Linguistic historiography of the sensible in Brazilian semiotics of discourse/ Historiografia linguística do sensível na semiótica do discurso brasileira

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Data

2022

Autores

Moreira, Patricia Veronica [UNESP]

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Esta proposta de trabalho está inserida no programa CAPES-PrInt-Unesp, sob o tema “Sociedades Plurais”, Projeto “Linguagens e produção de conhecimento”, coordenado pelo prof. Dr. Jean Cristtus Portela (Unesp/Araraquara) e ao Projeto da Rede de pesquisa internacional “História da semiótica do discurso: dilemas e impasses da teoria da linguagem no século XXI”, coordenado pelo prof. Dr. Matheus Nogueira Schwartzmann (Unesp), em parceria com a profa. Dra. Maria Giulia Dondero (Université de Liège/FNRS). Primeiramente, apontaremos a problemática deste estudo, estabelecendo os objetivos e abordagem que será aplicada. Uma breve história do problema Ao longo de seu desenvolvimento, a semiótica do discurso, proferida por Algirdas Julien Greimas e seus colaboradores, passou por mudanças teórico-metodológicas, embora tenha mantido em grande parte sua unidade. De acordo com Landowski (2004, p. 105), a teoria mudou de uma semiótica de discursos enunciados para uma semiótica de situações e, hoje, toma forma de uma semiótica da experiência sensível. Além disso, Fontanille (1995) afirma que, na década de 1990, os pesquisadores viam um novo tipo de semiótica aparecendo no horizonte ou um “novo paradigma”; uma vez que a semiótica nasceu sob o Estruturalismo nas décadas de sessenta e setenta. Essa nova semiótica incorporou novos interesses, como a substância, o contínuo, o sujeito, a percepção, a dimensão da paixão etc. Podemos observar, de acordo com os dois semioticistas, como a semiótica mudou ao longo dos anos, principalmente quando se trata de abordar a questão do sensível. Apesar dos esforços para reduzir a distância entre o inteligível e o sensível, a dualidade sempre existiu e não se restringe à disciplina. De fato, essa discussão percorre um longo caminho em retrospecto. Durante nossa pesquisa de doutorado (MOREIRA, 2019), estudamos como o sensível surgiu na semiótica greimasiana e permaneceu nos estudos pós-greimasianos. Com base na metodologia da historiografia linguística, analisamos como Greimas, o pioneiro da semiótica francesa, e seus seguidores ou la petite bande de fidèles, composta por Fontanille, Landowski e Zilberberg, lidaram com o sensível em suas obras, de 1956 a 2006, um córpus que abrangeu 50 anos de produção. Além disso, estabelecemos esses autores como os principais em nossa pesquisa devido à recepção brasileira da própria teoria. Os semioticistas, de maneira geral, sabem que a semiótica hoje em dia é comumente seguida por um modificador, ou seja, hoje existem diferentes praticantes da semiótica, por exemplo, a semiótica tensiva, a sóciossemiótica, a semiótica visual, a semiótica das práticas e formas de vida, entre outras. O grupo de especialidades greimasiano se dispersou, assim como a teoria, mas permanece ativo. Resumidamente, notamos o sensível desde o início da semiótica com a publicação do artigo “L’actualité du Saussurisme”, em 1956, por Greimas, e também em Sémantique Structurale, obra publicada em 1966. O sensível entrou na teoria através da Fenomenologia e os estudos da percepção. Consequentemente, o corpo também esteve presente na semiótica, sobretudo com a publicação de Sémiotique des passions, em 1991, por Greimas e Fontanille. Além disso, também observamos a afetividade nas obras de Zilberberg, onde a intensidade é o principal fator de sua teoria e o corpo é o centro de tudo. Para Fontanille, o corpo é um actante e o actante tem um corpo. No entanto, Landowski vê o corpo através da experiência sensorial, ou seja, da estesia. Portanto, a presente semiótica admite a relação intrínseca entre o sensível e o inteligível, principalmente no que se refere à sua ação metassemiótica. Nessa perspectiva, o sensível alcançou seu lugar inegável e irrevogável na teoria. À vista disso, pretendemos no pós-doutorado estudar o sensível na recepção teórica no Brasil. Em primeiro lugar, a recepção brasileira foi o princípio seguido na escolha do córpus para a tese e, agora, como próximo passo da pesquisa. Do ponto de vista da historiografia linguística, a transmissão e a influência do sensível na semiótica brasileira permanecem inexploradas. Acreditamos ser essencial acompanhar a recepção da semiótica para entender como ela se espalhou teoricamente e metodologicamente, observando, consequentemente, a existência de diferentes grupos de pesquisas científicas no Brasil. Comparando com o grupo greimasiano de especialidades, a recepção brasileira provou ser um local acolhedor para a dispersão da teoria. Em 2012, a semioticista Diana Luz Pessoa de Barros publicou o artigo “A semiótica no Brasil e na América do Sul: direções, papéis e desvios”. Os leitores podem achar interessante a inserção da semiótica na América do Sul durante os anos sessenta e setenta, através da leitura de Sémantique Structurale. Como resultado da primeira viagem de Greimas ao Brasil em 1973, os pesquisadores brasileiros criaram um caminho duradouro de intercâmbio científico com a comunidade francesa. Segundo Barros (2012), a teoria chegou pela primeira vez à Universidade Estadual de São Paulo / Unesp e à Faculdade de São José do Rio Preto, por Ignácio Assis Silva, Eduardo Peñuela Cañizal, Edward Lopes, Alceu Dias Lima e Tieko Yamaguchi Miyazaki. Em 1973, a revista Significação foi criada pelo Centro de Estudos Semióticos, como parte do processo de formação e divulgação dos semioticistas brasileiros e de seus trabalhos. A partir desse momento, a semiótica continuou a crescer no território brasileiro e surgiram diferentes grupos, ultrapassando os limites de São Paulo (BARROS, 2012, p. 157-158).

Palavras-chave

Historiografia linguística, Semiótica do Discurso, Semiótica Brasileira

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