Volonté de vérité, deformação e fragmentação da realidade: um diálogo entre a arte expressionista e Thérèse Desqueyroux de François Mauriac

dc.contributor.advisorOliveira, Andressa Cristina de [UNESP]
dc.contributor.authorEzarqui, Carla Alexandra [UNESP]
dc.contributor.institutionUniversidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.date.accessioned2019-07-31T13:41:47Z
dc.date.available2019-07-31T13:41:47Z
dc.date.issued2019-05-23
dc.description.abstractEste trabalho de pesquisa tem por objetivo analisar o romance Thérèse Desqueyroux (1927), de François Mauriac (1885-1970), com base nos traços essenciais da arte expressionista, dada a atmosfera que se manifesta na obra em função de sua temática, o emprego de determinados aspectos formais e a maneira pela qual a heroína é constituída. Para tanto, esta pesquisa se fundamenta em um levantamento teórico sobre a evolução do romance do século XX, sobre o surgimento do Expressionismo, bem como sobre a prosa vinculada a esse movimento. De modo geral, Thérèse Desqueyroux se revela a metáfora de um grito abafado pela protagonista cujo senso de inquietação a coloca em um confronto constante com a realidade. Tomada por uma grande incerteza quanto aos seus sentimentos e desejos, a personagem se perde em contradições profundas que culminam no desespero e em atitudes extremas, como o envenenamento de Bernard, seu marido. Ademais, o romance narrado com focalização interna sobre a heroína é permeado por uma perspectiva deformante que evidencia uma tendência em dar concretude aos estados de alma a partir da apreensão da paisagem, desvelando, assim, a subjetividade de Thérèse. A linguagem, por sua vez, releva a expressão metafórica, fragmentando-se tanto pela transposição dos pensamentos desta personagem quanto pelos deslocamentos entre o passado e o presente decorrentes da narração de episódios substanciais de sua vida. Sendo assim, a análise propõe estabelecer um diálogo entre o romance e a arte expressionista a fim de apurar, em um primeiro momento, em que medida a deformação da realidade exterior centraliza elementos da interioridade da protagonista, considerando o fraturamento de sua consciência, sua angústia incessante e a falta de clareza sobre si mesma. Em seguida, nos propomos a averiguar de que modo o narrador se posiciona perante as personagens e, sobretudo, perante a heroína, com o intuito de verificar em que proporções a análise psicológica e a causalidade se fazem presentes na narrativa e como repercutem na fragmentação da linguagem e na ambiguidade de Thérèse, haja vista sua necessidade de compreender e elucidar os motivos que a levaram à consumação de seu ato. Em um terceiro momento, demonstraremos a maneira pela qual a constituição da personagem se aproxima de uma figuração do espírito e das ideias do Expressionismo para, enfim, constatar em que medida a deformação e a fragmentação se fundem a uma “volonté de vérité”, determinando a sua (in)coerência, visto articular a arte expressionista à escrita romanesca mauriaquiana. Embora o Expressionismo tenha se afirmado pela indeterminação em decorrência de sua contradição e complexidade, este entrave não nos impede de refletir sobre a forma como seus principais traços estéticos se consolidam, enquanto meio de expressão, no romance de Mauriac, um escritor não ligado ao movimento.pt
dc.description.abstractCette recherche a pour objectif analyser le roman Thérèse Desqueyroux (1927) de François Mauriac (1885-1970), d‟après les traits essentiels de l‟art expressionniste, vu l‟atmosphère qui se manifeste dans l‟oeuvre par son thème, par l‟utilisation de certains aspects formels et par la manière dont l'héroïne est constituée. Pour ce faire, cette recherche se fonde sur une étude théorique à propos de l‟évolution du roman du XXe siècle, de l‟émergence de l‟expressionnisme et, encore, de la prose liée à ce mouvement. En général, Thérèse Desqueyroux se révèle en tant que la métaphore d'un cri étouffé de la protagoniste dont le malaise la place en constante confrontation avec la réalité. Troublée par une grande incertitude quant à ses sentiments et à ses désirs, le personnage se perd dans de profondes contradictions qui aboutissent au désespoir et à des attitudes extrêmes, telles que l‟empoisonnement de Bernard, son mari. De plus, le roman dont l‟histoire est racontée en focalisant sur l'héroïne est traversé par une perspective deformante qui met en évidence une tendance à concrétiser des états d'âme. Cela grâce à l'appréhension du paysage en mesure d‟exprimer la subjectivité de Thérèse. Le langage, à son tour, met en relief l'expression métaphorique, fragmenté à la fois par la transposition des pensées de ce personnage et par les déplacements entre le passé et le présent résultant de la narration d'importants épisodes de sa vie. De ce fait, l'analyse propose d'établir un dialogue entre le roman et l'art expressionniste afin de déterminer, dans un premier temps, dans quelle mesure la déformation de la réalité extérieure centralise les éléments de l'intériorité de la protagoniste, compte tenu de la fracture de sa conscience, de son incessante angoisse et du manque de clarté sur elle-même. Nous proposons, ensuite, d‟examiner comment le narrateur se tient devant les personnages et, surtout, devant l‟héroïne, dans le but de vérifier dans quelles proportions l‟analyse psychologique et la causalité sont présentes dans le récit et comment elles affectent la fragmentation du langage et l'ambiguïté de Thérèse, étant donné son besoin de comprendre et d'élucider les motifs qui l'ont amenée à accomplir son acte. Dans un troisième temps, nous montrerons comment la constitution du personnage le rapprocche d‟une figuration de l'esprit et des idées de l'expressionnisme pour, enfin, voir à quel point la déformation et la fragmentation se confondent avec une «volonté de vérité» déterminant son (in) cohérence, puisqu'elle rejoint l'art expressionniste à l'écriture romanesque mauriacienne. Quoique l‟afirmation soit la marque la plus frappante de l‟Expressionnisme en raison de sa contradiction et de sa complexité, cet obstacle ne nous empêche pas de réfléchir à la manière dont ses principales caractéristiques esthétiques sont consolidées en tant que moyen d‟expression dans le roman de Mauriac, um écrivain qui n‟a jamais été lié au mouvement expressionnistefr
dc.description.sponsorshipConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
dc.identifier.aleph000918880
dc.identifier.capes33004030016P0
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/11449/183085
dc.language.isopor
dc.publisherUniversidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.rights.accessRightsAcesso aberto
dc.subjectFrançois Mauriacpt
dc.subjectRomance do século XXpt
dc.subjectThérèse Desqueyrouxpt
dc.subjectArte expressionistapt
dc.subjectSubjetividadept
dc.subjectDeformaçãopt
dc.subjectFragmentaçãopt
dc.subjectVerdadept
dc.subjectRoman du XXe sièclefr
dc.subjectArt expressionnistefr
dc.subjectSubjectivitéfr
dc.subjectDéformationfr
dc.subjectFragmentationfr
dc.subjectVéritéfr
dc.titleVolonté de vérité, deformação e fragmentação da realidade: um diálogo entre a arte expressionista e Thérèse Desqueyroux de François Mauriacpt
dc.title.alternativeVolonté de vérité, déformation et fragmentation de la réalité: un dialogue entre l'art expressionniste et Thérèse Desqueyroux de François Mauriacfr
dc.typeDissertação de mestrado
unesp.advisor.lattes5118354033359103[1]
unesp.advisor.orcid0000-0002-4839-6126[1]
unesp.campusUniversidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Ciências e Letras, Araraquarapt
unesp.embargoOnlinept
unesp.examinationboard.typeBanca públicapt
unesp.graduateProgramEstudos Literários - FCLARpt
unesp.knowledgeAreaLiteratura e vida socialpt
unesp.researchAreaTeoria e crítica da narrativapt

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