Morfologia, reprodução e tamanho do genoma dos camarões synalpheus (decapoda: caridea): perspectivas evolutivas e história de vida

Abstract

Synalpheus não gambarelloides devem receber um esforço em estudos para além de revisões taxonômicas e terem descrições biológicas e ecológicas bem elucidadas para comparações com o grupo dos gambarelloides e a posição evolutiva do gênero dentro de Caridea. Sobre os aspectos reprodutivos, Synalpheus aparentam possuir uma formação prioritariamente simplista, podendo padronizar um caráter primitivo ao grupo quando comparado a outros gêneros e famílias da Infraordem Caridea. Apesar de a Infraordem como um todo ser um grupo bem heterogêneo em morfologias, comportamentos e formações dos aparelhos reprodutores, a ausência de glândulas acessórias, secreções e a morfologia tão distinta neste grupo fazem alusão a caráteres mais primitivos que outros. O dimorfismo sexual das espécies gonocóricas foi comprovado com base nas morfologias das primeiras pleuras e pleópodos, sendo complementada pela posição dos apêndices internos que, comprovadamente surgem na posição apical do endópodo em fêmeas e fêmeas ovígeras, caracterizando não só o dimorfismo, como também mais uma estratégia acessória ao “breeding dress” para aprimorar a capacidade das fêmeas de incubar ovos. Por fim, a associação entre os aspectos reprodutivos e biológicos e o padrão do “genome size” ainda permanecem inconclusivos, porém, com as comparações disponíveis na presente tese, pode-se propor que a evolução do tamanho do genoma em camarões carídeos (incluindo Synalpheus) seja fortemente relacionada ao padrão biogeográfico com tendência à distribuição polar apresentar os maiores conteúdos de DNA nuclear. As perspectivas de estudo para o gênero podem ser reformuladas a partir dos presentes resultados, sendo as espécies comprovadamente diferenciadas entre os sexos, os padrões celulares de reprodução esclarecidos, e os primeiros aspectos comparativos do tamanho do genoma elucidados. Os próximos passos para completo entendimento evolutivo do gênero é a descrição de cada vez mais “c-values” para outras espécies de camarões carídeos e a evolução da ciência básica para descrição comportamental e biológica dos Synalpheus não gambarelloides que poderão ser comparados aos presentes resultados e corroborar a hipótese do padrão primitivo do gênero.

Non-gambarelloides synalpheus should receive an effort in studies beyond taxonomic revisions and have well elucidated biological and ecological descriptions for comparisons with the gambarelloides group and the evolutionary position of the genus within Caridea. Regarding the reproductive aspects, Synalpheus seem to have a primarily simplistic formation, being able to standardize a primitive character to the group when compared to other genera and families of the Infraorder Caridea. Although the Infraorder as a whole is a very heterogeneous group in terms of morphologies, behaviors and formations of the reproductive systems, the absence of accessory glands, secretions and the morphology so distinct in this group allude to more primitive characters than others. The sexual dimorphism of the gonochoric species was confirmed based on the morphologies of the first pleura and pleopods, being complemented by the position of the internal appendages that, demonstrably appear in the apical position of the endopod in females and ovigerous females, characterizing not only the dimorphism, but also one more accessory strategy to the “breeding dress” to improve the ability of females to incubate eggs. Finally, the association between reproductive and biological aspects and the “genome size” pattern still remains inconclusive, however, with the comparisons available in the present thesis, it can be proposed that the evolution of the genome size in carid shrimp (including Synalpheus ) is strongly related to the biogeographic pattern with a tendency for the polar distribution to present the highest contents of nuclear DNA. The study perspectives for the genus can be reformulated from the present results, with the species being proven to be differentiated between the sexes, the cellular patterns of reproduction clarified, and the first comparative aspects of the genome size clarified. The next steps for a complete evolutionary understanding of the genus are the description of increasingly “c-values” for other species of carid shrimp and the evolution of basic science for behavioral and biological description of non-gambarelloid Synalpheus that can be compared to the present results and corroborate the hypothesis of the primitive pattern of the genus.