
    Análise cladística e revisão taxonômica das espécies do grupo Zethus spinosus de Saussure (Hymenoptera, Vespidae, Eumeninae)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-19) Cruciol, Ana Helena; Noll, Fernando Barbosa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Dentre os gêneros neotropicais de Eumeninae, Zethus Fabricius, 1804, possui o maior número de espécies e divide-se em seis subgêneros nessa região. A primeira revisão do gênero foi realizada por Bohart & Stange, em 1965, onde propuseram divisões e um dendograma sobre as relações de parentesco entre os grupos de espécies. Entretanto, essas as relações de parentesco propostas não foram obtidas por meio de uma análise filogenética, ou seja, a relação evolutiva do grupo não era apropriadamente estabelecida. Alguns estudos trataram sobre hipóteses filogenéticas de Eumeninae e Zethus, porém ainda há uma falta de clareza quanto à relação entre alguns grupos de espécies de Zethus, como é o caso do grupo de espécies Zethus spinosus. Dessa maneira, o presente trabalho buscou testar a monofilia do grupo Zethus spinosus e o seu relacionamento com os demais subgêneros de Zethus. Foi realizada uma análise filogenética utilizando como base a morfologia externa dos adultos (machos e fêmeas) e características da genitália masculina. Adicionalmente, foi realizada uma revisão taxonômica do grupo. Foram codificados 60 caracteres morfológicos, os quais foram submetidos a pesagem implícita. Foram obtidas duas árvores cujo consenso recuperou a monofilia de Zethus spinosus, bem como Z. spinosus foi recuperado como grupo-irmão do subgênero Zethusculus. Com base nessa topologia de árvore, o grupo spinosus passa a ser considerado um novo subgênero de Zethus. Ademais, a revisão taxonômica auxiliou a designar e descrever cinco espécies novas, as quais pertencem agora, ao novo subgênero de Zethus.
  • ItemDissertação de mestrado
    Ciclo reprodutivo do macho Ameiva ameiva (Squamata: Teiidae) baseado em seus aspectos morfológicos sazonais
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-30) Maciel, Érica da Silva; Almeida-Santos, Selma Maria de; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Ameiva ameiva é um lagarto amplamente distribuído no Brasil em áreas de Caatinga, Floresta Amazônica e Cerrado. É caracterizado por apresentar ciclo reprodutivo assazonal, porém, no que diz respeito à morfologia dos órgãos reprodutivos, o último trabalho foi realizado por Colli e Pinho (1997). Nós descrevemos a anatomia macroscópica e microscópica do sistema reprodutor a partir de 20 indivíduos machos coletados em uma área rural de Olímpia, município localizado no norte de São Paulo, Brasil. As estruturas analisadas foram os testículos, ductos condutores de espermatozoides, segmento sexual renal (SSR), hemipênis e corpos adiposos abdominais. Após analises macroscópicas e obtenção de fragmentos do testículo e da via seminífera para rotina histológica, dez secções de 5μm de cada região foram coradas com hematoxilia-eosina para descrição geral dos tecidos e com periodic acid-Schiff, Tricômico de Gomori e Picrossirius Red para as análises histoquímicas. Os hemipênis são monolobulados, alongados e cilíndricos, com uma face sulcada e outra face assulcada com ondulações transversais em sua porção mais distal. Em relação ao sistema de condução de sêmen de A. ameiva, foram descritos rede testicular, ducto eferente, epidídimo, ducto deferente cuja porção mais caudal, próxima à cloaca, apresenta uma dilatação formando a ampola. Os espermatozoides estão presentes em todas as regiões do ducto. Cada região mostrou características específicas em relação ao padrão morfológico e atividade do tecido epitelial. O epidídimo é mais enovelado, com epitélio 1.5 vezes mais alto quando comparado com o epitélio do ducto deferente. O SSR foi identificado no córtex da região ventral dos rins a partir da hipertrofia dos túbulos contorcidos distais, com função secretora para carboidratos neutros. O IGS foi maior nos animais coletados durante a primavera e o verão, em contraste com a gordura armazenada nos corpos adiposos, com maior quantidade no outono e inverno. A espermatogênese ocorreu durante o ano todo, com um aumento na altura do epitélio durante a primavera e o outono, sugerindo um período de maior atividade espermatogênica e regressão testicular parcial observada no inverno, já a espermiogênese foi maior no verão. O epitélio do SSR esteve mais hipertrófico entre o inverno-primavera e mais secretivo durante o verão (PAS positivo). No epidídimo, a massa espermática ocupou o ducto durante todas as estações, havendo uma diminuição no período de maior espermiogênese e no ducto deferente os espermatozoides estiveram em maiores quantidades durante a primavera, sugerindo o principal período de cópula 24 desses indivíduos. A análise do ciclo reprodutivo masculino de A. ameiva mostrou um padrão reprodutivo de ciclo sazonal para o nível populacional, com indivíduos semi-sincronizados e para o nível individual, ciclo reprodutivo contínuo. Os dados mostraram atividade reprodutiva mais intensa dos órgãos nos períodos de primavera e verão e menor atividade dos órgãos nos períodos de outono e inverno. Dados sobre lagartos neotropicais são escassos, sendo que esse estudo traz, pela primeira vez, informações importantes sobre a morfologia do sistema reprodutivo de A. ameiva, contribuindo para que demais trabalhos sobre o grupo sejam desenvolvidos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Análise filogenética de Hypoptopomatinae com ênfase em Microlepidogaster Eigenmann & Eigenmann, 1889 (Siluriformes: Loricariidae)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-25) Frisoni, Wellington Junio Marques; Langeani Neto, Francisco [UNESP]; Martins, Fernanda de Oliveira; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Microlepidogaster foi descrito originalmente por Eigenmann & Eigenmann 1889, considerado por um longo tempo como sinônimo-júnior de Otocinclus. Posteriormente, ocorreram diversos eventos envolvendo o gênero, desde inclusões de espécies a realocações. Com a descrição de novas espécies, as relações filogenéticas envolvendo o gênero mostram-se incertas. Portanto, com base nas evidências do problema taxonômico, o presente estudo teve como objetivo principal analisar filogeneticamente Hypoptopomatinae com ênfase em Microlepidogaster. Como objetivos específicos, buscou-se testar a monofilia do gênero e sua relação com os demais representantes da subfamília; construir diagnoses para suas espécies; avaliar e comentar os caracteres que têm sido utilizados para estabelecer relações entre os Hypoptopomatinae. Adicionalmente, foi elaborada uma chave para identificação das espécies pertencentes ao gênero. A análise filogenética foi realizada com base em 123 caracteres morfológicos, analisados em 105 táxons terminais, no qual o grupo interno é representado por todas as espécies de Microlepidogaster descritas até o momento, assim como os demais representantes de Hypoptopomatinae. Como grupo externo, foram incluídas representantes das outras seis subfamílias de Loricariidae (sensu Pereira & Reis, 2017): Delturinae, Lithogeninae, Loricariinae, Hypostominae e Neoplecostominae. As análises resultaram em 12 árvores igualmente parcimoniosas, com as quais foi construído um cladograma de consenso estrito, em que Microlepidogaster não resulta como um grupo natural, na qual a relação strictu sensu inclui apenas (Microlepidogaster dimorpha + M. perforata). Além do mais, Microlepidogaster arachas e M. longicolla mostram-se mais relacionadas a Microlepidogaster dimorpha e M. perforata. Em contrapartida, Microlepidogaster discontenta, M. discus e M. negomata caem em posições mais relacionadas a outros Hypoptopomatinae e longe de Microlepidogaster sensu stricto.
  • ItemDissertação de mestrado
    Seleção artificial do ácaro predador Euseius citrifolius Denmark & Muma para fins de controle de Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-09-05) Hernandes, Letícia Molina; Lofego, Antonio Carlos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Uma alternativa sustentável para o manejo de pragas, é o uso de agentes de controle biológico. O uso de ácaros predadores, principalmente da família Phytoseiidae tem se mostrado eficiente para muitas pragas. Uma espécie dessa família com potencial promissor é Euseius citrifolius. Essa espécie possui ampla distribuição na América Latina e ocorre naturalmente em diversas plantas. Devido a essas características, poderia ser utilizado em programas de manejo de pragas em monoculturas ou em outros sistemas de cultivo. Uma das pragas que E. citrifolius consome é o ácaro fitófago Raoiella indica. No entanto, para uso como agente de controle biológico é importante que o predador tenha a maior eficiência possível. Uma maneira de se conseguir essa melhoria seria através da seleção artificial, favorecendo aqueles com maior potencial de predação. Entretanto, essa seleção poderia trazer juntamente uma alteração na morfologia e desenvolvimento desse ácaro predador. Assim, o presente trabalho avaliou se E. citrifolius responde positivamente a um processo de seleção artificial para aumentar sua capacidade predatória sobre R. indica e as consequências dessa seleção em sua morfologia e desenvolvimento. Para isso, foram realizadas cinco seleções artificiais em sequência, onde em cada uma foram selecionadas 50% das fêmeas que predaram mais para a próxima geração. Também foi realizada uma tabela de vida inicial para avaliar o desenvolvimento do ácaro predador. Além disso, ao final de cada seleção todas as fêmeas participantes foram montadas em lâminas com meio de Hoyer, para verificar as possíveis mudanças na morfologia. Os resultados obtidos mostraram que houve uma seleção positiva entre a primeira e a segunda seleção, com aumento da predação, mas essa característica foi sendo perdida até a última seleção. Além disso, houve mudanças morfológicas nas medidas CED e EVA-post. em conjunto com a seleção, ou seja, as médias das medidas morfológicas se comportaram de maneira semelhante ao o que ocorreu durante a seleção. Assim, os resultados mostram que E. citrifolius responde positivamente a um processo de seleção artificial, modifica sua morfologia durante esse processo, mas essas repostas são perdidas caso haja interferências.
  • ItemDissertação de mestrado
    Comportamento defensivo de Jararacas: uma abordagem ecológica e epidemiológica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-09-05) Alves-Nunes, João Miguel; Marques, Otávio Augusto Vuolo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Uma das relações mais importantes entre os seres vivo na natureza é a predação. A partir dela é que surgem os comportamentos defensivos. Essa classe comportamental é diversificada entre os répteis, principalmente entre as serpentes. As adaptações comportamentais para se defender sofrem influência de diversos fatores ambientais e intrínsecos aos animais, tornando-se um meio pelo qual a evolução pode agir. Além disso, estes comportamentos desencadeiam os acidentes causados por serpentes peçonhentas. O objetivo deste trabalho foi entender o comportamento defensivo sob uma perspectiva ecológica e utilizá-lo como ferramenta para compreensão da epidemiologia de acidentes ofídicos. O gênero Bothrops da Família Viperidae é um excelente objeto de pesquisa para este objetivo. Dentro deste grupo, Bothrops jararaca é uma das serpentes de maior representatividade em acidentes ofídicos do país além de pertencer a um complexo de espécies relacionadas. Bothrops insularis e Bothrops alcatraz, são duas espécies endêmicas de ilhas pertencentes ao complexo Bothrops jararaca semelhantes, que possuem ecologias e pressões de predação diferentes em relação a sua espécie irmã do continente. O trabalho foi divido em dois capítulos. O primeiro trata da associação entre fatores bióticos e abióticos no comportamento defensivo e padrões epidemiológicos, utilizando a B. jararaca. O segundo capítulo visa entender como o comportamento defensivo da jararaca continental e as jararacas insulares sofre influência de tipos de estímulos predatórios e quais são os padrões comportamentais exibidos. Com base nisso, foi obtido um estudo do comportamento defensivo abrangente e relevante.
  • ItemDissertação de mestrado
    Definindo espécies prioritárias à conservação em serpentes: Aspectos ecológicos e evolutivos como base
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-22) Medeiros, Juliana da Silva; Marques, Otavio Augusto Vuolo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A crescente perda de biodiversidade tem atraído cada vez mais atenção de biólogos conservacionistas e formuladores de políticas públicas sobre o processo de extinção. Diante dessa crise de perda da biodiversidade e a relativa escassez dos recursos, os esforços de conservação tentam direcionar ações para proteger as espécies mais vulneráveis a extinção. O termo “agonia da escolha” (“agony of choice”) refere-se à priorização das espécies que se encontram em maior risco de extinção. Dessa forma, espécies ameaçadas devem ser diferenciadas das demais por meio de um índice, em que as mais prioritárias sejam atendidas primeiro, por meio de uma ordenação. Tal ordenação pode ser elaborada por meio de vários critérios, como os utilizados pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que são baseados em índices de redução da população, distribuição geográfica restrita (apresentando fragmentação, declínio ou flutuações), ou alternativamente, por pontuações baseadas nas características intrínsecas e extrínsecas das espécies. Nesse sentido, a utilização de grupos monofiléticos para avaliações é ideal, uma vez que suas características ecológicas convergem e/ou se diferenciam a partir de um ancestral comum. Por outro lado, é suposto que mesmo dentro de grupos monofiléticos haja diferença quanto à priorização de esforços para a conservação das espécies. A tribo Xenodontini é uma tribo monofilética e compreende atualmente três gêneros: Lygophis, Xenodon e Erythrolamprus, que incluem 8, 12 e 55 espécies, respectivamente. As espécies que compõem tal tribo são bastante diversificadas no que diz respeito à ecologia (e.g. reprodução, tamanho do corpo, especializações alimentares) e estão distribuídas pelas Américas Central e do Sul. O objetivo geral desta dissertação foi eleger espécies de serpentes prioritárias à conservação dentro da tribo Xenodontini, a partir de caracteres ecológicos e evolutivos, abordando a “agonia da escolha”. Para a elaboração de Índice de Priorização (IP) foram utilizados dados sobre fatores extrínsecos e intrínsecos das espécies e seu valor foi obtido a partir das médias de três outros índices: Índice de Ameaça (IA), Singularidade Ecológica (SE) e Distinção Filogenética (DF). O IP foi obtido para 64 espécies. A espécie com maior IP foi E. perfuscus seguido por E. triscalis e E. pyburni. As espécies com os menores IP foram X. nattereri e E. jaegeri. Em conclusão, nossos resultados fornecem suporte para previsões sobre como as características extrínsecas e intrínsecas afetam as diferentes espécies da tribo Xenodontini, mas também revelaram alguns padrões inesperados, como a baixa correlação entre índice de priorização com tamanho do corpo e fecundidade, variáveis as quais estão frequentemente associadas com risco de extinção. De modo geral, quanto maior a especialização em habitats, menor distribuição geográfica, com poucas áreas de conservação, e ocorrência em áreas antropizadas, maior será a propensão da espécie a extinção. Ademais, nossos resultados podem ser usados para ajudar nas resoluções sobre as estimativas globais de risco e informar formuladores de políticas públicas sobre o uso de estudos comparativos para a adoção de abordagens mais preventivas no planejamento da conservação.
  • ItemDissertação de mestrado
    Mudanças nas linhas de base do Antropoceno: os peixes do Alto Rio Paraná diminuíram de tamanho ao longo do tempo?
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-26) Oliveira, Beatriz da Cruz; Casatti, Lilian [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os ambientes de águas doce vêm experimentando, ao longo dos anos, um colapso ecossistêmico, devido as diferentes pressões antrópicas. Em consequência, muitas espécies importantes têm sido extintas ou sofrido com diferentes níveis de alterações estruturais, como por exemplo, a diminuição do tamanho corpóreo ao longo do tempo. Essas mudanças nas linhas de base podem causar alterações nas histórias de vida, reestruturar as cadeias tróficas e comprometer diversas contribuições da natureza para as pessoas. Assim, identificar sua ocorrência no Antropoceno é de extrema importância para delimitar os impactos das atividades humanas e planejar medidas de conservação adequadas. Nesse contexto, o objetivo geral desta pesquisa foi investigar se houve alterações no tamanho do corpo em peixes nativos da bacia do Alto Rio Paraná nos últimos 70 anos. Para isso, foram obtidos o comprimento padrão e peso (variáveis respostas) de indivíduos de dez espécies com diferentes pressões de pesca (alta ou baixa) e de diferentes níveis tróficos (carnívoros, onívoros e detritívoros) depositadas em coleções biológicas. Desenvolvemos modelos mistos aditivos generalizados (GAMMs) e modelos aditivos generalizados (GAMs) para identificar se os tipos de ambiente contribuíam para explicar as diferenças nas variáveis respostas em função do tempo tanto para peixes adultos, quanto juvenis. Nossos resultados demonstraram uma tendência na diminuição no tamanho do corpo para Acestrorhynchus lacustris, Salminus hilarii e Callichthys callichthys, aumentos para Hoplias malabaricus e situações variáveis de acordo com o tipo de ambiente e fase do desenvolvimento para Leporinus friderici e Prochilodus lineatus. Considerando a importância dos peixes de água doce na pesca e na manutenção das cadeias tróficas aquáticas e terrestres, é imprescindível aplicar esforços para monitorar e proteger essa biodiversidade, bem como desenvolver formas de regulação que sustentem a reprodução, recrutamento e crescimento das espécies de peixes nativas.
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    Efeitos do Fipronil sobre a sobrevivência e aspectos morfofuncionais da tireoide e suas consequências sobre a metamorfose, morfologia óssea e genotoxicidade em Leptodactylus fuscus e Scinax fuscovarius (Anura).
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-15) Canevari, Gabriel da Cunha; Oliveira, Classius de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A metamorfose em anuros é um processo onde os animais estão extremamente sensíveis, e distúrbios, como os causados por contaminantes, podem levar a alterações fisiológicas e morfológicas irreversíveis. O fipronil é um inseticida que vem gerando muitas preocupações por seus impactos sobre a biodiversidade, uma vez que seu uso vem aumentando muito nos últimos anos. Entre os principais fenômenos durante a metamorfose, há um destaque para a formação e remodelação do sistema esquelético. Assim, devido ao crescente uso do fipronil e ao fato de que a contaminação por esse poderia levar a distúrbios na metamorfose e efeitos deletérios em vários órgãos e sistemas, o objetivo do presente trabalho foi investigar os efeitos do fipronil sobre o desenvolvimento durante a metamorfose, com destaque para o sistema esquelético, avaliando também respostas tóxicas desse composto sobre biomarcadores sanguíneos e hepáticos. Para isso, 48 girinos de Leptodactylus fuscus e Scinax fuscovarius no estágio 28 Gosner foram separados em quatro grupos experimentais (C0: 0,00mg/L; C1: 0,04mg/L, C2: 0,08mg/L e C3: 0,4mg/L de fipronil). Ao atingirem o estágio 46 Gosner, foram eutanasiados, pesados e tiveram sangue e o fígado retirados (para as análises toxicológicas), sendo os animais diafanizados (para a análise do sistema esquelético). Com relação ao desenvolvimento, a exposição ao fipronil levou à uma alteração no tempo de metamorfose e a um atraso no processo de ossificação, não influenciando a massa corpórea e o índice hepatossomático em ambas as espécies, entretanto, levou a uma diminuição no tamanho corporal e no comprimento de alguns ossos do apêndice locomotor posterior de L. fuscus. Com relação a toxicidade, o fipronil não causou efeito genotóxico e levou a um aumento na área de melanina hepática em ambas as espécies, causando um efeito negativo sobre a sobrevivência de S. fuscovarius. Dessa forma concluímos que o fipronil apresenta um potencial em alterar o tempo de metamorfose de anuros e acarreta em um atraso no processo de ossificação; não apresenta efeito genotóxico nas espécies analisadas e gera respostas hepáticas aumentando a atividade dos melanomacrófagos.
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    A new Peirosauridae (Crocodyliformes Notosuchia) from the Adamantina Formation (Bauru Group, Late Cretaceous), and a new phylogenetic analysis of notosuchians
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-03-10) Queiroz, Marcos Vinicius Lopes; Chinaglia, Felipe Montefeltro [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Dentro da diversidade de fauna encontrada nos depósitos da Bacia Bauru estão os Peirosauridae. Este grupo de Notosuchia se espalha por Gondwana e possui importantes formas descritas para o Brasil. Neste trabalho descrevemos uma nova espécie de Peirosauridae com rostro de proporções platirostral ou aproximadamente tubular, encontrado na Formação Adamantina (Bacia Bauru, Cretaceo Superior). O espécime consiste em um crânio parcialmente preservado com teto craniano, região interorbital do cranio e fragmentos da porção posterior do rostro, incluindo pré-frontal e lacrimal; hemimandíbula esquerda, com 14 alvéolos e 12 dentes; e um fragmento de costela cervical. O espécime pode ser atribuida à Peirosauridae graças à existência de uma abertura ótica fechada posteriormente e em forma de triângulo, com ápice direcionado dorsalmente; à ausência de bordas supratempor ais elevadas e hipertrofiadas; por possuir a superfície lateral do flanco descendente pós-orbital côncava; e um dentário com concavidade lateral para recepção de dente maxilar alargado. O espécime foi reconhecido como uma nova espécie de Peirosauridae baseando-se em uma série de autapomorfias que o distingue de seus táxons mais proximos, tais como dentes com carenas lisas; a sua borda póstero-ventral do quadratojugal que não atinge os côndilos quadrados; as bordas distais do quadrado possuem apenas um plano voltado posteriormente; e o processo paraoccipital que em vista occipital apresenta orientação horizontal. Afim de esclarecer o posicionamento do novo espécime dentro de Peirosauridae, bem como para elucidar a topologia do grupo com a inserção de vários possíveis membros, foi realizada uma análise filogenética que contaneou dados importantes de três matrizes independentes com alta representatividade de Notosuchia, em especial os Peirosauridae. Nossos resultados indicaram para a monofilia de Peirosauridae, formado por suas grandes linhagens de Pepesuchinae e Peirosaurinae, conforme o proposto anteriormente. Paralelo a este resultado encontramos o argentino Colhuehuapisuchus lunai, descrito originalmente como um Peirosauridae, aninhado junto aos Mahajangasuchidae, ampliando assim a distribuição espacial do grupo e o consagrando como mais um grupo de Notosuchia com representatividade Gondwanica.
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    Efeitos tardios da exposição ao bisfenol A na mama de fêmeas de gerbilos durante o período gestacional e lactacional
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-25) Ruiz, Thalles Fernando Rocha [UNESP]; Taboga, Sebastião Roberto [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As glândulas mamárias apresentam grande plasticidade morfológica devido ao seu remodelamento associado à modulação por hormônios durante as fases da vida. O estabelecimento do câncer de mama vem sendo relacionado com compostos chamados desreguladores endócrinos. O bisfenol A (BPA), um xenoestrógeno disseminado nos ambientes, é alvo de estudos aprofundados sobre seu potencial cancerígeno devido à sua atuação em diversos níveis dos sistemas biológicos. Ainda, a exposição à este desregulador endócrino causa efeitos persistentes nos organismos observados tardiamente. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o potencial desregulador do BPA nas glândulas mamárias de fêmeas senis expostas durante duas janelas de remodelamento mamário, a gestação e lactação. Foram utilizados gerbilos da Mongólia (Meriones unguiculatus) como modelo experimental devido seu potencial para o desenvolvimento espontâneo de neoplasias. Vinte fêmeas foram divididas em 4 grupos experimentais: controle (gavadas com água); veículo (gavadas com óleo de milho); BPA (50 µg/kg/dia); e BPA (5000 µg/kg/dia). As fêmeas foram expostas durante 39 dias (gestação e lactação) e eutanasiadas aos 18 meses de idade (senis). Análises histopatológicas demonstraram o início do desenvolvimento tumoral, associados à transição epitélio-mesenquimal (EMT) das células epiteliais. Ainda, a exposição ao BPA apresentou um aumento na expressão de TGF-β1, indicado como marcador do processo de EMT. Um perfil microinvasivo foi observado pela expressão de metaloproteases (MMP-2, MMP-3, MMP-9) pelas células tumorais. O BPA promoveu um microambiente estromal com aumento de fibroblastos associados ao câncer e remodelamento das fibras colágenas e elásticas. Em relação aos receptores, no carcinoma induzido pelo BPA apresentou um aumento expressivo no receptor de estrógeno ERα, e uma perda da expressão dos receptores ERβ, de progesterona e de prolactina. Nas células que expressaram ERα foi co-localizado o marcador epigenético EZH2, relacionado à instalação tumoral ERα-positivo. Ainda, o BPA modulou a localização dos receptores de andrógeno (AR) e HER2/ErbB2 nas células do epitélio mamário. Por fim, a exposição ao BPA promove um microambiente tumoral (TME) que corrobora com o desenvolvimento neoplásico mamário. O recrutamento de elementos como perfis de macrófagos e mastócitos associados ao câncer expressando meidadores inflamatórios foi observado no estroma. Ainda, a expressão de COX-2 e fosfo-STAT3 nas células neoplásicas contribuem com a sinalização epitélio-estroma para o desenvolvimento do TME. Em conclusão, o BPA apresenta-se como um indutor carcinogênico do câncer de mama durante a senilidade após a exposição na janela gestacional/lactacional.
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    Perdedores e vencedores apresentam similar controle inibitório em um peixe ciclídeo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-11-10) Pereira, André Vitor Salinas; Gonçalves-de-Freitas, Eliane [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Lutas intraespecíficas para definição e manutenção da hierarquia em animais sociais podem ser muito custosas aos competidores. Por isso, algumas estratégias comportamentais que reduzem esses custos foram selecionadas. Uma delas é histórico de lutas, cujos indivíduos com experiência de vitórias apresentam maior chance de lutar e vencer, enquanto indivíduos perdedores apresentam propensão a evitar ou perder as lutas subsequentes (efeito vencedor/perdedor). Isso requer uma certa habilidade cognitiva que permita ao indivíduo interpretar e tomar decisões no ambiente social, ajustando suas respostas conforme experiências passadas (flexibilidade cognitiva). No presente trabalho testamos a relação entre o efeito vencedor/perdedor e a flexibilidade cognitiva através de um teste de controle inibitório. Nossa hipótese foi que indivíduos perdedores apresentam um melhor controle inibitório, uma vez que estariam com um padrão comportamental mais voltado à inibição. Para isso, utilizamos 95 machos revertidos de tilápias-do-nilo (Oreochromis niloticus) que classificados em cinco grupos experimentais independentes, após serem pareados com oponentes: 1. os que vencerem duas lutas seguidas (N=19); 2. os que perderem duas (N=19); 3. os que ganharam a primeira luta e perderem a segunda (N=19); 4. os que perderam a primeira luta e ganharam a segunda (N=19); 5. os que empataram (N=19). Os peixes foram então submetidos ao teste do desvio (detour reaching task), que consiste em treinar os peixes a buscar alimento atrás de uma barreira opaca e, em seguida, testá-los com uma barreira transparente. Espera-se que o peixe evite atravessar diretamente pela barreira transparente para conseguir a recompensa, desviando da mesma a partir da lembrança do desvio na barreira opaca, demostrando um controle inibitório. Foram quantificadas as seguintes variáveis: latência para realizar o desvio, para se alimentar, tempo gasto em frente a barreira na zona incorreta, número de batidas na barreira e o sucesso em realizar o desvio sem bater na barreira transparente. Os dados foram comparados por Generalized Linear Mixed Model (GLMM). A maioria dos animais (94%), apresentaram sucesso na fase de treino com a barreira opaca e passaram pra fase teste, sendo que todos os grupos demonstraram melhora em todas as variáveis da etapa teste, com exceção do sucesso. No geral, o tempo para realizar o desvio e o número de erros diminuiu, demonstrando aprendizagem em relação ao controle inibitório. No entanto, não foram encontradas diferenças significativas entre os tratamentos, indicando que vencedores e perdedores apresentam níveis semelhantes de flexibilidade cognitiva. Tal flexibilidade não está associada ao efeito vencedor/perdedor, mas provavelmente é uma característica chave na tomada de decisões que, assim como em mamíferos, promove o ajuste ao ambiente social em peixes.
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    Contribuição de processos determinísticos e estocásticos na estrutura de metacomunidades de girinos do Pantanal
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-11-09) Marques, Ynaiá Yamanaka; Rossa-Feres, Denise de Cerqueira [UNESP]; Santos, Eduardo Fernando dos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Um dos principais adventos da ecologia de comunidades nas últimas décadas foi o reconhecimento de que a estrutura de uma comunidade local é influenciada por interações locais e processos regionais. Esse avanço foi possível com o desenvolvimento do conceito de metacomunidade, que incluiu o papel da dispersão nos padrões de diversidade. Diversos estudos indicam que variáveis ambientais e espaciais são fortes estruturadores de comunidades de anuros. Entretanto, dois estudos recentes detectaram uma fraca influência desses dois conjuntos de variáveis em comunidades de anuros do Pantanal brasileiro, sugerindo que processos estocásticos constituem a principal força influenciando a diversidade nesse sistema. Neste estudo, avaliamos a influência de variáveis ambientais (processos determinísticos) e da probabilidade de imigração (processos estocásticos) em metacomunidades de girinos do Pantanal. Analisamos o conjunto de dados proveniente da amostragem de 74 corpos d’água lênticos em escala espacial ampla e em três escalas espaciais restritas. Para isso, empregamos uma abordagem analítica integrativa de estudo de metacomunidades proposta recentemente e um parâmetro estimado com base na Teoria Neutra da Biodiversidade e Biogeografia. Testamos a hipótese de que as metacomunidades estão sob forte influência de processos estocásticos devido à constante redistribuição de indivíduos pela paisagem, em decorrência do pulso de inundação. Esse fenômeno, associado ao hábito habitat-generalista dos indivíduos adultos das espécies levaria a ocupação de habitats de forma estocástica. Contrariando nossa predição, verificamos que as metacomunidades de girinos do Pantanal estão sob influência principalmente de fatores determinísticos, mas também de fatores estocásticos. Detectamos fraca, mas significativa influência do ambiente e do espaço, indicando a atuação de processos determinísticos relacionados ao nicho e fraca ou ausência de restrição à dispersão, que por sua vez é reforçada pela correlação com a probabilidade de imigração. Também encontramos evidências de que a estrutura das metacomunidades resulta da associação de diferentes processos que atuam diferentemente sobre as fases larval e adulta. O evento de inundação do Pantanal em associação com características de história de vida das espécies parecem ser as principais forças que estruturam as metacomunidades de girinos nessa região, promovendo uma redistribuição massiva de indivíduos pela paisagem e possibilitando que eles alcancem habitats com características adequadas ao longo do gradiente ambiental.
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    Revisão do gênero Harttia (Siluriformes: Loricariidae: Loricariinae) da bacia do Rio São Francisco, com a descrição de uma nova espécie.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-08) Pescarmona, Laís Caldas; Langeani, Francisco [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O gênero Harttia é um grupo monofilético da subfamília Loricariinae, possui 27 espécies descritas, distribuídas nas drenagens do sudeste brasileiro e nas porções altas dos afluentes do Rio São Francisco e Paraná, assim como em algumas nas drenagens das Guianas e Amazônicas. O presente estudo é uma revisão das espécies do gênero na drenagem do Rio São Francisco, com a descrição de uma nova espécie. A nova espécie distingue-se das congêneres pela combinação de: presença da placa do canal; machos com odontódeos alongados e conspícuos no primeiro raio da nadadeira peitoral e odontódeos menores na região lateral da cabeça próximo a placa do canal; região anterior a nadadeira dorsal com uma placa correspondente a trava dorsal (não funcional); ausência de placas na região abdominal; região anal com placas trapezoides em exemplares acima de 70 mm CP. São apresentas chaves de identificação para todas as espécies do gênero e para as espécies da bacia, comparações entre o novo táxon e as demais espécies do gênero, e a redescrição das demais espécies de Harttia que ocorrem na bacia do Rio São Francisco.