Manejo anestésico em tatu-peba (Euphractus sexcinctus) submetido à osteossíntese de coluna : relato de caso

Abstract

Um tatu-peba (Euphractus sexcinctus), fêmea, adulta, foi admitido no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Botucatu - SP após possível trauma por atropelamento. Foi realizada sedação e analgesia do paciente para possibilitar a realização dos exames físico, de imagem e laboratoriais (sangue e urina). Constatou-se no exame físico que o animal não apresentava movimento dos membros pélvicos e ao exame radiográfico observou-se fratura da quinta vértebra torácica. Após três dias da admissão do paciente, o mesmo foi submetido a um novo procedimento anestésico para realização de osteossíntese de coluna, visando a estabilização da vértebra fraturada. O protocolo de pré-medicação incluiu morfina (0,3 mg/kg, intramuscular [IM]), midazolam (0,5 mg/kg, IM) e cetamina (8 mg/kg, IM), seguido de indução e manutenção anestésica com isoflurano. A monitoração dos parâmetros vitais (frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, temperatura, oximetria de pulso e capnografia) do animal foi realizada com o auxílio de um monitor multiparâmetro. Foi observada tendência à hipotensão, havendo necessidade de intervenção com inotrópico/ vasopressor (dopamina na taxa de 7,5µg/kg/min) para manutenção do valor de adequado de pressão arterial média. O animal apresentou uma recuperação anestésica tranquila e sem intercorrências, e seguiu em tratamento e observação no hospital veterinário.

An adult female six-banded armadillo (Euphractus sexcinctus), was admitted in the Veterinary Hospital of the School of Veterinary Medicine and Animal Science of São Paulo State University, Botucatu Campus, after a possible vehicle trauma. Sedation and analgesia was instituted to make possible physical examination, radiography, urine and blood samples collection. Absence of pelvic limbs movement was noticed after physical examination and the radiography made visible a fifth thoracic vertebrae fracture. Three days after admission, the patient was submitted to another anesthestic procedure, this time for osteosynthesis aiming the vertebrae fracture stabilization. The pre-anesthetic protocol included morphine (0,3 mg/kg, intramuscular [IM]), midazolam (0,5 mg/kg, IM) and ketamine (8 mg/kg, IM), followed by induction and mainenance with isoflurane. The monitoring of vital parameters (heart rate, respiratory rate, arterial blood pressure, temperatura, pulse oximetry and capnography) of the subject was achieved with multiparameter monitor. It was noticed a trend to hypotension, making necessary the intervention with inotrope/vasopressor (dopamine at 7,5 µg/ kg/min) for maintenance of an adequate level of mean arterial pressure. The patient presented a chill anesthestic recovery, with no complications, and followed for treatment and observation in the veterinary hospital.