A grafia dos erros de segmentação não-convencional de palavras

dc.contributor.authorTenani, Luciani Ester [UNESP]
dc.contributor.institutionUniversidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.date.accessioned2015-04-27T11:56:08Z
dc.date.available2015-04-27T11:56:08Z
dc.date.issued2010
dc.description.abstractNeste trabalho, o foco de nossa reflexão é a grafia dos dados de escrita não-convencional de palavras, como ‘com tinuou’ e ‘ciesconder’. A questão que formulamos é: em que medida os erros de segmentação não-convencional também são resultados de decisões acerca da grafia das palavras? A resposta a essa questão é dada a partir da análise de erros de segmentação de palavras (tanto de hipossegmentação quanto de hipersegmentação) que ocorreram em textos produzidos por alunos que, à época da produção, cursavam a quinta série de uma escola pública da rede estadual de São Paulo. Os dados deste estudo foram extraídos de 107 textos produzidos a partir de uma mesma proposta de produção textual por alunos pertencentes a três turmas de quinta série. No total, foram identificadas 58 ocorrências de segmentação não-convencional, sendo 27 hipossegmentações, 28 hipersegmentações e 3 rasuras (quando há oscilação entre hipossegmentação e hipersegmentação de uma mesma palavra identificável por meio de algum elemento gráfico). Analisamos todas essas ocorrências de segmentação não-convencional, classificando-as como casos de hiper e hipossegmentação, buscando observar em que medida fatores de natureza ortográfica, juntamente com os de natureza prosódica, poderiam ser motivadores dessas grafias não-convencionais. Para fundamentar nossa resposta, ampliamos o conjunto de dados analisados às ocorrências de palavras que não estão ortograficamente corretas quanto à escolha de letras, mas que estão corretas quanto à segmentação convencional, como ‘emtão’. Ao consideramos a grafia das segmentações não-convencionais, observamos que as hipersegmentações de palavras que têm sílabas pretônicas ‘con’ e ‘en’ – como ‘com tinuou’, ‘com migo’, ‘com sigo’, e ‘em bora’, ‘en tão’, ‘em quanto’ – estão em parte motivadas no fato de essas sílabas poderem ser elementos funcionais – grafados como ‘com e ‘em’, respectivamente – e ainda no fato de, possivelmente, haver, por parte do escrevente, a observação de, pelo menos, duas regras ortográficas: uma que prevê que a letra ‘M’ só ocorre diante de ‘P, B’, dentro de palavra, e outra que prevê que a letra ‘M’ é a letra com que se grafam as preposições ‘com’ e ‘em’. Uma outra evidência de que há a formulação, por parte do aluno, de hipóteses conflitantes sobre a decisão quanto à grafia das palavras está no fato de ocorrer, em um mesmo texto, erros ortográficos relacionados à escolha entre ‘M’ e ‘N’, como ‘emtão’ e ‘en tão’. Vale observar que a grafia das nasais, particularmente em contexto de coda, oferece uma complexidade extra aos escreventes, desde o início do processo de alfabetização, como atestam os resultados de Chacon e Berti (2008), quando analisam dados de Educação Infantil. As ocorrências de hipossegmentação que envolvem o clítico ‘se’, como ‘ciesconder’, ‘cecasar’, chamam a atenção por serem grafadas com a letra ‘C’, que apresenta o valor de [s] somente quando seguida das letras ‘I’ e ‘E’, como em ‘cidade’ e ‘cebola’. Tem-se, pois, a consideração, por parte do aluno escrevente, de uma possibilidade de representação do sistema ortográfico. Assim, a flutuação na forma de grafar itens gramaticais pode ser interpretada como evidência de hipóteses do escrevente sobre o que seja palavra na escrita, particularmente, quando em jogo as formas dependentes (nos termos de CÂMARA Jr., 1970) ou os clíticos prosódicos (nos termos de BISOL, 2000). As hipóteses (conflitantes, por vezes) do que seja palavra na escrita – e que buscamos explicitar – são ancoradas, principalmente, em informações prosódicas, sobre o estatuto prosódico do clítico, e informações letradas, que dizem respeito à colocação de espaços em branco indicadores de palavra na escrita (que não se confunde com a palavra fonológica, nem com o grupo clítico) e à escolha de letras relacionadas às convenções ortográficas.pt
dc.description.affiliationUniversidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Departamento de Estudos Lingüísticos e Literários, Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas de São José do Rio Preto, Sao Jose do Rio Preto, Cristóvão Colombro, 2265, Jardin Nazareth, CEP 15054-000, SP, Brasil
dc.description.affiliationUnespUniversidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Departamento de Estudos Lingüísticos e Literários, Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas de São José do Rio Preto, Sao Jose do Rio Preto, Cristóvão Colombro, 2265, Jardin Nazareth, CEP 15054-000, SP, Brasil
dc.format.extent247-269
dc.identifierhttp://www.gel.org.br/resumos_det.php?resumo=5273
dc.identifier.citationCadernos de Educação, v. 35, p. 247-269, 2010.
dc.identifier.issn0104-1371
dc.identifier.lattes7563247206294663
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/11449/122905
dc.language.isopor
dc.relation.ispartofCadernos de Educação
dc.rights.accessRightsAcesso restrito
dc.sourceCurrículo Lattes
dc.subjectsegmentaçãopt
dc.subjectortografiapt
dc.subjectpalavrapt
dc.subjectoralidadept
dc.subjectletramentopt
dc.titleA grafia dos erros de segmentação não-convencional de palavraspt
dc.typeArtigo
unesp.author.lattes7563247206294663
unesp.author.orcid0000-0002-8487-0825[1]
unesp.campusUniversidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Pretopt
unesp.departmentEstudos Lingüísticos e Literáriospt

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