Auto-Organização, Autonomia e o cuidado em Saúde Mental

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2013

Autores

Ferreira, Maria Solange Castro
Pereira, Maria Alice Ornellas [UNESP]
Pereira Júnior, Alfredo [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

The hospice, prevalent for almost two hundred years as the only possibility of treatment for the mentally ill, is a discriminating, excluding institution, based on the negation of civil rights and autonomy of the subjects. The movement of Psychiatric Reform has made possible the construction of practices directed to the empowering of subjects in social relations. In this new context, the principle of autonomy emerges as a central value to be considered in mental health care. Mental illness is a strong disorganizing factor in the history of life, implying losses, disabilities, deficiencies, increased vulnerability e impairment of personal autonomy. In this condition, mental health care may use authority, but we understand that the exercise of autonomy is more important for life processes, reflecting the degree of self-organization achieved by the subject. Therefore, a gain in autonomy improves the conditions for personal self-organization. We suggest that a practice directed towards mental care should increase the subjects’ autonomy and consequently his/her self-organizing life process. This should be the challenge and the main goal to be attained in mental health care.
A prática manicomial, predominante por quase duzentos anos como única possibilidade de tratamento ao doente mental é segregadora, excludente, embasada na noção de periculosidade, onde o que se constrói é a negação de direitos e a impossibilidade do exercício da autonomia. O movimento da Reforma Psiquiátrica tem possibilitado a construção de práticas voltadas para o fortalecimento do poder contratual dos sujeitos e a autonomia emerge como valor importante e a ser considerado como central no cuidado em Saúde Mental. O adoecimento mental é fator marcante e desagregador na vida das pessoas, marcando-as com danos, desabilidades, deficiências, maior vulnerabilidade e comprometimento da autonomia pessoal, o que pode implicar em atitudes terapêuticas de maior autoridade. No entanto, entendemos que o exercício da autonomia encontra-se intrinsecamente ligado à totalidade do processo de vida dos sujeitos, refletindo o grau de auto-organização nele existente. Portanto, o ganho de autonomia implica em melhores condições de o indivíduo estabelecer a auto-organização. Assim, entendemos que somente uma prática voltada para o cuidado das pessoas pode possibilitar o fortalecimento da autonomia e consequentemente, de sua auto-organização, e que este deve ser o desafio e o objetivo das práticas em Saúde Mental.

Descrição

Palavras-chave

Self-organization, Autonomy, Menthal health, Care, Auto-organização, Autonomia, Saúde mental, Cuidado

Como citar

Simbio-Logias, v. 6, n. 8, p. 41-52, 2013.