Um trabalho possível com crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social

Abstract

Introdução: Em Assis-SP, a partir das diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Secretaria de Assistência Social instituiu uma Rede de Atenção às Crianças e Adolescentes, que inclui o Projeto ABC (aprender, brincar, crescer) destinado à crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, que oferece atividades diversas em horário complementar à escola. Atenta ao fato da Universidade ser um lugar de construção e transmissão de saberes, criou-se no Departamento de Psicologia Clínica da Faculdade de Ciências e Letras, no ano de 1999, um projeto intitulado: Grupo de expressividade: um modo de atuação junto a crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, que vinculou-se ao Projeto ABC. Objetivos: 1- oferecer aos alunos a oportunidade de estarem em contato com a realidade social, promovendo ações junto à comunidade local, de modo a compreender suas peculiaridades e subjetividades e, 2- Oferecer a essas crianças/adolescentes, por meio do dispositivo grupal, um espaço para a expressão, a vivência e a significação de conflitos psíquicos, visando o fortalecimento dos laços familiares e sociais, aumentando seu poder contratual frente a uma sociedade que os aprisionam em um lugar de exclusão. Método: O trabalho é realizado em 09 grupos de aproximadamente 10 crianças cada, em forma de oficinas, aqui compreendida como um lugar de transformação, com a coordenação de dois alunos, designadas como: oficinas de pintura: a vida tem a cor que a gente pinta, de arte com reciclagem, sons da reciclagem, artesanato, artes plásticas, narrativas e contos, boneco de pano, de fantoches e temáticas. Resultados: Beneficiando aproximadamente 90 crianças e adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária de 07 a 15 anos de idade, assim como18 alunos, este trabalho vem apresentando resultados em duas vertentes: A partir do contato com a instituição e com essas crianças em especial, os alunos estão construindo formas alternativas de atenção às crianças e adolescentes em situação de risco psicossocial e auxiliando na consolidação de uma articulação entre o conhecimento produzido na Universidade e a população. Por outro lado, as crianças e adolescentes, a partir da realização das atividades nas diversas oficinas, estão reconstruindo suas histórias, aumentando seu poder contratual diante da família e sociedade, num resgate pleno de cidadania.