Mapas das minas: a comunicação transgressora dos mapeamentos da violência de gênero na América Latina
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Data
2023-09-25
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Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Resumo
Esta dissertação tem como objeto de pesquisa os mapas da violência de gênero desenvolvidos por ativistas independentes ou por organizações de mulheres na América Latina, que se apresentam com diferentes finalidades: comunicar, monitorar, denunciar e/ou produzir dados. A partir da seleção de iniciativas disponibilizadas em plataformas de georreferenciamento que permitem exibir ou suprimir as camadas de dados sobre determinado território, questiona-se: como a perspectiva de gênero orienta a criação dessas produções, compreendidas a partir da definição de suas temáticas? O objetivo foi entender quais estratégias comunicacionais são empregadas – e como são – considerando as temáticas predominantes, os tipos de informações disponibilizadas, os formatos de visualização dos dados, as metodologias desenvolvidas pelas mapeadoras e as ações de divulgação que realizam. Por meio das pistas para o método da cartografia (Kastrup e Barros, 2020), compreendidas em um panorama comunicacional de movimentos e territórios no intuito de “criar com” (Rosário, 2018) e da análise documental dos mapas, entende-se que essas iniciativas têm “natureza performativa, participativa e política” (Suárez Val, 2021) e desenham territórios de medo, mas também de modos de resistências coletivas, pois produzem dados que desafiam o poder (D’Ignázio e Klein, 2020). Os recortes temáticos e as técnicas de produção e visualização dos dados apresentam correlações e contrastes que evidenciam como as metodologias feministas (Lan e Rocha, 2020), as estratégias de comunicação politizadas (Alfaro, 2002 e 2015) e à ideia de que a perspectiva de gênero deve ser um eixo transversal no ensino (Cremona e Spinelli, 2013) mobilizam outras possibilidades de habitar espaços – os geográficos, os simbólicos e de decisão – combatendo os espaços de medo (Kern, 2021) e apontando caminhos para promover uma comunicação transgressora (Nos-Aldás e Fanté, 2021) e, também, para um laboratório de experiências coletivas para inventar possíveis (Maidana, 2019) que transforme estruturas e promova um mundo mais justo.
The subject of this dissertation is gender violence maps developed by independent activists or women's organizations in Latin America, which serve various purposes such as: communicating, monitoring, reporting, and/or data production. Based on the selection of initiatives available on georeferencing platforms, where the display or suppression of data layers on a specific territory is facilitated, the question arises: how does a gender perspective guide the creation of these productions, elucidated through the definition of their themes? The main purpose was to understand which communication strategies are used – and how they are used – considering the predominant themes, types of information provided, data visualization formats, methodologies developed by the mappers, and the actions they undertake in disclosure. Through the clues for the cartography method (Kastrup and Barros, 2020), comprehended in a communicational panorama of movements and territories with the intention to "create with" (Rosário, 2018), and through the documentary analysis of the maps, it is understood that these initiatives have a "performative, participatory, and political nature" (Suárez Val, 2021) and draw territories of fear, but also of collective resistance, as they produce data that challenges power (D’Ignázio and Klein, 2020). The thematic sections and techniques for data production and visualization show correlations and contrasts that highlight how feminist methodologies (Lan and Rocha, 2020), politicized communication strategies (Alfaro, 2002 and 2015) and the idea that a gender perspective should be a cross-cutting axis s in education (Cremona and Spinelli, 2013) mobilize other possibilities for inhabiting spaces – geographical, symbolic, and decision-making – combating spaces of fear (Kern, 2021) and pointing the way to promote transgressive communication (Nos-Aldás and Fanté, 2021) and also, for a 'laboratory of collective experiences to invent possibilities' (Maidana, 2019) that transforms structures and promotes a fairer world.
The subject of this dissertation is gender violence maps developed by independent activists or women's organizations in Latin America, which serve various purposes such as: communicating, monitoring, reporting, and/or data production. Based on the selection of initiatives available on georeferencing platforms, where the display or suppression of data layers on a specific territory is facilitated, the question arises: how does a gender perspective guide the creation of these productions, elucidated through the definition of their themes? The main purpose was to understand which communication strategies are used – and how they are used – considering the predominant themes, types of information provided, data visualization formats, methodologies developed by the mappers, and the actions they undertake in disclosure. Through the clues for the cartography method (Kastrup and Barros, 2020), comprehended in a communicational panorama of movements and territories with the intention to "create with" (Rosário, 2018), and through the documentary analysis of the maps, it is understood that these initiatives have a "performative, participatory, and political nature" (Suárez Val, 2021) and draw territories of fear, but also of collective resistance, as they produce data that challenges power (D’Ignázio and Klein, 2020). The thematic sections and techniques for data production and visualization show correlations and contrasts that highlight how feminist methodologies (Lan and Rocha, 2020), politicized communication strategies (Alfaro, 2002 and 2015) and the idea that a gender perspective should be a cross-cutting axis s in education (Cremona and Spinelli, 2013) mobilize other possibilities for inhabiting spaces – geographical, symbolic, and decision-making – combating spaces of fear (Kern, 2021) and pointing the way to promote transgressive communication (Nos-Aldás and Fanté, 2021) and also, for a 'laboratory of collective experiences to invent possibilities' (Maidana, 2019) that transforms structures and promotes a fairer world.
Descrição
Palavras-chave
Mapas da violência de gênero, Estratégias comunicacionais, Cartografia, Metodologias feministas, América Latina, Violência contra as mulheres
Como citar
PASIAN, F. Mapas das minas: a comunicação transgressora dos mapeamentos da violência de gênero na América Latina. 2023. 114 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Bauru, 2003. Disponível em: https://hdl.handle.net/11449/253296, Acesso em: 15 de fev. 2024