O silenciamento midiático de mulheres Kaiowá em Mato Grosso do Sul: (auto)representação e visibilidade de seus discursos e papéis políticos em Ñande Ru Marangatu

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Data

2022-09-30

Autores

Barbeta, Nayla Brisoti

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Esta dissertação parte do pensamento e da perspectiva decolonial e, estabelece um diálogo entre a área da Comunicação e da Antropologia. As discussões aqui propostas permeiam temáticas, como construções e relações de gênero, interseccionalidade, subalternidade de mulheres indígenas enquanto os outros dos outros e o silenciamento estatal e midiático de povos originários, em especial, das mulheres Kaiowá do tekoha Ñande Ru Marangatu, sujeitos de estudo desta pesquisa. Este trabalho busca responder a questão-problema: “Como as mulheres Kaiowá interpretam o fazer jornalístico sul-mato-grossense, tal qual compreendem as representações criadas sobre elas e seu povo? E o que dizem elas sobre suas participações nas retomadas de Ñande Ru Marangatu, em 2015, no Mato Grosso do Sul, em contraposição às coberturas midiáticas realizadas no estado neste período conflituoso?”. Partindo dessa problematização, o objetivo geral deste trabalho é: analisar o fazer jornalístico sul-mato-grossense pela óptica do silenciamento e da produção de não-existências das Kaiowá, mediante as suas (auto)representações e a tessitura de seus relatos críticos e observações sobre o desempenho da imprensa ao noticiar o conflito; bem como pretende, especificamente, reconstituir a história da reocupação do tekoha com base na perspectiva feminina indígena. Para tanto, foram empregados e inter-relacionados os dispositivos metodológicos da Hermenêutica de Profundidade proposta por John B. Thompson (2011), a História Oral e a Observação Participante. A pesquisa realizada in loco, constatou a partir das narrativas orais, a percepção das Kaiowá referentes à(aos): invisibilização do coletivo e suas demandas; distorção de identidades e espetacularização dos acontecimentos; falta de contextualização e compreensão dos fatos e fenômenos sociais; e interesses de mercado e filiações políticas dos veículos midiáticos. Por fim, em uma tentativa contra-hegemônica de resistir e difundir suas causas, o movimento Kuñangue Aty Guasu desenvolve seus próprios conteúdos, alicerçado no net-ativismo.
This dissertation is based on the decolonial thinking and establishes a dialogue between the Communication and Anthropology areas. The discussions proposed on here go through themes such as gender constructions and relations, intersectionality, subalternity of Indigenous women as the others of others and the state and media silencing of native peoples, specially Kaiowá women from the tekoha Ñande Ru Marangatu, subjects of study of this research. This work seeks to answer the fundamental question: “How do Kaiowá women understand the journalistic acting of people from Mato Grosso do Sul? And what do they say about their roles during the retaking of Ñande Ru Marangatu, in 2015, in Mato Grosso do Sul, in contrast to the media coverage which occurred in the state throughout this troubling period?”. From this problematization, the general aim of this work is: to analyze the journalistic acting of Mato Grosso do Sul through the perspective of the silencing and production of the non-existence of Kaiowá women, based on their (self)portrayals and complicated formation of their critical narratives and observations about the media performance when reporting the conflict; as well as specifically intends to rebuild the history of the Tekoha people’s concern based on the female Indigenous perspective. Therefore, the methodological devices of Depth Hermeneutics proposed by John B. Thompson (2011), Oral History and Participant Observation, were applied and interrelated. The on-site research showed, based on the oral narratives, the Kaiowá women’s perceptions of: the invisibility of the collective and its demands; distortion of identities and sensationalist speculation of events; lack of contextualization and understanding of social facts and phenomena; and market interests and political affiliations of media outlets. At last, in a counter-hegemonic attempt to resist and spread its causes, the Kuñangue Aty Guasu movement develops its own content, grounded in net-activism.
Esta disertación parte del pensamiento y de la perspectiva decolonial y establece un diálogo entre el área de la Comunicación con la Antropología. Las discusiones aquí propuestas traspasan temas, como construcciones y relaciones de género, interseccionalidad, subalternidad de mujeres indígenas frente los “otros” de los “otros” y el silenciamiento estatal y mediático de pueblos originarios, en especial, lo de las mujeres Kaiowá de tekoha Ñande Ru Marangatu, sujetos de estudio de esta investigación. Este trabajo busca contestar la cuestión-problema:“¿Cómo las mujeres Kaiowá interpretan el hacer periodístico “sul-mato-grossense”, tal cual comprenden la representaciones creadas sobre ellas y su pueblo? Y lo ¿qué dicen sobre sus participaciones en las retomadas de Ñande Ru Marangatu, en 2015, en Mato Grosso del Sur, en contrapuesto a las coberturas mediáticas realizadas en el estado por el periodo conflictivo?”. Partiendo de esa problematización, el objetivo general de este trabajo es: analizar el hacer periodístico “sul-mato-grossense” por la óptica del silenciamiento y de la producción de no-existencias de las Kaiowá, frente a sus (auto)representaciones y la tessitura de sus relatos críticos y observaciones sobre el desempeño de la imprenta al noticiar el conflicto; así como desea específicamente reconstituir la historia de la reocupación de tekoha basado en la perspectiva femenina indígena. Por lo tanto, fueron empleados e interrelacionados los dispositivos metodológicos de Hermenéutica de Profundidad propuesta por John B. Thompson (2011), el Relato Oral y la Observación Participante. La investigación realizada in loco, constató desde las narrativas orales, la percepción de las Kaiowá referentes a: invisibilización del colectivo y sus demandas; distorsión de identidades y espectacularidad de los acontecimientos; falta de contextualización y comprensión de los hechos y fenómenos sociales; e intereses de mercancía y filiaciones políticas de los vehículos mediáticos. Por fin, en un intento contra-hegemónico de resistir y difundir sus causas, el movimiento Kuñangue Aty Guasu desarrolla sus propios contenidos, fundado en el ciberactivismo.

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Palavras-chave

Comunicação, Guarani Kaiowá, Mato Grosso do Sul, Mulheres indígenas, Silenciamento midiático, Communication, Indigenous women, Media Silencing, Comunicación, Mujeres indígenas, Silenciamiento mediático

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