Considerações energéticas referentes à migração de sistemas locais (on premise) para computação em nuvem (cloud)

Abstract

A computação em nuvem vem sendo tracionada no mercado devido ao seu baixo custo de manutenção se comparado aos serviços de rede local (on premise). As principais fornecedoras dos serviços em nuvem alegam a melhora na eficiência energética e maior sustentabilidade na migração de sistemas locais para nuvem, principalmente devido aos fatores de refrigeração de seus “data centers” e uso de energia renovável, estando compromissadas em atingir a meta de carbono zero. Em âmbito global, a computação em nuvem consome 1,3% da energia mundial, tendo uma pegada carbônica maior que da indústria aérea e, um único data center pode consumir energia de até 50 mil casas. Na perspectiva do Brasil, os “data centers” encontram-se localizados principalmente em duas regiões no estado de São Paulo, o qual já possui uma matriz energética de 58,5% ofertada por fontes renováveis. Os data centers destas regiões, combinados, consomem o equivalente à mais de 600 mil residências brasileiras. O presente estudo visa um levantamento bibliográfico do tema, trazendo consigo uma visão holística dos impactos energéticos decorridos desta migração de uso dos sistemas em nuvem, dentre elas: a possibilidade de alternativas para melhorar a eficiência energética destas infraestruturas, como alocação subterrânea ou aquática, bem como, o levantamento de questionamentos diversos. O tema abordado é recente e vem recebendo maior atenção entre o final de 2023 e início de 2024, carecendo de estudos mais específicos sobre performance e impactos ambientais causados pela ampliação deste serviço e infraestrutura atrelada aos data centers.

Cloud computing has been growing in the market due to its low maintenance costs compared to on-premise network services. The major cloud service’s providers claim energy efficiency and greater sustainability when migrating from local systems to the cloud, primarily due to cooling factors in their data centers and the use of renewable energy, with a commitment to achieve carbon net zero. Globally, cloud computing accounts for 1,3% of the world’s energy consumption, with a carbon footprint larger than that of the airline industry. A single data center can consume as much energy as 50,000 homes. In Brazil, data centers are located in two regions in the state of São Paulo, which already has an energy offering of 58.5% supplied by renewable sources. The data centers in these regions, combined, consume the equivalent of over 600,000 Brazilian households. This study aims to conduct a bibliographic survey of the topic, bringing with it a holistic view of the energy impacts resulting from the migration to cloud services, among them: the possibility of alternatives to improve the energy efficiency of these infrastructures, such as underground or aquatic allocation, as well as the raising of various questions. The topic addressed is recent and has been receiving greater attention between the end of 2023 and the beginning of 2024, lacking more specific studies on performance and environmental impacts caused by the expansion of this service and infrastructure linked to data centers.