Dissertações - Saúde Coletiva - FMB

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    Médicos do Programa Mais Médicos no enfrentamento da pandemia por coronavírus na Atenção Primária à Saúde
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-20) Castilho, André Luiz; Cyrino, Eliana Goldfarb [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Organização Mundial de Saúde definiu como pandemia o grande número de infecções por coronavírus em 11 de março de 2020 e recomendou o distanciamento social. Diante da progressão do vírus no Brasil, se tornou relevante reconhecer sob a ótica de médicos do Programa Mais Médicos (PMM) o impacto da pandemia por coronavírus frente ao trabalho na atenção primária como estratégia prioritária para organização do sistema de saúde, sustentada pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo deste estudo foi analisar o impacto da pandemia por coronavírus na percepção de médicos do PMM no seu trabalho na Atenção Primária à Saúde, diante do enfrentamento do SARS-COV 2. Trata-se de um estudo exploratório que utilizou metodologia qualitativa. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com os médicos. Esses profissionais estavam sob supervisão de carácter pedagógico (acadêmica) do pesquisador por meio de instituição de ensino superior conforme determina o Ministério da Educação (MEC). Os dados de identificação e algumas características dos entrevistados foram apresentados de forma descritiva atendendo a requisitos éticos. Foram entrevistados dez médicos, por meio virtual, na plataforma google meet. As entrevistas duraram em média 1 hora, todas gravadas e transcritas pelo pesquisador. Os dados qualitativos foram analisados a partir de Gomes e Minayo. Por meio de leitura densa foram construídas três categorias temáticas: Despreparo frente aos desafios da chegada da pandemia; a função da supervisão médica no PMM e sua importância na pandemia; desmonte e reorganização do atendimento frente à chegada do covid-19. Observou-se que na visão dos médicos, a Atenção Primária a Saúde ficou fragilizada durante o período pandêmico, devido à falta de coordenação e orientações adequadas, com muitas dúvidas e insegurança dos profissionais para realização do tratamento da doença, falta de equipamentos de proteção individual, além da realocação de profissionais das Unidades Básicas de Saúde para centrais ce atendimento Covid, acarretando aumento do estresse. A presença do supervisor dos médicos foi uma marca para possibilitar o cuidado e a qualificação do trabalho na pandemia. Conclui-se que mesmo sendo relatado como um momento caótico, como aponta Vygotsky, o ser humano aprende através da interação e este período proporcionou aprendizados como valorização do conhecimento científico, da vida e do trabalho em equipe.
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    Reorganização da atenção primária à saúde e a pandemia da covid19: análise da experiência de um município de médio porte do interior paulista
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-27) Pereira, Renata Cristina Severino; Castanheira, Elen Rose Lodeiro [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pandemia por COVID-19 foi declarada pela Organização Mundial da Saúde como surto de emergência de saúde pública de nível internacional (ESPII), em março de 2020. Além do grande impacto na rede hospitalar para adequado atendimento dos casos graves, os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), responsáveis pela atenção do grande número de casos leves e moderados, também precisaram reorganizar suas rotinas para enfrentamento da pandemia. Investigar as mudanças ocorridas nesse período nos serviços de APS pode contribuir para o campo da Saúde Pública, fornecendo subsídios para tomadas de decisão em contextos semelhantes. O presente trabalho tem como principal objetivo analisar as mudanças na organização do processo de nas unidades de APS em um município de médio porte do interior paulista durante o primeiro ano da pandemia. Trata-se estudo de caso descritivo, de caráter quantitativo-qualitativo, realizado por meio de aplicação de questionário estruturado e entrevista com roteiro semiestruturado a enfermeiros de serviços de APS do município estudado. Para análise do contexto foram levantados os principais documentos que retratam as medidas tomadas pela gestão municipal. A análise do questionário estruturado foi feita por meio de estatística descritiva, utilizando frequência, proporção e medidas de tendência central. As entrevistas foram analisadas por meio da análise de conteúdo na modalidade temática. Os resultados apontam que apesar das medidas precocemente tomadas por meio de decretos municipais no início da pandemia para a reorganização da APS no município estudado, como a preconização de protocolos e medidas sanitárias que envolviam a atuação da APS, a reorganização da APS não ocorreu de forma padronizada, ou seja, cada unidade de saúde se reinventou em seu processo interno de trabalho. Foram identificados importantes falhas de comunicação com os responsáveis pelas unidades que resultaram na demora para efetivação das medidas preconizadas, com grande estresse e sobrecarga física e emocional dos profissionais. O aprendizado de atenção aos casos na APS ao longo do primeiro ano de pandemia, ao lado da implementação de medidas de cunho populacional proporcionaram a superação dos entraves iniciais. O legado deixado diante da pandemia, é a importância do nosso sistema de saúde, e a necessidade de valorizar os trabalhadores dessa fundamental política pública. É possível que problemas globais como o da pandemia de covid-19 passem a ser mais frequentes, para enfrenta-los não se pode dar margem a ideários que coloquem em segundo plano a vida humana. Nesse sentido, a APS precisa ter condições de assumir seu papel como ordenadora do cuidado e assim contribuir para o fortalecimento do SUS.
  • ItemDissertação de mestrado
    Câncer de endométrio no Estado de São Paulo: caracterização dos casos, sobrevida e fatores prognósticos
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Silva, Tatiane Maschetti; Nascimento, Cristiane Murta Ramalho; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Objetivos: Os objetivos deste estudo foram descrever as características das mulheres com carcinoma de endométrio incluídas no Registro Hospitalar de Câncer (RHC) da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), estimar a probabilidade de sobrevida aos cinco e dez anos e investigar o efeito de outros fatores prognósticos, especialmente do Índice Brasileiro de Privação (IBP) e do nível de escolaridade. O IBP, índice desenvolvido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde e outras instituições internacionais, classifica áreas geográficas do Brasil de acordo com os níveis de privação material (muito baixa, baixa, média, alta e muito alta). Material e métodos: O desenho do estudo foi uma coorte histórica. A amostra foi constituída por 11.007 mulheres com câncer de corpo uterino diagnosticadas entre 2002 e 2017 e incluídas no RHC-FOSP, órgão que agrega os registros hospitalares de câncer do estado de São Paulo. Para a análise de sobrevida o evento estudado foi morte por câncer. Casos vivos no final do seguimento (31 de dezembro de 2021), as perdas de seguimento e aqueles que morreram por outras causas não informadas foram considerados censuras na data do último contato ou data do óbito. Utilizou-se o IBP municipal para as análises. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Faculdade de Medicina de Botucatu, Unesp. Inicialmente realizou-se análise descritiva dos dados e posteriormente análise de sobrevida. Também foram estimados os hazard ratios (HR) e respectivos intervalos de 95% de confiança (IC 95%) através da análise de riscos proporcionais de Cox. Resultados: No final do período de seguimento, observou-se 4799 óbitos (43,60%), sendo que em 2839 casos a causa de óbito foi câncer. A probabilidade de sobrevida em 5 e 10 anos para toda a coorte foi de 73,57% e 68,72%, respectivamente. Não se observou mudança na sobrevida no decorrer dos anos. Na análise multivariada, as variáveis associadas significativamente com óbito por câncer foram o IBP e o nível de escolaridade, além das características já conhecidas como idade ao diagnóstico, estádio da FIGO e tipo histológico. Conclusão: A caracterização dos casos de carcinoma de endométrio e a identificação dos fatores prognósticos são de grande importância para melhor compreensão dessa neoplasia maligna.
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    Em busca de uma boa morte: como seria uma boa morte na doença de Parkinson?: um estudo qualitativo sobre a perspectiva de pessoas com Doença de Parkinson
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Martins, Leonardo; Vidal, Edison Iglesias de Oliveira [UNESP]; Carvalho Filho, Marco Antonio de; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O envelhecimento da população mundial tem sido acompanhado por um aumento expressivo na prevalência das doenças neurodegenerativas no mundo. A tomada de decisão e as condutas adotadas nos cuidados de saúde prestados ao paciente portador dessas doenças e à sua família representam um importante foco para cuidados paliativos e reflexões bioéticas. Estudos prévios buscaram identificar o ponto de vista de portadores de uma variedade de patologias ameaçadoras à vida, como, por exemplo, o câncer, sobre o que representaria uma boa morte. Os resultados de tais estudos têm contribuído para a formulação de políticas de saúde centradas no paciente. No entanto, ao nosso melhor conhecimento ainda não foram conduzidos estudos sobre o que constitui uma boa morte do ponto de vista das pessoas portadoras da doença de Parkinson. Considerada a segunda doença neurodegenerativa de maior incidência na população mundial, a doença de Parkinson é caracterizada por manifestações não motoras e motoras progressivas que são associadas à redução da qualidade de vida. O presente projeto pretendeu identificar o que constitui uma boa morte de acordo com a perspectiva de pessoas com diagnóstico de doença de Parkinson. Para isso, foram realizadas entrevistas qualitativas semiestruturadas, as quais foram conduzidas, transcritas e analisadas por uma equipe interdisciplinar. Métodos qualitativos de análise temática foram usados para extrair temas a partir das transcrições das entrevistas individuais e das observações de campo. Foram incluídos 30 participantes sendo identificados quatro temas principais a respeito do conceito de uma boa morte para pessoas com doença de Parkinson: “Lidando com os medos”, “Sentindo-se bem cuidado”, “Criando oportunidades de alegria”, e “Reconhecendo a espiritualidade/religiosidade”. Os temas envolvendo questões relacionados aos medos e alegrias merecem destaque por ampliarem os achados de estudos prévios sobre a concepção de uma boa morte conduzidos em outras populações. Adicionalmente, os quatro temas identificados contribuem para a expansão do enfoque da prática clínica dos profissionais de saúde que cuidam de indivíduos que vivem com a doença de Parkinson com base em uma perspectiva centrada na pessoa.
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    Diabetes mellitus tipo 2, cuidado de si e cotidiano na pandemia Covid-19
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-10-14) Giovanoni, Laura Naggiar; Cyrino, Antonio de Pádua Pithon [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os primeiros estudos epidemiológicos sobre a Covid-19 identificaram pessoas com maior risco de desenvolvimento de casos graves e óbito pela doença. Os olhares se voltaram para idosos, imunossuprimidos, e para aqueles que convivem com condições crônicas, identificados como “grupos de risco”. Dentre tais grupos, figuram aqueles que convivem com o diabetes mellitus tipo 2, condição que atualmente é de alta prevalência no Brasil e no mundo. O controle dos índices glicêmicos foi apontado como uma das principais formas de proteção contra o desenvolvimento de formas graves da nova doença. Para o controle de tal condição, aqueles que com ela convivem realizam o “cuidado de si” que envolve o uso de medicamentos, aplicação de insulina, medição da glicemia, adoção de dieta, que por sua vez, encontram barreiras para serem realizados. Tais barreiras são identificadas como “campos problemáticos”. A presente pesquisa buscou compreender as formas pelas quais os campos problemáticos foram atualizados a partir do início da pandemia, que trouxe outras preocupações e constrangimentos para a realização do cuidado de si, bem como, as práticas adotadas para lidar com tais dificuldades. Trata-se pesquisa etnográfica, em que por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas por telefone, foram analisadas as perspectivas de pessoas com diabetes tipo 2, sobre a experiência de cuidado de si, durante a pandemia de Covid-19. Surgiram nas análises dimensões da vida cotidiana, tais como a família, o acesso a informações, o uso de serviços, a gestão da vida com uma condição crônica, dentre outras. O estudo dá voz aos interlocutores sobre o tema de sua perspectiva e de como o vivenciaram. Questões relacionadas à solidão, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, cuidado com o outro, política e religião nos remetem às dimensões individuais e sociais da pandemia, que marcaram a todos e a cada um, suscitando debates e reflexões acerca das medidas de contenção da disseminação do coronavírus adotadas, ou negadas, pelas autoridades sanitárias, e as formas como as orientações repercutiram na vida dos interlocutores. A partir do conceito de vulnerabilidade e suas dimensões buscou-se desnaturalizar o uso de categorias como "grupo de risco", que descoladas de uma totalidade compreensiva pouco colaboram para a compreensão das dimensões sociais e da complexidade de fenômenos como a pandemia de Covid-19.
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    Conhecimento, atitude e prática sobre prevenção do câncer de mama por mulheres no Brasil: uma revisão de escopo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-24) Lucena, Mona Macedo; Nascimento, Cristiane Murta Ramalho [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O câncer de mama é a neoplasia maligna mais frequente no sexo feminino na faixa etária entre 40 e 69 anos, sendo a principal causa de morte entre as mulheres no Brasil. Fatores como o conhecimento limitado sobre o câncer de mama podem estar associados ao atraso na detecção precoce e tratamento. O objetivo desta revisão de escopo é examinar e mapear os estudos que avaliaram os conhecimentos, atitudes e práticas das mulheres no Brasil em relação a prevenção secundária do câncer de mama. A revisão incluiu estudos primários, realizados em território brasileiro, em diferentes contextos e que incluem mulheres com e/ou sem câncer de mama. Foi realizada uma extensa busca em múltiplas bases de dados para identificar pesquisas publicadas na língua espanhola, francesa, inglesa, italiana e portuguesa e não estabelecidos limites quanto à data das publicações. A extração dos dados foi realizada por dois revisores utilizando um instrumento padronizado para a coleta. Os resultados mostraram que a temática mapeada sobre prevenção secundária vem sendo melhor explorada nos últimos anos, ressaltando a escassez de pesquisas em estados do Norte e Centro-Oeste do Brasil. A presente revisão evidencia uma lacuna quanto avaliação da estratégia de breast awareness. Também observou-se que as mulheres muitas vezes não tinham conhecimento adequado sobre métodos de rastreamento. Esta revisão apontou evidências de alta prevalência da prática relacionada a prevenção secundária em todas as participantes incluídas nos estudos. Entretanto, ainda existe uma lacuna significativa na avaliação da atitude em relação aos métodos de rastreamento.
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    O olhar do profissional em formação sobre a atenção domiciliar
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-16) Souza, Ana Carolina de; Cyrno, Eliana Goldfarb; Godoy, Daniele Cristina; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Atenção Domiciliar (AD) na perspectiva do Sistema Único de Saúde, vem se destacando como uma importante estratégia frente às mais diversificadas necessidades de saúde demandadas pela população brasileira. Suas ações emergem dos preceitos da Clínica Ampliada e se fortalecem através da atuação interprofissional. A visita domiciliar compõe a AD. No contexto da Atenção Primária à Saúde (APS), a visita domiciliar possibilita a aproximação entre a unidade de saúde e o território. Este estudo tomou como campo a AD dentro de uma unidade básica de saúde o Centro de Saúde Escola (CSE) e teve como objetivos: analisar uma experiência de formação profissional em AD no cenário da APS, conhecer a percepção dos profissionais em formação da área da saúde sobre a prática da AD; descrever o processo de trabalho do grupo de atenção domiciliar e o processo de elaboração de um instrumento interprofissional no campo da AD. Esta pesquisa se caracteriza como um estudo de caso e de caráter exploratório utilizando-se da metodologia qualitativa. Foram entrevistados 24 profissionais residentes e especializandos inseridos no grupo de AD no CSE. As entrevistas foram gravadas e transcritas, tiveram duração média de 40-60 minutos. A produção e análise dos dados ocorreu em três momentos: Descrição densa do grupo de AD, com apresentação da história de sua implementação, atividades desenvolvidas, composição da equipe e processo de trabalho, estes dados foram resgatados do Trabalho de Conclusão de Residência e do diário de campo da pesquisadora, a partir do registro etnográfico e observações das práticas do grupo. Caracterização das situações acompanhadas pelo grupo. Conhecimento da percepção dos profissionais sobre a AD através da entrevista semiestruturada. As entrevistas foram analisadas com base no referencial teórico e da análise temática do conteúdo. O conjunto do material produzido possibilitou a definição de três grandes eixos temáticos: o percurso até aqui; conhecendo a prática da atenção domiciliar e o papel do grupo na minha formação. Essa investigação permitiu reconhecer as potencialidades e contribuições do grupo de atenção domiciliar na formação profissional dos residentes e especializandos, em um contexto fragilizado pela pandemia de Covid-19. A pesquisa também nos trouxe o conhecimento das lacunas existentes no processo de formação na área da saúde. A experiência com visita domiciliar, o trabalho interprofissional, o desenvolvimento do Projeto Terapêutico Singular e as discussões de caso foram vivenciadas pela maioria dos entrevistados durante a pós-graduação, sobretudo, no grupo de atenção domiciliar. A ideia ao descrever as atividades do grupo e toda sua história, significa trazer esta experiência como referência de prática colaborativa para outros serviços que busquem a AD na perspectiva da APS. A apropriação dos conceitos que permeiam a prática da atenção domiciliar foi alcançada durante as atividades do grupo. Foi possível identificar a evolução destes profissionais do início ao fim do seu ciclo. Percebemos a importância do contato com o instrumento interprofissional e o seu papel norteador no contexto domiciliar, A prática interprofissional possibilitou o compartilhamento dos saberes, aproximando o profissional do seu núcleo e dos demais campos de atuação. Pode-se concluir, que a relevância do grupo se estende para além das contribuições no processo de formação profissional na saúde, contemplando os demais atores envolvidos, sobretudo os usuários, o serviço, e os profissionais da unidade.
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    Saúde mental do estudante universitário e a relação com experiências adversas na infância
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Saad, Julia do Nascimento; Lima, Maria Cristina Pereira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A partir da identificação de eventos adversos da infância como fatores de risco para adoecimento físico e mental na vida adulta, tem sido estudada a relação dessas experiências com diferentes adoecimentos também de estudantes universitários. Objetivo: Estimar a prevalência de eventos adversos na infância e adolescência e a associação com saúde mental de indivíduos adultos, estudantes universitários. Método: trata-se de um estudo transversal, com a participação consentida de estudantes do primeiro ao sexto ano do curso de graduação em medicina de uma universidade no interior paulista. Foram aplicados questionários: sobre informações sociodemográficas e aspectos da vida universitária; o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) para identificação de sofrimento psíquico; o Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) para identificação de uso de risco de bebida alcoólica; o Adverse Childhood Experiences (ACE). Foram calculadas as prevalências de cada tipo de evento adverso e sua associação com sofrimento psíquico e com uso de bebida alcoólica. Em seguida, foram desenvolvidas as análises univariada e multivariadas. Resultado: Participaram do estudo 393 estudantes de medicina o que equivale a uma taxa de resposta de 73,0%. Entre estes 69,2% apresentaram ao menos um evento adverso, sendo que 24,7% apresentaram três ou mais eventos. Em análise univariada observou-se uma associação significativa com sofrimento psíquico (p<0,001), mas não com uso problemático de álcool (que se manteve em análise multivariada). Na análise multivariada, com controle para sexo e renda, observou-se relação entre transtorno mental comum e abusos verbal e físico, negligência física e emocional, e presença de cuidador deprimido, com problema psiquiátrico ou ideação suicida. Conclusão: no presente estudo a presença de transtorno mental comum se associou ao número de experiências adversas na infância. Em análise multivariada com controle para sexo e renda, se manteve a relação com abuso e negligência emocional e física, assim como à presença de cuidador psiquicamente adoecido.
  • ItemDissertação de mestrado
    Avaliação da associação entre religiosidade e a cognição de idosos no Brasil
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-28) Silva, Katherine Di Santi Corrêa da; Vidal, Edison Iglesias de Oliveira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    RESUMO Objetivos: Avaliar a associação entre religiosidade e a cognição de idosos brasileiros e analisar possíveis mecanismos de mediação envolvidos. Metódos: Foram usados dados da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Idoso (ELSI-Brasil) de participantes com 60 anos ou mais. Com base em sete questões sobre religiosidade foram extraídas duas variáveis latentes relativas à religiosidade intrínseca e extrínseca por meio de análise fatorial exploratória. Foram testados oito modelos de equações estruturais com controle progressivo para 20 possíveis variáveis de confundimento e cinco modelos onde a associação entre as duas variáveis latentes e a cognição era mediada pelas seguintes variáveis: tabagismo, consumo de álcool, situação conjugal, sintomas depressivos, e frequência com que encontra amigos. Resultados: Foram incluídos 4607 participantes com mediana de idade (Intervalo Interquartil) de 68 (63 a 74) anos. O modelo com melhor grau de ajuste aos dados continha 20 covariáveis para controle de potenciais fatores de confundimento. Neste modelo foi observada associação significativa entre a religiosidade intrínseca e a cognição (β:0,09, IC95%:0,01 a 0,17, P=0,04), mas não entre a religiosidade extrínseca e o mesmo desfecho (β:-0,06, IC95%:-0,13 a 0,02, P=0,12). Não foram identificados efeitos de mediação relevantes para nenhuma das variáveis testadas. Conclusão: Foram encontradas evidências sugestivas de uma associação positiva modesta entre a religiosidade intrínseca e uma melhor performance cognitiva, a qual não parece ter sido mediada pelas variáveis relativas a hábitos de vida, contato social e saúde mental testadas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Transformação de hospital universitário na construção de respostas à Covid-19: inovações, práticas colaborativas e aprendizagem à luz da Teoria Histórico-Cultural da Atividade
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-10-27) Souza, Letícia Rodrigues de; Almeida, Ildeberto Muniz de [UNESP]; Querol, Marco Antônio Pereira; Maeda, Sayuri Tanaka; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O contexto de pandemia da Covid-19 exigiu dos hospitais tomada de decisões céleres e implantação de mudanças de modo ágil, envolvendo estrutura, fluxo de atendimentos, disponibilidade de materiais, além de orientações e equipamentos de proteção aos trabalhadores. A preocupação com a saúde física e emocional dos trabalhadores é legítima diante do maior risco de contágio. Todos os elementos constituintes do sistema hospitalar foram readequados: pessoal, ambiente físico, instrumentos e insumos, regras e protocolos, divisão do trabalho, interações com autoridades locais e estaduais, e órgãos de comunicação. Objetivo Geral Compreender o desenvolvimento das estratégias e ações dos sistemas de atividades do hospital em relação à evolução das respostas à pandemia de Covid-19. Objetivos Específicos. Mapear as mudanças históricas do hospital pesquisado no que se refere à organização de recursos em resposta às demandas da pandemia; analisar implicações de saúde e segurança do trabalho decorrentes das principais medidas adotadas; e analisar a geração de respostas como oportunidade de aprendizagem. Métodos. Trata-se de pesquisa exploratória, de caráter qualitativo, realizada por análise documental e entrevistas em profundidade por meio de um roteiro semiestruturado, com foco nas narrativas dos participantes. Foram entrevistados quinze participantes, multiprofissionais, de dez setores de um hospital universitário. Os dados foram relacionados e analisados qualitativamente mediante a técnica de análise de conteúdo, tendo como referencial a teoria histórico-cultural da atividade. Resultados. As mudanças no hospital ocorreram nas fases convencional, contingência, crise e pós-crise. O novo objeto “respostas à pandemia de Covid-19” impactou todo o sistema de atividades, interdependentes, do hospital. Foram identificadas inovações e medidas de sucesso em resposta à pandemia. Houve medidas de suporte e apoio pelo hospital que amenizaram os impactos à saúde do trabalhador. As decisões foram tomadas de forma conjunta e colaborativa e envolveram atores intra-hospitalares e interinstitucionais, demonstrando potencial para aprendizagem. Considerações finais. Inovações de sucesso caracterizaram marco inicial para desenvolvimento de práticas de trabalho colaborativas. Trabalhadores envolvidos nas respostas à pandemia demonstraram capacidade de desenvolvimento, ante o momento de transformações em suas práticas de trabalho e expansão do objeto da atividade do hospital universitário. Os resultados da pesquisa demonstram a necessidade de discussões coletivas para desenvolvimento de políticas internas e públicas visando a aprendizagem expansiva, consciência coletiva e educação continuada como principais meios de preparar o sistema hospitalar para novas situações de crise.
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    A formalização dos casos de denúncia de violência contra a mulher durante a pandemia da COVID 19
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-10-26) Cunha, Rayene Mateus Vieira; Almeida, Margareth Aparecida Santini de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A violência contra a mulher por parceiro íntimo não é um fenômeno recente na sociedade. No contexto da pandemia do coronavírus SARS-CoV2 medidas como o isolamento social impactaram diretamente as mulheres, aumentando a vulnerabilidade a situações de violência pelo parceiro íntimo. Maior tempo com o agressor no ambiente doméstico, dificuldade de acesso às redes de proteção tornou a formalização de uma denúncia neste contexto ainda mais dificultada. O Objetivo geral do estudo é compreender o fenômeno da violência doméstica durante a pandemia da Covid 19 em um município do interior paulista. Trata-se de um estudo qualitativo e quantitativo, através de análise documental em estudo de campo delimitado, realizado mediante análise de boletins de ocorrência de violência contra a mulher por parceiro íntimo em uma Delegacia de Defesa da Mulher do interior paulista, no período de 01 de março a 31 de outubro de 2020, período o qual apresentou grande adesão ao isolamento. Foram analisados 254 boletins de ocorrências, lavrados por mulheres com idade igual e/ou acima de 18 anos. Os resultados revelaram uma população de mulheres com idades predominantes de 20 a 44 anos, a maioria com estado civil solteira, sendo a violência psicológica o agravo predominante com motivo de agressão de ordem social, ocorrendo em sua maioria dentro da própria casa das vítimas. Conhecer os casos de violência por parceiro íntimo possibilitará aos serviços de proteção às mulheres uma maior visibilidade para a reorganização de suas práticas, construção de estratégias e articulação da rede de serviços.
  • ItemDissertação de mestrado
    Conhecimento sobre as medidas de prevenção e controle contra infecções e a percepção de risco contra a covid-19 entre profissionais de saúde
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-10-27) Baptista, Maurício da Costa; Dias, Adriano [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pandemia de covid-19 desencadeou uma crise de saúde pública mundial impondo grandes desafios aos governos, instituições e profissionais de saúde. Este estudo buscou avaliar o grau de conhecimento desses profissionais sobre as medidas de prevenção e controle contra infecções (MPCI), sua percepção de risco frente à covid-19, a disponibilidade de EPI e treinamento para seu uso, e a existência de políticas de educação permanente nas instituições de saúde. Trata-se de um estudo transversal com 268 participantes que responderam a um questionário on-line entre junho de 2020 e abril de 2021. A análise dos dados, foi realizada através de estatística descritiva e modelos de regressão logística. Uma média de 83,74% dos participantes tinha conhecimento insatisfatório sobre MPCI e 70,1% uma percepção de risco inadequada. O tempo de trabalho na APS, idade em faixa etária e grau de instrução associaram-se ao conhecimento. O tempo de trabalho na APS e a renda familiar associaram-se à percepção de risco. Os resultados apontaram a necessidade de se intensificar os treinamentos sobre as utilizações das MPCI, promover uma logística adequada para distribuição dos EPI e reforçar a forma de transmissão de informações entre gestores e trabalhadores de saúde, visando garantir práticas profissionais mais seguras.
  • ItemDissertação de mestrado
    Residências em saúde na pandemia de covid-19: experiências e vivências de residentes médicos e multiprofissionais em uma instituição do interior de São Paulo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-10-14) Oyama, Ricardo Massuda; Luna, Willian Fernandes; Cyrino, Eliana Goldfarb [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pandemia de Covid-19 trouxe impactos aos profissionais de saúde, inclusive aos residentes. O estudo busca compreender as experiências de residentes em saúde no primeiro ano da pandemia, a partir das vivências de afetos e emoções, analisando os impactos na formação desses profissionais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com entrevistas realizadas com residentes médicos e multiprofissionais matriculados no primeiro, segundo e terceiro ano, tendo como foco as narrativas dos residentes, com realização de análise temática de conteúdo. Participaram 14 residentes, sendo cinco de residências médicas e nove de residências multiprofissionais. Os resultados e discussão serão apresentados em quatro categorias, identificadas como 1) Medo de mim: os riscos assumidos na pandemia, 2) Desinformações e infodemia, 3) Processo de trabalho e organização da residência e 4) A construção da identidade profissional durante a residência em saúde no contexto da pandemia. Os residentes em saúde atuaram na linha de frente no enfrentamento da pandemia, sendo considerados profissionais vulneráveis devido à exposição ao vírus e ao sofrimento psíquico, como o medo do adoecimento. Sofreram os efeitos do distanciamento social, tanto como atitude para evitar a transmissão quanto pelos medos de familiares e pessoas de sua convivência, provocando solidão. O fenômeno da desinformação e infodemia dificultou o enfrentamento da pandemia diante das notícias falsas a respeito da veracidade e gravidade da doença, como o tratamento com medicamentos sem comprovação científica. Os programas de residência organizaram-se para manter a formação dos residentes no enfrentamento da pandemia, e isso trouxe percepções distintas com relação à própria formação, como sensações de prejuízos e aprendizados pelos participantes do estudo. Diante desse contexto de formação na pandemia de Covid-19, é importante considerarmos o período de transição na formação da identidade profissional do residente, devido à passagem de estudantes para profissionais, assim como o papel da residência na formação desses profissionais de saúde, demonstrando ser necessário o planejamento de ações para acolher e favorecer sua formação.
  • ItemDissertação de mestrado
    Relações homo e biafetivas de mulheres atravessadas pela violência
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-25) Mota, Fabiana Lobo; Almeida, Margareth Aparecida Santini de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Apesar da implementação da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais para assegurar o direito dessa população à saúde, as mulheres homossexuais e bissexuais ainda são invisibilizadas na sociedade. A violência nos relacionamentos afetivos íntimos é um fenômeno que pode atingir qualquer pessoa, independentemente do gênero e, portanto, está também presente nas relações homoafetivas e biafetivas, e novamente com pouca visibilidade. A violência conjugal vivenciadas por elas levam-nas a condições de grande vulnerabilidade, sobretudo pela interposição de condições assimétricas como, por exemplo, racismo, homofobia, relações desiguais de poder, autonomia financeira, condições socioeconômicas, baixa autoestima entre outros. Justificou-se o estudo pelas possibilidades de visibilidadade ao tema, bem como no avanço ao enfrentamento a esse tipo de violência e impactos que causam na vida das mulheres. Objetivou-se analisar o contexto em que ocorre a violência nas relações homoafetivas e biafetivas e seus impactos. O estudo foi apresentado na forma de dois artigos. Um artigo consiste em revisão integrativa por meio de pergunta norteadora dirigida à base de dados bibliográficos PudMed e Lilacs, realizou-se em outubro de 2021. A composição da amostra seguiu critérios e resultou em publicações que pudessem responder à implicação inicial. O outro artigo trata-se de pesquisa empírica, desenvolvido no município de Botucatu-SP, como parte de pesquisa mais ampla denominada “Vulnerabilidade de mulheres que fazem sexo com mulheres a agravos relacionados à saúde mental, sexual e reprodutiva e situações de violência”. Foram realizadas entrevistas, mediante aplicação de questionário com questões abertas e fechadas e analisadas as respostas das mulheres que mencionaram terem sofrido algum tipo de violência e se autodeclaram homossexuais e bissexuais. A análise dos dos dados coletados foram tratados segundo modalidade de análise temática de Bardin. O arcabouço teórico se deu pelos estudos do patriarcado e de gênero. E os resultados gerais apontam para o reconhecimento da violência na parceria íntima e seus impactos experimentados por mulheres em relações homoafetivas e biafetivas; e a socialização de gênero naturalizando as experiências de violência. Palavras-chaves: violência na parceria íntima, violência de gênero, homossexualidade, bissexualidade, gênero e saúde
  • ItemDissertação de mestrado
    O nome era de homem, mas era um corpo de mulher: a população transexual na estratégia de saúde na familia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-25) Spadim, Bárbara Cristina de Léo; Cyrino, Eliana Goldfarb [UNESP]; Mendonça, Carolina Siqueira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Conforme pesquisas, a população transexual é o grupo mais vulnerável à violência LGBTI+. Apesar das incipientes investigações sobre discriminação e violência contra esse grupo, os resultados demonstram uma realidade alarmante, evidenciando-se elevada vulnerabilidade dessa população, o adoecimento e até mesmo a morte. Além disso, outras demandas são evidenciadas no processo de adoecimento e na busca pela assistência integral a saúde da população transexual no Sistema Único de Saúde (SUS). Ao buscar o primeiro contato de ajuda profissional nos serviços de saúde, em muitos casos, os transexuais vivenciam experiências negativas e condutas inadequadas, marcadas pelo preconceito, discriminação e constrangimentos, produzindo barreiras ao acesso à saúde integral. O objetivo deste trabalho é investigar e analisar o conhecimento de profissionais de enfermagem, acerca da saúde Transexual, de Unidades de Estratégia de Saúde da Família, em munícipio do interior paulista, bem como evidenciar barreiras e potencialidades no cuidado à saúde dessa população. Caracteriza-se como um estudo de caso de caráter qualitativo e exploratório, realizado por meio de entrevistas semiestruturadas, composta por perguntas fechadas e abertas. A análise dos dados é referenciada pela análise de conteúdo segundo Minayo e por estatística descritiva. Como resultados parciais, os núcleos de sentido da análise, elaborados foram: A demanda existe; O vazio formativo; Ecos da violência: preconceito e transexualidade, a gente precisa falar sobre isso; A participação social da população trans na comunidade; Nós sempre optamos por colocar o nome de como ela gostaria de ser chamada e no cartão sus também; A análise desses resultados denuncia que as barreiras e desafios que essa população enfrenta são reais e as transformações são necessárias. Os trechos relatados apontam a persistência de estigmas, a falta de recursos e políticas públicas, preconceitos velados e violência sociais associados à população Trans. A invisibilidade, a carência de capacitação e a hegemonia da heteronormatividade na cultura e valores dos profissionais, se mantém vivas dentro dos serviços de saúde e contribuem para a subcidadania, o adoecimento e para morte precoce dessa população.
  • ItemDissertação de mestrado
    Saúde mental de trabalhadores de saúde no contexto da pandemia da covid-19. Estudo de caso na atenção primária à saúde no interior paulista.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-21) Miras, Jéssica Beatriz Serodio; Dias, Maria Dionísia do Amaral [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As novas formas de acumulação flexível e da hegemonia neoliberal trouxeram diversas consequências para as relações e as condições de trabalho. O setor de saúde, apesar de possuir particularidades, também é afetado, incluindo a Atenção Primária à Saúde (APS). Neste contexto, as novas condições laborais, com alta demanda, exigências excessivas por metas e produtividade e escassez da força de trabalho, levam à precarização do serviço e, consequentemente, ao sofrimento mental dos trabalhadores. Soma-se a este cenário os impactos decorrentes da pandemia da covid-19, que agravam as condições de saúde destes profissionais. Assim, o estudo em questão teve por objetivo compreender as cargas e desgastes psíquicos decorrentes do trabalho na APS no contexto da pandemia da covid-19, conforme a vivência de trabalhadores da rede municipal de saúde de Botucatu (SP). Para a coleta de dados utilizou-se de entrevistas semiestruturadas individuais, reunindo trabalhadores de unidades de saúde do modelo tradicional e de saúde da família. Optou-se por realizar a pesquisa com trabalhadores de saúde das diversas funções existentes na equipe. Da análise emergiram seis núcleos de significação, a saber: a) Tudo mudou! “É virado no avesso o serviço nosso” - a pandemia impõe diversas mudanças na organização do trabalho o que alia-se às incertezas em relação à covid-19 e todas as transformações na vida cotidiana; b) Condições adversas: “eles querem o seu máximo” - as condições de trabalho precarizadas na saúde são anteriores à pandemia e se exacerbam na situação de excepcionalidade; c) Difíceis relações de cuidado: “não entende que você tá tentando proteger” - o relacionamento com os usuários dos serviços é permeado por desconfianças e violências; d) “Você jura ser fiel à sua profissão”: compromisso em primeiro lugar – o comprometimento com a profissão em detrimento da própria saúde; e) Consequências à saúde do trabalhador: o trabalho em situação de pandemia e os impactos ao corpo e mente dos trabalhadores; f) Solidariedade e trabalho em equipe: possibilidades de resistência em meio à precarização social e do trabalho. Esta pesquisa revela que as condições laborais precarizadas no âmbito da saúde já ocorriam anteriormente à situação excepcional abordada, com impactos na saúde dos trabalhadores; contudo, a pandemia intensifica o contexto já dificultoso, com consequências adicionais à saúde dos mesmos. Indica também a necessidade de mais estudos relacionados à saúde mental dos profissionais da saúde, sobretudo em um contexto de desmonte de políticas públicas. Cabe salientar, contudo, a importância da manutenção de uma participação social ativa e do fortalecimento de espaços coletivos, para que seja possível resistir, preservar e reconquistar direitos sociais e trabalhistas. Portanto, espera-se que os resultados da pesquisa contribuam para estratégias de enfrentamento das condições e relações de trabalho, bem como para possíveis intervenções que possam minimizar ou prevenir consequências à saúde dos trabalhadores em situações semelhantes à analisada.
  • ItemDissertação de mestrado
    Evolução da COVID-19 em gestantes segundo cor da pele: estudo brasileiro de base populacional
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-26) Santos, Gustavo Gonçalves dos; Parada, Cristina Maria Garcia de Lima [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Objetivou-se avaliar a evolução da COVID-19, confirmada na classificação final do caso, em função da raça/cor, entre gestantes brasileiras notificadas no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP Gripe). Trata-se de estudo transversal e exploratório, realizado com banco de dados secundários de base populacional, a partir de dados do SIVEP Gripe, disponibilizado pelo Ministério da Saúde do Brasil. A coleta de dados foi dividida nos meses de agosto de 2020 e fevereiro de 2021. Foram incluídas, respectivamente, as semanas epidemiológicas entre 13 (22-28/03/2020) e 32 (02-08/08/2020) e 33 (09-15/08/2020) e 53 (27/12/2020 a 02/01/2021). Foram incluídas 1.884 e 1.286 casos, respectivamente. As variáveis desfecho são: hospitalização, hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e óbito por COVID-19. Realizou-se análise descritiva das variáveis relativas à sociodemografia, comorbidades, doenças relacionadas à gestação e sinais e sintomas principais e secundários. Em seguida, realizou-se análise bivariada pelo teste qui-quadrado entre as covariáveis de interesse e o desfecho, calculando-se o risco relativo e intervalo de confiança de 95%. As variáveis que na análise bivariada mais fortemente se associaram aos desfechos (p<0,20), foram incluídas em modelo de regressão. Na análise final, associações foram consideradas estatisticamente significativas se p<0,05. Não foi necessário encaminhamento para apreciação de Comitê de Ética em Pesquisa, por tratar-se de banco de dados de domínio público. Houve queda de aproximadamente dois terços na proporção de gestantes que necessitaram de UTI ou evoluíram a óbito na comparação do primeiro para o segundo período. Não houve associação entre a variável de interesse, cor da pele/raça e a necessidade de internação ou de internação em UTI, porém, no segundo período, gestantes pretas tiveram quase cinco vezes mais risco de evoluírem para óbito, quando comparadas às brancas. Conclui-se que o risco de óbito aumentado entre gestantes pretas no segundo período do estudo pode indicar a dificuldade de acesso ao manejo clínico qualificado. Porém, dada a natureza evolutiva dos cuidados adequados na pandemia, outros estudos poderão confirmar os achados aqui obtidos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Novas e velhas faces do trabalho precarizado e seus impactos na saúde do trabalhador: análise de matérias jornalísticas sobre trabalho informal
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-24) Souza, Rodrigo Stringheta; Dias, Maria Dionísia do Amaral [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O trabalho pode ser compreendido não apenas como o processo no qual o ser humano emprega suas forças para atuar sobre a natureza externa garantindo a sua subsistência, mas, também, como a atividade por meio da qual ele desenvolve suas potencialidades. O processo de desenvolvimento do capitalismo promoveu mudanças na sociedade e nas relações sociais de produção, marcadas pela incorporação de novas tecnologias e novos métodos gerenciais, tornando instáveis e inseguras as relações e condições de trabalho. Estas mudanças foram acompanhadas por alterações nas formas de manifestação de sofrimento e de adoecimento apresentados pelos trabalhadores. O contexto atual do neoliberalismo econômico atinge de forma severa a classe trabalhadora ao buscar a maximização de lucros, limitando direitos. Assim, procura meios de desvincular o trabalhador do emprego formal como antes conhecido, precarizando formas de contratação e condições de trabalho. Nesta conjuntura, realizou-se a presente pesquisa com o objetivo de conhecer posicionamentos de trabalhadores sobre o trabalho informal, divulgados em matérias jornalísticas veiculadas em mídia digital, buscando descrever e classificar aspectos deste trabalho e identificar consequências aos trabalhadores. Optou-se pela metodologia qualitativa, estudo exploratório e técnicas de investigação documental, o tratamento e análise do material aconteceu por meio da análise de conteúdo, na modalidade temática. Da análise dos dados emergiram cinco núcleos temáticos: a) Trabalho pela sobrevivência: “atitude desesperada”; b) Exploração: “nossas vidas não têm importância nenhuma para essas empresas”; c) Vida precarizada: “não tem tempo para dar um beijo no seu filho”; d) Vida adiada: “assim vai indo!”; e) O mito do empreendedorismo e autonomia: “o trabalho é a gente que faz”. Os resultados sugerem que os trabalhadores têm consciência de sua situação, de falta de direitos trabalhistas e previdenciários, com garantia somente da sobrevivência, com limitadas possibilidades de planos futuros, mas submetem-se pela urgência e necessidade de auferir algum ganho financeiro.
  • ItemDissertação de mestrado
    Dificuldades com a amamentação e desmame antes de dois meses de idade: estudo de coorte em Botucatu/SP
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-09-02) Anholetto, Ana Caroline; Carvalhaes, Maria Antonieta de Barros Leite [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: O aleitamento materno tem diversos benefícios para o lactente, para a mãe e para a sociedade, recomendando-se sua manutenção até a criança completar dois anos, ou até mais, de acordo com as recomendações internacionais e brasileiras. No entanto, o desmame nos primeiros meses de vida ainda acontece para parcela expressiva dos bebês, não sendo totalmente conhecidos os fatores que levam a essa situação. Objetivos: Investigar a ocorrência e fatores associados ao desmame antes dos dois meses de idade em coorte de lactentes brasileiros participantes do estudo CLaB. Secundariamente, investigar fatores associados à presença de dificuldades no início do aleitamento materno. Métodos: Trata-se de estudo de coorte prospectiva, de base populacional. Dados sobre a situação de aleitamento e dificuldades com essa prática no primeiro mês de vida, além de variáveis sociodemográficas e relativas a saúde materna e do recém-nascido, foram obtidos presencialmente, mediante entrevista conduzida em unidade de triagem neonatal. Uma entrevista telefônica foi conduzida quando o lactente completou dois meses, envolvendo questões sobre a situação de aleitamento e dificuldades apresentadas no segundo mês de vida. Foram investigados dois desfechos: interrupção do aleitamento materno antes de dois meses (sim, não) e presença de dificuldades com o aleitamento (sim, não). Foram consideradas dificuldades as seguintes condições: demora ou leite não descia, falta de orientação, motivos relacionados com a mãe, motivos relacionados ao bebe, percepção de leite insuficiente/fraco, problemas com a mama (mastite, ingurgitamento, fissuras), problemas com mamilo, relacionados a pega, sangramento no peito. Mediante análises de regressão logística múltiplas, testou-se a associação com tais desfechos das seguintes variáveis: auto eficácia, contato pele a pele, problemas no início da amamentação, mamou no peito na maternidade, paridade, mamou na primeira hora. No caso da interrupção do aleitamento materno, a presença de dificuldades também foi investigada como variável de exposição. Para considerar uma variável como associada com o desfecho, adotou-se p<0,05 como nível crítico. As análises foram realizadas com o programa SPSS. Resultados: A coorte teve início com 640 lactentes e aos dois meses foi possível obter dados de 623 lactentes. Aos dois meses, 11,3% não estavam mais em aleitamento materno. Ter problemas com o início da amamentação (Odds ratio = 2,811, IC95%=1,605 – 4,992), não ter sido amamentado na maternidade (Odds ratio = 31,130, IC95%= 7,059 – 137,286) e menor autoeficácia materna na amamentação (Odds ratio = 6,992, IC95%= 3,139 – 15,575) aumentaram o risco do lactente ter sido desmamado antes dos dois meses de idade. Estar no menor tercil de autoeficácia aumentou 3,2 vezes (IC95%=1,989 - 5165) a chance de a mãe ter apresentado problemas no início do aleitamento materno. Da mesma forma, não ter amamentado na primeira hora de vida aumentou a chance (Odds ratio = 1,755, IC95%= 1,148 – 2,687) de apresentar dificuldades. Conclusões: O desmame antes de dois meses de idade acometeu cerca de 10% da coorte, sendo apontados como fatores associados a maiores chances desse evento, condições passíveis de prevenção ou controle pela atenção pré-natal, ao parto e nascimento e, ao binômio puérpera/recém-nascido, na maternidade.
  • ItemDissertação de mestrado
    Experiência de pacientes com doença renal crônica em diálise peritoneal
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-08-27) Lopes, Tatiane Granatto; Almeida, Margareth Aparecida Santini de [UNESP]; Ponce, Daniela [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Experiência de pacientes com doença renal crônica em diálise peritoneal. 94f. (Dissertação) Mestrado em Saúde Coletiva. Programa de Pós - Graduação em Saúde Coletiva. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP Botucatu, 2021. O estudo tem como objetivo compreender a experiência de pacientes com doença renal crônica em diálise peritoneal, atendidos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP. A metodologia utilizada foi pesquisa qualitativa, sendo a técnica análise de conteúdo por modalidade temática. O estudo constituiu-se de pacientes ativos no programa de diálise peritoneal há pelo menos três meses e, com doença-base da doença renal crônica a diabetes e hipertensão arterial, entre outros critérios pertinentes. Como instrumento foi utilizado a entrevista semi-estrutura, com questionário de caracterização dos entrevistados e perguntas norteadoras da abordagem qualitativa, como técnica de estimulo uniforme para explorar o objetivo do estudo. Foram realizadas visitas domiciliares, no período de dezembro de 2019 a fevereiro de 2020, após o convite de participação. A investigação final ocorreu com 10 participantes e os resultados foram organizados a partir da apresentação dos entrevistados: quatro homens (idade média de 65 anos) e seis mulheres (idade média de 63,5 anos), baixa escolaridade e renda individual/ familiar, convivência com famílias não numerosas, procedência distribuída em quatro municípios, utilização das políticas sociais (maior uso de benefícios previdenciários e, com serviços da atenção primária de saúde), inicio de programa de diálise crônica de maneira planejada e não planejada (distintas histórias), variação do tempo no programa (22,3 meses e 34,8 meses sequencialmente), maior dependência familiar (cônjuges para o exercício do papel de cuidador, com expressiva participação das esposas); e a partir da análise de conteúdo emergiu três categorias temáticas: 1. planejamento da diálise peritoneal: comportamentos, cognições e emoções (momento que encontra-se algo inesperado, desconhecido, experiência marcada pelo sofrimento, aspectos de relacionamentos e as formas de comunicação de profissionais da saúde, a ambiguidade em relação a morte e, a família dispositivo social principal); 2. a ruptura da normalidade (momento que encontra-se corpo-máquina, alterações corporais cheia de significâncias, período de transição que requer apropriação, (con)fusão homem-máquina; 3. a normalidade condicionada: restrições e ajustes sociais (momento que encontra-se liberdade condicionada, reequilíbrios provisórios e ajustes sociais, sentimentos envoltos a expressivo impacto na dimensão social, a família como forte apoio social, diálise peritoneal sentidos que se fundem no desejo de preservação da vida). Ressalta-se a importância de uma assistência ampliada, que sugere o desenvolvimento de ações mais próximas e sensíveis às singularidades do adoecer de cada paciente e, espera-se que este trabalho possa contribuir para atenção terciária de saúde.